Azin estava em seu aposento na casa dos Hoshigaki, era um cômodo pequeno e simples, com uma rede, uma pequena mesa com assento, uma estante com livros e pergaminhos do rapaz, um baú que guardava coisas diversas e algumas caixas organizadas onde guardava suas roupas, era o necessário para viver por enquanto. O Genin estava terminando um relatório de uma missão que fizera, onde ajudou na construção e reparo de alguns prédios e casas conforme o Mizukage, ou melhor, seu gabinete, havia ordenado. A escrita do rapaz era limpa e precisa, utilizava um pequeno pincel e um tinteiro para relatar as atividades e dar uma apreciação acerca dos comentários feitos por Jin e Hiroshi em relação à mão de obra e a necessidade de mais recursos e ninjas*. - Falei para eles que tentaria ajudar nessa parte também, já que eles não têm muito tempo disponível para encarar fila e ter uma audiência com a assistente do Mizukage Senko. Lembrava o rapaz, falando sozinho. Tinha esperanças de que o gabinete do kage desse alguma atenção para o relatório e percebesse as necessidades que o mestre de obra e o pedreiro haviam destacado.

Quando terminou esse relatório, jogou um pouco do pó de escrita no pergaminho para acelerar o processo de secagem, depois bateu no pequeno pergaminho para limpá-lo e o enrolou, selou e deixou na estante dos livros. Havia terminado dois relatórios e logo os entregaria para os responsáveis no gabinete do kage, todavia, tinha outro a fazer, uma nova missão! Bebendo o seu chá de hortelã e comendo um biscoito, abriu um pergaminho azul claro que estava selado e sob sua mesa, o leu. Basicamente, o pergaminho convocava o Genin a ajudar alguns pedreiros a fazer a calçada de algumas ruas em um distrito mais afastado do centro da Vila Oculta, e que precisava de assistência urgente. Azin pensou por alguns instantes sobre as ações concretas que o kage estava tomando para dar assistência aos moradores de Uzushio.

Mais tarde, Azin se dirigiu até a área de Uzushio em que iria trabalhar para pavimentar, dando alguns metros de calçada dignas para os moradores, especialmente para os velhinhos que eram os mais afetados. Estava com uma espécie de bermuda que batia em seu joelho, uma sandália justa e uma camiseta regata preta e um chapéus de palha para protegê-lo do sol enquanto trabalhava. Não gostaria de passar mal por não estar com as vestes adequada. Assim que chegou no local, apresentou-se a um pedreiro que estava coordenando a pavimentação no quarteirão, se chamava Jin, era na verdade já apresentados pois Azin tinha ajudado o homem com algumas tarefas em outro bairro da Vila Oculta. - Está me perseguindo, garoto? Perguntou o mestre de obras, com um sorriso, que deu origem a uma gargalhada enérgica quando viu a expressão de vergonha que o Hoshigaki fez.

- Não, senhor! Só estou aqui para cumprir minhas tarefas! Respondeu, formalmente, com uma vénia rápida.

- Estou brincando. Rapaz, você é muito formal. Bem, vamos começar logo, sem lenga lenga. Disse, e o Genin concordou com um aceno de cabeça.

A primeira coisa que foi designado a fazer foi realizar a demarcação de uma área em que nada tinha sido feito ainda. Com alguns pitões de ferro, uma marreta e um longo carretel com um barbante grosso, Azin começou a inserir os pitões com inúmeras batidas furiosas da marreta. Tin, tin, tin, tin. O pitão de ferro pouco a pouco entrava na terra, na sua outra ponta circular, onde a marreta batia, a linha passava por dentro, pitão por pitão, realizando a demarcação da terra que receberia a intervenção do mestre de obras no sentido de receber a calçada de fato.
Esse trabalho de demarcação da área da calçada não era o mais difícil, todavia, não era tão fácil, se somava ainda a condição não tão tonificada dos músculos do Hoshigaki, o que dificultava tal trabalho manual. Pouco a pouco, a calçada do lado direito do quarteirão em que estava ia sendo demarcada. O próximo passo, de acordo com o mestre de obras seria tirar as medidas novamente para verificar o sucesso ou não do processo de demarcação, então, seria feito a medição da calçada para determinar onde cada “seção” da calçada começaria e outra terminaria. Adicionalmente, teria de conceber onde ficariam algumas áreas mais baixas para a descida e subida de pessoas cadeirantes por exemplo. Para executar esse trabalho, Azin ficou apenas observando enquanto um trabalhador, colega de Jin, com uma prancheta e uma fita de medir tirava as mesmas e anotava na sua prancheta, fazendo um belo desenho da calçada, suas medidas etc. - Tem certeza que apenas com essas medidas de largura, profundidade e comprimento dá para estimar o quanto de concreto vamos ter de misturar para usar? Perguntou o rapaz, surpreso.

- Sim, quer dizer, eu faço os cálculos de forma aproximada, as vezes há desperdício, algum cão sarnento que anda pelo concreto fresco e temos que refazer o trabalho. Respondeu o rapaz, de nome Akira, alto, esguio, de óculos, rápido com o ábaco e com a medição da área.

- Entendo, sempre há imprevistos, não é mesmo? Disse o Hoshigaki.

- De fato. Agora, obrigado pela ajuda, vá falar com Jin que certamente terá outras tarefas para você, Azin. Disse, ajeitando o óculos e voltando para uma mesa de madeira improvisada onde estava alguns blueprints e instrumentos matemáticos mais delicados. - Aliás, seu nome rima com o de Jin, que estranho. Comentou, antes de seguir seu caminho, o Genin riu e foi até o mestre de obras.

A próxima atividade que Azin deveria executar era mais pesada, ficaria encarregado de quebrar a área em que a calçada seria instalada, para assim, inserir as malhas de ferro e apenas depois disso, a camada de concreto. O Genin pegou a picareta e começou a trabalhar, atingindo o chão seguidas vezes, seguindo as instruções de um outro pedreiro que recomendava a distância entre os golpes para obter um trabalho adequado. Trabalhar com construção não é fácil. Pensou o rapaz. Sentia-se satisfeito em ter vindo com vestimentas mais adequadas para o trabalho, se sentia levemente mais adequado e disposto àquele trabalho se comparado com a ajuda que prestou a Jin noutro dia, com as cercas, o entulho etc.

Após ter terminado essa etapa do procedimento, Azin deveria ir até a fundição da vila, onde trabalhavam os artesões e os ferreiros que lidavam com metal para construções mais reforçadas. Dirigiu-se até o local, guiando, junto com um aprendiz de pedreiro, uma carroça puxada por um cavalo vigoroso e forte. Chegando no local, tiveram de carregar a carroça com as inúmeras telas de malha de ferro, amarrando a mercadoria com algumas cordas para evitar algum acidente. O aprendiz veio conduzindo a carroça na volta, de forma que assim que chegaram, o Genin e o aprendiz descarregaram o material num beco próximo da mesa de trabalho repleta de blueprints. Parecia que Jin não estava lidando apenas com a fabricação daquelas calçadas para o Mizukage, estava fazendo alguns desenhos de prédios para reparação e construção, ficou se perguntando o nível que consistia os esforços do gabinete do Mizukage em construir e reparar áreas de Uzushio.

Depois de realizar a entrega, Jin dispensou Azin, seu trabalho já havia sido feito no dia de hoje, mas outros trabalhos nos dias vindouros viriam, e tudo deveria constar no relatório para o gabinete do Mizukage.






Narração
Falas de Azin Hoshigaki
Falas de outrem
Pensamentos de Azin Hoshigaki

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