Como sempre, mais um dia pacato. Com a vinda do verão o aumento sutil da temperatura pode ser sentido, o que incomodaria bastante meu sono. Já há algumas Luas desde que retornei da Forja dos Hattoris, permanecendo desde então de ócio repensando no que fazer a seguir. Minha tranquilidade matinal seria completamente ofuscada pelo jeito pouco escandaloso da minha irmãzinha. — IORIIII, MEU IRMÃOZINHO QUERIDO. HOJE É O DIA! — Bradaria ela, quase arrombando a porta do meu quarto, bastante enérgica e ofegante. Manteria minha tranquilidade, como se não me importasse, voltando a dormir. Ou pelo menos tentando, né. Porque a "coisa" me deu uma cacetada na cabeça, me derrubando da cama. — Vamos fazer nossos testes para que você vire um investigador. Estarei te esperando na porta! — Balbuciaria ela com seu sorriso angelical após um ato diabólico. Além disso, estranharia o uso de roupas mais longas por parte dela. Algo atípico, principalmente devido ao verão.

Coçando a cabeça com dor, me lembraria que hoje é o dia em que irei fazer os testes para entrar no ramo da investigação depois de semanas enrolando Saori para fazer. Para ela insistir tanto, eu devo ser muito promissor na área, então vou acatar o desejo dela e me esforçar. Os recursos de investigador me ajudarão a descobrir mais sobre a seita e conseguir informações privilegiadas para o Mizukage, atuando como um informante para ele, caso assim o líder do vilarejo queira.

Me ajeitando formalmente para a ocasião e pegando as coisas, me dirigiria até Saori, que estara do lado de fora, logo trancando a porta para nenhum estranho entrar. Caminharia com ela, que parece bastante animada nos seus passos, em direção ao Quartel General de Kirigakure.

— Seu pescoço. O que houve? — Indagaria, incisivo, percebendo marcas no pescoço da minha irmã, que ela estranhamente estaria tentando esconder com seus cabelos longos. — Ahn, é... foi um cachorro, hihi. — Balbuciaria ela em resposta, hesitante. Apesar de achá-la mais esquisita do que já é, apenas seguiria o caminho.

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Apesar de Saori se mostrar mais perturbada que o normal, seguiríamos sem maiores empecilhos, à exceção de alguns civis nos olhando com desdem, até o Quartel General de Kirigakure. O local já era mais ou menos conhecido por mim, porém agora seria apresentado com maior profundidade, além de vir com mais frequência que o costume por ser meu possível novo local de trabalho.

Conforme passávamos pelos setores, Saori iria elucidando quais eram tais, além de notar movimentações de pessoas. Não em abundância pelo horário, mas uma boa quantidade. Poucos me cumprimentaram com educação, sorriso e etc. A maioria simplesmente "cagaria" pra minha existência. Talvez por eu ser novato, não gostarem de Saori, minha má fama, enfim. Tanto faz. — Nossa, é muito cansativo. Tem alguns lugares que não vou te mostrar agora como a sala do chefe, a prisão e afins. Mas dá pra ter uma base legal com o que apresentei. — Murmuraria ela, ofegante.

Já havíamos passado pela recepção, central de flagrantes, locais onde se guardam os documentos públicos e etc. Uma porta selada me chamaria a atenção, mas Saori com seu ânimo não permitiria que eu continuasse em meus devaneios. — Onde estão aqueles dois? Já deveriam ter chegado. — Diria ela, se referindo a... não sei? Mas alguns investigadores pareciam estar bisbilhotando nossa conversa. — Voltem a trabalhar, fofoqueiros! — Bradaria minha irmãzinha.

Aparentemente, faltava algo ou alguém para que conseguíssemos iniciar o teste. Então aguardaria, encostado em alguma parede.

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Passando-se alguns minutos, uma garota com o que parecia ser uma... bolsa de sangue? Enfim, chegaria com uma expressão de cansaço. A bolsa de sangue estaria em sua cintura direita e conectada com um tubo no braço de mesmo lado. — Hopezinha, você chegou! — Bradaria Saori, correndo para o abraço com a garota, que parecia desconfortável mas acostumada ao mesmo tempo com esse excesso de afeto da minha irmã. — Essa é a Hope, Hope Chinoike! Ela vai me ajudar com o seu teste. — Elucidaria Saori, com bastante entusiasmo. — Olá. O outro atrapalhado irá demorar. — Diria ela, em tom intrínseco.

— Tá bom, vamos logo! Precisamos começar. Será por etapas, Iori. Assim ficará mais fácil pra você. — Explicaria Saori, nos chamando para uma sala fechada com uma mesa de tamanho médio con três cadeiras de um lado, provavelmente para os três testadores, faltando apenas o último, citado por Saori e Hope; e uma única do outro lado, para mim. Antes mesmo de avisarem sobre, sentaria nesta cadeira por conta própria. Saori sacaria uma prancheta com uma caneta e entregaria para mim. Analisando o conteúdo, era uma prova com assuntos variados, focada em testar meu conhecimento. — Essa parte é fácil. Nós analisaremos quando acabar. — Balbuciaria Hope com seu olhar morto.

As perguntas em si não eram tão difíceis. Envolviam coisas básicas sobre física, química, biologia e afins. Resumidamente, ciências forense num geral. No entanto, a última pergunta me faria pensar mais.
"A iluminação de um museu de arte de Kirigakure se apagaram durante alguns minutos. Quando a iluminação retornou, a arte mais valiosa havia desaparecido. Um investigador chegou ao local e iniciou a investigação. Havia três suspeitos e ele interrogou cada um deles.
Miyazono, uma professora da Academia Ninja, disse que estava passeando pelo local e ficou tão assustada quando as luzes se apagaram que não conseguiu se mover e não encostou em nada;
Akashi, um Chuunin, disse que estava admirando um dos quadros do lugar quando tudo aconteceu;
Ganta, um civil comum, disse que estava vendo um fóssil de dinossauro antes dos acontecimentos citados."

Após alguns minutos pensando, criando lógicas, traçando paralelos e afins, teria a resposta a resposta definitiva. No caso, a pergunta é sobre quem está mentindo. Marcando Ganta e finalizando a prova, entregaria a prancheta de volta para Saori. — Ganta está mentindo. É um museu de arte, não de dinossauros. — Finalizaria, convicto. Após, aguardaria a avaliação das garotas e os próximos passos.

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— Muito bom. — Murmuraria Hope, sem emoção alguma, seguido de Saori: — Você foi muito bem, acertou todas. Mas essa tava muito fácil mesmo. — Saori faria uma leve pausa, devolvendo a prancheta novamente porém em uma folha diferente.

— Certo, vamos treinar o "retrato falado". Eu vou descrever como se fosse a vítima. — Ela iria explicando. — E você irá tentar memorizar e desenhar o que achar mais próximo da aparência descrita. — Seria prosseguida por Hope, falando em sintonia perfeita. — Pra ser sincera, vai ser raro situações em que você precise especificamente desenhar a aparência. — Minha irmã continuaria com um dedo no queixo, expressando um ar pensativo. — Mas esse teste é bom pra saber sua capacidade de memorização e reconstituição básica da aparência de suspeitos baseado em depoimentos. Você é individualista segundo a Saori, então é importante saber projetar a imagem na cabeça antes de sair por aí em busca do suspeito. — Finalizaria Hope a linha de raciocínio de Saori.

— Didático. Podem começar. Estou pronto. — Murmuraria, dando o sinal para início do segundo teste, segurando a prancheta com a destra e a caneta com a mão dominante, atento às garotas. — Senhor Detetive, eu fui atacada por um homem. Ele tinha estatura média; porte físico atlético; sobrancelhas finas; bigode cheio e alinhado; cabelos cacheados e possuía um sorriso manipulador... — Iria dizendo Saori, entrando bastante na personagem de "donzela indefesa que foi atacada por um homem com intenções maldosas" vide suas expressões faciais, forma de utilizar o espaço ao seu redor com o corpo e tom de voz. Assimilando a forma como ela havia descrito, buscaria desenhar rapidamente o indicado, mostrando para ela e Hope.

— Horrível. — De forma seca e imediata, seria a avaliação da Chinoike, com um rosto de "Como você é tão ruim assim desenhando?". — Não dá nem pra defender. Isso tá péssimo. Vamos tentar de novo. — Finalizaria Saori, me deixando mais deprimido do que já estava. Enfim, continuaria tentando desenhar o retrato falado.

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Pouco após a humilhação passada devido a minha quase nula habilidade com desenhos, continuaria tentando e me esforçando. Por vezes consegui resultados melhores, outros piores; mas nenhum atingiu o resultado esperado, para meu azar e insatisfação das garotas. — Tá focando bastante na velocidade em que faz o desenho e pensando por conta própria. Você não estava lá, não tente imaginar a si mesmo na situação. Pense através dos olhos da vítima ou testemunha no momento em que ela viu o suspeito. Se baseie na linguagem corporal dela, tom em que ela deu o depoimento pra você, o estado psicológico dela quando te deu as informações; que quase sempre está abalado, mas podendo ser um blefe, e afins. Seu resultado melhorará. — Balbuciaria um rapaz desconhecido por mim que acabara de chegar no local. Aparentemente é o último integrante dos testadores que faltava.

— Pouco atrasado, Kerjo. — Hope reagiria de forma seca, revelando o nome do rapaz. — Oh, meu Kedoin favorito! Sente-se. E obrigada pela ajuda. Suas palavras foram muito importantes para ajudar o meu irmãozinho. — Diria Saori à Kerjo, que sem tardar sentaria na cadeira que restava, sacando um chiclete e começando a mascar, sem fazer barulho. Em seguida, todos continuariam aguardando meu progresso.

Pensando no conselho do Kedoin, buscaria olhar através dos olhos da vítima, Saori, em busca de projetar melhor a imagem do suspeito. Pelo seu estado amedrontado, há a possibilidade dela ter exagerado em sua fisionomia, alegando que o suspeito é mais do que ele é, unido ao seu jeito atrapalhado e pouco descritivo de sempre. Poucos segundos à frente, conseguiria materializar mentalmente a figura do homem, e, com calma e leveza, desenharia-o na folha em branco, tendo bastante cuidado com os traços e afins. Passado alguns poucos minutos, finalizaria, entregando o desenho ao trio. Claramente estou satisfeito por ter desenhado muito melhor dessa vez e ter descoberto uma metodologia mais prática para ajudar nas reconstituições.

— É isso aí, você sacou a ideia. Bom trabalho! — Kerjo seria o primeiro a reagir, enquanto Hope e Saori tardariam em suas análises, me deixando apreensivo. — Que demora... — Ciciaria, preocupado.

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Com um pouco de apreensão e receio da minha parte de não ter feito uma boa representação desenhada, a resposta viria: — Excelente. Roubou o pódio do Kerjo de segundo melhor desenho. A Saori fez um desenho péssimo na vez dela. Deixamos ela passar por simpatia. — Avaliaria Hope, para o sorriso de Kerjo e surto de Saori, que pegaria a garota e começaria a balançá-la. — Pensei que nós fôssemos amigas. Por que disse isso na frente do meu irmão? — Indagaria Saori, continuando a cena cômica por mais alguns instantes, até Hope ficar completamente pálida e desmaiar.

— Ei, cuidado. Você sabe que não pode fazer isso! — Bradaria Kerjo, que notaria o tubo desconectado do braço d Chinoike, recolocando novamente, permitindo que ela acordasse do seu desmaio. — A bolsa de sangue... anemia? — Indagaria, unindo os pontos para chegar a essa óbvia teoria. — Sim. Ela desde sempre teve esse problema. Todos os dias ela perde uma quantidade gigantesca, aí precisa andar com bolsas de sangue para repor o que perdeu. — Elucidaria Kerjo, enquanto Hope recuperaria a lucidez e Saori cruzaria os braços e desviaria o olhar, denotando estar brava e que não tinha intenções de ajudar no próximo teste.

— Obrigada. Nós já podemos ir pro próximo passo. — Balbuciaria ela, indicando que está tranquila agora. Em seguida, ela caminharia até mim e tocaria minha cabeça. Num piscar de olhos, todos os três sumiriam e eu estaria num ambiente diferente, com diversos elementos de caso criminal. — É uma simulação feita através de Genjutsu. Basicamente você terá que resolver esse caso. Assim que conseguir, a prova estará finalizada. — A voz de Hope vinha como um eco de algum lugar, explicando os passos. — Qualquer dúvida pode gritar, mas não posso ajudar a resolver. Lembre disso. Boa sorte. — Finalizaria ela.

Agora, cabe a mim analisar toda a cena do crime em busca de pistas que resolvessem o mistério.

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E iniciado o que parece ser o teste mais complexo e demorado, começaria as buscas pelo local. É claramente um quarto de alguém da burguesia vide o artesanato e móveis sofisticados. Sentindo um cheiro de sangue, caminharia em direção a da onde vinha, ficando mais forte a cada passo dado. Chegando, vi o corpo de uma mulher loira com pijamas, assassinada, mas sem me abalar muito. Uma cena que ainda verei com frequência.

— Morta há pouco. Recebeu um golpe de meia-lua no pescoço por algum objeto pequeno. Julgo que uma faca. — Murmuraria encarando o corpo morto que caiu sentada e encostada na cabeceira de sua cama. Moveria levemente sua cabeça com as mãos, sentindo como se ela fosse de verdade. — Que Genjutsu bom. Dá pra sentir o aspecto do cadáver. A Hope deve ser muito bom nesse estilo. — Ficaria impressionado com as capacidades ilusórias da testadora, continuando as análises do cadáver. Também checaria suas mãos, com algumas pulseiras de pérola e anéis em ambas e cujo qual a destra estara fechada. Abrindo-na com cuidado, notaria uma gilete. — Sangue nos dedos. Pela expressão facial dela e esse fato estava fazendo algo normal quando foi surpreendida pelo criminoso. Ela demonstrou resistência e conseguiu atingi-lo antes de receber o golpe. Pela altura dela, cerca de 1,64 e o local em que foi atingida ele deve ter entre 1,75 e 1,80 e era canhoto. — Balbuciaria, pensando que ainda falta algo com um dedo no queixo.

— O ataque foi imprudente. Ele não queria matá-la. Caso quisesse atacaria pra isso e não deixaria ela morrendo de sangramento. A julgar pela vítima parecer ter bastante bens materiais baseado nas suas vestes e mobília da casa, ela estava com algum objeto que possuia valor pro criminoso. Aparentemente estava no pescoço e ele tentou retirar com a arma do crime, e acabou acertando o pescoço dela por instinto pela reação ao crime. — Balbuciaria, continuando as análises.

— Agora só falta achar o criminoso e descobrir o que ele queria. Seu corpo está aqui. Ele também foi atingido. — Finalizaria, olhando para trás e vendo a porta do quarto aberta, com rastros de sangue levando para o lado de fora. Seria meu próximo destino.

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Continuando as investigações, sairia do quarto e seguiria os rastros de sangue, que continuariam até o fim da longa escadaria e uma parte da sala, indicando que o criminoso correu muito pelo que posso ver com mais detalhes agora, mansão. Encontraria seu corpo no chão, e colocando o dedo do meio e o indicador da canhota em seu pescoço, checaria se ainda estava vivo. Felizmente ou não, está morto, indicando que também morreu por sangramento pelo combate com a loira. E suas características físicas bateram com meus dados analisados, como altura, porte e afins. Além disso, poderia notar algo em sua mão direita, e, um pouco afastado da canhota, a arma do crime: Uma faca.

— Que azar. Foi roubar e morreu. Não gostaria de ser você. — Murmuraria, observando o ser deplorável. Analisando, poderia ver um colar de pedras preciosas na sua destra, possivelmente sendo o que ele queria roubar da loira por talvez possuir alto valor monetário. — Só falta saber da onde ele entrou... chuto que pela janela. — Balbuciaria. Em seguida, voltaria até o quarto subindo os longos lances de escada.

Lá, veria estilhaços da janela no chão e um espaço aberto que provavelmente foi por onde o criminoso passou após quebrar. Agora, restava fazer a reconstituição da cena do crime. — Hope. Primeiro, ele adentrou a casa através da janela de forma nada sutil. A mulher provavelmente estava se preparando para dormir quando foi surpreendida pelo ladrão, que, com a faca tentou cortar o colar de seu pescoço e fugir, mas, devido à inexperiência ou não, atingiu o pescoço dela num corte em meia-lua. Durante o embate, também foi cortado por uma gilete bem fina. Por azar, morreu do mesmo jeito que a pessoa que ele tentou roubar, mas acredito que sofreu mais por tentar fugir. Arrisco a dizer que caiu rolando da escada e morreu após avançar mais um pouco à frente. — Bradaria para a Chinoike, resolvendo o caso com sucesso. — Não teve final feliz pra nenhum dos dois, mas pelo menos ela não morreu sem machucar o assaltante. — Balbuciaria coçando a cabeça e encarando o corpo da loira.

Seguidamente, num flash, retornaria ao mundo real, saindo da simulação. A primeira sensação seria a da pequena mão de Hope sob minha cabeça. — Parabéns. Você conseguiu. Estou impressionada. — Parabenizaria-me Hope. — Sem nenhuma dica e em tempo recorde. Você é um prodígio, de fato. Falta pouco para terminarmos. Vamos. — Finalizaria Kerjo. Saori ainda parece brava com a zoação de Hope e se manteve quieta.

Agora aguardaria os próximos acontecimentos.

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E finalizada mais uma prova, outras viriam a seguir, gerenciadas pelo trio. Sim, Saori parou de birra e voltou a falar com todos de novo. E assim seguiríamos, comigo terminando todos os testes com maestria, para felicidade de Saori, minha tranquilidade, e satisfação de Hope e Kerjo. — Está ficando tarde. Só assinar esta papelada e você será bem-vindo à Divisão de Inteligência de Kirigakure, Iori Uchiha. Parabéns. Estou ansiosa para trabalhar com você. — Diria Hope, entusiasmada pela primeira vez, com um sorriso de canto no rosto. — Quando precisar, saiba que é só me chamar. Irei sempre tentar tirar suas dúvidas. — Bradaria Kerjo, receptivo.

Em seguida, começaria a assinar todos os documentos, lendo-os com atenção previamente, claro. Finalizando, entregarIa de volta o que seria minha confirmação para adentrar ao meu novo trabalho, cujo qual me empenharia ao máximo para garantir os melhores resultados, tanto para mim quanto para a vila. — Por ser novato, seu alcance e reconhecimento serão relativamente básicos. Mas nós iremos te ajudar e tentar garantir sua escalada à níveis mais altos. Tenho certeza que se tornará um grande investigador. — Saori faria suas palavras motivadoras com um grande sorriso e brilho nos olhos, mostrando o orgulho que ela tem de mim.

Após alguns minutos de conversa, nós iríamos nos despedir dos dois e veríamos eles saindo. — Pega a chave na minha gaveta, por favor? Aí podemos ir. — Pediria Saori, pedido no qual eu buscaria atender sem hesitar após ela me entregar o que seria necessário para abrir. Ela me aguardaria na porta. Enquanto isso, eu abriria a gaveta, vasculhando os pertences dela em busca da chave. Encontraria uma carta estranha, seu conteúdo dizia algo como um horário para comparecimento, que deveria ir sozinho ao local e endereçada por um tal de... "Pequeno Soldado de Cristo". Indo mais a fundo, perceberia que a carta diz que o dia marcado para esse tal encontro é "hoje", e que Saori deveria ser punida por algumas inconveniências causadas por alguém importante pra ela. — O que é isso? — Indagaria, imaginando que esse "Alguém" fosse eu e confuso sobre tudo aquilo. — Vamos, já tá escurecendo! — Gritaria ela. Escutando, eu pegaria a chave, e a carta também, guardando-a no bolso, pois queria lê-la mais tarde e quem sabe descobrir o segredo por trás.

Em seguida, seguiria caminho com Saori. Preocupado, mas sem demonstrar, em direção a minha casa. Observaria ela neutra à todo momento.

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O caminho para casa seria silencioso. O som dos ventos nas ruas escuras de Kiri foram as únicas coisas impedindo o silêncio absoluto. Apesar de tudo, Saori se mostraria cansada e se manteria perto de mim a todo momento. Em poucos minutos chegaríamos na minha casa. — Tenho algo pra fazer e depois vou descansar. Fique bem. Eu te amo, irmão. — Ela quebraria o silêncio com sua fala unida à um sorriso sem graça, se despedindo de mim e partindo em direção a algum lugar. Eu simplesmente daria "Tchau" a ela e entraria em casa. Tudo para esperar passar alguns minutos e sair novamente, em direção ao lugar indicado na carta enviada para Saori.

No meio do caminho iria lendo o restante da carta, mas sem descobrir nada demais. Aparentemente só ela entenderia completamente o conteúdo de fato. Chegaria próximo do lugar e veria ela sozinha num ponto iluminado pela Lua e algumas lâmpadas. Me escondendo levemente distante dali, veria um homem alto e robusto com dois seres — provavelmente seus seguranças — aparecer. Por ter lido a carta, posso assumir que seja o tal "Pequeno Soldado de Cristo". Não conseguia escutar a conversa pela distância mas ele aparenta estar bravo enquanto Saori um pouco mais recuada. De repente, vejo ele golpeando minha irmã com sua mão e a derrubando no chão pela força exercida; e não pararia por aí, pois seus dois seguranças começariam a bater nela lentamente. Com tudo isso, minha mente seria tomada por ódio, e sem pensar, buscaria avançar, até que...

— Não seja imprudente. — Uma voz familiar seria ouvida e uma mão poderia ser sentida segurando meu braço e impedindo meu avanço. É Kerjo. — Sim, eu sabia da carta também. Foi por isso que demorei pra chegar hoje mais cedo. Ainda bem que cheguei à tempo. Então os boatos são verdadeiros. O "Pequeno Soldado de Cristo" é o Chefe. Ele anda estranho desde a ascenção da seita que é contra o governo do Mizukage. — Murmuraria ele em um tom audível somente para mim. — A minha irmã está apanhando, não posso ficar aqui assistindo! — Responderia, irritado com a ação de Kerjo de me impedir de ir. — Você avançaria, e depois? Apanharia até seu rosto perder a forma? Esse cara é mais forte do que parece. A inteligência e influência dele são demais para nós. Não podemos fazer nada agora. Mas como vimos essa cena e sabemos que pode existir mais pistas como a carta, devemos investigar e acabar com essa corrupção. Por enquanto, se acalme e cuide da Saori quando ela voltar. Finja que não viu nada, entendeu? Eles não podem matar ela, é muito importante pra Divisão de Inteligência. Confie em mim. — Finalizaria ele sua explicação. Antes que eu respondesse, ele cobriria minha boca com sua mão e apontaria em direção às coisas que estavam acontecendo. Haviam parado de bater nela, mas ele diria alguma coisa, provavelmente o clichê do vilão de dar um aviso final, seguido de uma cuspida e sua retirada.

— Se isso significar o bem de Saori e de Kirigakure, irei acabar com todos esses desgraçados corruptos. Será difícil deixar minha irmã sofrer assim, mas obrigado. E espero que sejamos uma boa dupla para acabar com tudo isso. Confiarei em você. — Balbciaria para ele, lacrimejando um pouco e estendendo minha destra, para cumprimentá-lo, cujo qual o mesmo retribuiu o gesto. — Vamos juntos, Sargento Iori. Por agora, esfrie a mente e descanse. Estaremos esperando para receber seus serviços. — Responderia ele com um sorriso espontâneo. Seguidamente, notaríamos Saori se retirando dali se arrastando pelas paredes, claramente com muitas dores físicas.

Tentando controlar meus sentimentos iria me despedir do meu novo companheiro e partiria em direção à minha casa para dormir e esquecer o que havia acabado de presenciar. Fato é que agora sou oficialmente um Investigador da Divisão de Inteligência de Kirigakure.

O que virá a seguir?

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