Aethyr

Catch the wind, see us spin
Sail away, leave today, way up high in the sky
Sail away, leave today, way up high in the sky
Um homem alto guiava as crianças, barbudo e corpulento. Haviam duas filas ligeiramente compridas, os garotos pareciam ansiosos e alguns riam sem qualquer motivo. O local era um Dojo velho, tradicionalmente se tratava de um exercício acadêmico, um combate amigável entre os estudantes, supervisionado. A fila começa a andar, encostei-me numa das pilastras que sustentavam o segundo andar, cruzando os braços, não tinha pressa e ficaria por último. Algumas cabeças se esticavam para observar lá de cima, das janelas discretas, algumas interessadas e outras, só pareciam querer se distrair com qualquer coisa. O que faziam ali em cima? Não pareciam estar treinando e ninguém além de mim parecia se importar. Minha atenção volta ao térreo, dois rapazes rolavam como macacos pelo dojo, o chão ribombando. Era uma cena engraçada, mas os espectadores não riam, aplaudiam e incentivavam, esperando ansiosos por sua vez. Contudo, quando a fila voltara a andar, meu escárnio desapareceu. Começara a imaginar uma forma de desistir sem que fosse muito humilhante, era bem a minha cara. Os garotos foram saindo aos poucos, uns sangrando levemente ao nariz, outros com cortes no supercílio e ainda outros caiam estatelados e obrigavam o restante da turma a carregá-los até a enfermaria. O homem corpulento exibia um ar diligentemente casual, aquilo para ele deveria ser uma brincadeira no mínimo, entendiante. Bem, talvez nesse ponto, nós dois concordássemos.
O tempo como sempre foi-se passando de uma maneira extremamente hostil, quando percebi, já observava a luta do garoto esguio que permanecia a pouco à minha frente, foi nocauteado rapidamente. Uma cena que pude acompanhar de perto, não era muito estimulante, principalmente quando pus os olhos no meu provável inimigo, poucos metros ao lado na outra fila, um rapaz gordo de regata, chamavam ele de mini-Zangief. Eu não fazia ideia de quem caralhos era Zangief, mas não deveria ser uma pessoa muito diferente daquilo e tampouco agradável.
— Próximo, Icarus e mini-Zan... digo, Rúbeo. Comecem. — Entoou uma voz rouca, era o avaliador corpulento que agora se encontrava sentado a uma cadeira próximo de nós, as quatro pernas de madeira do objeto quase se rompendo para os lados, vacilante. Rúbeo foi rápido e se pôs no centro do Dojo, hesitei por um momento, o lugar parecia mais silencioso e talvez houvessem algumas cabeças espiando às janelas ali de cima. Ergui a mão, como se dissesse silenciosamente, "desisto". Mas o avaliador foi mais rápido. — Se desistir você reprova. Sem perguntas, agora vá. Seu pai e sua mãe não ficarão nada contentes com a notícia do filho reprovado, bem, tu conhece eles mais do que eu. Sabe que tipo de coisas eles fariam, haha. — Uma risada rasgada, e aquilo ficou ainda mais constrangedor. Então no fim, ele se divertia com aquelas pelejas insignificantes... fui calmamente até o centro do dojo sem dizer nada, sabia que discutir não seria nada sábio. Era apanhar aqui e agora, ou depois em casa. Bem, tanto faz.
— Comecem! — Gritou o avaliador, e antes que ele terminasse Rúbeo já estava se aproximando como um elefante, as mãos para cima como se pretendessem me agarrar. Movimentos tão descarados que só me restava recuar, ele era lento e isso não seria difícil. Contudo, permaneci parado e no momento em que ele se aproximou fui socado no rosto e caí, estatelado no chão com os braços abertos. — Parem! — O homem sentado na cadeira trovejou de novo, e Rúbeo se afastou de meu corpo aparentemente moribundo. — A luta ainda não começou, Icarus não está levando a sério. Enquanto você não deixar de ser um molenga não sairemos daqui, seu moleque insolente. Agora, levante-se e lute.
— Vou apanhar de qualquer jeito. — Murmurei, ainda deitado sobre o chão do Dojo com os braços abertos. Meu rosto doía e pensei que estivesse sentindo um leve inchaço próximo aos lábios, aquilo não bastava para ele?
— Mas é totalmente diferente quando você está de pé, moleque. Ah, tanto faz pra você não é mesmo? Tu acha que estamos aqui pra quê?
— Vocês querem criar maquinas de matar. — Falei, a esmo, os cabelos sobre parte do rosto, observando o teto. O homem respondeu então, numa fúria contida.
— Estamos criando pessoas que podem proteger aqueles que amam. Deixe de agir como um velho deprimido.
Bom, aquele era um motivo válido, proteger a quem amamos. Talvez ele tivesse razão, eramos jovens demais para entender a nobreza de um sentimento tal qual o amor. Mas, aquilo não justificava a crueldade que ainda existia no mundo. Contudo, indiferente ao pessimismo, suas palavras não soaram tão vazias quanto normalmente o fariam, pareceram despertar qualquer coisa dentro de mim, uma sensação. Não era uma inspiração ou semelhante, talvez só estivesse farto de discussões e portanto, pus-me de pé num pulo. — Tudo bem. — Proferi, ainda desconhecendo a natureza que se apossou de minha voz, expressava uma mentira ou algo inverossímil, mas ainda assim real? Não saberia dizer, mas me aproveitaria de tal momento para fazer o que pudesse.
— Então agora, comecem!
E nisso avançamos eu e Rúbeo, pude claramente ver a minha vantagem em velocidade e pude provar claramente a minha desvantagem em força física, portanto, não cabia a mim fazer muita coisa. O que eu faria era me aproximar para sua retaguarda e tentar envolvê-lo com fios, enroscá-lo até prendê-lo. Não era muito original, e tinha uma grande margem pra erros, mas foi a única coisa digna que brotou em minha mente.
Foi isso, puxei os fios da pochete que ficava ao inferior das costas, quando estávamos a centímetros de proximidade com um exímio controle de chakra realizei um Shunshin, alcançando minha velocidade máxima quase que por instantaneidade e objetivando mover-me até sua retaguarda. Durante o movimento passei os fios à frente do seu peito almejando chegar as costas e prendê-lo, mas ele conseguiu me acompanhar, me interceptou em plena movimentação. Seu braço gordo envolveu meu pescoço, e eu fiz o restante do trabalho; sem conseguir parar subitamente bati com o pescoço fortemente contra o membro e cai no chão, quase apagado e com um hematoma feio na região. Levantei-me num cambaleio, perguntando-me se o avaliador estaria satisfeito. Mas não havia tempo para escárnios novamente, o rapaz já vinha em ataque, não era tão lento quanto pensei. Os fios ainda estavam em minha mão, tentei laçar as pernas de Rúbeo, mas ele pareceu esperto e saltou de punhos fechados. Sou salvo por um Shunshin quase involuntário, um recuo rápido. Um ruído estrondoso ecoou quando Rúbeo tocou o chão com o punho fechado. Quanto maior o oponente, maior a queda. E aconteceu, vi, a vitória foi desenhada em minha mente, Rúbeo crispava os lábios naturalmente cheios. A frase ligeiramente infantil tinha me dado uma ideia, embora não fosse muito semelhante ao que pretendia fazer.
Havia uma plateia pouco interessada ali, as pessoas pareciam prontas para partir, era a última luta da tarde. Entretanto, algo me prendia ao combate, queria saber o próprio desfecho, estava absorto enquanto meu cérebro agia por instinto calculando possibilidades e rotas de ataque. Era hora de agir, estava preparado para ganhar, e também para perder, já tinha conquistado algo novo ali; um sentimento estranho que gostei de sentir, por uma fração de segundo, pensei que via tudo como um espectador, aquele era realmente eu?
Com os fios ainda sobre posse, corri com velocidade até ele, o mesmo movimento mas com objetivos diferentes. Quando nossos corpos se aproximaram, movi-me novamente almejando sua retaguarda. Ele age e deixa que seus reflexos façam o trabalho mas, desta vez eu estava preparado. Quando seu braço moveu-se para interceptar o meu pescoço me abaixei, neste momento enrolando os fios ali e partindo para a direção oposta do soco premendo os fios, com isso foi possível desviar propositalmente o braço de Rúbeo até a sua face. Tinha dado certo mas desviar o soco diminuiu drasticamente sua potência, ele cambaleou, mas só. Não fora suficiente, num segundo, Rúbeo se vira abruptamente, sua mão fechada se aproxima e tudo se escurece.
— Parem!
Pensei ter apagado ao ver a escuridão mas não, o punho atingiu os olhos. Senti o corpo bater ríspido contra o chão, havia perdido. Todavia, levava comigo um ar diligente de satisfação. O por que não sabia, talvez, havia sido o simples fato de agir contra a própria vontade de desistir. Isso ou não, ficaria alguns dias com os olhos roxos.
O tempo como sempre foi-se passando de uma maneira extremamente hostil, quando percebi, já observava a luta do garoto esguio que permanecia a pouco à minha frente, foi nocauteado rapidamente. Uma cena que pude acompanhar de perto, não era muito estimulante, principalmente quando pus os olhos no meu provável inimigo, poucos metros ao lado na outra fila, um rapaz gordo de regata, chamavam ele de mini-Zangief. Eu não fazia ideia de quem caralhos era Zangief, mas não deveria ser uma pessoa muito diferente daquilo e tampouco agradável.
— Próximo, Icarus e mini-Zan... digo, Rúbeo. Comecem. — Entoou uma voz rouca, era o avaliador corpulento que agora se encontrava sentado a uma cadeira próximo de nós, as quatro pernas de madeira do objeto quase se rompendo para os lados, vacilante. Rúbeo foi rápido e se pôs no centro do Dojo, hesitei por um momento, o lugar parecia mais silencioso e talvez houvessem algumas cabeças espiando às janelas ali de cima. Ergui a mão, como se dissesse silenciosamente, "desisto". Mas o avaliador foi mais rápido. — Se desistir você reprova. Sem perguntas, agora vá. Seu pai e sua mãe não ficarão nada contentes com a notícia do filho reprovado, bem, tu conhece eles mais do que eu. Sabe que tipo de coisas eles fariam, haha. — Uma risada rasgada, e aquilo ficou ainda mais constrangedor. Então no fim, ele se divertia com aquelas pelejas insignificantes... fui calmamente até o centro do dojo sem dizer nada, sabia que discutir não seria nada sábio. Era apanhar aqui e agora, ou depois em casa. Bem, tanto faz.
— Comecem! — Gritou o avaliador, e antes que ele terminasse Rúbeo já estava se aproximando como um elefante, as mãos para cima como se pretendessem me agarrar. Movimentos tão descarados que só me restava recuar, ele era lento e isso não seria difícil. Contudo, permaneci parado e no momento em que ele se aproximou fui socado no rosto e caí, estatelado no chão com os braços abertos. — Parem! — O homem sentado na cadeira trovejou de novo, e Rúbeo se afastou de meu corpo aparentemente moribundo. — A luta ainda não começou, Icarus não está levando a sério. Enquanto você não deixar de ser um molenga não sairemos daqui, seu moleque insolente. Agora, levante-se e lute.
— Vou apanhar de qualquer jeito. — Murmurei, ainda deitado sobre o chão do Dojo com os braços abertos. Meu rosto doía e pensei que estivesse sentindo um leve inchaço próximo aos lábios, aquilo não bastava para ele?
— Mas é totalmente diferente quando você está de pé, moleque. Ah, tanto faz pra você não é mesmo? Tu acha que estamos aqui pra quê?
— Vocês querem criar maquinas de matar. — Falei, a esmo, os cabelos sobre parte do rosto, observando o teto. O homem respondeu então, numa fúria contida.
— Estamos criando pessoas que podem proteger aqueles que amam. Deixe de agir como um velho deprimido.
Bom, aquele era um motivo válido, proteger a quem amamos. Talvez ele tivesse razão, eramos jovens demais para entender a nobreza de um sentimento tal qual o amor. Mas, aquilo não justificava a crueldade que ainda existia no mundo. Contudo, indiferente ao pessimismo, suas palavras não soaram tão vazias quanto normalmente o fariam, pareceram despertar qualquer coisa dentro de mim, uma sensação. Não era uma inspiração ou semelhante, talvez só estivesse farto de discussões e portanto, pus-me de pé num pulo. — Tudo bem. — Proferi, ainda desconhecendo a natureza que se apossou de minha voz, expressava uma mentira ou algo inverossímil, mas ainda assim real? Não saberia dizer, mas me aproveitaria de tal momento para fazer o que pudesse.
— Então agora, comecem!
E nisso avançamos eu e Rúbeo, pude claramente ver a minha vantagem em velocidade e pude provar claramente a minha desvantagem em força física, portanto, não cabia a mim fazer muita coisa. O que eu faria era me aproximar para sua retaguarda e tentar envolvê-lo com fios, enroscá-lo até prendê-lo. Não era muito original, e tinha uma grande margem pra erros, mas foi a única coisa digna que brotou em minha mente.
Foi isso, puxei os fios da pochete que ficava ao inferior das costas, quando estávamos a centímetros de proximidade com um exímio controle de chakra realizei um Shunshin, alcançando minha velocidade máxima quase que por instantaneidade e objetivando mover-me até sua retaguarda. Durante o movimento passei os fios à frente do seu peito almejando chegar as costas e prendê-lo, mas ele conseguiu me acompanhar, me interceptou em plena movimentação. Seu braço gordo envolveu meu pescoço, e eu fiz o restante do trabalho; sem conseguir parar subitamente bati com o pescoço fortemente contra o membro e cai no chão, quase apagado e com um hematoma feio na região. Levantei-me num cambaleio, perguntando-me se o avaliador estaria satisfeito. Mas não havia tempo para escárnios novamente, o rapaz já vinha em ataque, não era tão lento quanto pensei. Os fios ainda estavam em minha mão, tentei laçar as pernas de Rúbeo, mas ele pareceu esperto e saltou de punhos fechados. Sou salvo por um Shunshin quase involuntário, um recuo rápido. Um ruído estrondoso ecoou quando Rúbeo tocou o chão com o punho fechado. Quanto maior o oponente, maior a queda. E aconteceu, vi, a vitória foi desenhada em minha mente, Rúbeo crispava os lábios naturalmente cheios. A frase ligeiramente infantil tinha me dado uma ideia, embora não fosse muito semelhante ao que pretendia fazer.
Havia uma plateia pouco interessada ali, as pessoas pareciam prontas para partir, era a última luta da tarde. Entretanto, algo me prendia ao combate, queria saber o próprio desfecho, estava absorto enquanto meu cérebro agia por instinto calculando possibilidades e rotas de ataque. Era hora de agir, estava preparado para ganhar, e também para perder, já tinha conquistado algo novo ali; um sentimento estranho que gostei de sentir, por uma fração de segundo, pensei que via tudo como um espectador, aquele era realmente eu?
Com os fios ainda sobre posse, corri com velocidade até ele, o mesmo movimento mas com objetivos diferentes. Quando nossos corpos se aproximaram, movi-me novamente almejando sua retaguarda. Ele age e deixa que seus reflexos façam o trabalho mas, desta vez eu estava preparado. Quando seu braço moveu-se para interceptar o meu pescoço me abaixei, neste momento enrolando os fios ali e partindo para a direção oposta do soco premendo os fios, com isso foi possível desviar propositalmente o braço de Rúbeo até a sua face. Tinha dado certo mas desviar o soco diminuiu drasticamente sua potência, ele cambaleou, mas só. Não fora suficiente, num segundo, Rúbeo se vira abruptamente, sua mão fechada se aproxima e tudo se escurece.
— Parem!
Pensei ter apagado ao ver a escuridão mas não, o punho atingiu os olhos. Senti o corpo bater ríspido contra o chão, havia perdido. Todavia, levava comigo um ar diligente de satisfação. O por que não sabia, talvez, havia sido o simples fato de agir contra a própria vontade de desistir. Isso ou não, ficaria alguns dias com os olhos roxos.
Um pequeno flashback de tempos acadêmicos, pra variar de início.
![[Fillers] O que é e o que nunca deveria ser. O+sonho+da+raz%C3%A3o](http://2.bp.blogspot.com/_cKrnjEZh71w/TGFsq4pTdAI/AAAAAAAAABU/XfgxNNcaMxA/s1600/O+sonho+da+raz%C3%A3o.jpg)
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