Além do salário maior, era inexistindo em seu novo cargo qualquer vantagem. O que antes se resumia a tediosos trabalhos manuais que iam desde caçar gatos até pintar ruas, haviam se transformado em trabalho de papelada bruta, empilhando fichas de novos genins e organizando velhas e poeirentas pastas.

O tempo para pensar e treinar tinha se tornado escasso, portanto restava somente o que seria seu descanso para Shizuke criar algo de produtivo. Seu recente aprendizado de um novo elemento levantou a questão de que havia, de certa forma, negligenciado o que possuía antes. Seu rol de estratégias era pequeno, seu arsenal de técnicas era limitado e além da técnica de origamis, só podia contar com o básico ensinado na academia.

Dentro de Shizuke, já ardia um fogo de raiva e vingança, tornando natural ele ter descoberto o katon como seu elemento de origem. Ainda assim era insuficiente.

Shiranui, como ele bem sabia, também era usuário desse mesmo elemento. Sendo ele um jounin especial, Shizuke esperava que o velho conhecido tivesse mais habilidade e que isso pudesse ser aprendido de alguma forma. Quando foi procurá-lo, Shiranui o recebeu com um riso, dizendo que esperava isso fazia certo tempo, ficando surpreso por quanto tempo Shizuke havia demorado para procurá-lo. Sem cerimônia, ele levou Shizuke até uma sala vazia no quartel.

“Isso não é nada que já não saiba”, falou. Antes mesmo das instruções chegarme, o recém chunin estava se concentrando, tentando sentir o próprio chakra fluir dentro dele, concentrando ele dentro de seu estômago e o amassando como numa esfera. Aprendera desde a academia que era essa a forma convencional de trabalhar o fogo antes de uma técnica. Sentiu o ventre quente e manteve sua energia concentrada ali.

“Existe uma grande diferença”, falou Shiranui. “Entre cuspir fogo igual um animal e controlá-lo na quantidade necessária. É um elemento associado ao ataque, mas isso não significa displicência. O que quer que tenha começado aí dentro, continue. Foco.”

Shizuke estava absorto demais dentro de si mesmo para prestar atenção na fala, porém estava no caminho correto.

Resistiu a vontade de liberar todo seu chakra num sopro de fogo. Fazia parte do controle mas, acima de tudo, estava dentro de uma sala que não desejava queimar. As paredes do pequeno domo eram todas feitas em madeira. Respirou fundo e pressionou sua energia dentro dele até dissipá-la, transformando novamente o elemento em chakra puro. O caminho inverso parecia ligeiramente mais difícil que criar o elemento, mas compreendê-lo fez Shizuke compreender os caminhos mais curtos que poderia usar para otimizar seu uso do fogo. Tentou novamente. Amassou fogo no estômago e controlou de forma sutil, o suficiente para evitar de queimar seus órgãos internos. Shiranui segurou seu braço e passou um pouco de seu chakra, já dominado à Shizuke. “Siga a fórmula”, disse, rindo. Não havia nada ali senão um pouco de chakra puro do Tokujo, destinado unicamente a tentar atrapalhar o Yoshimura. Mesmo assim, Shizuke persistiu. A conclusão não fez jus ao processo de perícia: pareceu de todo desprovida de glória.

“Então é isso?”, perguntou, quase com raiva. Shiranui deu um tapinha em seu ombro e ajudou ele a se levantar da posição de lótus. “Um dia de cada vez, um dia de cada vez, amigo.”

Hp: 1100 & Ck: 1375.
Cansaço: 0/6.

Spoiler: