Num piscar de olhos, apareci num jardim de arbustos espinhosos, assim como a garota que havia sido anunciada a minha adversária. Percebi mais um homem completamente enfaixado, talvez em Sunagakure esta fosse uma vestimenta normal, ou talvez seria uma identificação específica de quem organizava o exame. Lembrando-me das palavras da Chunnin na Torre, deduzi que ele seria o nosso juiz. 

Canhota. Yohanna, a Gennin de Konoha, tinha como mão predominante a esquerda. Atentei-me a isso e também ao fato dela interagir com uma planta. Certamente eu teria que tomar o máximo de cuidado possível para não entrar em contato com todos aqueles espinhos.


–– Boa sorte. –– Desejei com sinceridade e aguardei a autorização do juiz, enquanto estudava a Kunoichi.

 200  ✶    200  ✶    6m/s  ✶     119

Bolsa de Armas (20):

Considerações:

Sorri com a devolução do cumprimento da moça. Pessoas educadas me fascinavam, de fato.

Yohanna soltou a arma envenenada no chão à sua frente, por algum motivo que não decifrei no instante, mas que com certeza me traria problemas futuramente. Entretanto, a Kunoichi esquecia a kunai e partia na minha direção, realizando selos. Num instante, eu imaginava uma estratégia para contra atacá-la; no outro, meu corpo estava coberto por chamas esverdeadas, causando uma dor lancinante que fez minha visão embaçar por um instante. Então, antes que eu pudesse pensar em algo para fazer a respeito do fogo esmeralda que dilacerava minha pele, senti algo gelado perfurando minha coxa esquerda, me fazendo perder o equilíbrio e cair no chão do jardim.

–– Um maldito Genjutsu... –– Murmurei para mim mesmo ao ter a visão recobrada.

Por sorte minha – ou talvez falta de inteligência da ninja da folha – a dor física me fez escapar da ilusão¹, fazendo-me voltar ao local espinhento. Apesar da dor horrível da arma ainda perfurada no membro inferior canhoto e a respiração ofegante pelo trauma recém-passado, agora era a hora de mostrar a ela – e aos espectadores de Suna – o que eu poderia fazer.

Sabia que o tempo que eu levaria para levantar seria o suficiente para perder a luta, quiçá a vida, portanto apenas me apoiei sobre a perna direita e, mirando a antagonista, realizei o selo do Carneiro, utilizando o Kanashibari no Jutsu a fim de paralisá-la por alguns instantes.

Eu possuía, sim, habilidades que me permitiriam fritar a loira em poucos segundos e quase concordei em utilizá-las ao sentir a coxa latejante, mas pensei melhor e decidi que não estávamos ali para nos matar e, além do mais, não fazia meu estilo deixar a raiva me dominar.

Com a paralisia funcionando ou não, saquei três shurikens da bolsa de armas e revidei o golpe da garota, arremessando os objetos cortantes em sua direção, visando acertar seu corpo entre a altura dos joelhos e a região abdominal.

Sentindo o sangue escuro banhar minha perna e cerrando os dentes de dor, realizei mais cinco selos e aguardei o que aconteceria.

  100  ✶    190  ✶    6m/s  ✶    351

CONSIDERAÇÕES:

BOLSA DE ARMAS (20):

TÉCNICA UTILIZADA:

TÉCNICA PREPARADA:

Um misto de alívio, preocupação e perplexidade. Dividi-me por estes três sentimentos ao ver a garota se desvencilhar da técnica de paralisia e escapar ilesa das três shurikens projetadas por mim, com exceção de um pequeno corte na coxa esquerda. Ainda não totalmente de pé e sentindo mais dor do que eu pensei que era possível, percebi a loira mais uma vez se aproximando. Sendo este um gesto repetido, deduzi que suas técnicas ilusórias precisariam de pouca distância para serem realizadas, o que me deixou um pouco mais confiante. Agora só era preciso descobrir a metragem mínima que eu teria que me afastar.

Aproveitei o oportuno momento em que Yohanna realizava alguns selos para trocar de lugar com um vegetal qualquer presente no ambiente, aparecendo a uns vinte metros longe da adversária, visando algum canto em que os arbustos fossem grandes o suficiente para me esconder dela. A kunai explosiva lançada provavelmente atingiria a planta ou passaria reto e cairia longe dali. Aparentemente fora de perigo, meu maior problema agora era o enorme buraco na perna canhota, que não parava de expelir sangue. No entanto, a ninja da folha não deveria ter dificuldades em me achar, o que me forçava a agir rápido.

Realizei alguns selos de mão e fiz surgir no chão uma cópia minha. O clone estava desmaiado, com as duas mãos cobrindo o ferimento causado pela arma arremessada pela ninja, que não se fazia presente no corpo falso. Sua feição transpassava dor e tentei criá-lo o mais semelhante possível do que seria uma versão minha derrotada e inconsciente estirada no chão.

Não me preocupei em não urrar de dor ao remover o objeto de aço da coxa, alto o suficiente para a antagonista e o juiz ouvirem. Usei a kunai retirada do ferimento para cortar um pedaço qualquer da minha vestimenta. Improvisei um torniquete com o retalho criado, também cobrindo a perfuração na carne, e então submergi lentamente no solo fértil, desaparecendo em poucos segundos e deixando o clone ali juntamente com a arma ensanguentada, para que a ninja de Konoha se distraísse caso fosse me procurar naquela direção. Deixei também uma tarja explosiva enterrada bem perto do corpo da minha cópia e me afastei dali, indo parar a alguns metros atrás de onde a Gennin estava inicialmente. Permaneci debaixo da terra e apenas minha cabeça até a altura dos olhos estava emersa, para poder observar as ações de Yohanna. Caso esta fizesse menção de se virar, me enterraria de vez.

 095  ✶    165  ✶    6m/s  ✶    414

CONSIDERAÇÕES:

BOLSA DE ARMAS ( 14 / 20 ):

TÉCNICAS UTILIZADAS:

A Kunoichi havia desistido da luta, por algum motivo desconhecido. Apesar de insatisfeito pelo término precoce do embate, estava aliviado por ter passado de fase. Emergi do solo e caminhei até o juíz, cumprimentando-o e retornando à torre, mancando severamente.

 200  ✶    200  ✶    6m/s  ✶    40

BOLSA DE ARMAS ( 14 / 20 ):