Ser de uma família nobre tem seus prós e contras. O que percebi, após me tornar um genin, foi o primeiro contra: a preguiça para treinar. Infelizmente, meu arsenal de técnicas era um verdadeiro lixo e isso deveria melhorar.

Primeiro, precisava decidir o que pretendia criar e, depois, como o faria. Começando pelo básico, passei a repassar minhas possibilidades, o que podia fazer com areia?! Um escudo?! Sim, era uma boa. Uma forma de me movimentar?! Também era algo bom. Ataque rápido?! Sim, claro. Mais como fazer isso tudo? Ainda não me sentia completo, mais sabia onde procurar.

Seguindo os arredores de Suna, me afastei um pouco e logo encontrei o que procurava: a casa de meus avós, lendas vivas que preferiam viver afastados do resto do vilarejo, sabe-se lá por qual motivo.
Minha avó possuía a Kekkei Genkai de nosso clã, enquanto meu avô era mais focado no uso de tessenjutsus, ambos com maestrias plenas no uso de suas armas e combos devastadores. Quem sabe, um dia, eu não use os dois.
Procurando minha avó, fui atrás de treino. Demorou para aceitar, mais diante a ideia de ter um neto morto por ela não ensinar nada, ela cedeu.
- Tá, tá, vamos lá, só mostrarei uma vez - dizia, após nos posicionarmos em um campo de treinamento. - começando do básico, Sabaku Fuyū. - ao dizer o nome, iniciava a técnica, criando uma plataforma de areia ao seu lado, que ficava levitando a poucos centímetros do chão. Logo ela subiu na plataforma e demonstrou como poderia usar para locomoção.
Era minha vez. Não parecia muito complexo – até porque ela disse que começaríamos do básico. Retirando minha areia especial, criei a plataforma, tentando ao máximo mantê-la firme e subi nela. Bom, subir era exagero, já que meu pé passou direto e foi para o chão.
Tentando, novamente, mais deixando mais firme dessa vez, pisei novamente. Dessa vez ele foi firme o suficiente para eu ficar sobre ele, mais ainda muito instável. Aproveitando que já estava ali, comecei a ajudar melhor o uso do chakra para que a instabilidade sumisse. Demorou um pouco mais do que esperava, mais logo o ajuste ficou completo – o gasto de chakra era menor do que esperado, o que era bem util.

- Tá, tá, já aprendeu; próximo. - sem descanso?! Essa era minha vó. - Esse é o Daisan no Me, - dizia, criando um olho e fechando um dos seus – lembre-se de conectá-lo ao seu nervo óptico.
- Ok, vamos nessa. - e assim começava a treinar aquilo. Transformar areia em um olho mostrava ser complicado. Já imaginou ligar aquilo ao nervo óptico? Complicado.
Tentei diversas vezes, mais sem muito sucesso. Finalmente, o olho se transformou, só que só metade, nada agradável. Bom, pelo menos transformou. De novo. De novo. DE NOVO. Ah, finalmente transformou tudo. Agora SÓ tinha que ligar o nervo óptico, fácil, fácil.
As tentativas começaram, parecia complexo demais, mais não demorou muito para entender o que precisava ser feito, conectar tudo através do chakra. Com o tempo e com um olho fechado, a técnica foi se finalizando aos poucos, até finalmente poder enxergar através do olho de areia. FINALMENTE havia conseguido.

- Estava quase dormindo aqui, próximo. - aquela minha avó era bem desagradável quando queria – Vamos simplificar, esse é o Sand Bullet, uma simples esfera de areia comprimida e endurecida.
- Parece simples mesmo. - dizia, após ela demonstrar. Reunia minha areia e começava a comprimi-la em minha mão, reunindo o máximo de areia possível e mantendo o pequeno tamanho da esfera. Demorou um tempo para a areia não crescer tanto quanto deveria, isso é, manter-se comprimida. Após a esfera finalmente se manter compacta, usava o chakra para endurecê-la. Parecia funcionar bem e testando-a na prática, ela parecia correr bem, a velocidade era boa, a força parecia ser útil.
- Teste-a em mim, assim já verá a próxima técnica.
- Ok. - dizia, nem pensando duas vezes antes de atacar. O ataque era logo defendido por uma parede de areia. - Este é o Suna no Tate, agora defenda meu ataque dessa mesma forma. - dizendo isso, atacou com sua própria Sand Bullet.
Ela era louca. Mal tive tempo para levantar três paredes enfileiradas, mal deu tempo de colocar um pouco de chakra ali, mais a esfera logo parou – na ultima camada. Seria necessário mais chakra e areia.
Indo de novo, levantava um escudo mais grosso e usava mais chakra para endurecê-la. Mesmo assim, faltava algo. Quando a esfera se chocou com a defesa não atravessou, mais o impacto foi forte, foi por pouco.
- Menos chakra, menos areia, mais controle. - dizia minha avó. Isso foi um conselho? Da minha avó? Estranho.
- Ok. - testava de novo, menos chakra, menos areia, mais controle, mais compactação. Boa. O ataque veio e passou pela defesa, eu ia morrer… mais a bala parou, bem perto.
Testando de novo. Quase. Mais algumas vezes e a defesa começou a funcionar. Alguns testes mais e a defesa finalmente se completava. Ufa.
- Ótimo, vamos ver como essa defesa se sai. Olhe o que mais deve aprender e se defenda ao mesmo tempo. Suna Shigure & Exploding Sand Boulder.
Dizendo isso, a primeira técnica se realizava – Sand Shigure criava uma núvem de areia acima de mim e começava a “chover” areia. SHOW! Não, pera, o escudo se formava ao redor de todo o meu corpo. A defesa funcionava perfeitamente e, após o barulho da “chuva” acabar, abria um pequeno buraco na frente da defesa e lá estava ela, formando o Exploding Sand Boulder, mais parecia simples demais. - Isso é para o que? - perguntava.
- Para explodir, não é obvio pelo nome? - dizendo isso, as pedras que estavam, até então, “paradas” no ar, vinham em minha direção. Incrível, fechava novamente a defesa, esperando todo aquele impacto passar.
Após a defesa ser feita, voltava-me para realizar aquelas técnicas. - Por enquanto é isso, depois ensino mais – dizendo isso, minha avó saía da sala, me deixando para aprender as duas últimas técnicas sozinho.

Testando a chuva, pensando no que fazer, concentrei areia acima de uma área qualquer longe de mim, modelei o chakra e iniciei a chuva. Foi, literalmente, uma chuva, com toda a área que tinha reunido. Era para cair pedaços, droga. Testando de novo. Erro. De novo. De novo. E, finalmente, começou a cair as “pedras” de areia. Muito pouco, mais começou.
Com o tempo, a quantidade de areia caindo foi aumentando, até que finalmente a técnica se concluiu. Não estava mesmo aguentando mais falhar.
Próximo. Como eu faria aquilo?! Primeiro, um Sand Bullet maior, depois em grande quantidade e, depois explodindo. D-I-F-I-C-I-L.
Sand Bullet maior, ok, era fácil. Criava logo as rochas e, logo depois as multiplicava. Fazer aquilo explodir não era fácil, entretanto. Posicionando-as, comecei a fazer diversos testes, era complicado fazer aquilo explodir. Muitas tentativas, muitas falhas. Quando começaram a explodir, foram em sequência. Os testes finais foram sendo feitos e, por fim, a técnica havia sido concluída.
Cara, eu estava cansado. Cai cansado, dormindo ali mesmo, não sem antes voltar a beber água, algo que nunca esquecia de fazer.

Notas: