Entre o clima gélido da Forja do Lobo um rapaz se esquentava do frio próximo um forno a lenha utilizado por padeiros, tinha dias que ele se mantinha ali quieto apenas com suas mãos escondidas entre seus braços tentando se manter aquecido.

Ele não interagia ou dava qualquer assunto para os Hattoris não se sentia pertencente daquele lugar, apenas se lembra de um tempo no passado enquanto adormecia.

Muitos anos atrás em uma memória antiga
O pequeno Shion era levado em uma reunião dos Hattoris junto a seu pai, ele tinha sete anos na época e estava na hora de aprender alguns costumes. A reunião era lotada de algumas autoridades Hattoris, falavam alto, riam alto, deixavam bebidas cair sobre os outros e soltavam muita besteira, era um povo bastante mal-educado. Seu pai Hattori Hanzo se aproximou passando por todos, ao Líder do Clã os Hattoris até prestava algum respeito, mas ao pequeno mestiço os olhares de nojo eram evidentes. Hanzo se sentou em um trono improvisado que ficava mais a frente em alguns andares elevados, quando ele abaixou a mão o silencio reinou no local com os primeiros cumprimentando o Conde educadamente.
- Conde Hanzo! – Dizia os Hattoris em voz alta erguendo suas bebidas.
Hanzo contava sobre os planos para o inverno, os alertava de possíveis lugares para saques e dessa vez pensava em levar os garotos de idades mais baixas para ter um pouco de experiencia o que significava seu filho, isso mudou completamente o clima no lugar, um mestiço Hattori e nem cabelos azuis o garoto possuía, eram cabelos negros como de um Uchiha, seus olhos eram verdes e não azuis, e os Hattoris prevalecia as raças acima de tudo.
- Conde Hanzo... não acha melhor a gente ser um pouco mais seletivo. – Dizia um dos Hattoris encarando Shion.
Hanzo bufava. – Senhores, eu sei o que passa nas cabeças de cada um de vocês, mas eu garanto, meu filho pode não ser cem por cento do meu sangue, mas o suficiente que tem nele é Hattori. –
Hanzo acenou a cabeça positivamente para Shion que abriu sua mão mostrando ao homem que se manifestou, o homem mais do que depressa olhou para sua mão direita e percebeu que seu anel de herança havia sido roubado, o que deixou alguns Hattoris impressionados que um jovem como ele já tinha todas as habilidades de um bom gatuno.

Mais a frente em outras memorias.
Um pouco mais velho as conversas entre os Hattoris era que o filho mestiço de Hanzo seria o provável próximo Conde por indicação do pai, as coisas não ficaram nem um pouco agradável entre os Hattoris, aqueles que já não aceitava um mestiço entre eles não aceitaria um mestiço os liderando e uma possivel tomar de poder foi planejada.
Um dia enquanto Shion estava em uma aventura com seus novos amigos, Katsura e Opus, ele acabou chegando mais tarde no local onde seu clã vivia, quando chegou a aquele local o cheiro de sangue invadia as narinas aguçadas dele, o incomodo do cheiro fez com que ele diminuísse o passo tentando entender de onde vinha esse cheiro.

Quando enfim entrou aos portões da vila que estavam entreabertos ele começou a ver o caminho do combate, casa incendiadas, muitos mortos, homens finalizando batalhas, o garoto correu, correu em busca do único lugar que ele ficaria seguro, mas ao chegar perto a sua casa, ele via seu pai de pé completamente ferido, sua mãe caída e morta no chão, o garoto correu em direção a seu pai, ele queria respostas, perguntava o porquê de tudo aquilo, mas seu pai apenas lhe dizia seu último suspiro. – “é por ser quem você é” – Essas foram as últimas palavras de Hanzo, o garoto caiu de joelhos vendo seu reflexo em uma poça de água, ele via a imagem em seu rosto, ele não se parecia como os Hattoris, no fim era apenas um mestiço. Atrás dele um homem se aproximava com um machado acertando as costas do garoto o jogando contra o chão, o garoto começa a gemer de dor, sua vida começava a se esvaziar, mas de repente um grande clarão vermelho despedaçou o corpo do homem, e a última coisa que o garoto se lembra era a voz da Katsura, ele não viu, mas Katsura naquele dia fez algo que mudou e salvou sua vida, ela cortou seu braço e concedeu a Shion seu sangue, isso salvou a vida dele, mas não foi somente isso, despertou em seu corpo habilidades que ele nunca imaginaria ser capaz de utilizar, como a evolução final de seus olhos, a capacidade de ler a mente das outras pessoas, mas ao mesmo tempo deu aos Greys o poder de controla-lo.

Presente
Uma senhora se aproximou de Shion e colocou nele uma coberta, isso o fez despertar de suas lembranças, ficou olhando para aquela mulher que continuava olhando para ele, incrédulo ele perguntou.
- Por que está me ajudando? –
Ela se sentou ao lado dele.
- Porque você está com frio. – Dizia a velha Hattori.
- Você sabe quem eu sou? – Questionava o surpreso Shion.
Ela suspirava e o respondia. – Você é um jovem que fez muita coisa errada, mas ainda assim é da família, sim a gente sabe você é um Hattori, cheira como a gente, luta como a gente, não podemos desamparar a família. –
Toda aquela reação incomodava demais Shion. – Eu não sou como vocês, meu sangue é Uchiha tambem. – Se irritava o Hattori.
A velha sorria. – Ah, você é do povo do sul, toda família tem seu lado problema, o povo do sul tinha essa mania de raça pura, nos afastamos deles, aquilo ali cedo ou tarde terminaria de forma ruim. –
A Senhora se levantou, tocou no ombro de Shion e entregou para ele um pão.
- Olha rapaz, não sei onde pretende passar a noite, nós não temos muito, mas um lugar quentinho para dormir eu posso conseguir, caso prefira em vez de dormir nesse chão imundo, de qualquer forma é só me seguir. –
A velha partiu e foi andando, Shion ficava olhando para o pão, olhava para a velha, suspirava, se agasalhava e a seguia até uma casa pequena, não tinha muitos cômodos, uma mesa de jantar e bastante pessoas que mesmo na miséria ainda assim se divertiam enquanto jantava, inclusive a presença de Shion ali não foi incomodo algum para eles, ali ele ficou, resolveu passar a noite com aquela família amigável.

No outro dia ele acordou com algumas crianças o olhando dormir, ele já levantou incomodado.
- O que querem? –
As crianças correram para atrás da porta até que uma delas tomou coragem.
- Você é o cara do jornal? –
Shion se sentou do lado da cama ainda meio tonto de sono.
- Que cara? – Perguntou um pouco irritado para os garotos.
- O Hattori que matou aquele tanto de gente. –
Shion suspirou, se levantou.
- Vocês não têm idade para ficar lendo essas coisas. –
Ele vestiu suas roupas da parte superior do seu corpo passava pelas crianças e buscava encontrar com a senhora que o recebeu tão bem, ao encontrar ele segurou a mão dela e entregou um pergaminho.
- Senhora, eu não tenho meios monetários para te pagar por toda a hospitalidade, mas eu tenho isso. –
Ele liberou o pergaminho e dele a Fire Sword se manifestou.
- Você poderá vender essa arma para qualquer shinobi de alta patente e vai conseguir uma quantia para viver bem pelo resto da sua vida, eu agradeço por tudo. –
A senhora aceitou o presente, mas o perguntou.
- Para onde vai agora? –
- Meu objetivo é encontrar a terra dos Greys, acho que lá terei as respostas que busco. –
Ela o desejou boa sorte e viu Shion partir rumo a Silvermoon.