A silhueta cambaleante da espadachim escarlate tremulava. A garganta seca implorava, através de uma voz rouca e fragilizada, por nada mais que um mero copo d'água, sem valor para nós, meros espectadores, mas para ela um gesto que salvaria a sua vida. A trilha de pedrinhas tortas se movia como uma serpente, calma e a espreita. Provavelmente só mais uma alucinação como muitas outras, mas a mente deturpada da jovem não se incomodou em segui-la. O mais intrigante nesta história é como nossa protagonista foi parar na situação descrita. Passaram-se dois meses desde os exames chunin e o ataque repentino do demônio da areia. O orgulho da folha, decidida a se tornar mais forte em todos os sentidos da palavra, saiu em uma jornada solo pelo país do fogo. Buscava não somente o poder como também seu lugar definitivo no mundo — mais especificamente falando, queria se libertar da sombra de sua irmã mais velha.

E então retornamos ao prólogo desta história. Exaurida de suas forças, ela não teve outra opção se não tombar contra o chão, inconsciente. Ali, envolta em uma flora tão diversificada que invejava mesmo as matas do país do fogo, ela teve o sonho que mudaria completamente sua vida. Em um estado de êxtase, ela se viu sobre uma colina de areia, tão grande quanto o edifício mais alto da vila da folha e tão distante quanto o horizonte circundante. A pequena foi inconscientemente coagida a escalar a grande colina, mesmo que a principio, aquilo não fizesse sentido algum. Um passo após o outro, formando pegadas através da areia morna, ela subiu o monte. Uma semana? Quem sabe não duas? Ela continuou subindo e subindo, sem se importar. Tempo já não tinha valor para a pequena espadachim escarlate quando ela finalmente alcançou o topo. Lá, uma silhueta encapuzada já a esperava, quem sabe a quanto tempo. Se aproximou da disforme criatura e retirou o capuz que lhe cobria o rosto: era Aiko.

Ela acordou alguns dias depois, no vilarejo de Shinjuku, uma mini cidade afastada da vila da folha, próxima a fronteira do país do fogo. Fez daquele pequeno lugar o seu lar e jurou protegê-lo enquanto ali vivesse. O interessante sobre a promessa de um ser humano é a forma como ela tende a não ser cumprida. A kunoichi conheceu também o seu salvador, ancião do vilarejo, que a encontrara dias atrás nas redondezas da vila. A menina passou um ano inteiro em Shinjuku, onde foi instruída pelo ancião nas artes ninjas do antigo e lendário Ninshuu, bem como seu uso em combate. Ela também participou de diversas sessões de tratamento especial para seu complexo de inferioridade para com sua irmã mais velha, até que finalmente pode deixar o passado de lado. Em homenagem a esta grande transformação, Yuuki deixou que seu cabelo crescesse mais do que devia, atingindo agora a cintura.

Instruída nas artes do fogo, como um ritual de passagem dos membros de Shinjuku, a chunin teve de enfrentar seus próprios pesadelos e medos mais profundos, foi quando aprendeu que não há fraqueza na gentileza. Não foi capaz no entanto, mesmo após várias tentativas, de dominar uma técnica de grande escala do elemento fogo, o Mekkyaku. A técnica foi dominada por instinto meses mais tarde, quando uma espécie de represa quilômetros acima do vilarejo se rompeu, liberando um grande torrente d'água contra o vilarejo. Com toda a convicção que moldou e esculpiu durante um ano e meio, ela formou os selos de mão e disparou, com a certeza de que salvaria o seu povo. E assim o fez. Com a fé em si mesma restaurada, após um período de tempo que completou dois anos, ela retornou ao seu vilarejo de origem.

+1 em Ninjutsu
Katon: Gōka Mekkyaku
Rank: B
Descrição: Uma técnica onde chakra amassado dentro do corpo é convertida em fogo, e depois expulso da boca e moldado em uma parede maciça de chamas intensas, que abrange uma ampla gama. Isso faz com que a técnica seja extremamente difícil de evitar ou conter, com isso exigindo que os esforços combinados de vários usuários de Liberação de Água, a fim de extinguir as chamas.