Após o almoço, como prometido, Shion, Hakurei e Ayako partiram para o centro da cidade. Ao sair de casa, era evidente a troca de olhares entre Shion, Hope e Katsura, carregados de uma certa frieza. Shion vestia-se de forma imponente, com seu olhar sério e postura rígida, transmitindo a imagem de um homem completamente diferente daquele pai amoroso que era em casa. Hakurei percebeu essa mudança, mas decidiu não dizer nada, apenas acompanhando a situação e vendo onde tudo isso levaria.

Ayako entregou a Shion um dispositivo peculiar: uma espécie de rádio fino com uma tela, capaz de enviar e receber mensagens. Isso despertou a curiosidade de Hakurei, mas o clima no momento não era favorável para fazer perguntas. Um veículo preto chegou, de proporções enormes, e um motorista abriu a porta para que os três entrassem. Shion foi o primeiro, cumprimentando o homem antes de se sentar em um canto próximo à porta. Ayako sentou-se em frente a ele, do outro lado, e Hakurei ao lado de Shion. O veículo partiu, e Hakurei pôde sentir a velocidade surpreendente da viagem.

Shion passou algum tempo sentado, concentrado em mexer no dispositivo, enquanto Ayako, do outro lado, trabalhava em um notebook, digitando algo. Quando finalmente terminou e abaixou a tela, ele disse algo que chamou a atenção de Hakurei. - Lorde Hattori, é hora de explicar a Hakurei para onde estamos indo e o que ele encontrará lá. -

Hakurei sentiu um frio no estômago. Tudo parecia tão misterioso: o ambiente em que estavam, o clima tenso e a frieza emanada por Shion. Ele guardou o aparelho no bolso e, como se evitasse olhar para Hakurei, disse sem sequer virar a cabeça. - Hakurei, o local para onde estamos indo agora é uma outra parte da nossa família. Você conhecerá pessoas, ouvirá coisas e descobrirá coisas. Hoje, seu papel será apenas observar e aprender. Não fale a menos que eu fale com você. Se alguém te olhar torto, ignore. Posso contar com você? -

Hakurei sentia ainda mais temor diante de tudo aquilo, mas respondeu apenas: - Sim, Senhor. Poderia, pelo menos, me explicar o motivo de toda essa tensão? –


Shion colocou um anel em seu dedo e começou a falar. - Por enquanto, apenas saiba que você foi escolhido devido ao seu olhar, um olhar que Angell não possui. -

E que tipo de olhar é esse? - perguntou Hakurei.
Finalmente, Shion olhou diretamente nos olhos de Hakurei, revelando o olhar ao qual tanto se referia. - É o olhar de um assassino, o olhar de alguém que limpou a área de muitos figurões para manter as coisas em paz na vila. Você sabe do que estou falando. Li sua ficha várias e várias vezes enquanto estava na Hydra. -
Hakurei entendeu o que Shion queria dizer e mais uma vez se calou até o final da viagem.
Após afastarem-se alguns quilômetros da imponente mansão, no horizonte era possível avistar luzes. Era uma cidade enorme, repleta de prédios, tráfego movimentado, veículos, barulho e agitação. Não era algo com que alguém acostumado a uma vida tranquila em Konoha se familiarizaria facilmente. O veículo os levou até um local onde havia um bar tradicional, com apenas uma porta e um segurança na entrada. O veículo estacionou em frente e a porta foi aberta. Ayako foi o primeiro a sair, verificou um lado, verificou o outro e então disse:

Pode sair, Lorde Hattori. -
Shion ajeitou sua roupa de gala e finalmente saiu. Sua presença chamou a atenção inicialmente do segurança.
Lorde Hattori!? - exclamou ele, surpreso.
Shion o encarou. - Cassio? -
Voltou a trabalhar, senhor? -
Shion tocou o ombro do segurança e colocou uma gorjeta no bolso de sua roupa. - Aos poucos. E como estão os garotos? -
O segurança respondeu. - O mais velho já se casou, teve duas filhas, e o mais jovem está cursando literatura. -
Shion parabenizou-o e, em seguida, o segurança abriu a porta para ele. Antes de entrar, Shion virou-se.
Além do meu filho Ayako, o jovem também está conosco. -
O segurança entendeu e permitiu que Hakurei entrasse, acompanhando Shion e Ayako para o interior do estabelecimento.


Dentro do bar, tocava uma música ambiente calma, um jazz lento, enquanto algumas mesas eram ocupadas por homens e mulheres bebendo. Era evidente que se tratava de um bar frequentado pela alta sociedade. No entanto, quando Shion adentrou pela porta, todos os olhares se voltaram para ele, como se estivessem presenciando um fantasma.

Ayako tomou a dianteira, abrindo caminho até uma porta localizada na lateral do balcão. Lá, outro segurança os cumprimentou e conversou brevemente antes de liberá-los. Mas dessa vez, Shion olhou para Hakurei, entregou-lhe algum dinheiro e falou:

Espere por nós no bar e tente não arranjar confusão.
Hakurei não ficou muito satisfeito, mas pegou o dinheiro e se sentou em uma das cadeiras próximas ao balcão do bar. Três cadeiras ao seu lado, um homem pegou o telefone e ligou para alguém.

Você não vai acreditar em quem eu acabei de ver. - O homem continuou. - Quer apostar?
Enquanto isso, dentro do local onde Shion e Ayako entraram, reinava um completo silêncio, ao contrário do ambiente barulhento lá fora. Passaram por mais uma porta, com outro segurança, e finalmente Shion e Ayako chegaram à sala desejada. Em volta de uma mesa redonda, havia outros homens tão bem-vestidos quanto Shion, que interromperam o jogo de cartas ao notar sua presença. Um por um, eles se levantaram, aproximaram-se e beijaram o anel em sua mão, expressando seus respeitos a Shaka, Light e Hitsugi. Por fim, uma cadeira foi preparada ao centro da mesa para Shion, que se sentou, enquanto Ayako permanecia de pé atrás dele.

O clima era envolto em um silêncio desconfortável naquele momento. Todos os olhares estavam fixos em Shion, transmitindo a mesma sensação de quem vê um fantasma. No entanto, ele decidiu falar para dissipar toda aquela atmosfera tensa.

Tudo bem, perguntem. - disse Shion.
A primeira pergunta veio: - Como era o inferno? -
O inferno era até um lugar agradável, bastante frio, inclusive para mim. O pior mesmo é o paraíso. - respondeu Shion, arrancando risadas de todos ao redor.
Um deles deu um tapinha no ombro de Shion e fez uma piada. - Seu filho da mãe, sempre disseram que você era imortal, mas achei que fosse exagero. –

Shion então disse: - Certo, mas vamos ao que interessa. - Começou a jogar as cartas na mesa.

Quando eu "morri", quem assumiu as coisas? Como estão as retaliações? Quanto território perdemos? -
Um deles respondeu: - Na verdade, não houve nenhum ataque por parte deles. A Rainha Katsura eliminou todos os seus inimigos de uma vez. -

O quê!? - exclamou Shion.
Ela não te contou? -
Shion se virou para Ayako com um olhar furioso, respirou fundo e continuou.
Ela matou todas as famílias? -
Sim, não era assim que terminaria mais cedo ou mais tarde? -
Shion desistiu da mão naquela rodada, olhando para cada um na mesa levemente irritado. Ayako se aproximou e falou.
Isso quadruplicou nossos lucros. -
Shion olhou novamente para ele, repreendendo-o, e se voltou para a mesa. - Peço desculpas. Como podem ver, eu mimava muito meus filhos, eles falavam quando deveriam apenas ouvir. Quando foi que Katsura fez isso? -
Faz uns dez anos. - respondeu outro membro da mesa.
Certo, sabem o que penso sobre mortes desnecessárias. Os lucros sempre vêm para nós, mas no tempo certo. -
Um deles decidiu brincar. - Pelo visto, andar com "Gaijins" amoleceu você, Shion. -
Shion bateu na mesa, irritado. - Se chamar minha filha ou meu genro por essa palavra novamente... - O homem o interrompeu. - O que vai fazer? Me matar? Você está aqui conosco hoje apenas pelo respeito à sua família e ao seu nome. Não pense que tudo será como antes. Você desaparece por quarenta anos e acha que pode aparecer aqui com essa cara de pivete e exigir algo de qualquer um de nós. -
Shion bateu o pé abaixo da mesa, acertando o joelho do homem e o deslocando. Pressionou a cabeça dele contra a mesa e, com uma carta de baralho eletrificada com raiton, aproximou-a da garganta dele. - Vocês esquecem quem eu sou? Deixe-me relembrá-lo. Se você ousar se referir à minha filha com essa palavra ou ao meu genro, primeiro, irei à sua casa. Matarei seus dois filhos, usarei a espinha de um deles para perfurar a garganta de sua filha, arrancarei a cabeça de sua mulher. Buscarei todas as pessoas que você tem qualquer respeito e consideração e as matarei diante de você. E então, quando não restar mais nada, terá minha permissão para morrer. –

Um dos homens se aproximou, pedindo calma a Shion. - Vamos com calma, Hattori, o cara é novo. -
Shion bufava de raiva, mas aos poucos foi soltando o homem. Sentou-se, ajeitou suas roupas e comentou em tom de humor. - Se eu não matar um homem de vez em quando, eles esquecem quem eu sou. Não importa em que condições eu tenha voltado, nem quem esteja comigo. O que importa é que eu voltei. Daqui em diante, quero ouvir apenas duas palavras de vocês: "Sim, Senhor". Foi bom falar com todos vocês. -

Shion levantou-se, deixando sua última mão na mesa, um Royal Straight Flush.

[...]
Ele e Ayako partiram e viram Hakurei ainda sentado no bar, esperando. Shion se aproximou.
- Se divertiu? Vamos. -
Ao saírem do bar, próximo ao carro dele, havia duas autoridades, rostos antigos que provocavam e iniciavam uma conversa.
- Então a lenda é verdade, ele ressuscitou. -
Shion olhou para Ayako e Hakurei e disse. - Deem-nos um momento. - Os dois se afastaram, deixando Shion conversando com os dois policiais.

Shion se aproximou deles com uma atitude provocativa. - Vocês nem imaginam. - O policial mais velho começou a rir. Shion começou a se virar e ir embora, quando o policial mais velho, de maior patente, resolveu acompanhá-lo de forma mais solicita.

Ei, ei, Hattori, vem cá. - Ele se aproximou cada vez mais até ficar de frente com Shion. - Recebi uma ligação de um colega, um cara muito bom. Ele se lembra de tudo. Ele me ligou e disse: "Sabe quem voltou dos mortos?" Eu perguntei "quem?" Ele disse "Hattori Shion". Eu disse "Shion, o carniceiro, o chefe da maior gangue de criminosos que já tivemos? Aquele Hattori Shion?" Ele disse "é". Eu disse "impossível". Ele disse "não, ele voltou". Eu disse "não pode ser ele". Ele disse "é, aposto duzentos ryous que acabei de ver Hattori Shion". -
Shion respondeu de forma debochada: - Pois é, pessoal fala demais, não é, detetive? - O policial o interrompeu: - Não, espera. - Ele o interrompeu e falou por cima de Shion. - Tem algo irônico nisso tudo. Apreendemos cinquenta quilos de metal puro recentemente roubados, e na hora fiquei pensando, isso cheira a Hattori Shion. Não tinha a sua audácia, não tinha o seu brilho, mas tinha o jeito de Hattori Shion, e você está bem aqui. -
Shion continuou em silêncio, apenas o observando. - Olha, eu não sei quem vocês estão procurando, mas eu acabei de voltar. Hoje de manhã, saí com meu genro, com meu filho mais novo e com meu filho mais velho, que está ali, fomos caçar, coisa de família. - Ele falou de forma irônica.
O policial mais velho debochou: - Coisa de família? Eu também tenho coisa de família. Tenho que contar para minha mulher que perdi duzentos paus em uma aposta boba. -
O outro policial mais jovem decidiu entrar na brincadeira: - Ela é má. -
O mais velho ficou irritado. - O quê? - O mais jovem, meio desconfortável, tentava se explicar, enquanto Shion e o detetive o encaravam. - Ela pode ser má, sabe, foi... - e calou-se.
O mais velho pediu para Shion se aproximar e disse: - Peço que me olhe nos olhos, Shion. Faça-me um favor. - Shion o encarou, olhando profundamente nos olhos do homem. - Há quarenta anos, você fez uma jogada esperta. Aposentou-se de uma vida que poderia ter te matado ou te jogado na cadeia, ou as duas coisas. Mas estou pensando, não te prender quando tive a chance é o que mais me irrita em minha brilhante carreira. -
Ainda em tom de deboche, Shion sorriu ao responder: - Eu sei, mas... sem decepção, não se pode apreciar a vitória. -
O mais velho sorriu para Shion e respondeu de forma semelhante: - Azshara te ensinou isso? -
Sorrindo, Shion respondeu: - Isso é jogar baixo. - Rindo e apontando para o homem.
O homem, ainda com seu tom irônico, deixou um recado para Shion: - Vou te dizer o que é jogar baixo. A partir de hoje, se você atravessar uma rua fora da faixa, avançar algum sinal, usar um aerossol fora da direção certa, vou te segurar. Se pisar na bola, vou te prender pelo resto da vida. -
Shion deu dois tapinhas leves no braço dele. - Tá legal. - E começou a se afastar, sorrindo.
Quando Shion finalmente se afastou, o policial mais jovem perguntou: - Quem é Azshara? -
O mais velho, ainda olhando para Shion, respondeu: - É a mãe dele. E nunca fale sobre minha mulher. -

Shion entrou no carro com Hakurei e Ayako, que perguntou:

Algum problema? -
Shion respondeu: - Agora não. -
Eles permaneceram em silêncio enquanto retornavam para casa.

Durante o caminho, Shion permanecia em silêncio, os olhos fixos no horizonte como se buscasse respostas em algum ponto distante. Ayako e Hakurei, sentados no banco traseiro, seguiam calados, cada um imerso em seus próprios pensamentos. O silêncio era quebrado apenas pelos sons do motor e dos pneus rolando na estrada. A atmosfera dentro do veículo era carregada de tensão, e todos sentiam a iminência de algo importante prestes a acontecer.

Após um longo percurso, Shion finalmente deu um comando, sua voz firme e determinada ecoando no interior do carro.
- Nos leve até a antiga casa dos Hattoris. –

Ayako prontamente passou a ordem ao motorista, que prontamente desviou o caminho e seguiu em direção ao destino indicado. O trajeto era marcado por paisagens silenciosas, como se a própria natureza respeitasse a gravidade do momento. Ao chegarem ao local, o ambiente exalava nostalgia e abandono. Apenas uma placa contava uma breve história do clã, mas ao entrarem pelos portões de bambu, depararam-se com uma cena desoladora. Restava apenas o rastro de um local acabado, tomado por poeira, vegetação e pequenos animais, que pareciam ter se apossado daquele território abandonado.

Shion liderava o caminho, seus passos firmes e determinados, como se cada passo carregasse memórias pesadas. Ayako seguia ao seu lado, demonstrando respeito e reverência pelo pai, cujo passado estava prestes a se desvendar. Hakurei caminhava atrás, seus olhos curiosos e intrigados, tentando decifrar cada mistério que envolvia aquele lugar.

– Eu passei uma década da minha vida aqui. Na história, os Hattoris são vistos como um clã honrado, gentil e trabalhador, mas a verdade é bem mais cruel. – As palavras de Shion eram carregadas de emoção, e sua voz parecia trazer à tona lembranças dolorosas que estavam adormecidas por tanto tempo. – Aqui as coisas nunca foram fáceis, falta de água limpa e comida era comum. Nosso clã trabalhava para outros clãs fabricando armas excepcionais em troca de migalhas. Meu pai era o chefe da família na época, Hattori Hanzo, ele cometeu a estupidez de se casar com uma Uchiha e com ela teve uma criança mestiça. – Shion parecia relembrar com amargura os preconceitos que permeavam o clã naqueles tempos difíceis. – Embora famintos, o clã era bastante preconceituoso, queriam sempre o sangue mais puro possível, e isso cedo ou tarde traria problemas. –

O antigo salão de reuniões era o próximo destino. Cada passo no ambiente empoeirado parecia ecoar os segredos do passado. – Aqui aconteciam os planejamentos. Como o dinheiro era escasso, a gente saqueava vilas e clãs menores, roubávamos de gente mais ferrada do que nós para ter o que comer aqui. Um dia, planejamos algo grande: saquear um pequeno país. Era algo ambicioso, mas poderia funcionar. No entanto, Hattori Hanzo insistiu em me levar junto, para ganhar experiência. – As palavras de Shion ecoavam pelas paredes vazias, como se trouxessem à tona a agitação e as esperanças que outrora ocuparam aquele espaço.

O toque de suas mãos na mesa empoeirada parecia trazer à tona memórias vívidas. – No outro dia, o clã se destruiu. Não aceitando que um dia eu tivesse lugar na mesa principal, o clã resolveu derrubar Hattori Hanzo. Um massacre se iniciou, sangue e morte para todos os lados. No fim, fui golpeado pelas costas e, antes do fim, Katsura apareceu e me salvou. O que vem daqui pra frente fica pra outro dia. – O rosto de Shion revelava cicatrizes profundas de um passado sombrio e repleto de traições.

– Hoje temos do bom e do melhor. As pessoas se matam para estar ao nosso lado, mas as coisas não são simples assim. Eu poderia simplesmente sorrir e dizer com convicção que foi através de esforço de um trabalho digno e honrado, mas não foi. Estar na posição em que estamos hoje custou caro e causou grandes inimigos. – Shion parecia refletir sobre a complexidade do poder que havia conquistado. Ao caminhar para fora, em direção à casa onde ele e seus pais viveram, sua expressão demonstrava um misto de melancolia e resiliência. – Saindo daqui, cresci entre os Greys. Eles me faziam acreditar que eu era um deles, e em troca, eu usava uma máscara e o nome que me designaram. Me apontavam a direção e eu matava, matava sem pensar duas vezes, tudo para a minha nova família, tudo para garantir que todos eles estivessem bem. As histórias coincidem, não é Hakurei? – O olhar de Shion encontrou o de Hakurei, buscando compreensão em meio àquelas memórias nebulosas.

Hakurei finalmente tomou coragem para falar, sua voz trêmula carregando uma mistura de curiosidade e inquietação. – O que isso quer dizer? –
Shion completou, seu tom sério e solene. – Ambos temos nossas semelhanças. Você, por exemplo, filho de Laila Yuki e Hanato Uchiha. – As palavras caíram como um sopro de vento gelado, revelando segredos profundos sobre a origem de Hakurei.
Hakurei se irritou ao mesmo tempo em um tom de vazio. – Quem são esses? –
Foi quando Shion percebeu o desconhecimento de Hakurei sobre suas próprias origens. – Ah... você não sabia? Sinto muito. – Disse Shion, deixando o silêncio tomar conta.
Ele e Ayako se afastaram, dando espaço para Hakurei refletir e absorver aquela avalanche de informações. - Conversamos quando estiver melhor. –
Hakurei ficou ali parado por um tempo, não sabia se sentia raiva ou se chorava. Ele nunca sequer teve interesse em saber os nomes de seus pais, e de repente ouvir assim deu uma dor esquisita no estômago. Sentiu-se como um quebra-cabeça cujas peças estavam finalmente se encaixando, mas a verdade ainda estava envolta em sombras e mistérios. A jornada de descoberta acabara de começar, e ele sabia que muitos segredos ainda seriam revelados.