Quando os relógios marcaram exatamente 20 horas, Azusa apresentou-se à porta da casa de seu antigo sensei. Ele era um homem de meia idade, cabelo curto e grisalho, pele clara e belos olhos cor de rubi. Fazia muito tempo que não se encontravam, desde que a kunoichi havia se formado na Academia Ninja, então o sujeito recebeu-a com um sorriso no rosto.

— Que bom que você veio, eles estão esperando. — Apontou para dentro onde um grupo de crianças tentavam a todo custo enxergar a porta. — Eles iam me matar se você não viesse, falaram disso a semana inteira. — Cochichou. Assim que entraram, seguiram para os fundos da casa. O quintal mais parecia com um campo de treinamentos que com um quintal comum.

— Muito bem, crianças! — Chamou pela atenção dos pequenos que estavam eufóricos. — Essa é Azusa, uma ex-aluna, e ela vai me ajudar com essa aula. Como vimos na teoria da semana passada, ela fará uma demonstração de como são ninjutsus que utilizam natureza elemental. Azusa, quando quiser. — Finalizou.

— Posso utilizar esse alvos? — Cochichou com o sensei.

— Claro! — Espalhados de formas aleatórias pela área externa da casa, haviam cerca de 30 alvos, cada um com 30 cm de diâmetro, em diferentes alturas. Eles eram utilizados geralmente para treino com armamentos básicos, mas a kunoichi queria tentar algo diferente.

Posicionada no centro do local, Azusa começou a canalizar chakra raiton em sua mão direito. Diferentemente da liberação convencional, o chakra adquiriu uma cor roxa (Raiton: Shiden). Como nunca havia feito algo do tipo antes, precisou concentrar-se em cada passo do uso da técnica e tentou refiná-la o máximo possível. Suspirou. — Prontos para o show, pirralhos? — Brincou para se tranquilizar. Então, com um rápido movimento com a mão, disparou diversos feixes elétricos que foram atingindo os alvos de maneira aleatória.

Infelizmente, o resultado não foi como o esperado: não chegando a atingir nem metade dos alvos. Para sua sorte, as crianças estavam impressionadas com os raios roxos que sequer notaram sua falha. — Querem ver outra vez? — Perguntou. Em coro, os pequenos gritaram “sim”. Dessa forma, repetiu o procedimento redobrando o cuidado e melhorando alguns detalhes de seu controle sobre a técnica.

Desta vez, todos os alvos foram atingidos: alguns com melhor precisão que em outros. Naquele momento, esse era seu limite. Estava exausta.

— Ótimo, Azusa. Muito obrigado pela demonstração. — Disse o sensei, percebendo que a jovem estava cansada. — Gostaram, crianças? — Eles gritaram, eufóricos como sempre. — Então digam tchau para Azusa e vamos deixar ela ir descansar.

A kunoichi acenou agradecendo e seguiu em direção à porta, pronta para voltar para casa.

Considerações: