A fumaça chegava no pico mais alto que um determinado arquipélago do País das Águas podia oferecer ao Rei dos Uzumaki. Da primeira fração de fumaça passavam a surgir os primeiros resquícios do vilarejo que um dia viria a ser chamado pelo mundo ninja Uzushiogakure. O mar era repleto de embarcações de madeira, carregando chapas de um metal escuro e vários trabalhadores com etnias e origens claramente distintas a julgar pelas feições, assim como as origens dos materiais também era a mais distinta possível para um mundo tão recluso.

Quando chegavam ao porto de Uzushiogakure, as chapas de metal eram prontamente levadas aos céus com exímios dobradores de vento exercendo sua natureza elemental sobre os construtos, e era encargo dos dobradores de fogo soldarem cada peça com o maior esmero, cada qual sob supervisão de pessoas do alto escalão da vila que estava prestes a surgir. Aos poucos, aos homens que trabalhavam ali eram dadas faixas multicoloridas com um filete de metal cravejado com o símbolo de um redemoinho, em um convite para viver no lugar depois que fosse erguido por completo. Quando o primeiro prédio finalmente foi finalizado, Danzo subiu até o novo ápice do País da Água, o ponto mais alto do mundo shinobi, e observou o trabalho que devia fazer... o plano era de mais seis meses de puro trabalho duro, até a ressurreição de um vilarejo outrora perdido.

No País do Vento, uma missão era aceita. Shindo tinha perseverança, caráter e principalmente a vontade de fazer o que o Daimyo de seu país natal queria: reconstruir Sunagakure. Não era um homem ambicioso, mas aproveitou-se da bondade - ou ingenuidade - do Oitavo Hokage em deixá-lo livre para escolher o próximo líder de seus territórios, e ninguém melhor do que uma pessoa em quem confiasse. Escolheu-se um terreno mais ao nordeste, longe do profundo deserto, onde em um próximo eventual ataque fosse ainda mais fácil de adquirir ajuda. Algumas pessoas tinham o interesse no novo vilarejo que ressurgia; bastava um incentivo financeiro por parte do rico lorde daquelas terras para que os pretendessem atiçassem seus bolsos e esperassem pelo melhor. E a partir daquele dia, as areias começaram a oscilar.


Seis meses se passaram. Qualquer pessoa que passasse a menos de dez quilômetros do arquipélago em um dia ensolarado poderia ver a luz do astro-rei refletindo nas gigantescas construções erguidas de uma hora para a outra no meio do nada. Uzushiogakure agora era uma vila completa. O sistema adotado era o de ninjas, com as patentes seguindo fielmente as dos demais países, assim como uma forte presença militar de ninjas imigrantes, que enxergaram nas palavras de Danzo uma nova oportunidade de vida, tornando a força de Uzushio equiparável às outras potências. Viajantes que olhassem para o vilarejo de arranha-céus poderiam pensar que a ambiciosidade do Rei havia terminado, porém aquela ilha era apenas o primeiro passo.

No nordeste do País do Vento, depois de seis meses de intenso trabalho, os esforços de Shindo demonstravam um resultado impressionante com a chegada de pessoas àquele lugar outrora inóspito. Cada dia dentro do semestre dedicado à reconstrução do vilarejo rendia o erguimento de prédios feitos em estruturas extremamente reforçadas de areia, uma cortesia da linhagem sanguínea do não tão jovem homem. A Shindo, foi outorgado pessoalmente pelo Daimyo o título de Shodaime Kazekage, como uma forma de colocá-lo à frente do poderio militar da nova Sunagakure, como também preservar a memória dos antigos líderes da Areia, iniciando uma nova dinastia de Sombras.

Era também no primeiro raiar do verão que as sombras tinham suas garras afiadas. Enquanto a humanidade se reconstruía em função de ataques causados no passado, Shaka e Shion também tinham seus planos traçados milimetricamente antes de agirem pessoalmente ao passo que seus fieis guerreavam esporadicamente. Especialmente, uma pequena caixa escondida nos confins do mundo e uma técnica de selamento singular atraíam as lideranças das facções em guerra, fazendo com que ambas as partes começassem a se mover.