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Decidi então me aproximar, fiz questão de dar um grito para espantar aquelas pessoas e assim aconteceu. A gargalhada que eu dei após meu próprio ato foi duradoura, o homem não entendia nada mas a expressão de medo que aquelas pessoas projetaram quando eu cheguei tinha feito meu dia mais feliz —— o que está fazendo? Sua louca! —— O homem parecia furioso, isso era evidente pelo semblante dele, respirei um pouco e parei de rir, se quisesse a cooperação dele teria de ser direta e objetiva e manter minha guarda alta, afinal era um charlatão que conseguia manipular as pessoas através da lábia.

—— Escute —— disse apontando para o rosto dele com o dedo indicador da mão direita, demonstrava um sorriso ousado enquanto pronunciava as palavras —— você vai me ensinar o que sabe sobre essa manipulação toda aí, eu vi de longe você enganando aquelas pessoas por esses lixos que vende —— a ironia poderia ser confundida com ofensa mas o homem para minha surpresa também sorriu —— e o que eu ganho com isso? —— Disse ele sem medo algum —— deixe-me ver... —— respondia pensando em algo que seria suficiente para ele —— te entregarei cerca de cinco mil ryous para que você me ensine seu truque, fechado? —— Seu sorriso foi minha resposta, tínhamos um acordo.




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—— Me diga o seu nome menina, alguém que espanta meus cliente deve se anunciar logo após isso! —— Sua indagação, tirando a parte de querer saber meu nome, não fazia sentido algum —— me chamo Ginshu e você? —— O homem, me encarando, se aproximou até ficar há dois metros de distância —— meu nome é Ricardo, muito prazer —— Ricardo então ficou em silêncio, não entendia muito bem o motivo mas queria ser cordial —— muito prazer... Ricardo —— até que finalmente percebi, o homem soltou uma gargalhada na mesma intensidade que eu outrora. Ele havia me enganado e assim que parou de rir disse seu nome verdadeiro —— me chamo Shu —— disse ele com convicção.

—— Como posso saber que não está mentindo novamente? Idiota... —— na verdade quem se sentia uma idiota era eu, havia acreditado naquele charlatão com facilidade e não sabia nem o motivo —— esse é o meu nome de verdade, ora, não precisa acreditar em mim apenas compreenda a arte da enganação —— e então ele começou a andar e me sinalizou para acompanhá-lo —— o domínio psicológico não é difícil, você só precisa convencer alguém de que aquela é a verdade que ela quer ouvir, entendeu? —— O mesmo gesticulava e eu realmente o achava estranho no entanto suas palavras faziam muito sentido.





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A verdade que ela quer ouvir? Refletia comigo a última fala do homem, Shu parecia estar falando a verdade e o conselho era de fato bom. Só que, como de costume, não sabia direito o que fazer, mentir era diferente de controlar a verdade —— você acha que eu consigo? —— Indaguei com certa apreensão —— todos conseguem se quiserem bastante, o quanto você quer? —— A pergunta dele me fez sorrir, era como se o dia de hoje um sorriso fosse como um "bom dia" para mim —— eu quero tudo, o que significa que eu quero muito dominar essa técnica, entendeu? —— Retribuindo o sorriso ele apenas acenou com a cabeça.

—— Pense em algo —— disse ele —— mentalize a situação e então fale para mim como se realmente tivesse acontecido —— estava confusa mas mesmo assim tentei " o que eu poderia pensar? Ah, talvez isso, poderia dizer que meus pais morreram... o sentimento pelo menos é verdadeiro, certo?" mais uma vez apontei para ele —— meus pais morreram! —— Ele balançou a cabeça de forma negativa —— você não mentalizou a situação, não é mesmo? Tem que considerar o modo como seu corpo e seu emocional agiriam se isso fosse uma verdade, fazer com que todos acreditem em você é o que faz essa técnica essencial, vamos tente novamente —— fracassar era um incomodo mas ao mesmo tempo essencial para o progresso.


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—— Você é um idiota —— deixei com que minhas emoções transbordassem em um único comentário. Shu queria que eu tivesse a experiência dele em convencer as pessoas? Patético —— mesmo assim vou tentar do seu jeito, idiota —— o homem, com sua mão esquerda, fazia um sinal de positivo. Tratei de pensar novamente "uma situação que eu preciso fazer com que pareça verdadeira? Pois bem, vamos lá, não cheguei em Konoha, eu cresci aqui e sou uma parente distante da Hokage atual e quem ousar mexer comigo sofrerá as consequências!" A ideia estava pronta, só precisava mentalizar as imagens na minha cabeça e fazer com que meu corpo interpretasse com os sentimentos quase reais.

—— Bom, vamos testar, em você não deve funcionar vamos falar com outro vendedor —— e assim eu o fiz, comecei a caminhar até chegar em outra pessoa e começar a falar —— olá, pode me ver uma água? Ah sim, eu não pagarei pela mesma —— a abordagem deveria parecer arrogante, o que não era nada incomum para mim, o vendedor me olhou com fúria nos olhos mas antes que ele dissesse algo eu me adiantei —— minha tia, a hokage, ficaria muito contente se você me desse um pouco de água mineral bem gelada, sabe? Senhor vendedor —— o ego estava transbordando, pude ver o homem suando pela testa, era hilário.



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—— Coitado do pobre homem, Ginshu você é má! HAHAHAHA! —— O idiota começou a rir, parecia estar se divertindo mais do que naquela situação, era gratificante que com pouco entendimento já estava começando a dominar a técnica, o homem voltou com a água mas parecia estranho —— se não me engano a Hokage nunca divulgou que tinha parentes —— a suspeita dele foi o suficiente para que eu pensasse em uma coisa de forma rápida —— e você quer o quê? Que ela coloque em risco a vida de sua família? —— Mais uma vez fui arrogante, era necessário ser. O homem pareceu cabisbaixo —— desculpe... senhora —— e então me reverenciou adentrando em sua loja.

Saí dali na companhia de Shu, ele parecia estar em dúvida com algo —— você tem talento, até eu quase acreditei que você é parente da Hokage. Boa saída lá —— os elogios dele não significavam nada, precisava continuar testando do que eu era capaz de fazer e aperfeiçoar a técnica. Entender a linguagem corporal foi essencial para continuar saindo: uma vez para outra pessoa dizia estar com uma doença terminal, para outra disse que a vila logo seria atacada e eu era uma espiã de um vilarejo próximo - o mesmo onde cresci - e para minha sorte todas elas acreditaram em mim, talvez meu teste inicial poderia ter acabado.



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