Senju Keiji
HP: 2000 | 2000 • CH: 2350 | 2350 • ST: 00 | 07

Departamento de Investigações de Uzushiogakure, 8:30.

Senju Keiji chegou tímido ao escritório; afinal, era o seu primeiro dia e não conhecia ninguém ali. Talvez, se desse a sorte de encontrar Alice, os primeiros momentos seriam menos perturbadores. À passos lentos e com a cabeça baixa, tentava passar despercebido pelos outros funcionários. Entretanto, a estratégia não daria certo por muito tempo.

— Ei, garoto novo! — Alguém o notou (ou teria outro novato no local?). De uma das salas, um homem com vestes sociais e um cabelo grisalho muito bem penteado acenava convidando-o para entrar. — Sente-se. Primeiro dia, não? Ah eu lembro do meu primeiro dia aqui no Departamento. Nesse dia eu consegui capturar um dos criminosos mais procurados da vila. Espero que seu seja tão memorável quanto o meu. Enfim, pegue. Este será o seu primeiro caso. Boa sorte! — Tentou dispensá-lo logo, entregando-o um pequeno envelope.

— Obrigado! — O chunin apenas agradeceu e deixou a sala. Ansioso, abriu o envelope recebido.

As informações diziam sobre um caso de furto à bolsa de uma mulher chamada Clotilde Rothfuss, ocorrido na noite passada nas proximidades do restaurante gourmet “100 Miséria”. Não haviam pistas e o único detalhe extra presente naquele papel era o endereço da vítima. Sem muitas opções, Keiji foi até o local indicado.

A casa não era luxuosa, ao que parecia; contudo, estava longe de ser considerada simples. Duas. Três. Quatro. Dez batidas à porta e finalmente foi atendido por uma senhora baixinha e corcunda; com cabelos brancos e encaracolados; um vestido florido e apoiada à uma bengala.

— Pois não, querido? — Perguntou.

— Bom dia, senhora. Clotilde Rothfuss se encontra? Sou Senju Keiji, do Departamento de Investigações, e vim fazer alguns questionamentos sobre o caso dela.

— Sou eu mesmo. Vamos, entre. Entre. — Gentilmente convidou-o para entrar.

Por dentro, a residência era bem cuidada e... “Estranha!”, pensou o jovem. As paredes e móveis apresentavam arranhões; brinquedos e almofadas espalhadas pelo chão; e um cheiro forte de... “Gatos?”. Sim muito deles. Por todos os cantos da sala de estar haviam gatos e foi ali mesmo que pararam para conversar. Os bichanos, que outrora estavam calmos, ao perceberem a presença do estranho, começaram a miar em coro e a escalar o corpo do jovem em busca de carinho e atenção. Mal pode ouvir quando a senhora disse que buscaria uma xícara de chá para ele. Cerca de cinco minutos depois ela retornou, cantarolando.

— AHHHHH! — A idosa gritou, assustada. A xícara a qual ela equilibrava habilmente nas mãos voou, derramando todo o chá quente sobre as vestes do Senju. Keiji pulou da poltrona instintivamente, gritando de dor.  

— Senhora Rothfuss, o que aconteceu? — Sem entender nada, ele perguntou.

— Quem é você? Como me conhece?

— Como assim? Sou Senju Keiji, do Departamento de Investigações, como disse à senhora minutos atrás.

— Mas o que você faz aqui na minha casa? Veio visitar meus gatinhos?

— Vim tentar entender o que aconteceu quando furtaram sua bolsa ontem no 100 Miséria. — Tentava se explicar.

— Bolsa? Que bolsa? Eu sequer fui ao 100 Miséria. Não vou lá desde o dia que esqueceram de colocar ervilha na minha sopa de ervilha.

Aos poucos a conversa começava a fazer sentido ao chunin que, brevemente, despediu-se da idosa e saiu da casa, indo em direção ao restaurante. No local, identificou-se e perguntou a um dos garçons se alguém havia deixado uma bolsa no estabelecimento na noite anterior. Para sua surpresa (nem tanto), ela estava ali. Intacta.

Não se tratava de um caso de furto. A idosa apenas sofria de amnésia.  

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