NARRACAO escreveu:Era uma noite fria e úmida em Kumogakure, o pico das montanhas brilhavam por conta do acúmulo de orvalho,e a luz era refletida nos olhos daquele homem. O homem era importante, mas felizmente pra ele, não era ninguém conhecido por mim. Era um senhor Feudal que nunca tinha visto, que estava a procura de um genin para realizar a escolta de seu filho.
Logo no início da procura  ele me encontrou. Eu estava especialmente sem sono naquele dia. Aceitei a missão de imediato, no entanto, eu teria que sair a noite com eles, e voltar pela manhã.

— Hum... pode ser. – respondi positivamente a proposta.

   Minha missão era acompanhar o filho daquele senhor numa excursão pelas vilas ninjas do País. O garoto tinha 9 anos, mas pompa de adulto. Provavelmente tinha sido criado desde cedo com a promessa de se tornar um dia o novo senhor feudal, no lugar de seu pai.
Ainda a noite, embarquei na carruagem real junto com o garoto e partimos. Além de nos, uns outros 2 diplomatas, e um outro cara que também parecia um ninja, apesar de não estar de bandana; se bem que eu também não estava. O senhor Feudal, obviamente, ficou num compartimento separado.

— Qual seu nome? – O garoto me perguntou.
— Enrico. —  Respondi.
— Engraçado... você não é daqui, né?
— Esperto. É bem instruído.
— O senhorzinho foi educado pelas melhores professores do país —  disse um diplomata paga pau que estava na condução. EU simplesmente o ignorei.

   A primeira parada foi tranquila. A chegada até lá foi rápida. Era um pequeno vilarejo, onde o novo senhor feudal ia ser anunciado, e fingir se importar com os pobres diabos dali. Eu fiquei de olho em volta enquanto o garoto se reunia com os líderes da vila. Nada fora do comum.

Apenas o garoto e um dos diplomatas voltaram a condução. Acho que o Ninja foi fazer outra coisa, e o outro engomadinho... eu não fazia a menor ideia de saber.

— Algo estranho em volta? – questionou o jovem monarca.
— Infelizmente não.
— Que?
— As vezes é bom um pouco de ação. —  disse enquanto me espreguiçava.
— Isso aqui não é brincadeira.
— Jura?
— Tem mais gente do que você imagina que quer me ver morto.
— Sua bunda real está segura... por enquanto.


   A segunda parada foi num hospital de monges, conhecidos como Kumokuris. Eu até queria , mas não podia entrar lá. Talvez fosse por causa de minha cor, mas acho que nenhum "agente da violência" (vulgo: Shinobi) podia entrar no salão sagrado... Eu realmente não me importava, só queria sair da monotonia. Do lado de fora, tiver lidar com um andarilho totalmente bêbado, mas nada que não pudesse dar conta.

De volta a condução:

— O que são essas marcas de sangue nas suas mãos, Ninja? —  Questionou o garoto, observador.
— Eu fazendo meu trabalho.
— Bom...muito bom. Já matou quantos?
— Na missão ou na vida?
— Na vida, ninja.
— Não sei— E não sabia mesmo. Não contava isso, não achava algo pra se orgulhar...mas também não era vergonha.

    A terceira parada foi num grande vilarejo numa região montanhosa. Conhecidos por terem inventado o “Bolinho de pedra”, a Vila da Noite não era uma vila ninja, mas tinha um sistema de segurança razoável, com homens armados de foices e espadas. Eujá estava ficando impaciente quando o garotinho saiu da sala de reuniões acompanhado de seu pai. O senhor Feudal fez um sinal com a cabeça em aprovação, e foi pra seu lugar. O garoto entrou na condução comigo, novamente.

— Dessa vez foi mais tenso. E você, NINJA, como foi a segurança?
— Normal. Parece que ninguém quer te matar.
— É impressão minha ou você tem algo contra mim, ninja?
— Olha. Eu fui pago pra te proteger, nada além disso.
— Não custa nada conversar um pouco. Daqui pra frente nossas paradas serão em lugares cada vez mais distantes.
— Nós não temos nada em comum pra conversar.  Eu gosto de conversar...de verdade, mas interagir com você só me lembra como o mundo está desigual.
— Por minha causa?
— Você é um sintoma. Como a febre que anuncia uma doença.
— Você tá me chamando de doença, ninja?

   Me calei por uns instantes. Não deveria falar tudo que penso, mas...algo dentro de mim... Seria Deus? Eu não poderia negar minha missão divina.

— Não sou um “ninja”. Eu sou um instrumento de Deus pra arrumar as coisas nesse mundo. Nasci sem privilégios, diferente de você, e no entanto hoje eu que te protejo... — Eu não sabia como concluir sem ser agressivo.
—Hum...—O garoto ficou pensativo um tempo.— Você é bem malucão. É um cara engraçado.
— Engraçado... — Tudo bem, ele podia me considerar o que quisesse. Tudo que importava é o que eu tinha que fazer—... gostei do elogio. Agora, podemos ficar quietinhos...? Tenho que fazer umas orações. —  Não podia me perdoar por meu pequeno acesso de fúria, mas Deus poderia.



   O filho do senhor feudal gargalhou e atendeu o pedido. O resto da missão ocorreu sem maiores problemas. NO início da manhã eu já estava no pé da montanha, voltando a Kumo. É claro que eles não me levariam nem casa... esses babacas ricos.

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Bolsa de Armas escreveu:6x Kunai (6)
6x Shuriken. (6)
25 metros de fio. (5)

NARRACAO escreveu:Shi Osuma realmente acreditava ser a reencarnação de seu bisavó, o poderoso ninja conhecido no mundo shinobi como "Mestre Genko". Mas o garoto simplesmente demonstra não ter nenhum talento... Familiares até andam dizendo que o rapaz é uma desonra completa para o nome da família. Todos os dias, a mesma coisa… as mesmas falhas. O jovem ia até o campo de treinamento treinar a prática de clones, Shuriken e até luta de espadas, mas sempre se saía péssimo. Seus clones eram ridículos, suas shurikens sempre erravam o alvo, e sempre acabava se cortando com sua própria lamina. Parecia não haver nenhuma solução para o caso do rapaz.  E foi ai que eu apareci pra ele. Minha missão me deu as informações necessárias para entender o caso delicado do garoto.
Eu me lembro quando eu fazia esses treinamentos ridículos que não davam em nada. Nem sempre fui bom, mas desde que me tornei oque sou hoje, me distancio cada vez mais dos menos afortunados. Talvez essa missão seja boa para me humanizar.

— Ei, garoto... Aceitar sua limitação é o primeiro passo pra se evoluir. — Encontrei ele no campo de treinamento, conforme fui informado. — Humildade diante das dificuldades, obstinação diante das crises, é disso que um Shinobi precisa...pra alcançar o céu.

O rapaz não entendeu minhas palavras de início, mas foi educado e se apresentou. Apesar de ter sido criticado mais de uma vez, ele não abaixava a cabeça, e isso já fazia dele melhor do que quem o criticava. Ali ele contou que estava frustrado pois havia vários meses que ele treinava sozinho e nunca havia conseguido progredir o bastante para ser considerado bom em alguma coisa. Ele queria provar a todos que poderia ser um bom ninja, igual ao seu bisavô foi um dia.

Eu tive certa  pena do garoto. Minha vida foi bem difícil e vivi sem esperanças durante muito tempo, mas sempre tive a capacidade de me virar. Ele parecia entregue a seu próprio fracasso.

— Vou tentar começar pelo básico, garoto. Mê dê algumas kunais.

O garoto recolheu as kunais espalhadas pelo chão e levou a mim.
Com paciência, fui o ensinando a forma correta de segurar a Kunai antes do lançamento, a forma de mirar, e até como contrapor a resistência do vento. Aquilo era mais difícil que imaginava, o garoto tinha a coordenação motora de um prato sujo.

— Sabe, eu também tenho limitações físicas. Além de oito metros eu não consigo mirar bem. Sabe como resolver isso?
— Han… treinando?  —respondeu.
— Não. Me aproximando do meu alvo até ficar a oito metros de distância...— sorri com a piadinha. Ele também sorriu. Tinha um sorriso bonito.

Passei a ensiná-lo um pouco sobre selos, mas eu mesmo tinha dificuldade nessa questão.
Ensinar algo que não se tem domínio é complicado. Passei para a parte de controle de chakra.

Enquanto eu olhava o jovem estudante tentando fazer o exercício de controle de chakra que passei, entendi uma parte do problema.

— Garoto. Pega àquela Kunai ali pra mim. Corre! — Apontei para uma Kunai a uns 15 metros de mim.

O jovem foi e voltou, e então eu compreendi.

— Você ficou ofegante com essa corridinha? Um corpo treinado é o mínimo que um Shinobi precisa. Não consigo passar desse nível de treino com você nesse estado. Eu vou embora… você tem duas semanas pra melhorar esse aspecto. Leia pergaminhos sobre respiração, corra duas vezes por dia, dê um jeito nisso. Daqui duas semanas estarei aqui exatamente nesse horário.

E fui embora, deixando a tarefa pro garoto.

O jovem Osuma deve ter ficado péssimo com aquelas palavras, mas era preciso.
Após os dias marcados, nos encontramos novamente ali. Creio que o garoto não entendia o significado de tudo aquilo, mas sabia que devia obedecer, então foi o que fez. Parecia ansioso para saber qual seria o próximo passo nessa rotina de treinamentos, e o quão longe ele chegaria assim.

— Você precisa de braços fortes pra lançar uma Kunai com força e precisão. De mãos rápidas pra fazer os selos, de um bom fôlego pra jutsus de fogo, ou água… É como se diz: Um corpo saudável, uma mente saudável.

Passei a ensiná-lo novamente, dessa vez meu estudante estava sensivelmente melhor.
Com o aumento de força do garoto, ele conseguia lançar as kunais mais retas, e não de lado como antes. Eu dei umas voltas ao redor da vila correndo com o garoto enquanto faziamos selos, para ensinar a ele se concentrar em mais de uma coisa ao mesmo tempo.
Ensinei algumas artimanhas para os jutsus básicos, e principalmente macetes para passar de um selo pra outro mais rapidamente; coisa que tinha aprendido recentemente e foi de grande ajuda.

Ao final do dia, meu estudante estava exausto, mas estava preparado. Meu tempo com ele tinha acabado. Á partir dali o principal ponto era praticar sozinho, e iria se formar um Genin razoavelmente competente.

— Quando se formar volte a me procurar. Quero ver sua evolução.

E fui embora.

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Bolsa de Armas escreveu:Fui sem nada