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Estava inerte em minha cama, refletindo sobre o pequeno problema que tive com meu pai, observara alguns hematomas pelo meu corpo, estava com raiva. Não pelo resultado do treino ter sido uma completa derrota mas sim porque ele me fez usar meu poder... E eu sequer fiz ele soar, só podia ser brincadeira, eu tão fraco assim? Precisava treinar. Levantei de minha cama com um salto indo em direção ao guarda-roupas, colocava um quimono especial de treinamento e então parti após tomar um café reforçado. Ficaria alguns dias na vegetação escassa de minha vila. Meu plano inicial era amarrar algumas pedras em meus braços e pernas e fazer flexões, correr, qualquer coisa que me fizesse com que meu corpo ganhasse força.

Mas, graças à uma pessoa de meu passado, tinha tudo o que precisava em um certo local. Era minha primeira vez indo para lá, estava aberto ao público, não havia trancas na entrada. Assim que abri a porta as luzes se acenderam, uma sala grande com equipamentos, poderia fazer desse lugar meu novo santuário. Precisava de mais força e velocidade, enquanto os demais treinariam a prática do ninjutsu eu estava reforçando meu corpo, minha técnica com a espada dependeria desse tipo de treinamento e estava disposto a fazer qualquer coisa para ser reconhecido como melhor espadachim no mundo todo. Peguei dois pesos de 5kg cada, segurando um em cada mão, comecei a levantá-los de modo repetitivo até chegar no número cem, meu corpo não se exauria tão facilmente, aproveitava-me disso.

Após o treino inicial com os pesos de 5kg, amarrei em minhas pernas pesos de 10kg, comecei a correr após me hidratar com a água que encontrei no local, não me perguntei o porque de ter uma sala de treinamento pronta para ser usada por qualquer um, meu foco era fortificar meu corpo o máximo que conseguisse, pelo menos por hoje, meu percurso de corrida eram as laterais da sala, me movia sempre em máxima velocidade para me acostumar com os pesos e também fortificar minhas pernas, ganhar massa muscular era trabalhoso porém não impossível, na quarta volta parei para descansar. Senti que minhas pernas não conseguiriam mais, não por muito tempo, retirei os pesos e então continuei o treinamento. Suspenso apenas pelas mãos, o suor tomava conta do meu corpo, talvez meio dia tenha se passado ou mais, não entrara nenhuma luz do lado de fora a partir do momento em que a porta se fechara.

Então vinha minha pausa, precisava dormir, deitei no tatame sem qualquer frescura e repousei. O sono foi automático, mesmo não tendo uma coberta, ou sendo tão confortável quanto o meu próprio colchão, aquele lugar me tornaria forte custe o que custar.  Então finalmente acordava, estava com uma certa dor, talvez fosse do treinamento, ao meu lado uma cesta de frutas, quem poderia ter deixado isso aqui (?) Talvez meu treinamento estivesse sendo observado, não havia passagens, pelo menos não tinha encontrado nenhuma até agora, mas isso era o de menos, hora de comer. Saciei minha fome com algumas das frutas que tinha naquele cesto, e então voltei ao treinamento. Dessa vez optei por começar pela corrida, troquei os pesos de 10kg por outros de 20kg, eram mais pesados mas conseguia me mover devido minha força nada comum para um adolescente, ficaria 120 minutos correndo em voltas, percebia gradativamente minha evolução, estava me habituando aos pesos o que significava que sem eles minha velocidade melhorara aos poucos. Mantive esse treinamento por mais quatro dias.

Era hora de iniciar nas barras, fazer algumas flexões. Primeiro as barras, era um exercício difícil de se fazer, ainda mais para mim que não estava acostumado, estava sem tomar banho já tinha alguns dias, pensava em cortar o treinamento mas ainda era cedo, talvez eu tenha ficado uma semana dentro dessa sala, com mantimentos trazidos de fora por outra pessoa que eu desconheço, com meu pequeno cérebro normal cogitava estar acontecendo alguma coisa; mas não dei a mínima, poderia me defender caso piorassem as coisas. Ou talvez, eu apenas estivesse sendo avaliado por superiores, finalmente colocaram os olhos no órfão, ex-ladrão e possível psicótico. E após alguns minutos na barra, resolvi que aquele não era meu exercício favorito, fazer flexões era menos trabalhoso, trocava os pesos de 5kg que ainda tinha nos braços por pesos de 10kg, a diferença era nítida, meu corpo doía um pouco, mas não desistiria tão fácil.  

Estava quase na reta final do meu treinamento, circulei pelo local suspenso apenas pelos braços, já notava a diferença com a aparição de novos músculos, minha barriga ficava mais definida também com algumas abdominais que fazia durante os intervalos, poderia encontrar meu pai agora mesmo e disputar novamente com ele, mas não era necessário, poderia dizer que fiquei até mais forte que ele, não que eu não fosse, ele era inteligente e isso eu não posso dizer de mim; força bruta é o que me molda, mas meu espírito é o que me faz seguir em frente. E então, depois de oito dias de treinamento rigoroso, com descanso de apenas algumas horas e sendo nutrido por frutas que algum estranho me trazia era hora de retirar os pesos das pernas e dos braços, quis testar minha força primeiro. Trouxe para dentro uma rocha mediana de aparência circular, com minha mão direita pude ergue-lá sem problema algum e então pulverizá-la, estava de fato mais forte. Agora minha velocidade, me movi com precisão e em máxima velocidade; de fato estava mais rápido do que era, mas não conseguia superar a velocidade apresentada pelo Kazekage em nosso treinamento, não sabia o que fazer em relação à isso, mas agora sabia que precisava de uma pausa. Era hora de voltar para casa.

Havia se passado certo tempo desde de meu ultimo treinamento. Enquanto andava pelas ruas, eu matutava sobre a quantia de shinobis que agiam ativamente a comando da vila. Eis que um pensamento surgia em minha mente. Eu nunca havia praticado o estilo do ninjutsu fora da acadêmia, tendo uma certa desvantagem por não conhecer a forma de combate predominante entre os shinobi do país e por ter uma noção de que algum dia eu havia de combater outros shinobi, uma vontade de saber me consumia. Tendo um certo período sem atividades para realizar, eu partia para a acadêmia, onde eu vinha a pesquisar sobre o ninjutsu.

Não parecia nada extremamente complexo, já que eu estava bem acostumado com o processo de movimentação do chakra através do meu corpo. Me direcionando a um pequeno centro de práticas da acadêmia, eu começava minhas atividades em busca de meu aperfeiçoamento. Como começo do meu treinamento, eu buscava realizar uma distribuição de chakra massiva, com o intuito de formar uma grande quantidade de bunshins para aperfeiçoar minha capacidade de executar tais técnicas.

Eu realizava os selos de execução do jutsu, levando meu tempo para tal. Ao finalizar, eu executava a técnica conforme o praticado na acadêmia, mas tudo o que eu conseguia fazer era um único clone que parecia durar por um bom tempo. De acordo com a primeira tentativa, eu podia notar o limite de minhas capacidades com o ninjutsu e por saber disso, eu poderia começar a aumentar a quantidade de chakra para forçar meu corpo a cooperar na execução do bunshin.

Em uma série de tentativas, eu executava os selos e repetia o processo, mas somente dois clones eram formados, sendo um deles em perfeito estado e o outro, uma falha. De inicio, distribuir meu chakra em dois clones era, de certa forma, trabalhoso mas com insistência, eu conseguia notar que a cada clone que eu formava, mais e mais o meu chakra se distribuía e se formava de maneira correta, ao ponto de se tornar notável as mudanças que os clones começavam a apresentar. Conforme o passar do tempo, eu consegui aperfeiçoar a distribuição do chakra aos clones de tal forma, que os mesmos apresentavam a minha exata aparência, sem defeitos.

Tendo agora domínio sobre a forma no qual o chakra se comporta perante a este estilo, eu era capaz de executar clonagens em maior quantidade, sendo que, em pouco tempo, eu conseguia formar mais de cinco clones de forma simultânea. Mas havia um certo problema, sendo ele a quantidade de tempo em que eu conseguia manter os clones. Sendo o bunshin uma técnica de clonagem bem distinta, eu teria certos problemas em executa-la em combate devido ao meu controle de chakra. Contudo, este seria um obstáculo a superar em outra hora.


Caminhei até um rochedo mais elevado da vila, perto dos portões. Retirei uma kunai da bolsa e a utilizei a fim de escalar tal rochedo. Cravava com a mão direita em um ponto mais alto, onde minha envergadura alcançasse, e me apoiava com os membros inferiores na parede rochosa. Isso buscando uma boa sustentação para a pequena escalada.

Após alguns movimentos, encontrei-me sobre a rocha. Vislumbrei a paisagem da vila por alguns instantes, mas logo retornei ao meu foco: desenvolver habilidade em selos de mão.

Com o pergaminho aberto, estiquei-o no chão e comecei a leitura. Carneiro, javali, touro, cachorro e cobra. Enquanto analisava os desenhos representativos dos selos, aquecia os dedos de ambas as mãos. Quando terminei a memorização da sequência, iniciei as posições lentamente, buscando atingir eficiência e precisão.

A partir daí, acelerei a cada repetição dos selos, tornando a técnica cada vez mais rápida. Enfim, a velocidade já estava me agradando. Estava na hora de aplicar o jutsu, em vista de garantir que a prática dos selos estivesse realmente dominada.

Realizei os movimentos de mãos necessários e , ao finalizá-los, meu corpo se transfigurou em uma rocha. Porém, em seguida, apareci em uma posição um pouco atrás da original. Não era uma transformação, mas sim um jutsu básico de substituição. Já era suficiente, entretanto repeti o processo durante 1 hora, visando um melhor aprimoramento da técnica.


Depois de um tempo, certo de que poderia elevar o processo ao novo nível, resolvi me testar. “Vamos ver o quão rápido eu posso fazer isso” pensei. Empunhei a mesma kunai de antes com a mão direita. Calculei mais ou menos a força com a qual a lançaria, bem como a distância possível de se obter. Em um movimento rápido, lancei a arma perpendicularmente à minha posição –para o alto. Da maneira realizada, a kunai subiria cerca de 5 metros e depois retornaria com a ponta direcionada à minha cabeça. Caso eu não realizasse o jutsu a tempo, aquilo poderia causar um ferimento significativo. Enquanto a arma subia até sua trajetória máxima, completei os 2 primeiros selos. Ela começou a descer. Faltavam 3 selos para que o jutsu se completasse. Quando a kunai estava muito próxima de se atingir, terminei a última posição de mão e de súbito outra pedra se formou em minha posição em meio a uma fumaça branca. Apareci novamente posicionado atrás da pedra, cerca de 1 metro. “Certo” disse eu, confiante de que completaria os selos antes de ser acometido pela arma.

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"Finalmente, estou mais forte, posso prosseguir". Estava de volta em minha casa, queria um novo rumo para mim. Pensei em todos os meus defeitos que pudesse eliminar, o mais óbvio para mim foi a falta de manejo que tenho com minha mão esquerda - ser ambidestro poderia ser a chave - fui até a cozinha e peguei duas colheres. Aprenderia a usar as duas da mesma forma. Analisei o jeito natural de utilizar; com a mão direita sem problema algum, cresci fazendo aquilo, tentei repetir o movimento com a mão esquerda e quase derrubo todo a comida em cima de mim.

Não iria desistir tão fácil, notei certa espontaneidade em meus movimentos com a mão direita. Eu só tinha que treinar um pouco mais, decidi parar de utilizar a mão direita. Realizei um treino de alvo com shurikens e kunais, arremessando-as sempre com a mão esquerda, fiz exercícios físicos utilizando apenas um dos braços - o braço esquerdo evidentemente - poderia eliminar todas as dificuldades se mantivesse o treino nessa dificuldade. Prossegui repetindo os mesmos processos por dias. Primeiro seria o café da manhã, depois o treino com as armas e por fim o treino físico. Era cansativo mas já estava obtendo um resultado gratificante.

Algum tempo depois já era natural para mim controlar a mão esquerda e direita da mesma forma. Foi um progresso e tanto. Mas preferi continuar com os treinos árduos até ter certeza. Precisava me preparar para o teste chunin que pediria ao próprio Tsuchikage para realizar; como sendo alguém nada compreensivo ele precisaria ter tanta certeza quanto eu de que seu assistente estava pronto para o desafio. Por fim, após mais um dia de treinos, era hora de descansar. Percebi o surgimento de um "tanquinho" na região do meu abdômen, ri, por ser tão novo não esperava isso acontecer.

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Andava pelo campo de treinamento esperando encontrar alguém que pudesse me ajudar.

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"Sede por poder?". Não, isso não era sede por poder, eu apenas queria explorar minhas forças. Encarei aquele velho por um tempo, queria analisar onde ele poderia me fazer chegar, não disse nada. O fluxo de chakra circulou pelo meu corpo até focalizar em meu braço esquerdo; a luz foi intensa e os ruídos também. Mas o efeito não era duradouro. Era isso o que eu sabia fazer — e então, como faço para melhorar meu controle elemental? — indaguei.

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O desafio era grande mas acabei aceitando. Não sabia como começar, apenas coloquei as duas mãos para cima e me concentrei o máximo que pude, houve uma aglomeração de nuvens carregadas na primeira tentativa - achei que poderia dar certo - mas nada de diferente aconteceu. Encarei aquele velho, ele estaria tirando algum tipo de sarro de mim? Enfim, não era importante agora. Me mantive concentrado, apenas falha ocorreu ali — não consigo fazer isso — disse.

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