Apesar do ataque ter sido bem sucedido, o homem desapareceu em meio à escuridão da caverna. O breu era tão intenso que eu sequer podia ver minha espada, só sabia que ela estava ali, em minhas mãos.

Isolada, me vi paranoica enquanto o único som da caverna era o de uma goteira incessante. O homem havia sumido, Samehada havia sumido, pois eu não mais a sentia em minhas mãos. Suspirei, imaginando se aquilo era técnica do inimigo, mas o mesmo aparentava ter sumido caverna adentro. — Estou louca? — sussurrei, enquanto pensava estar caminhando. Meu corpo não se movia, a única coisa que eu via era o breu da caverna, e a única coisa que eu escutava era minha própria respiração.

— Você está ficando louca. — falou uma voz em minha cabeça. O cenário no qual eu me encontrava começou a derreter como se estivéssemos em um vulcão. Conforme as paredes derretiam, rostos daqueles que eu chamava de amigos apareciam, dizendo que nada nada era verdade, e que nunca confiaram em mim. — Minhas memórias são uma mentira? — ponderei, e um acontecimento viera à minha mente: O chunin shiken. Shiroko, o Uchiha que invadira o evento havia dito que um dia isto iria acontecer. Aqueles que chamei de companheiros trairiam-me em sua primeira oportunidade só por eu ter nascido nesta linhagem. Eu estava completamente só, e por ser uma das únicas Uchihas que restara no mundo, nunca poderia revelar minha verdadeira identidade.

Eu estava só.

Eu estava louca. Minha amiga de tempos havia me deixado, Samehada havia ido embora. SHIKI havia ido embora. Byakuran havia ido embora. Flare havia ido embora. Até minha sanidade havia ido embora. O desespero havia me consumido. Não restara nada mais ali para mim, a única coisa que restava era a morte.

Um clarão.

Meus pensamentos foram interrompidos pela súbita luz dentro da caverna. As chamas intensas vieram ao encontro do meu corpo, mas, tudo parecia estar em câmera lenta. Eu sentia Samehada debatendo-se em minhas mãos, o calor das chamas contra meu corpo, mas tudo estava lento. Meu corpo agiu por contra própria, não havia tempo para pensar; em um movimento ágil e veloz, Samehada foi ao encontro da torrente chamas, absorvendo-a como uma esponja absorve a água. Eu estava salva, mas ainda sim, queimada pelas intensas chamas do homem. Meus olhos outrora negros encontravam-se em um tom carmesim, e viam tudo o que havia para ver na caverna, inclusive o assassino.

Apesar da dor, fiz meu corpo se mover com toda velocidade que meus pés permitiam, a arma outrora inerte, gemeu e eriçou seus espinhos enquanto era violentamente manejada contra o corpo do homem. Seus ferimentos eram demasiados, talvez até mais que os meus. Ainda sim, eu planejava matá-lo depois de tudo que fizera comigo. Ele havia usado de meus amigos para me matar, e se não bastasse, havia assassinado um ninja de Kumogakure.

Sua morte era certa.

Yoruichi; HP, 400, CK, 700.

Spoiler: