[Fuga] — Tchau, querida!

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[Fuga] — Tchau, querida!
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Luma

Genin

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Sáb 17 Jul 2021 - 21:33

Então era isso, havia chegado a hora.
Luma ainda se recordava da primeira vez em que viu os muros de Konohagakure, com Batafurai a lhe sussurrar que aquela era a sua nova casa. No passado, aquelas paredes a faziam sentir-se segura, como se mantivessem toda a maldade para o lado de fora. Hoje, entretanto, a garota ao olhar para elas apenas via uma prisão.

Quantos nukenins Luma já havia matado? Quantos realmente mereceram morrer?
Agora era ela própria que estava prestes a se tornar uma renegada. O gosto de tal título era amargo na boca, soava errado, sujo. Mas, finalmente, ela entendia o motivo. O sistema shinobi alienava as crianças desde cedo a obedecerem a suas leis, ensinava a elas que a aldeia vinha acima de tudo. Mas o que era a aldeia? Certamente não os seus moradores, pois se fosse esse o caso não se usaria os filhos destes, aqueles que deveriam ser as futuras gerações, como escudos em conflitos carentes de um sentido lógico.

A aldeia era uma ferramenta. Uma arma, brandida pelo Hokage para cumprir as vontades de um senhor feudal. A garota não tinha como saber disso, mas não se surpreenderia se nesse exato momento estivessem planejando outra guerra. Nesse mundo shinobi não existe piedade, centenas, talvez milhares, de crianças, tal como fora com Luma, eram obrigadas a treinar e evoluir desde os cinco anos de idade, senão menos. E nesse ciclo de ódio sem fim, o sangue no chão é dos inocentes que não tiveram outra escolha.

Tal como aconteceu com sua mestre, tendo sido obrigada a se sacrificar, pois a aldeia enviou uma equipe de crianças em uma missão de adultos. Isso é honra. Isso é tradição nesse mundo. Então, tal como havia prometido, Luma iria mudar esse mundo sujo. O sistema de organização de vilas Shinobi iria ser destruído, até não restar mais vestígios. E então as crianças poderiam viver em paz, crescendo e se sentindo seguras.

Mas para que isso pudesse acontecer, Luma precisava de poder suficiente para confrontar os kages. E tal poder jamais estaria ao seu alcance caso permanecesse uma serva fiel dessa hierarquia. Respirou fundo, sentindo, talvez uma última vez, os aromas da vila.

Luma havia enrolado uma faixa escura ao redor da parte superior de seu rosto, de maneira que cobrisse não só seus olhos, mas boa parte de sua face. Assim, quando ativou seu Byakugan, ela teria perfeita visão, mas seria difícil para um observador comum dizer que estava usando o doujutsu.

Em seguida, tomando o cuidado de estar escondida em um beco próximo ao portão, realizaria o selo de clonagem, tentando invocar o Kage Bushin no Jutsu. Seu clone então iria sair para a rua e começar a andar normalmente, ali por perto, esperando dar a hora do combinado. Basicamente, se surgisse alguém ali para questionar o que ela fazia, o clone falaria por ela, distraindo o intrometido.

Feito isso, com a mão esquerda faria o selo do Carneiro, começando a infundir chakra pelo corpo para dar início ao Hiding in Surface Technique. Tendo seu doujutsu previamente ativado, Luma esperava conseguir monitorar a aproximação de outros shinobis, assim como saber dizer onde estavam os guardas próximos, e dessa forma não ser pega de surpresa.

Como até então não estava fazendo nada de errado, esperava não ser confrontada logo de cara. Mas, caso fosse, tentaria usar o Cerol no Jutsu para manipular os fios de aço que carregava em sua bolsa a se enrolarem ao redor do intrometido, prendendo-o ali.

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Luma

HP: 900/900 | CH: 453/950 | ST 01/06

Clone

CH: 453/453

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levitico10

Tokubetsu Jonin

Dom 18 Jul 2021 - 16:52

Uma figura inusitada
I N T E R C E P T A Ç Ã O

Mais uma vez Ran havia saído pra correr. Não ter que seguir uma programação rígida quanto ao que fazer todo dia o havia permitido pequenos momentos de lazer como esse, correr sem uma rota planejada, explorando sempre que possível novos lugares na vila, correndo por lugares altos e parando pra observar o ir e vir das pessoas em seu dia a dia e as paisagens do local. Daquela vez, por correr a noite a maioria das ruas já estava vazia, o movimento era pouco, mas a visão da vila sob a luz do luar compensava tudo isso tornando o cenário mais agradável.

Enquanto corria pela lateral interna muros da vila ele avistou uma figura inusitada na rua abaixo. Uma moça vestida como shinobi mas com o rosto enfaixado. Ela parecia caminhar despreocupadamente, como se a visão bloqueada pela faixa escura não fosse um problema. “Que estranho, como será que ela faz isso?” Curioso com o que poderia ser uma técnica de detecção interessante, ele ativou o sharingan para inspecionar o fluxo de chakra dela. “Talvez seja algo que eu possa aprender, pode ser útil.”

Para sua surpresa, o que vira não era algo novo, e sim um fluxo de chakra em torno dos olhos que já havia visto em Megumi, e em Baldur depois do transplante. “Um byakugan? Mas por que cobrir o rosto?” Era de fato algo inesperado, mas não era a única surpresa. Uma assinatura de chakra similar se ocultava num beco próximo. “Clone? Será que tem alguma coisa acontecendo?” Não era exatamente motivo de alarme um kage bunshin em Konoha, mas a combinação com o horário, uma delas estar se escondendo e a faixa no rosto criava uma situação que merecia no mínimo um pouco de atenção. “Provavelmente não é nada, mas vai saber.”

Era bem possível que o que quer que estivesse acontecendo ali fosse um assunto oficial no qual sua participação não fosse necessária, portanto, tentaria ser rápido e discreto. Desceu numa rua próxima para chegar até a rua onde aquela figura estava parecendo apenas mais um caminhante casual. Tentaria se aproximar dela e conversar. Com o sharingan ainda ativo ele observaria também a movimentação da figura no beco para qualquer sinal de movimento, sem tentar esconder isso dela, já que se aquela garota de fato estava utilizando o byakugan ela saberia desde o primeiro momento que estava sendo observada. Ainda assim, seu cabelo deveria esconder os olhos da maioria dos observadores, a não ser que alguém o visse diretamente de frente. Caso houvesse algum sinal de ataque ele usaria o Domu para se defender e tentaria desviar do que quer que viesse.

Ainda que estivesse em alerta dada a possibilidade daquela situação ser alguma coisa perigosa, tentaria parecer casual ao se aproximar dela, parecendo que está encontrando um conhecido por acaso. “Se isso for alguma coisa importante, eu não quero dar bandeira e atrapalhar.” Caso conseguisse chegar até ela sem nenhum empecilho, perguntaria em tom sério, mas em voz baixa, tentando evitar que sua conversa pudesse ser ouvida por outros. Seu semblante e postura ainda casuais enquanto tentava fazer daquela conversa a mais curta possível.

- Boa noite. O que exatamente está acontecendo aqui? Algo a reportar?

HP: 1675/1675 | CH: 2773/2800 | ST: 00/07

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*522 palavras
*Velocidade abaixo da máxima
*Chakra Ōtsutsuki (AG Amigos)

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-Falas

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Akihito

Tokubetsu Jonin

[Fuga] — Tchau, querida! 73318106e2edc17140311913c4ae2bdb

Dom 18 Jul 2021 - 22:05

[Fuga] Tchau, querida!

Na Calada da Noite

Haviam alguns dias desde que eu participara daquela reunião secreta com o Hokage e os líderes de clãs, mas aquele assunto ainda permeava meus pensamentos. Não era difícil imaginar que planos ocultos e de objetivos diversos costumavam ser traçados na calada da noite, mas quem poderia dizer que maquinações tão conspiratórias estavam sendo tramadas? E ainda por cima, com o envolvimento de pessoas tão influentes e publicamente respeitadas. A noite em Konohagakure realmente guardava muitos segredos, e depois daquela reunião eu não conseguia mais parar de pensar nisto. E foi por isto que naquela noite eu decidi vagar pelar ruas noturnas da Folha, aproveitando o frio e silêncio da rotina diurna, além da iluminação natural da Lua.

— O que você pensa que está fazendo, Akkey? — perguntou a Matatabi. — Você vai acabar nos envolvendo em sérios problemas.
— Shhh, eu tô tentando me concentrar! — respondi mentalmente, enquanto coletava um punhado de chakra natural. A minha curiosidade havia sido tão grande, que não resisti à tentação de passar mais uma vez pela frente da churrascaria onde havia acontecido a dita reunião, e com o Senjutsu ativado, tentar detectar a presença daqueles homens, para saber se estavam se reunindo novamente em seu lobby secreto. Felizmente não estavam.
— Satisfeito? — questionou retoricamente a felina. — Agora vamos embora, ou nunca ouviu aquele ditado humano que diz que a curiosidade matou o gato? Pois eu já ouvi e não goste dele! — Eu normalmente teria rido daquilo, mas minha atenção havia sido atraída por outra coisa.

— Sabe, foram poucas as vezes que usei o Senjutsu dentro da Vila, e eu ainda não havia notado o tanto de informação que há por aqui. — murmurei, enquanto caminhava sem rumo definido. — Tantas vidas, tantas pessoas presas em suas bolhas...
— Você sabe que isso é invasão de privacidade, né? — disse a gata azulada.
— Relaxa, ninguém vai descobrir. — Após vagar por alguns minutos "espiando" a vida alheia, notei que havia chegado próximo à saída da vila. Pelo horário, eu não esperava que houvesse mais ninguém ali, senão os próprios guardas, porém, pude detectar outras três assinaturas de chakra. Como não estava muito distante, vi que duas delas se tratavam do que parecia ser um casal de namorados caminhando durante a noite. Mas a terceira...
— Espera, tem algo errado aqui... — pensei, quando notei que a terceira assinatura, que estava há apenas 45m de distância, na verdade era igual a daquela garota.
— Você sabe que isso não é da sua conta, né? — Ignorando completamente a felina, formei um único selo de mão e usei o Shunshin no Jutsu para seguir aquela terceira assinatura, me aproximando por trás.
— Está perdida, jovem? — diria, pondo minha mão em seu ombro — ou qualquer outro local próximo do ombro que estivesse com sua pele exposta. Ao por minha mão em seu ombro, me prepararia também para induzi-la em um genjutsu, caso fizesse algum movimento abrupto ou suspeito; do contrário, prosseguiria apenas numa conversa comum.

3700/3700 | 3958/4000 | 2000/2000
100/400 | 250/250 | 01/09

506 palavras

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Luma

Genin

Seg 19 Jul 2021 - 11:28

Graças ao byakugan, Luma deveria ser capaz de vê-los chegando.
Mentalmente amaldiçoando-os, a genin interrompeu o fluxo de chakra assim que o primeiro deles se dirigiu em sua direção. Como ele a havia encontrado? Além de ter ignorado seu clone e vindo diretamente até si. Quando ele chegou, Luma pensou em responder, mas então o segundo homem sairia por instantes de sua visão – o que só seria possível se estivesse se movendo em uma velocidade absurda – para então ressurgir em suas costas.

— Eu agradeço a preocupação — a kunoichi diria, calmamente levando sua mão para afastar a dele. — Mas agradeceria ainda mais se não me tocasse dessa forma. Principalmente nesse local, pode passar uma má impressão sobre suas intenções.

Então daria alguns passos para o lado, de maneira a sair do meio deles e se recostar na parede do beco, cruzando então os braços na frente do corpo.

— Como moradora de Konoha, e uma kunoichi que serve a essa vila, eu acredito estar em meu direito de ir e vir por dentro dela. Se há algo de estranho aqui, são dois shinobis adultos cercando, sem justificativa alguma, uma garota com corpo de criança semi-desenvolvido em um beco escuro.

Luma não era idiota, ela sabia que jamais seria capaz de vencer a ambos em um combate. Se fosse apenas o primeiro, talvez tivesse uma chance. Mas a partir do momento em que havia visto o segundo se aproximando, suas esperanças azedaram de pior maneira que o leite deixado para talhar.

Caso fosse questionada sobre o Kage Bushin, iria suspirar, ainda usando um tom de voz consternado. Iria desfazer o jutsu de clonagem, então diria:

— Minha mãe uma vez me disse que apenas quando a parte mais inocente de nosso coração sofre, é que pode haver mudança. Ela morreu, e isso já tem algum tempo. Mas… — Mordeu o lábio inferior, desviando o rosto. Pelo menos não precisava fingir para deixar a voz embargada, a tristeza do luto lhe era recorrente. — Mas eu acho que ainda não superei.

Então balançaria a cabeça negativamente.

— Não, dizer isso está errado. Ter visto a vida deixando seu corpo, estando ali sem poder fazer nada, e sabendo que ela só iria morrer porque precisou me proteger… Isso… A culpa, se tornou sufocante demais. Toda vez que estou entre as paredes de minha casa, sinto que estou sendo esmagada por elas, aterrorizada pelo fantasma das lembranças que vaga pelos corredores. Querem saber o que eu vim fazer nesse beco, com um Kage Bushin lá fora vigiando a rua?

A genin então desenrolaria a faixa sobre seus olhos, revelando o branco-puro do byakugan. Mas o brilho do reflexo da Lua não vinha deles, e sim das lágrimas que se formavam e escorriam para as bochechas, as provas físicas de uma dor imensurável.

— Eu vim chorar. Longe daquela maldita casa, longe de olhares curiosos. Porque, afinal, como uma kunoichi é esperado que eu saiba lidar com a morte e não me deixe levar pela tristeza, não é? O que as pessoas pensariam se vissem uma Hyuuga aspirante a Chunnin chorando pelos cantos? — Soltou uma risada nervosa, curta, e sem uma sombra sequer de alegria. Então desativou o doujutsu, revelando a cor natural de seus olhos. — Se estou infringindo alguma lei só por estar aqui, podem me levar sob custódia. Mas se não for o caso, uma vez que já pioraram a situação, eu gostaria que ao menos deixassem eu me recompor antes de reunir coragem o bastante para voltar para casa.

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Luma

HP: 900/900 | CH: 950/950 | ST 01/06

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levitico10

Tokubetsu Jonin

Seg 19 Jul 2021 - 17:59

Uma figura inusitada
I N T E R C E P T A Ç Ã O

“O Kanbara também ta aqui, ele também notou algo estranho?” As reações da kunoichi lhe pareciam esquisitas. Ela confirmou que não estava ali em nenhum assunto oficial, o que tornava o kage bunshin ainda mais suspeito. Ao ouvir a resposta dela à chegada dos dois Ran apenas ergueu uma sobrancelha, olhando conspicuamente em direção a ela e ao clone, o que pareceu ser suficiente para que continuasse a explicação. “Isso é um tom bastante agressivo pra interagir com alguém do calibre desse Chinoike. Ela nos quer na defensiva, o que é suspeito.”

Ao finalmente ouvir a explicação que ela dava, as coisas ainda não se encaixavam. “Entre não estar em casa e estar justamente aqui, são coisas bem diferentes. Se o objetivo dela era ficar sozinha era mais fácil arrumar um lugar remoto que se esconder num beco de uma das vias principais da vila e colocar um clone de vigia.” Embora não acreditasse que ela estivesse sendo 100% honesta podia ver que havia alguma verdade no que ela dizia, e não fazia ideia de qual era a história toda, então continuar agindo como se tudo fosse exatamente como ela dizia era provavelmente a melhor abordagem pra entender tudo.

Pensou em desativar o sharingan agora que acreditava que não havia perigo naquela situação, mas aqueles olhos ainda lhe conferiam informações valiosas que o poderiam ajudar a entender a verdade. Não tentou se aproximar ou fazer contato físico já que ela reagiu tão mal ao toque do outro, ao invés disso, dirigiu-se a ela num tom mais amigável e menos formal, tentando conforta-la naquilo que achava ser verdade dentro do que ela havia dito.

- Sentir não te faz fraca, te faz humana. Eu vi os horrores causados por ninjas que não sentiam nada e acredite, o mundo é melhor com pessoas que se importam nele. Mas as vezes essas coisas tomam o melhor de nós por um tempo. É nesses momentos que as vezes as pessoas tomam atitudes impensadas das quais se arrependem depois.

Não sabia ao certo o que exatamente temia que ela fizesse. Ela não parecia ser um risco a ninguém além dela mesma, mas talvez isso mudasse, principalmente se ela dirigisse a culpa de tudo aquilo para alguém.

- Nessas situações, se isolar é a receita pro desastre. Estar sem ninguém que sirva de filtro entre os seus piores pensamentos e as suas ações. Se você quer se afastar de casa, é uma reação compreensível, mas não é melhorar ficar na casa de alguém em que você confie ao invés de se esconder sozinha num beco escuro?

Dizia aquilo ainda analisando suas reações, tentando entender o que ela ainda escondia, e se isso seria um problema.

HP: 1675/1675 | CH: 2773/2800 | ST: 00/07

CONSIDERAÇÕES:

*522 palavras
*Velocidade abaixo da máxima
*Chakra Ōtsutsuki (AG Amigos)

"Pensamentos"
-Falas

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Akihito

Tokubetsu Jonin

Ter 20 Jul 2021 - 17:26

[Fuga] Tchau, querida!

Na Calada da Noite

— Haha, onde que eu estava com a cabeça, não é mesmo? Você tem razão — respondi, sorrindo descontraidamente, após a garota ressaltar a forma indelicada como a havia abordado. Eu obviamente ainda possuía minhas desconfianças, todo aquele papo estranho não devia passar de uma tática diversiva, mas de todo modo, não deixei nada disso transparecer, ao invés, agi naturalmente, reconhecendo o "mal-entendido". — Aliás, me chamo Kanbara Chinoike — falei, estendendo a mão de forma amigável — embora não esperasse que ela me cumprimentasse de volta. — Você está certa, talvez nós que tenhamos nos precipitado um pouco em nossa abordagem, mas uma pessoa se escondendo nas sombras, enquanto com um clone se dirige até a saída da Vila, em plena noite não é algo tão comum.

Foi só neste momento que notei que o outro jovem que havia avistado com a garota na verdade era Uchiha Ran. Embora habitássemos a mesma Vila e tivéssemos lutado na mesma guerra, eu nunca havia interagido diretamente com aquele Salvador. Como o foco da situação estava na garota misteriosa, o cumprimentei apenas com um aceno de cabeça, enquanto a genin falava.

Após ser questionada, a menina começou um pequeno discurso carregado de emotividade. Embora suas reais intenções ainda fossem dúbias, era possível notar a verdade em partes do que dizia. Me surpreendi especialmente quando a garota tirou a venda, revelando seus olhos perolados.
— São os mesmos olhos de Athros-sensei! — pensei, reconhecendo claramente o Byakugan.

Em momento algum a interrompi, primeiro deixei que falasse tudo que tinha para falar, ouvindo atentamente também às palavras de Ran. Após todos falarem, me escorei na parede do beco e fui deslizando para baixo, até sentar-me no chão, olhando para o céu estrelado acima das nossas cabeças.
— Você está errada — falei com naturalidade. — Eu não conheci a sua mãe, mas tenho certeza de que foi uma grande mulher. No entanto, não é necessário que soframos para que haja mudança; a mudança é inevitável, é constante! São os fortes sentimentos que nos motivam a mudar, a dor e o sofrimento apenas compõem o caminho mais escuro e tenebroso, porém este não é o único. Quando você perceber que há outros caminhos, tudo se tornará mais claro. Entretanto, pra isso acontecer, é preciso estarmos abertos a estas mudanças e nos prepararmos para lidarmos com ela, ao invés de tentar fugir de nosso destino. — As palavras da genin davam a entender que ela se culpava pelas pecas do passado. Eu então olhei fixamente para ele e prossegui. — O que eu vou dizer pode parecer rude, mas entenda: seja lá o que tenha acontecido com sua mãe ou quem mais você tenha perdido, aconteceu! Deve ter sido terrível, ou ainda mais que isso, eu imagino, mas o fato é que aconteceu. Não confunda seu luto com culpa, afinal, o que é o luto, senão o amor que persevera? Acredite em mim, eu sei como é se sentir perdido, sem esperanças; mas eu também sei que não importa o quão distante você vá, o quão perdido você esteja, nunca é tarde demais para ser encontrado! As vezes pode parecer mais fácil fugir do passado, mas o fato é que independente do que façamos ou para onde formos, o passado sempre estará lá, no passado. Ao invés de tentar mudar o imutável, deveríamos tentar mudar a nós mesmos!

— Não sei mais se você está tentando consolar a garota ou se está consolando a você mesmo. Se ao menos eles soubessem... — disse a Matatabi, de forma branda.

— Saber lidar com a morte? Não se deixar levar pela tristeza? Idiotice! Ninguém está totalmente pronto para isso. Como Ran-san falou, somos humanos, não máquinas. São os sentimentos que nos fazem da maneira que somos. O que você precisa aprender é filtrar e canalizar estas emoções, para que mesmo quando elas forem ruins, você possa tirar delas bons frutos. Ao invés de tentar mudar um passado imutável, use estas memórias como estímulo para provocar a mudança no futuro. Não fugindo da realidade, mas abraçando-a como é e trabalhando para melhorá-la. — Depois de dizer todas estas coisas, soltei um profundo suspiro. — Nossa, eu falo demais, não é?

Por fim, me levantei do chão e bati as mãos uma contra a outra, para sacudir a poeira. Após o que fora dito por mim e Ran, a garota não poderia faz mal a mais ninguém senão a si mesma.
— Aliás, assim como você, eu também estava aproveitando o silêncio noturno para refletir um pouco sobre meus problemas. Então, caso não se importe, ainda estarei aqui por perto. — E assim virei as costas e fiz como quem sairia andando, mas logo me virei de volta. — Ou quem sabe eu poderia te pagar uns Wagashis enquanto você fala mais sobre sua história. Sabe, pode não parecer, mas eu sou um bom ouvinte também. — Caso a jovem recusasse, eu daria as costas e passaria um sinal visual para Ran, para que o mesmo ficasse alerta, e então seguiria até a tenda dos guardas do portão, informalmente puxando assunto com eles.

3700/3700 | 3958/4000 | 2000/2000
250/400 | 250/250 | 00/09

853 palavras

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Luma

Genin

Ter 20 Jul 2021 - 21:34

Luma ainda tinha os olhos marejados quando os voltou para o sujeito de cabelos brancos, que fora o primeiro a chegar ali. Suas palavras talvez tivessem sido melhor recebidas, não fosse aquelas pupilas vermelhas que a lembravam do trauma a tão pouco tempo acometido.

— Ficar na casa de alguém… Essa seria uma boa ideia — procurou enxugar as lágrimas com as costas da mão, procurando manter o tom de voz constante. — Mas acontece que todos que eu conheço já estão mortos ou desaparecidos.

Tentou dizer aquilo de uma maneira que não soasse tão sentida, embora tenha achado que falhou nisso. Nesse momento, mais do que nunca, a garota queria ser capaz de desaparecer dali.
Então o segundo homem começou a falar.

Lentamente, gradativamente, e então subitamente, sentiu que a energia deixava seu corpo. Não sua força, mas o ódio e a raiva que a alimentava e a impulsionava. Suas costas encontraram mais uma vez a parede atrás de si, e a genin, mesmo que lutasse para não demonstrar ainda mais fraqueza, sentiu que lágrimas teimosas insistiam em se formar enquanto ela tentava disfarçar olhando para o céu.

“O que é o luto, senão o amor que persevera?”, foram as palavras que mais a atingiram. Luma ergueu uma mão, deixando-a próxima ao rosto, de maneira que pudesse contemplá-la.

“Será que é realmente necessário odiar todo mundo só para ter a paz?”, refletiu consigo mesma, momentaneamente fechando os olhos. Mas não era a paz que Luma buscava, no fim das contas. Não a própria, ao menos. Tudo que ela queria – tudo que ela mais precisava naquele momento – era entender.

Usou aquela mão para dar um tapa em si mesma, em um esforço de voltar para a realidade. Naquela altura, já tinha deixado de se importar sobre o que aqueles dois homens pensavam dela e de suas ações. Se achassem que ela era louca, talvez não estivessem tão enganados assim, afinal. Ela própria já não sabia dizer.

— Eu aceito — a genin falou, se dirigindo ao loiro. — Mas com uma condição.

Enquanto falava, Luma voltou a enrolar a faixa ao redor dos olhos, de maneira que cobrisse toda a parte superior de seu rosto. Assim, quando reativou o byakugan para poder enxergar, apenas um observador atento – como poderia ou não ser o caso daqueles dois – veriam o pano se dobrar levemente pelas veias saltadas.

— Eu quero que você me diga o que é Konoha. — Ela não precisava realmente, mas virou o rosto na direção do homem de cabelos brancos. — E você também. Por que, geração após geração, crianças nascem e são treinadas para lutar em nome da vila? Por qual motivo elas são colocadas na linha de frente? E o que leva a aldeia a ter mais valor que a vida individual?

Ela então começaria a andar. Ao passar por eles, viraria o rosto para trás por cima do ombro, concluindo:

— Se ao menos um de vocês aceitar ter essa conversa, ficarei feliz em contar minha história, enquanto me pagam algo para comer.

Verdade seja dita, Luma estava tão confusa que sua cabeça latejava de dor. Sua motivação inicial havia sido abalada, e não sentia mais ser capaz de sair pelos portões mesmo se ainda quisesse. Ainda não havia abandonado por completo a ideia, no entanto. Apenas decidira dar uma chance para ouvir o outro lado.

Assim, caso um deles – ou ambos – concordassem, Luma sairia dali os acompanhando de bom grado.

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Luma

HP: 900/900 | CH: 945/950 | ST 01/06

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levitico10

Tokubetsu Jonin

Ter 20 Jul 2021 - 23:05

Uma figura inusitada
I N T E R C E P T A Ç Ã O

Ali parado pôde ver que ela considerava suas palavras. Ainda assim, ao olhar em seus olhos seu semblante endureceu. “O sharingan é um problema pra ela?”. Cogitava se deveria desativar aquilo ou não quando ela respondeu à sua sugestão. “Isso foi... dramático.” Teria considerada aquela declaração um exagero, mas sendo verdade ou não o que lhe era relevante era que ela se sentia isolada.

Ouviu então o que Kanbara dizia. Seu monólogo sobre a natureza dos sentimentos e do luto. “Ok, acho que pra ser justo eu também me alonguei no tópico. Ainda assim, essa conversa entre três estranhos ficou bem profunda bem rápido.” No fim, a verdade é que o assunto tinha tocado os três tão facilmente porque era algo que estava no cerne da condição de um ninja. A morte que os rodeava e a ideia de selar as próprias emoções para evitar a dor era algo que todos os que trilhavam aquele caminho teriam que enfrentar uma hora ou outra, e ali se encontraram por obra do acaso três pessoas em diferentes pontos nessa jornada pessoal.

Ran notou então que ela pareceu menos tensa ao ouvir tudo aquilo. Ainda parecia ter um peso sobre os ombros enquanto digeria o que havia sido dito, mas a raiva mal direcionada parecia estar se esvaindo. Em resposta, Ran desativou o sharingan, baixando um pouco mais a guarda. Se sentia um pouco perdido, desconectado das emoções dos outros que antes lhe pareciam tão fáceis de ler, mas era uma forma mais honesta de se conversar e a visão daqueles olhos parecia incomodar a garota de alguma forma. “Pera, “garota”? Eu não faço nem ideia do nome dela! Nem disse o meu por falar nisso.” Pensava agora em retificar isso e se apresentar direito, mas não parecia o momento adequado.

Quase começou a falar quando viu ela dar um ressoante tapa no próprio rosto. “Okay, isso foi estranho.” Já começava a se arrepender de ter desativado sua habilidade de ler melhor a linguagem corporal dela, mas era tarde demais pra voltar atrás. Depois de quebrar o silêncio com o tapa ela refez o enfaixamento sobre seu rosto e aceitou o convite que o Chinoike havia feito, estendendo-o também a Ran com uma pergunta um tanto curiosa sobre a natureza da vila. “Pelo menos parece uma discussão interessante.”

- Não é exatamente o primeiro assunto que eu abordaria num chá, mas eu vou aceitar o convite. Pra falar a verdade é algo que eu me perguntei muito durante a guerra e eu queria entender o que vocês acham disso. – Disse, indo na mesma direção que ela logo em seguida. Imaginava que um dos dois tivesse um lugar em mente pra ir, então não tinha a menor pressa e apenas seguiria. – Por sinal, eu li essa situação completamente errado de longe então eu nem me apresentei quando cheguei. Meu nome é Ran.

HP: 1675/1675 | CH: 2800/2800 | ST: 00/07

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*475 palavras
*Velocidade abaixo da máxima
*Chakra Ōtsutsuki (AG Amigos)

"Pensamentos"
-Falas

Cálculos:

JUTSUS UTILIZADOS:

ITENS UTILIZADOS:

BOLSA DE ARMAS:

DATABOOK:

QUALIDADE / DEFEITOS:

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Akihito

Tokubetsu Jonin

Qua 21 Jul 2021 - 20:23

[Fuga] Tchau, querida!

Na Calada da Noite

As minhas palavras e as de Ran pareciam ter penetrado mais fundo que uma lâmina no coração da genin, e embora ainda restassem resquícios claros de seus traumas, ela ao menos parecia ter reunido forças suficiente para tentar enfrentá-los. A jovem havia aceitado meu convite e eu estava feliz por poder tido a oportunidade de ajudar alguém a se erguer do fundo do poço, tal como poucas pessoas fizeram comigo no passado.

Ela também nos fez fortes indagações, perguntas de difícil resposta. O que é Konoha?; a pergunta ecoou em minha mente. Talvez eu mesmo não soubesse o que responder num primeiro momento.
— Bem, vamos andando então, eu conheço uma Casa de Chá muito boa aqui por perto. E enquanto isso, eu penso na resposta — falei. — Ah, e sobre o que você falou anteriormente, nem todos que você conhece estão mortos. Você conhece a nós, agora! — Eu já havia me apresentado, tal como Ran, mas a própria garota ainda não havia se identificado. — Aliás, como é mesmo o seu nome?

A esta altura, eu já havia desativado meu Modo Sábio, o qual inclusive pareceu nem ser notado. Por fim, segui para a Casa de Chá.

3700/3700 | 4000/4000 | 2000/2000
250/400 | 250/250 | 00/09

200 palavras

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