Nada! Aquela situação deixava a jovem quase irritada, sua proeza de sempre manter a calma estava quase caindo por água abaixo. Suspirou. Respirou e fechou os olhos. Num vento forte e passageiro, meio incomum para aquele clima, um toque; não um toque qualquer. O encoste era tão gelado que arrepiou todos os pelos da garota e aparentemente não a permitiu abrir os olhos, de medo. O frio era tão intenso que causava sensações emotivas, péssimas por sinais, aparentava demonstrar impaciência e raiva.

Da ventania à voz. Quanta petulância daquele ser, após uma aparição enigmática, ainda ressoava palavras para à princesa. Palavras estas ouvidas com sabedoria, medo e receio. O que aquilo lhe dizia? Qual o verdadeiro significado através daquelas palavras? E não menos importante, quem falará?? Muitas perguntas surgiam durante aquele piscar de olhos, que apesar de rápido, parecia durar longos minutos. Abriu-se os olhos. Como esperado, não havia ninguém. Uma rápida olhada perante ao local e apurava o fato do imaginário: era o gelo.

A menina parecia entender o recado e logo canalizou seu chakra restante e concentrou-se, mas agora era diferente. Libertou-se dos paradigmas de treinamentos rasos e pesados e apenas relaxou; e num instante decisivo, sem hesitar pulou do penhasco. Para a garota, era certo que naquela forma, dando a vida, literalmente, iria conseguir alguma resposta, mesmo que  breve, do tão proclamado gelo.

Desta vez a tentativa de suicídio dava certo. Obteve mais respostas. Claramente ela não se jogaria sem um plano furtivo em mente. Ressoava novamente, no ar, a voz misteriosa. — Um sermão? Sério?? — Dizia em pensamentos a jovem. Um riso leve e frouxo podia ser observado em seu resto, aquela situação a agradava. Comunicava-se com o além e superava seus limites, quais seriam as próximas barreiras a serem quebradas ? Um ponto de interrogação explicava tudo ou melhor, justificava, ao menos.

Com a nova narrativa de treinamento ao ar, voltou a pensar. A princesa não era de toda inteligente, mas tinha suas proezas; o que prejudicava era o vício. De novo no doce, agora um chiclete, que por instantes exilava a concentração dela. Nada que não pudesse se resolver, após perde todo o açúcar daquela goma de mascar, a atenção voltava para o treino. Sabia teoricamente qual caminho seguir agora, voltava a relaxar. Esticou seus braços para os lados e sentiu. Sentiu a força do vento seco, o suor escorrendo em sua pele, o último vestígio de açúcar do doce e até o sol. Entendeu que: para ampliar e dominar livremente o gelo, era necessário torna-se gelo. E assim fará, após um longo suspiro, soltava o ar pela boca de forma lenta e emanava toda sua energia gelada, por toda parte do corpo.

Sua energia vital se misturava com o chakra de gelo e logo dava-se formas que a mesma pensava. Fazia de imediato uma estátua sua. Perfeita! Ou não, em instante quebrava, apesar da manipulação livre esta encaminhando pro êxito, ainda faltava-lhe algo.

Que estranha toda aquela situação. O que parecia ser algo sobrenatural tornava-se real e com voz de idosa. Realmente bizarro. Deixava a jovem princesa completamente confusa. Não sabia exatamente o que pensar e nem como agir. Todavia, o que realmente importava agora era as dicas e os passos dados até aqui, a menina da vila da pedra sabia que estava no caminho do êxito. Meio cansada devido todo aquele estresse do treinamento, ainda insistia. De fato era uma menina teimosa e persistente, apesar da pouca idade. Seu corpo aparentava estar trêmulo e emanava exaustão; o mesmo dizia seu rosto, que apesar do calor nem soava mais. Mas li estava ela, de pé, e ''fazendo'' gelo.

O cansaço de toda forma ajudava, em termos. Controlar a quantidade exata de energia gelada com toda aquela exaustão fluindo em seu corpo era difícil. Ao cair da noite, ainda em suas falhas tentativas, a menina acostumava-se com a dor daquela fadiga e já a ignorava. Bravo e brilhante, apesar de dolorido aos olhos de quem vê. Aquele velho dito popular: Sem dor, sem ganho. A jovem fazia jus a isto. Com o cair do escurecer sobre o dia, a garota já manipulava sem perceber com total perícia o gelo e conseguia controlar livremente suas vontade. Seus olhos não mantinham-se abertos por completo e mesmo assim, como última forma de treinamento, congelou parte da montanha e escorregou, seguramente, até o andar mais baixo, onde pode caminhar, com suas botas de gelo, para casa; logo caiu ao chão sem mesmo conseguir fechar a porta.