[CENA] FORJANDO INTELIGÊNCIA

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[CENA] FORJANDO INTELIGÊNCIA
[CENA] FORJANDO INTELIGÊNCIA

Bloodlad

[CENA] FORJANDO INTELIGÊNCIA 76139df0c00970d1b7071220d0743c2a

Dom 28 Ago 2022 - 4:24

Narrador: BLOODLAD

FORJANDO INTELIGÊNCIA.

@Zireael

ㅤㅤKaiba não tinha facilidade com o ferro, era sempre muito rígido e de difícil manejo, o aço lhe parecia mais fácil. Mas o Tehoko-dono encomendou uma placa de ferro, para colocar no cercado de sua casa, então não tenho escolha. Era dureza a rotina da forja, e Gin não facilitava para ele. "Kaiba faz isso, Kaiba faz aquilo". Eu faço tudo por aqui, se é que não percebeu, Gin-san. Reclamou, mas apenas para si, jamais proferiria nenhuma daquelas palavras ao vetusto, o estimava em demasia.

ㅤㅤ– Kaiba, onde está Emiya? – o velho homem o assustou, aparecendo no andar em que o menino forjava a placa de ferro encomendada.
ㅤㅤ– Ele ainda não chegou, Gin-san? – viu a face do idoso, e entendeu que não. Droga... onde você está, Emiya-san?
ㅤㅤ– Quando chegar mande que vá a minha sala, quero ter com ele.
ㅤㅤ– Tudo bem. – martelou o ferro, mas o material continuava inflexível.
ㅤㅤ– O que está fazendo? – ele indagou ao menino.
ㅤㅤ– A placa de ferro que Tehoko-dono nos encomendou há dois dias.
ㅤㅤ– Era de aço. – havia se equivocado. Essa não...
ㅤㅤ– Ah não, não. Droga, vou ir lá embaixo pegar a chapa de aço. – acelerou.
ㅤㅤ– É bom, e quando Emiya chegar, não esqueça, peça que ele venha até a minha área de forja, quero falar com ele. Você vai gostar também.

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Post 1/5

> awful

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Zireael

Jōnin

Seg 29 Ago 2022 - 19:09

Passos largos me carregavam através das ruas de areia, os passos riscando o assoalho arenoso em pegadas que em pouco desapareceriam pela ação do vento. O sol estava começando a aparecer por detrás das colinas, e por estar bem cedo, o calor ainda não era um empecilho para mim. Apesar de cedo, eu estava atrasado. Seria o dia de visitar a forja de Gin e Kaiba, uma oficina localizada no subúrbio de Sunagakure, um lugar caótico, repleto de transeuntes que rumavam de lá para cá. Entretanto, enquanto eu me arrastava até o destino, percebia a serenidade estranhamente instaurada no distrito – talvez pela ausência do sol quente, ou quem sabe pela manhã ter se iniciado há pouco. Seguia firme, até me vislumbrar com o bafo quente que emanava de uma grande construção. De lá, o caos vinha à tona e afugentava a pacificidade: barulhos incessantes de aço contra aço, ferro contra ferro; além disso, de longe, conseguia ver a fuligem exalar através das portas e janelas e se acumular no ar, rumando até as nuvens enquanto formavam um pequeno bolsão negro no alto do céu. Me apressei, superando um pequeno outeiro formado por areia e adentrando na oficina.

— Cheguei. — Avisei a minha chegada, empurrando a porta entreaberta enquanto sentia o sopro de calor atingir a minha face. Fechei os olhos por um momento para me sentir imerso naquele ambiente, e em seguida, abri-os novamente, me vendo coberto por um mar de poeira negra. Deparei-me, no instante, com Kaiba, que procurava algo entre as diversas prateleiras e baús que alojavam diferentes tipos de metal. Suas mãos calejadas remexiam as peças nos lugares onde procurava, fazendo mais uma aparente cacofonia. Estava exausto, com os cabelos negros colados na testa e com gotas de suor pingando pelos flancos do rosto e, por vezes, nos seus óculos imundos pelo intenso trabalho na forja. Seu semblante era de preocupação, ou ainda, de extremo cansaço. Não sabia dizer ao certo, mas ele parecia concentrado no que fazia. — Precisa de ajuda, Kaiba-san? Gin-sama está lá em cima? — Fiz a pergunta apenas por mera cordialidade – não esperava que ele fosse pedir por ajuda –, e logo emendei com uma nova pergunta, levantando a hipótese que o mestre Gin se encontrava no andar superior da forja. Mesmo que ele não respondesse, eu iria adiantar meus passos ao longo da escadaria que levava até o segundo andar, subindo-a degrau por degrau caso Kaiba realmente não requisitasse por nenhum auxílio.

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Bloodlad

Ter 30 Ago 2022 - 3:21

Narrador: BLOODLAD

FORJANDO INTELIGÊNCIA.

@Zireael

ㅤㅤMesmo sendo aguardado, Emiya o assustou.

ㅤㅤ– Emiya-san – exultou em vê-lo. – Gin-san quer falar com você. – deu a mensagem do velho, antes mesmo de cumprimentar devidamente o recém chegado. – Ah propósito, ta tudo bem? Parece... cansado. – observou, ajoelhado e com a mão à apalpar uma dezena de placas de aço, num compartimento de pedra acoplado a uma das paredes. – Acho que você vai servir. – comentou baixo consigo mesmo, escolhendo qual delas iria trabalhar. – Estou fazendo um peitoral para uma armadura. – dividiu com o Uchiha. – Tehoko, o nome dele. É um ninja, que nem você.

ㅤㅤApanhou as placas e subiu, incitando que Emiya assim também o fizesse. Gin os veria chegar com um olhar rasteiro, mas sem cessar o martelar. Era um homem compromissado com suas criações. Kaiba logo voltaria à sua área de trabalho, para iniciar o processo de molde do aço; esquentar, martelar e resfriar. Por ser próximo, conseguia ver de relance velho Gin nos trabalhos braçais, e Emiya próximo a ele. O que será que conversarão? Ele ficou curioso, enquanto sua placa de aço esquentava na fornalha.

ㅤㅤVelho Gin pausou.

ㅤㅤ– Achei que fosse vir mais cedo. – ouviu o ferreiro dizer, sua voz era pacífica, até quando irônico. Tinha um objeto grande, fino e cilíndrico à sua frente. É uma glaive ou um bastão? Não soube distinguir. Um ferreiro mais experiente saberia, menosprezou-se. – Tenho algo para você – ele disse a Emiya. – Pegue ali na bancada, abaixo da caixa de madeira. – apontou.

ㅤㅤKaiba ficou observando para ver o que era... Um livro? Parecia-lhe que sim.

ㅤㅤ– Está surpreso que eu saiba ler? – o velho indagou ao Uchiha, com um gargalhar, seu bom humor era aprazível. – Esse é o diário do meu antigo mestre de forja; Trino Fushigutori. Ele colocou tudo nele, os métodos, as dicas, suas opiniões sobre os materiais mais fáceis e difíceis de serem trabalhados, e até suas visões de mundo. – ele riu. – Era meio louco, mas bom e muito inteligente, mais do que se poderia esperar de pessoas que exercem nossa função. – fez um comentário reflexivo, mas de forma despretensiosa. – Fique com ele para você, sinto que deveria lê-lo.

ㅤㅤKaiba atentou-se a cena com olhos confusos, e como nada era perfeito, enciumou-se. Por que...?

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Post 2/5

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Zireael

Jōnin

Ter 30 Ago 2022 - 23:00

Kaiba tomou nas mãos uma placa de aço e disse que se tratava de uma encomenda para certo shinobi. Despretensiosamente, dei de ombros, balancei a cabeça e segui para o andar superior. O ferreiro de óculos, por sua vez, ao encontrar o que queria, tomou um lugar ao meu lado e repetiu os mesmos passos. Subimos a escadaria, e os sons da madeira rangendo se juntaram aos estalos das brasas aquecidas ao longe. Logo eu e ele estaríamos à vista de Gin. O mestre artesão estava na fornalha, concentrado em um trabalho. Pensei em não o interromper, mas eu já estava atrasado para ter com ele e resolvi me aproximar – Kaiba, por outro lado, se afastou. De perto, assim que me acheguei, pude ver Gin trabalhar: as mãos ásperas e calejadas sustentando uma peça metálica através de um tenaz e, ainda, um martelo surrado e repleto de oxidações. Embora a idade avançada, o mestre ferreiro desfrutava de musculatura e de vigor impressionantes – os antebraços e ombros estriavam enquanto ele apertava firme o cabo dos seus instrumentos; ao mesmo tempo que o peitoral se enchia de ar como se pudesse formar um hálito forte o bastante para enfrentar o calor que exalava da fornalha. Em seu semblante, existia o contraste entre a experiência de anos e o cansaço da idade; e mesmo assim, vê-lo operar como um ferreiro era algo impressionante de assistir. Continuei a fitá-lo até ele parar subitamente.

— Peço desculpas, Gin-sama. Me atrasei um pouco, só um pouquinho. — Abandonei o silêncio e me desculpei; afinal, não haviam motivos para confrontar a ironia estampada nas palavras de Gin. Ele era meu mestre e, acima disso, um amigo. Depois, o que veio foi um presente. Seguindo o que ele havia falado, me aproximei da bancada que me fora apontada e ergui a caixa de madeira com uma das mãos. Com a outra, peguei um levemente empoeirado e com marcas de dedos, um exemplar antigo, mas com as páginas íntegras pelo que parecia. — Você lê? — Pergunto com uma leve risada, e a resposta vêm logo depois com uma entusiasmada gargalhada do velho ferreiro. De acordo com Gin, aquele era o diário de seu mestre, um ferreiro chamado de Trino Fushigutori. — Obrigado, Gin-sama. Faz tempo que não leio alguma coisa, acho que a última vez que coloquei esses neurônios para trabalhar foi na biblioteca... e isso foi alguns anos atrás... — Digo enquanto coço a minha nuca com a ponta das unhas. A minha voz era reflexiva, mas ainda com um pouco de indiferença. — Vou dar uma chance para o diário. Quem sabe eu não possa aprender algo novo. — Completo meu raciocínio, me esgueirando para a cadeira de frente para a bancada. Sento, e em seguida, abro o diário na primeira página. Logo mais, Gin e Kaiba retomariam os barulhos ao redor, mas tentaria me concentrar apenas naquilo à minha frente: no diário e na leitura do próprio.

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Qua 31 Ago 2022 - 18:10

Narrador: BLOODLAD

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@Zireael

ㅤㅤGin riu com as caçoarias de Emiya, ele percebeu, enquanto tentava dividir a atenção entre a placa de aço e a conversa. Velho Gin começou a dar mais detalhes sobre o tal diário, a começar por ele nunca ter sido dado a ele.

ㅤㅤ— Trino nunca o deu a mim, nem a ninguém. Eu o encontrei fuçando suas coisas, e mais um amontoado de papéis dispersos, um pouco tempo depois de sua morte. Eu próprio o compilei. — relatou, com um sorriso triste. — O li como se tivesse sido escrito para mim, um presente, ainda que isso não fosse verdade. Na época me serviu muito, melhorei na forja, e na vida em geral... Vamos, abra.— incitou, enquanto Kaiba martelava com força, e mais força. Por que não está tendo essa conversa comigo, Gin-san? Não compreendia.

ㅤㅤQuando abrisse a obra, Emiya se depararia com uma série de desenhos e designs, de armas, armaduras, e outras engenharias metalúrgicas. Entre os esboços, anotações, ideias e frases soltas, como a que logo saltaria os olhos do Uchiha: "Uma fé perseverante é muito mais firme do que o aço temperado", Trino escreveu, apenas para si, jamais imaginou que alguém fosse ter acesso aquilo.

ㅤㅤ— Vamos, leia o que tem ai. — Gin sugeriu enfático. Queria ouvir as impressões do menino sobre o conteúdo do diário. Kaiba martelou a placa de aço mais vezes do que deveria, e amaçou, droga, droga, tentou disfarçar para que Gin não percebesse, mas a atenção do velho homem estava para com Emiya. Claro que está...

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Zireael

Jōnin

Qui 1 Set 2022 - 18:10

— Se ele nunca entregou esse diário para o senhor, foi certo você ter lido isso? — Fiz o questionamento em um tom baixo e com um breve sorriso, ainda que meus olhos continuassem fixados nas páginas da obra, compenetrados. Tateava as folhas pouco a pouco, tomando cuidado com a textura fina do papel e sentindo a poeira grudar na ponta dos dedos. E qual era o conteúdo do diário? De início, vi alguns rabiscos: desenhos de armaduras e armas com diferentes esquemas feitos à mão. Ao lado das imagens, algumas descrições sobre o modo de preparo do metal e a maneira como dispor os instrumentos da forja nesse preparo. Além disso, algumas expressões se faziam redigidas em algumas páginas, frases soltas de motivação – ou de pura reflexão, talvez. Gin pediu para que eu lesse o diário, e foi no instante que uma dessas frases passou pelos meus olhos. — "Uma fé perseverante é muito mais firme do que o aço temperado". — As palavras suaves ecoaram em meio ao salão, seguidas pelos barulhos dos metais se chocando repetidamente. Franzi o cenho e tentei entender o que aquilo queria dizer. Era complexo, pelo menos para mim. O que é a fé representa para mim, afinal?

— Dá pra ver que esse seu mestre gostava de fazer reflexões... Um pensamento bem profundo, não acha, Gin-sama? O que acha disso, Kaiba-san? — Virei meu olhar para o velho às minhas costas, e em seguida para o ferreiro de óculos, que já se encontrava trabalhando em uma bigorna ao fundo do estabelecimento. — Essa frase tem um fundo de verdade, eu acho. E não somente do que aço temperado – se a fé for realmente perseverante, ela será tão inabalável quanto uma placa de titânio, ou ainda, do que uma peça feita de diamantes. — Enquanto falava, minha imaginação me levava através dos materiais, pensando em armaduras e armas inquebráveis. Pensava em um capacete abrilhantado, reluzindo no escuro, e então pensava em uma espada que emitia uma luz tão forte quanto o sol da manhã. A fé, para mim, era aquilo. A crença de ser capaz de superar as sombras; acreditar que seus ideais são os corretos; e ainda, a esperança de que tudo ficará bem no final. — Esperança... — A palavra sai de meus lábios de forma inaudível, e fecho os olhos por um instante em contemplação àquilo que eu acreditava. Eu precisava continuar a alimentar a minha fé para torná-la firme; a fé de que eu conseguiria completar a minha vingança. Abro os olhos num rompante e deslizo os dedos na página, deixando-a para trás...

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Sex 2 Set 2022 - 3:46

Narrador: BLOODLAD

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@Zireael

ㅤㅤGin riu novamente, aquela conversa toda estava fazendo bem a seu humor, percebeu.

ㅤㅤ— Se era, escondia muito bem. HAHAHA. — gargalhou, mas com um ruído triste ao fundo. Kaiba era mais sensível do que deixava transparecer. — Trino Fushigutori era um homem severo, meio grosseiro até, tosco, não era fácil ao riso ou a gracejos, sempre carrancudo e sério, mas imagino eu que tenha sido porque perdeu os pais muito cedo numa guerra, e teve que aprender a se virar sozinho e a sobreviver, martelando e criando armas para Suna desde que tinha treze anos. — contou. — Toda sua bondade e profundidade ficaram presos nesses papéis que você tem agora, em vida o homem foi rústico e arredio, mas ainda assim... aprendi muitas coisas com ele. — terminou, e Kaiba, tal como Emiya, ficou surpreso com a franqueza de Gin ao falar de seu antigo mestre. Nada nunca é tão bom quanto deveria ser... foi tomado também pelas reflexões.

ㅤㅤOuviu chamarem seu nome. Não soube bem o que fazer, mas levantou-se desajeitado, deixando seu martelo e sua viseira sobre a mesa, e foi.

ㅤㅤConversavam sobre algo que Emiya leu no diário quando ele chegou. Esperança?

ㅤㅤ— Ah, ai está você, Kaiba. Já ia te chamar. — Gin o notou. O aprendiz não respondeu. — Vamos, passe mais uma página, Emiya-san. — pediu.

ㅤㅤQuando fizesse, agora seria uma figura que chamaria sua atenção; um céu estrelado, rabiscado e feito a lápis. Na folha ao lado; pesos, medidas e preços de materiais para forja, como o estanho, cobre, e o aço, além de rabiscos de mais algumas outras criações.

ㅤㅤ— O que tem ai? — Gin perguntou curioso. — Me conte.

ㅤㅤKaiba olhou fixo para o Uchiha, um certo ciúme ainda o tomava, de forma que preferiu não falar nada, com medo de deixar a raiva falar por ele.

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Post 4/5

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Zireael

Jōnin

Sex 2 Set 2022 - 12:14

Pelas palavras de Gin, Trino Fushigutori, pareceu ter deixado de lado o sofrimento da guerra e a tristeza contida na morte de seus pais, para então se empenhar somente em seu íntimo e aperfeiçoar suas habilidades como um forjador. Um homem que se mostrou forte desde tenra idade; o que o tornou um artífice sem igual, de fato. — Tempos difíceis criam homens fortes... — Proferi o velho provérbio enquanto tateava o diário e retirava a poeira e fuligem que se acumulava nas suas laterais. Depois, foi a vez de tocar a página e virá-la, deixando um rastro de pó que subiu no ar como uma névoa fina. Forcei os olhos na folha e limpei-a com as costas da mão, revelando, por detrás da poeira, um incrível desenho de um céu estrelado. Ocupava todo o espaço da página um céu preto ponteado por pequenos asteriscos esbranquiçados, estrelas que aumentavam em número e brilho a cada centímetro que a paisagem retratada se expandia através da folha. Ao lado, na folha ao lado, pequeninos esboços de metais de forja, cada um deles exibindo seus pesos, suas medidas e seus respectivos preços. Além disso, mais abaixo, no rodapé, alguns outros desenhos sobre diversas criações, protótipos que provavelmente teriam sido forjados por Trino.

— Eu vejo um céu, ou melhor, uma noite estrelada... — Meus olhos corriam de lá para cá, tentando compreender o desenho do zênite repleto de astros e as demais gravuras – mas sem sucesso. — Ele também rabiscou alguns metais, colocando as medidas e o valor à época. Bastante caro... seria por causa da guerra? — A pergunta soara retórica; não esperava que ninguém a respondesse. — Aliás, ele fez outros rabiscos de suas criações. Dá pra perceber que era um cara engenhoso, bastante criativo, eu diria. Essas armaduras e espadas não são meros artefatos forjados por um simples artesão. — Fiz uma pausa, me espreguiçando levemente. — Seria eu capaz de fazer algo assim no futuro? — Viro-me para Gin e Kaiba e solto uma risada. A pergunta soara de forma cômica, até porque eu ainda tinha muito o que aprender sobre a arte da forja. Era como tentar se tornar um mestre forjador sem antes passar pelos estágios mais básicos da profissão. Em suma, eu ainda tinha muito caminho para percorrer antes de pensar em fabricar armas como as de Trino Fushigutori. — Quanto ao desenho do céu... — Me volto novamente para o desenho celeste.

Como um encantamento semelhante a um sonho, me perco nos profundos e negros rabiscos que replicavam a noite, me vislumbrando em cada ponto que imitava a luz que emitia das estrelas. Vaguei por um tempo em meus próprios pensamentos, reflexões do motivo de Trino ter desenhado aquilo. — Quem sabe, seu mestre desenhou isso por simplesmente estar afeiçoado à noite. Ele era um homem íntegro à profissão, um ferreiro em corpo e alma. Aposto que ele trabalhava incessantemente... sob a lua, sob as estrelas, sob o rio negro sem leito que perfazia sua cabeça, um céu tão escuro que apenas as brasas da forja poderiam alumiar o metal à sua frente. Ele estava acostumado com isso, e por vezes, ele simplesmente parava e admirava a noite – a companheira fiel de seu ofício. Estaria ele acostumado com o frio melancólico da noite? Talvez, ao sentir os arrepios do vento gélido, ele pudesse se lembrar de seus pais, relembrar da tristeza que o envolveu e, assim, reviver seu propósito como um artífice, como um ferreiro, como um artesão. — A cada palavra, minha voz se tornava mais lúgubre; até eu simplesmente findar com o meu breve devaneio e tornar a olhar para Gin e, em seguida, para o diário. — Reflexivo, não? — Pergunto.

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Sáb 3 Set 2022 - 4:52

Narrador: BLOODLAD

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@Zireael

ㅤㅤKaiba encarava Emiya assustado, enquanto via Gin responder em contentamento todas as reflexões proferidas pelo Uchiha. Do que estão falando exatamente...? Ainda tentava se encontrar naquela conversa, algo nas elucubrações de Emiya persistia em mante-lo estrangeiro ao diário. Conforme discorria, o aprendiz se orientava, começava a entender o que o velho homem havia proposto, e enciumou-se novamente, já que o havia preterido em sua escolha.

ㅤㅤ— Afeiçoado a noite? — Gin friccionou o indicador no queixo, pensando. — Eu não diria isso, ele tinha a pele queimada de sol, acho que, por ter passado um longo período da vida servindo as forças de Sunagakure, lutando as guerras dos antecessores de Altria. Quando o conheci ele já era careca, e a cabeça tinha queimaduras e manchas típicas da superexposição ao sol. Então, é, pensando melhor aqui, ele teria motivos para desenhar um céu estrelado. — gargalhou contido mais uma vez. — Mas, é mais provável que o desenho não queira dizer nada a principio, só rabiscos numa folha. Trino era meio doído, como eu te disse. — esmoreceu as suspeitas filosóficas do garoto Uchiha. Não é tão esperto, hein? — Porém, suas falas são profundas, Emiya, falas de alguém com uma certa sabedoria. — Gin reconheceu, para a fúria de Kaiba. Cerrou os olhos por trás dos óculos, e suas pupilas avermelharam-se. Agora não... — Andam cobrando leitura na academia ninja? — perguntou com bom humor.

ㅤㅤPressionado e com um complexo de inferioridade crescente, Kaiba decidiu agir.

ㅤㅤ— Posso ver o diário, Emiya-san? — a voz saiu ríspida, deixando transparecer, talvez, uma possível raiva. — Quero tentar refletir sobre algo também. — Gin o fitou curioso.
ㅤㅤ— Dê a ele, Emiya-san. Diga-nos Kaiba, o que vê?

ㅤㅤEle folheou mais algumas páginas, até se deparar com uma máscara.

ㅤㅤ— Trino também era artesão? — indagou a Gin.
ㅤㅤ— Não me surpreenderia se fosse. — o velho respondeu.

ㅤㅤComo não soube decifrar nada sobre aquela máscara, passou para a próxima folha, encontrando mais rabiscos e designs. Esquadrinhou-a, em busca de alguma coisa que pudesse o fazer refletir também, que o aproximasse de Emiya. Encontrou.

"Aqui jaz, a pedra fundadora de um homem exausto, entregando o martelo a seu rebento, enterrando-se com seus saberes. O que sei, passei, mas o que escrevo, irá comigo, para onde ninguém mais se aproveitará do suor deste miserável, que encontrou sua paz." Leu em voz alta.

ㅤㅤOlhou para os dois, não havia entendido nada do que lera. Droga. Aquilo não fazia sentido, sempre fora tão inteligente, por que não conseguia assimilar àquela informação? A despeito, Gin, após ouvir o que o aprendiz leu, lançou um olhar passional a seu martelo, em cima da mesa, e o apanhou. Emiya viu.

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Ficha de Personagem :

Zireael

Jōnin

Sáb 3 Set 2022 - 14:48

Levantou-se uma dúvida ante a questão do desenho celeste. Trino Fushigutori, segundo o relato de Gin, desgostava do sol escaldante, do calor e das queimaduras que o afligiam; então, seria por causa disso que ele se afeiçoara ao frio da noite, onde apenas a luz do luar podia o atingir? Ou então seria uma mera ilustração, um rabisco singelo de alguém que admirava os cenários da natureza? De acordo com Gin, Trino não desfrutava de suas plenas capacidades mentais, afirmando que ele era meio doido. No fim, não havia uma resposta para essa dúvida; Trino estava morto, afinal, e apenas através da leitura desse diário que se podia presumir a maneira como ele via o mundo. Se as suposições estavam certas ou não, nunca saberíamos. — Pelo que eu li até aqui, ele não me pareceu ser doido... só um pouco pensativo... reflexivo... — Digo enquanto vidrado no desenho por uns últimos instantes, até finalmente resolver pular a página. No mesmo instante, Gin disse algo sobre as minhas palavras, elogiando a minha profundida e a sabedoria que elas continham. Não respondi, apenas continuei a olhar para a obra à minha frente, decifrando seus dizeres.

E então, num rompante, a voz de Kaiba se projetou na sala como um trovão. Olhei para ele no mesmo segundo, com os olhos arregalados em surpresa àquela fala ríspida. Qual seria o motivo daquilo? Perdido, tentando entender o porquê de ter falado de tal forma, obedeci ao pedido de Gin e entreguei o diário em suas mãos. — Tudo bem. Pegue. — Disse com um pouco de apatia em minha voz. Sem demora, Kaiba começou a passar as páginas rapidamente, como se estivesse enfurecido com toda a situação. Parou seu olhar sobre alguma coisa já na metade do livro, e perguntou para Gin se Trino também era um artesão; e ele respondeu assertivamente. Depois, seus dedos voltaram a empurrar as páginas adiante, revelando, depois de alguns segundos, uma nova frase: um enigma, pelo que parecia ser.

— “Aqui jaz, a pedra fundadora de um homem exausto, entregando o martelo a seu rebento, enterrando-se com seus saberes. O que sei, passei, mas o que escrevo, irá comigo, para onde ninguém mais se aproveitará do suor deste miserável, que encontrou sua paz.” — Disse Kaiba, em alto e bom tom. Para mim, aquelas palavras complicadas e desarranjadas evidenciavam uma interpretação da própria morte de Trino; e além disso, de sua própria obra póstuma – aquele mesmo diário que líamos até então. De início, Kaiba pareceu não ter entendido nada daquilo, e por isso, tomei a frente e lancei a minha teoria do que aquela frase poderia dizer. — Eu acho que Trino está falando da própria morte... “Entregar o martelo a seu rebento”, acho que isso quer dizer seus ensinamentos que foram passados para seu pupilo. — Olho para Gin, pensativo. — “O que escrevo irá comigo, para onde ninguém mais se aproveitará do suor deste miserável”... Acho que ele não esperava que esse diário fosse encontrado, talvez ele quisesse que apenas os seus dizeres fossem o seu legado, sua herança. Quem sabe ele acreditasse que esse diário não passava de esboços de seus pensamentos, e por isso ele apreciava o empirismo de seu trabalho acima de tudo, e não a leitura das palavras aqui registradas... Mas não dá para ter certeza disso; esse enigma é bem difícil, e sua interpretação, nebulosa... — Coloco a mão no queixo e continuo a me voltar para Gin.

Considerações:

Aparência e Indumentárias

A aparência atualmente utilizada é esta. A respeito de vestes e indumentárias, são estas. Bolsas de armas na cintura, lados direito e esquerdo.

Considerações adicionais

@Bloodlad.

Chakra — +00CH.

Palavras — 578.
Ficha — Aqui.
Aparências dos NPCs — "Mestre Gin" & "Kaiba".

Qualidades:

Atributos:

Descrições:

—

Armamentos:

HP: 650/650 ─ CH: 1175/1175 ─ ST: 0/6

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⚔

Assim Está Bom

Não resete totalmente o personagem por um ano real (ou seja, em OFFgame).

Herói da Vila

Proteja sua vila de um ataque e/ou conclua três mini-tramas arquitetadas por seu Kage.

Esse É o Meu Jeito Ninja!

Adquira sua primeira Habilidade Única.

Perito

Adquira uma qualidade de perícia (elemental, armamentista, etc.).

Domínio Elemental

Compre/treine um jutsu classificado como "elemental" de rank B ou superior.

Um Poder só Meu

Adquira sua primeira Habilidade Secundária.

Sou Mais Técnico

Tenha 10 jutsus & complete cinco missões de profissão.

Falando em Ninjutsu...

Tenha 10 jutsus & complete cinco missões de profissão.

Superando Minhas Fraquezas

Supere um defeito inato.

Falando em Nintaijutsu...

Tenha um jutsu classificado como "nintaijutsu" de rank B ou superior.

Formando

Tenha sua ficha de personagem aprovada.

Um Pequeno Arsenal

Compre/treine três jutsus.

Estudioso

Compre/treine três jutsus.

Primeiros Passos de um Ninja

Conclua sua primeira missão.

Meu Primeiro Ajudante

Obtenha sua primeira invocação.

Mestre Elemental

Torne-se um mestre elemental.

Ficha de Personagem :

Gestão de Fichas :

Bloodlad

Dom 4 Set 2022 - 21:58

Narrador: BLOODLAD

FORJANDO INTELIGÊNCIA.

@Zireael

Situação: Aprovado
Considerações: Boa RP, atingiu o minimo para a aprovação. A ideia aqui era explorar as visões filosóficas do seu personagem, instigar sua inteligência para as nuances subjetivas do mundo, sobre conceitos e vivências alheias as do seu personagem. Espero que tenha gostado.
Considerações: Qualidade - Inteligência Avançada (3).

Considerações:

Objetivos:

Post Final

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