— Asmita-kun, mandaram entregar isso para você! Veio direto do Quartel General, parece que precisam que você resolva esse problema rápido! — A voz soou apressada e abafada por uma respiração ofegante. O loiro do clã Yamanaka observou por cima dos ombros a presença de um outro Genin, que estava encarregado de entregar as mensagens do Quartel General naquele dia. Era a tarde, e a temperatura em Kirigakure no Sato estava agradável, e Asmita não poderia se encontrar em um lugar diferente naquele momento, na floricultura observando o novo carregamento de flores que havia sido entregue. — São bonitas, não são? — Ele sorriu para o Genin enquanto aproximava o nariz das pétalas, sentindo o perfume que se propagava no ar. O Yamanaka estendeu sua destra para receber o pergaminho, e assim o garoto o entregou, esperando que o loiro segurasse com firmeza para então soltar. — Obrigado! — O outro agradeceu, se curvando para Asmita e rapidamente deixando a floricultura para terminar suas entregas. O histórico de missões do Yamanaka parecia ter chamado atenção, mesmo que o objetivo descrito não fosse dos mais difíceis, e o nível da missão parecia trazer nenhum tipo de desafio.

Retornou para sua casa, onde se apoderou de sua Oroborosu no Yoroi, que reluzia um arroxeado chamativo ao refletir quaisquer feixes de luz que a tocasse. Intimidante, Asmita tambem levou consigo um pincel, um grande pergaminho preso atrás de sua cintura, juntamente com um recipiente com dois litros de tinta oleosa, utilizada para a produção de suas artes vivas. Não ousou esquecer de suas balas doces, devorando uma enquanto seguia para os portões do vilarejo. A atividade dos delinquentes não estava a muitos quilômetros de Kirigakure, precisando apenas de uma hora e meia de caminhada lenta para chegar no primeiro povoado próximo. Seu alvo eram algumas crianças, as que demonstrassem maior pirraça quando questionadas. No povoado, todos eram muitos simples, e algumas crianças se reuniam em um campo próximo para brincar. A presença do Genin em sua armadura chamava atenção, e, com um olhar de curiosidade, o Yamanaka se aproximou com as mãos nas costas. — Olá, quem aqui pode me dar algumas informações? — Sorriu, mas de canto ouviu um riso de deboche, vindo da criança mais velha. — Ninguém aqui vai falar nada para vocês. — Assim que o suposto líder teve coragem de falar, todas as outras acompanharam sua revolta. Aquele era o sinal que procurava, destacar quem comandava o bando. Sequer precisou exibir algum selo de mão para que seu Kanashibari no Jutsu se espalhassem pelo ambiente, paralisando o corpo do líder dos jovens. — Obrigado e com sua licença... — Estendeu a mão para a testa do garoto e a tocou, invadindo sua mente e retirando as informações que precisava. Eram três mais velhos os autores dos furtos, e estavam ali mesmo, naquele povoado, escondidos em um porão a duas quadras.

Soltou o garoto, e quanto se distanciou, libertou-o de sua paralisia. Era tarde demais para que o garoto corresse avisar seus amigos. O Yamanaka agia em sua máxima velocidade, avistando o alçapão que levava ao esconderijo. Sua habilidade sensorial, Kanchi, estava mais potente do que nunca, ultrapassando o primeiro quilometro de alcance. Assim, obteve a posição dos garotos e invadiu a base, disparando novamente sua habilidade de paralisia, o Kanashibari no Jutsu. — O-o que? Indagou o primeiro. Asmita se aproximou calado, dando um peteleco na testa do mesmo. — Olá, rapazes. — Sentou-se na mesa de centro e cruzou as pernas, observando o trio. — Tenho um favor para pedir. Vão parar de roubar. Não é bem um favor, entendam mais como uma ordem. Do contrário, serei o pior pesadelo que vão ter. Estou sendo claro? — Se levantou e tocou a testa de um deles, sendo capaz de transmitir seus sentimentos mais ruins por seu Kanchi Denden. O garoto assustado chegava a choramingar e tremer as pernas, como quem segurava a vontade de ir ao banheiro. — SIM! SIM! — O Yamanaka o soltou e liberou os três dali, que esperavam o loiro sair para correrem em desespero para suas mães.

Retornou ao vilarejo terminando de devorar suas balas, garantindo que ninguém mais roubaria os povoados próximos.