Nathaniel acordou em uma masmorra, sentindo-se nauseado, a visão turva, as lembranças nubladas. Ele passou a mão levemente pelo pescoço, sentindo uma espécie de coleira lhe apertando, um objeto que não deveria estar ali. Demorou um tempo para perceber que estava em uma espécie de masmorra, com homens sem camisa e calças rasgadas, alguns com blusas sem camisa, sentados em bancos de pedra e mesas de madeira, todos com os seus rostos rústicos, sofridos, lhe encarando como se o mesmo fosse um estranho conhecido. Seu manto havia sumido, assim como o resto das suas vestes, sobrando apenas sua calça e o martelo, no qual ninguém poderia tocá-lo.

— Bem-vindo a Solaris, Arauto da Fênix. — um homem mais velho, de aparente cinquenta anos, se apresentou diante dele, enquanto os outros homens encaravam-no. — Consegue se levantar sozinho? — os dois se olharam, e Nathaniel fez um esforço para conseguir ficar de pé, olhando para si próprio. Estava com o corpo tatuado exposto a todos, encarando os homens ali, até que notou que havia algo estranho em cima da tatuagem de serpente. — Você foi marcado pessoalmente pelo homem que comanda esse local, assim contam as más linguas. Nenhum outro conseguiria fazê-lo. Ao julgar pelo que ouvimos sobre você, provavelmente não poderá usar de sua bijuu aqui, nem das técnicas do seu clã. E se tentar usar o martelo… Algo bem ruim acontecerá com você. — ele apontou para a coleira de prata em seu pescoço, depois para um corpo caído no chão, cujo homem morto estava com a língua enrolada na boca. — Por que está aqui, Nathaniel Grey?
— Eu- — estava prestes a revelar sobre a sua missão, quando sentiu a sua língua queimar, a garganta se fechar e uma dor indescritível no pescoço, como se estivesse sendo sufocado. Acabou caindo no chão, sendo ajudado pelo velho, enquanto os homens olhavam para ele. Aquela sensação durou alguns segundos, até encerrar-se. Respirava de forma ofegante, puxando o ar pelo nariz com toda a sua força.
— Uma marca da maldição, que o impede de revelar segredos. — revelou o homem, o levando até um banco de pedra. — Fuuinjutsu, Juuinjutsu… Seja lá o que veio fazer aqui, não poderá revelar de nenhuma forma, nem mesmo pensar como o fazer sem usar os lábios. Quanto mais você forçá-lo, mais dor sentirá, até que não sentirá mais nada. Precisará sobreviver ao que está por vir. — sussurrou, olhando nos olhos do elfo.
— O que está por vir? — sua voz saiu um pouco fraca, pela dificuldade em respirar.
— O Festival das Quatro Estações, meu amigo. Um festival de merda feito por esses hereges do caralho! — um homem ruivo de cabelo curto, na faixa dos trinta anos, se levantou e fez a declaração. — Um festival para promover o ego e a soberba dos soldados dessa bosta de reino, pros soldados se exibirem pras mulheres, e nos fazendo de idiotas! Um grande banquete ao deus Sol, e nós seremos o sacrifício! —
— Só se não sobrevivermos, Urakin. — um homem negro e careca respondeu.
— O que é esse festival? — se questionou.
— Um festival que Uther inventou. Quatro dias de festas para os nobres que compactuam com ele, e quatro dias de selvageria para nós, lutadores. — o senhor explicou calmamente.
— E esse ano, nós fomos os escolhidos. Onde está Eichenwalde nesse momento, Anduin? — o homem que se chamava Urakin perguntou diretamente ao ancião.
— O Deus Sol irá nos honrar. — prometeu o senhor.
— O Deus Sol tá cagando pra gente!
— Blasfêmia! Retire o que disse imediatamente, irmão! — um homem de cabelo longo e negro, além da barba grande, se levantou, e os dois ficaram frente a frente.

De repente, homens com armaduras douradas com o símbolo do Sol no peitoral entraram no local com lanças, gritando palavras de ordem, comandando-os para fora daquela masmorra. Nathaniel segurou rapidamente em seu martelo, mas Anduin levou a mão ao seu pulso, meneando a cabeça negativamente. “Coloque o martelo em cima do chão, imediatamente!” ordenou um dos soldados, com outros cinco deles apontando as suas lanças para ele. Sem muita escolha, Nate os obedeceu, até que dois soldados carregaram Nathaniel para fora do lugar, jogando-o em uma carroça junto com outros sete homens. Eles foram levados pelas ruas daquele vilarejo, sendo observados pelas pessoas ao redor, que festejavam com muita bebida e muita comida.

— Eles sabem o que está acontecendo aqui? — questionou-os.
— Eles sabem, mas tão cagando. A maioria deles apoia o regime. Eles vão se divertir muito com o que vai acontecer. — Urakin, que estava na frente de Nathaniel, encarou-o. — Eles tiraram as suas melhores armas, com certeza não poderá usar a sua bijuu. O que vai fazer agora? —
— Um shinobi luta com as armas que tem. — olhou para todos ali, e então a carroça chegou até uma grande arena, onde todos foram retirados e levados para o interior dela, chegando a uma espécie de vestiário, só que totalmente antigo. Haviam espadas, lanças e martelos em cima da mesa de madeira, numa outra mesa havia algumas couraças e até capacetes.
— Vocês tem cinco minutos para se arrumarem, seus pedaços de merda! Logo vocês serão os próximos! — um soldado avisou, deixando-os a sós.
— Peguem as suas armas e sobrevivam! — Urakin despachou os homens, enquanto Nathaniel ficava olhando para todos ali. — Você também, Hokage. Se for tão forte quanto dizem, sairá dessa vivo. —

[...]  — VOCÊS QUEREM MAIS!? ANUNCIO AGORA, A PRIMEIRA ESTAÇÃO: O OUTONO! — um rapaz jovem e de cabelo branco anunciava. — As temperaturas caem, as chuvas se tornam escassas, mas não faltará água. QUE A LUTA COMECE!

Nathaniel e um grupo de 14 homens esperavam no corredor que dava acesso a arena. Usava dois braceletes de couro, um capacete que ocultava a sua identidade, uma couraça marrom e duas espadas, destoando dos outros homens, que usavam espada e um escudo, sendo observado por todos aqueles homens, que acreditavam que ele estava cometendo um ato impensado em não se proteger. Os portões se abriram, e os soldados ordenaram que eles caminhassem para dentro da arena, onde eram vaiados pela torcida, recebidos a pedradas e tomatadas. Eles chegaram até o centro da arena, formando um circulo gigante, quando o local foi elevado diante dos seus pés, formando uma elevação circular de 100x100 metros de comprimento e largura, com 20 metros de altura, com eles na ponta deles. Um grupo de homens fez selos manuais da arquibancada e cuspiram uma grande quantidade de água, até que um homem colocou a mão no rio que se formava e invocou tubarões gigantes.

— O que é que vem agora? — de repente, vários cavaleiros com armaduras douradas, lanças enormes e um escudo que lhes protegia o corpo inteiro pularam no centro da arena, intimidantes com a sua grande altura, sendo ovacionados pelo público.
— Os gladiadores de Arishet e os gladiadores de Oberon, contra os cavaleiros de Solaris. QUE O BANQUETE DE OUTUBRO COMECE!

Tão logo que a luta começou, os cavaleiros ergueram as suas lanças, colocando o escudo em suas esquerdas. Eles caminhavam em passos lentos em direção aos gladiadores, percebendo que alguns conseguiam chegar perto o suficiente para amedrontá-los. Um dos gladiadores acabou escorregando da beira do círculo, tropeçando para trás e caindo no lago. Logo se ouviu o som de água se agitando, e a platéia comemorando os tubarões devorando aquele homem. Um outro tentou usar o chakra flow em seu martelo, emanando a sua natureza elemental elétrica nele, mas o objeto acabou explodindo na sua mão, provocando risos histéricos na platéia e nos cavaleiros. O que estava na sua frente o empurrou com o pé em seu peito, batendo as suas costas na parede e o levando a cair morto no lago. Desesperados, dois gladiadores a quem não tinha visto antes tentavam enfrentar o guerreiro de armadura dourada, mas ele bateu com o escudo em um e fincou a lança no coração do outro.

— ESCUTEM BEM! Se quisermos sobreviver, temos que unir forças! — bradou, somente ali percebendo que os seus pesos de treino haviam sendo retirados de seus pés, sorrindo. Ele concentrou chakra em seus olhos e então ativou o Byakugan, podendo ver todo o cenário ao seu redor em um ângulo mais favorável.

Ele acabou chamando a atenção de um dos cavaleiros a 30 metros de distância, que girou a sua lança e a arremessou na direção do elfo, que apenas girou o tronco para a esquerda, desviando do ataque mortal. Ao olhar para os adversários, via que seus pescoços, pernas e braços ficavam expostos. O cavaleiro sacou a sua espada e então correu na direção do elfo, que também fez o mesmo, chegando próximo dele e utilizando-se de Shunshin no Jutsu, segurando em seu braço e usando toda a sua força para segurá-lo e lançar o seu corpo contra um dos seus aliados, fazendo ambos cairem no chão, surpreendendo a platéia. Isso deu tempo para os gladiadores cercarem os cavaleiros caídos, executando-os ali mesmo.

— DESGRAÇADO! — um gladiador mais alto moveu-se em alta velocidade, buscando perfurá-lo com a lança, mas ele usou sua espada na mão direita para rebater o golpe, em seguida usando de toda a força na canhota para quebrar a arma do adversário, dando um salto para trás antes que lhe acertassem com um escudo.

O cavaleiro jogou sua arma quebrada no chão e sacou a sua espada, assim começou uma luta animalesca, com Nathaniel demonstrando toda a sua habilidade em lutar com duas espadas ao mesmo tempo, causando dificuldade naquele guerreiro, que era obrigado a recuar para trás com a guarda alta, usando o seu escudo. Enquanto se movia, Nate pode ouvir seus lábios se movendo em desespero. “Ele é rápido!”. Num salto, Nate conseguiu acertar uma joelhada no queixo do homem, pairando no ar cortando o seu pescoço num movimento rápido, fazendo o sangue jorrar pelo buraco que se abria. De repente, um homem gigante com cabelo enorme deu um salto preciso, caindo com o martelo na mão, causando uma cratera no chão, obrigando Nate a saltar 20 metros para o lado. Viu então o cavaleiro tentar acertá-lo várias vezes com o martelo, afastando-se com maestria, até chegar na borda do círculo, dando a entender que estava encurralado, então quando o inimigo veio dar o golpe final, ele aumentou sua velocidade mais uma vez com Shunshin no Jutsu e apareceu no ar, girando o corpo e acertando um chute nas suas costas, o jogando no lago.

A morte de quatro cavaleiros de repente trouxe medo aos seus aliados, e a esperança para os gladiadores. Com o Byakugan, ele enxergou a arena inteira, podendo ver o camarote algumas pessoas importantes. Foi então que ele viu a razão por estar em no Distrito de Solaris: Reina. Ela parecia aflita com tudo o que estava acontecendo, com o coração perto do peito. Ao lado dela, Oberon Grey disse “Fique tranquila, meu sobrinho não será detido tão facilmente”, olhando para a arena com um sorriso. Tal cena enfureceu o Yondaime, que cravou as espadas no chão, movendo-se em alta velocidade (26m/s), chegando perto de um cavaleiro morto anteriormente e pegando a sua lança, girando-a em alta velocidade, lançando-a com toda a força, acertando a cadeira onde o tio estava, por pouco não o matando, mas causando-lhe desespero.

O desejo de vingança e de concluir a missão imediatamente falou mais alto do que o seu bom-senso, levando-o a formular um ataque que parecia se rápido e efetivo. Ao ver que um inimigo se aproximava, o elfo correu até ele, dando um salto e repousando o pé em suas costas, usando-a como impulso para um salto mais alto, chegando perto do camarote e preparando o Rasengan em sua mão esquerda, quando sentiu uma dor aguda em seu pescoço, que se alastrou por todo o seu corpo, além da língua queimando, caindo na própria arquibancada, vendo as pessoas ali se afastarem antes que fossem pegas pelo impacto do seu corpo, sendo rodeado por eles enquanto se contorcia de dor. Antes que pudesse dizer algo, seus sentidos se fecharam.

[...] Acordou num local escuro, onde um furo no teto natural fazia com que gotas de água caíssem em cima de uma poça. Nate se levantou devagar, percebendo que havia uma fogueira do outro lado, sendo separado por uma porta que o trancava ali dentro. As lembranças do combate vinham como um sonho ruim, um que não sabia dizer se era real ou não. Caminhou lentamente em direção a porta, quando viu um homem parado na sua frente, um homem que alimentava a sua ira.

— Eu não encostaria nessa porta, se fosse você. — Oberon Grey disse.

— Eu posso ver nitidamente o trabalho de Uther em seu corpo… Um trabalho ridículo para um aprendiz meu. Ele pode ser bom em Juuinjutsu, mas em Fuuinjutsu… Ele tem sorte da sua força ser incrivelmente grande, mas em menos de 72 horas, ele terá que renovar esses selamentos. Mas enquanto isso, não poderá usar mais o seu Byakugan, nem realizar jutsus de rank muito alto. Vai ter que mostrar a sua verdadeira força em campo de batalha, Nathaniel. —

Oberon vangloriou-se da sensação de ter o sobrinho, a quem odiava muito depois de tudo o que Nate fez contra ele, enjaulado, enquanto o Yondaime permanecia em silêncio, olhando para o mesmo. Imaginar que o seu tio estaria envolvido em algo daquilo não lhe espantava, afinal, os filhos da puta estão sempre afinados um com o outro. Por sorte, havia treinado o seu corpo e mente durante muitos anos, se preparando para o momento em que só poderia contar com as suas atribuições físicas. É por isso que trabalhava em muitas formas de sair daquela situação, analisando todas as possibilidades diante de uma situação extremamente complicada. A primeira coisa que precisava fazer era silenciar-se, deixar que Oberon controlar a narrativa enquanto lhe era permitido.

— Sabe, esse lugar aqui nem ao menos deveria existir, sabia? É um distrito marginalizado, tomado por extremistas do Clã Hikari, gente que quer tomar o poder de Eichenwalde. Você quer saber como estou aqui, não é? Depois do que fez comigo, eu fui até Silvermoon, me entregar de livre espontânea vontade. Eles me trancaram lá, me bateram, me torturaram… E depois me libertaram. Eu fui por um caminho diferente, por isso alcancei um nível de conhecimento que eles desejavam desfrutar. Eles me deixaram ir, e me devolveram a fortuna de meu pai… E eu contei a eles sobre o Templo da Fênix, e o segredo que nem você mesmo sabe. — tal coisa lhe chamou a atenção, fazendo Oberon rir bastante. — Ficou curioso, não é? Até mesmo você não pode resistir ao poder que emana daquele lugar. — falou com uma risada que vinha do fundo de sua garganta, enquanto Nate o encarava.
— Alice está morta. — a risada do tio murchou imediatamente, enquanto o homem olhava nos olhos no herdeiro de seu irmão. — Ela não resistiu a marca que estava em seu corpo. —
— Ela não precisava estar morta… Isso tudo é culpa sua. — ele rosnou de ira, enquanto Nathaniel o fitava. — Você tem sorte de não estar morto, mas convenci Uther a deixá-lo vivo, em troca de conhecimento. Ele destruiu tudo o que eu conquistei durante anos, é por isso que você lutará em meu nome, e conquistará vitórias para mim. E no fim, quando tiver me dado tudo o que eu preciso aqui… Eu deixarei Uther matá-lo. — olhou com frieza para o Hokage.
— Parece um bom plano. Mas eu tenho uma contraproposta. — olhou em sua direção, mas o homem ignorou-o, saindo em passos lentos.
— Não há nada que você possa me oferecer, Nathaniel.
— Eu posso ensiná-lo a ter uma segunda reserva de chakra. — ele ouviu os passos de Oberon cessar imediatamente, deduzindo que o mesmo tinha interesse em suas palavras. — É o que te impede de utilizar as técnicas dos Greys, não é? Eu posso te mostrar como.
— Não acha que já tentaram fazer isso, garoto? Não acha que os melhores professores de Silvermoon não tentaram? É impossível.
— Na sua época, talvez, mas muito tempo se passou desde aquela época, tio. Como um Grey, você deve saber que os conhecimentos sempre evoluem.
— Qual a sua contraproposta? — e assim, na escuridão, Nathaniel sorriu vitorioso, sabendo que agora tinha uma vantagem sobre o seu inimigo.

”Eu lutarei por você, ainda que não mereça. Não se engane, ainda somos inimigos, mas nessa situação, eu precisarei da sua ajuda. A única coisa que eu peço é que, quando chegar o momento, e você saberá quando, use seu poder de persuasão para que Uther se incline em direção a sua morte.”
”Certamente que sim, sobrinho. Estou ansioso para ver o que você tem em mente.”
”Mais uma coisa: eu quero o meu martelo.”

[...] No dia seguinte, devidamente alimentado e descansado, Nathaniel estava livre, e com a Seigi no Hanma em seu coldre. O elfo era levado junto com outros lutadores de volta para a arena em uma carroça um pouco maior, contendo 11 homens, todos olhando para ele com uma certa admiração, ainda que houvesse uma marca em sua testa que lhe roubava a força. Era uma tarde ensolarada, e a festa que tinham visto no dia anterior continuava, com pessoas fantasiadas, de máscara, bebendo e dançando. Nathaniel não sabia se tinha raiva ou pena deles, vivendo em uma falsa realidade onde os problemas não os afetam, assistindo homens indo para a arena para morrerem em nome de uma crença pervertida pela mente de um homem inseguro, que prendia seu algoz em muitos selamentos e o exibia em público, mesmo que este se recusasse a expor sua identidade, pelo menos não naquele momento.

— Então… Você é o sobrinho do dono das nossas vidas? Por que não pede pra ele nos tirar dessa? — Urakin questionou, olhando com um pouco de desdém para o elfo, que nem ao menos olhou de volta para ele.
— Não se engane, Urakin. Aquele homem pode ser meu tio, mas ele não é da minha família. Você quer ser livre? Então terá que lutar por isso.
— Por que você não mostra a sua cara famosa pra todos verem você!?
— Porque há um momento certo para todas as coisas, Urakin. — olhou para ele com seriedade, voltando a encarar o público lá fora.

Em poucos minutos, todos estavam lá dentro, vigiado por soldados de todos os lados, arrumados com roupas de gladiadores, adentrando na arena, sendo vaiados pelo público embriagado e sedento por violência. Nathaniel encarava aquele local e entrava levemente em transe ao perceber que Reina poderia estar no camarote, mal escutando o apresentador iniciar o tal Banquete de Inverno. Sua mente só retornou ao estado presente quando o local ficou frio de repente, com uma grande nevasca cobrindo o ambiente.

— SOLTEM A BESTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! — o apresentador gritou, e de repente um portão era aberto, na medida em que um urso de dez metros com chifres de veado caminhou para fora da arena, com a boca ensanguentada, soltando um rugido que pegou todos de surpresa.

— ESCUTEM TODOS! — avisou a todos, enquanto o urso caminhava pela arena, girando o martelo em sua mão. — Isso tudo é sobre sobrevivência, então… Sobrevivam! Evitem chegar perto dessa aberração! — parecia algo muito óbvio a se dizer, mas tinha um contexto por trás: a necessidade de se protegerem e atacarem de maneira estratégica. Foi quando o urso começou a sua caçada. — AFASTEM-SE! — ele avisou, saltando para o lado esquerdo, quando o urso veio com sua mão gigante e tentou esmagá-lo, não acertando Nate por questão de centésimos de segundo.

Naquele momento, o elfo percebeu que sua velocidade não estava em seu auge, olhando para as próprias pernas e ficando preocupado com mais uma baixa em suas capacidades. O urso então arrastou a sua mão pelo solo, conseguindo alcançar dois gladiadores que eram estapeados contra a parede, causando um buraco cada um. A besta gigante então moveu o seu rosto, usando o seu par de chifres para alcançar mais alguns, derrubando dois deles e cravando a ponta de sua “arma” no peito de um dos homens, que perdia bastante sangue com o buraco em seu peito. O animal balançou a sua cabeça e lançou o corpo do homem para longe da arena. Nathaniel ficou olhando para aquela besta, traçando estratégias para derrubá-la, enquanto alguns arqueiros disparavam flechas contra o seu corpo, mas nada acontecia.

— Mirem nos olhos! — Nathaniel olhou para um dos arqueiros, que pegou uma flecha da sua aljava e apontou diretamente no rosto do urso, mas a criatura gigante não demorou para esmagá-lo com um soco que dava no chão onde ele estava, fazendo o elfo soltar um palavrão, amaldiçoando aquele ser.

O urso logo mirou os seus olhos em Nathaniel, soltando um rugido amedrontador, levando o elfo a sentir calafrios pelo corpo inteiro, ficando paralisado por alguns instantes e com as pernas trêmulas. Estava em território hostil, com as suas forças sendo reduzidas e habilidades bloqueadas, tornando-se uma espécie de presa fácil não só para aquele ser gigantesco, mas para qualquer outro que tivesse a força necessária para matá-lo. Naquele cenário congelante, não tinha somente medo da morte, porém de não cumprir com a sua missão e deixar tanto Reina quanto o povo de Konoha em mãos perigosas. “Será que eu não sou forte o bastante sem a Matatabi e sem meus jutsus?”, se questionou. Seus dentes rangiam e ao mesmo tempo trincavam pelo temor da morte, não demorando muito para que tomasse uma atitude mais enérgica, fazendo um enorme esforço para conseguir se soltar, antes que o urso também lhe matasse, pois o mesmo arrastava a sua mão no solo, buscando atingir qualquer um em seu caminho.

Assim que conseguiu escapar, Nathaniel acabou dando um salto para trás, pegando impulso na parede, pulando em direção ao rosto do urso, mantendo o martelo em sua mão esquerda, acertando a bochecha do urso e o fazendo tombar para trás, dando alguns passos e se desequilibrando, quase caindo na direção da arquibancadas das pessoas que estavam lá, porém alguns ninjas usavam do elemento fuuton para criar uma redoma ao redor, empurrando o corpo do animal para frente. O urso corria pela arena tentando atingir Nate de várias maneiras, pisando no solo, usando os seus chifres ou as suas mãos, mas o Grey dava intermináveis saltos para trás, movendo-se ao redor do urso, depois girando o corpo e mudando a direção dos seus movimentos. Isso permitiu que Nathaniel ficasse a uma distância de 50 metros e corresse contra o monstro, dando um salto e segurando o martelo com as duas mãos, lançando-a e a vendo girar no ar, batendo no queixo do urso, o tonteando e o fazendo cair no chão.

Nathaniel recuperou o martelo e o segurou firme, ouvindo os aplausos da arquibancada, pedindo para que ele executasse o urso ali mesmo. Mesmo sem conseguir compreender os humanos, o animal se levantou ainda mais feroz, correndo pela arena em busca de Nathaniel, enquanto ele fazia um sinal para que os outros gladiadores se afastassem. Quando a criatura se aproximou, ele deu uma cambalhota entre as suas pernas, firmando suas pernas no solo e saltando contra a sua perna, usando a força do corpo para desequilibrá-lo, mas o mesmo se mantinha de pé. Isso tornou o animal mais agressivo, o levando a olhar para a arquibancada, amedrontando as pessoas ali, soltando um rugido que as paralisava, até mesmo os shinobis que estavam ali.

Com a tensão aumentada no local, Nate olhou para os outros gladiadores, que percebiam que algo estava errado. Assim como eles, o elfo viu uma oportunidade para fugir, assim como os outros ali, que já se organizavam para encontrar uma saída que não estivesse sendo vigiada. Ele poderia remover aquelas maldições longe daquela arena, se conseguisse ajuda, mas por um momento, sentiu que deveria cumprir o seu dever como ninja. Por isso, ele correu em sua direção com o máximo de velocidade que detinha naquele momento, dando um salto e com o seu martelo, acertou um golpe com toda a sua força, o fazendo tombar o seu corpo gigante para o lado, o vendo cair inconsciente no chão. A multidão, que antes vaiaram os gladiadores, de repente começaram a aplaudir a performance do “guerreiro misterioso”, olhando para trás e vendo o rosto dos gladiadores. Nate nada fez, mantendo o elmo em seu rosto.

Depois que a batalha terminou, Nathaniel e os outros gladiadores foram levados para o dojo recém adquirido de Oberon, onde eles poderiam treinar e descansar para o próximo dia de festival. Os gladiadores, apesar de respeitá-lo, o tratavam com desconfiança, afinal ele havia recusado uma oportunidade clara de fuga. Logo que entraram nos domínios do tio de Nate, o Yondaime foi chamado para o escritório da casa por dois soldados que trabalhavam para o senhorio do dojo, sendo ordenado a deixar o martelo ali mesmo. Ele os obedeceu, levantando-se e seguindo-os, ignorando os olhares desconfiados dos guerreiros presentes ali. Nate seguiu por um corredor, enquanto os membros do Clã Hikari iam na frente, abrindo a porta para que o Hokage passasse. Ao chegar lá, viu o seu tio, ainda estranhando vê-lo com a pele alva e o cabelo branco, mas logo viu um homem loiro e com o cabelo longo. Oberon despachou-os, deixando os três a sós.

— Que vitória nós conquistamos hoje, não é, Nathaniel? Você foi muito bem em sua luta hoje, é por isso que Uther quis conhecê-lo pessoalmente. — Oberon sentou-se em sua cadeira, mantendo uma expressão otimista e sorridente, oferecendo a vazia para o sobrinho, que se sentou ao lado do marido de Reina. — Você o impressionou bastante, mas como eu disse ao mesmo, os Greys são excepcionalmente fortes e resilientes.
— Eu promovi desafios que pareciam impossíveis para os gladiadores, mas você tornou tudo tão fácil que me faz parecer ridiculo diante do meu povo. — Uther falou com desgosto. — Sabe porque eu construí essa cidadela, Nathaniel? — olhou diretamente para o elfo, que balançou a cabeça negativamente. — Para provar a Eichenwalde que podemos evoluir. Converter as velhas crenças em uma nova cultura, absorver as bonanças do outro lado do continente, aumentar a nossa força pelo mundo, é isso que eu tenho a oferecer… Mas aí você vem aqui e destrói o meu banquete, salvando todos aqueles pecadores da morte. — ele sacou a espada e colocou-a no seu pescoço, mantendo-se sentado na cadeira alarmando Oberon. — Eu poderia matá-lo agora mesmo por isso. — o ambiente ficou tenso em um segundo, e Nate e Uther se encararam por um momento.
— É claro que poderia me matar… Ainda mais depois de ter colocado uma marca de maldição no meu corpo. Você fez o que foi preciso e anteviu minha chegada, que eu enviaria uma mensagem para Reina do pai dela, e ela o abandonaria. Um bom movimento.
— Magnus é um homem velho, cujo tempo está matando não só o seu corpo, mas o seu legado. Ele não me apoia, e diz se arrepender de ter dado a mão de Reina em casamento para mim, mas agora ele não pode fazer nada para mudar isso… E nem ela. — ele colocou um sorriso no rosto, um que esconde um segredo. — Existem muitas formas de manter alguém próximo. Depois que Reina perdeu o nosso filho, ela se tornou emocionalmente frágil, então passei a tratá-la com remédios e chás. Na maioria das vezes, ela fica bem mansinha, submissa. Ela não vai a lugar nenhum com você, porque ela depende de mim.
— Você amaldiçoou ela, como fez comigo. — deduziu, recebendo o silêncio como resposta. — Você é um homem covarde que precisa ter todos sob o seu controle, incluindo a sua mulher. — de repente, Uther executou um corte no ar, mas não sem arrancar sangue. Dois segundos depois, um corte se abriu na bochecha esquerda de Nathaniel, que continuou olhando para Oberon. — O que veio buscar aqui? — colocou as duas mãos com os dedos entrelaçados.
— Depois de amanhã, você lutará contra o meu campeão, sozinho. Se você vencer, terá direito a um pedido. Se morrer… Eu matarei todos os outros gladiadores. — seu tom de voz se tornou ameaçador. — Ela já falou o seu nome nos sonhos dela… Umas três vezes. Seu rosto estava ruborizado. Vocês tiveram alguma coisa muitos anos antes de nos casarmos, não é?
— Pergunte a ela. — e assim, ele caminhou para fora da sala.

[...] E então, já dentro da masmorra onde ficavam, Nathaniel contou a todos os gladiadores o porquê de ter recusado fugir, e contou o desafio lançado por Uther. Muitos ficaram apreensivos com a possibilidade de serem mortos sem nem ao menos terem a chance de se defender, mas ainda confiavam na força do Yondaime. Enquanto limpava o sangue em seu rosto e fazia um curativo em sua bochecha em um canto mais isolado com os equipamentos fornecidos por Oberon, ele ouvia Anduin contar sobre como eles haviam sido capturados pelos solados de Solaris e forçados a servi-los de muitas formas, também falando da corrupção espiritual que captou algumas pessoas de Eichenwalde, levando-os para aquele local onde a vida parecia ser uma eterna festa.

— Ele colocou maldições em você também!? — olhou para o senhor, que olhava para os mais jovens jogando damas usando pedras.
— Não, somente soldados raivosos e com sede de poder. Uther coloca a sua marca somente naqueles que ele teme. Mas você pode remover esses selamentos do seu corpo, não é? Você conhece os caminhos para isso, então por que não o faz? — o velho olhou para o Hokage.
— Tudo é questão do momento certo, Anduin. Até agora, eu fui efetivo com as cartas que eu tenho, até porque eu também não sei quais são as cartas de Uther, nem mesmo de Oberon. Se tiver algo a mais, eu quero saber. — manteve-se com as costas encostadas na parede, olhando para tudo.
— O que você tem contra o seu tio? Parece que o vê como um inimigo. — de repente, alguns pararam para escutar a conversa de Nathaniel e Alduin, até mesmo aqueles que jogavam damas. Nate olhou para todos eles e resolveu abrir o jogo.
— Ele matou os meus pais. Não diretamente, mas entregando-os para os assassinos deles. Minha vida poderia ter sido muito diferente se não fosse por isso. — imaginou como a vida poderia ter sido.
— E acha que as coisas poderiam ser melhores? — Urakin olhou para ele.
— Eu não sei. Talvez… — disse com um olhar vago, encarando a tocha, que estava a três metros de distância dele. Por uma razão que não podia explicar, sentia uma conexão com aquela chama… Como se pudesse manipulá-la.

O dia do terceiro combate havia chegado. A tarde estava ensolarada, e a platéia sobre as suas cabeças parecia muito maior do que a dos outros dias, trazendo maior expectativa para Nathaniel, que se preparava com o seu martelo, mas também pegava uma espada, depois colocava dois braceletes de couro em seus braços e, por fim, colocou um escudo em suas costas. No corredor, diversos gladiadores que estavam ali de maneira forçada assistiam o elfo se preparar para a luta contra o campeão de Solaris. Anduin lhe oferecia a couraça, mas Nate se recusava. Quando o chamado vinha, o senhor colocou o elmo em sua cabeça, e o elfo se preparou para entrar, quando Urakin se colocou na sua frente.

— Jamais esqueceremos o que está fazendo por nós. Se arriscar assim… Você realmente é um grande líder. — avisou, e então Nate olhou para os outros guerreiros ali.
— Torçam para que dê tudo certo. —
— Força e Honra, Nathaniel. — ele estendeu a mão para o Grey, que a apertou com força, olhando para o homem, mas não entendendo o significado.
— Força e Honra. — repetiu, por achar que deveria.

E assim, se sucedeu a caminhada para a arena novamente, mantendo os passos curtos, sendo aplaudido e bajulado pela platéia que nem mesmo sabia o seu nome assim que fazia o seu trajeto até o centro do local, fazendo o elfo olhar ao seu redor sem muito entusiasmo. Olhava para o camarote, vendo figuras que se pareciam com aqueles que deveria derrotar. O local estava um pouco mais quente do que os dias anteriores, o que era melhor do que lidar com o frio rigoroso que lhe roubava uma das suas maiores vantagens, a velocidade. De repente, um enorme clarão amarelo brilhou intensamente no céu e desceu no solo como um cometa, abrindo uma cratera no chão e levantando uma grande quantidade de areia, que se transformava em poeira. Nathaniel ficou assustado com tal coisa, sem saber exatamente o que dizer ou fazer. A figura tinha quase três metros, carregava uma armadura de ouro e uma capa branca nas costas, e carregava um enorme machado, e a maça do martelo era enorme.

— Com vocês, Hikari Aberforth, o Gladiador Dourado contra o seu desafiante, vindo de Konoha! — o rapaz de cabelo curto e alvo não apresentou Nathaniel com o seu verdadeiro nome, e por um lado, o elfo gostava disso. — LUTEEEEEEEEEEEEM!

Nathaniel e Aberforth, que estavam a uma distância de 50 metros, correram um contra o outro, e usaram as suas armas para tentarem golpear um ao outro, num combate frenético que durava pelo menos um minuto, com os dois usando de alta velocidade para lutar. De repente, o Gladiador Dourado parou a uma distância de vinte metros e esticou a mão direita na frente de Nate, materializando uma esfera dourada de 10cm³ que foi lançada para frente, obrigando Nathaniel dar um salto para o seu lado direito, tendo que correr em volta do inimigo, que continuou atacando. O elfo então partiu na sua direção, dando um salto com as armas na mão, usando suas armas com as duas mãos, enquanto o Hikari usava o cabo do seu machado para se defender, girando o corpo e pegando o cabo do martelo para bater contra a sua cabeça, mas o Grey flexionou as pernas, vendo a arma do oponente passar quase que próximo do seu cabelo. Aproveitando que estava perto do chão, ele apoiou o martelo no chão e bateu com o pé em sua coxa, mas antes de cair no chão, o campeão de Uther cravou o cabo do martelo no chão e deu um chute no Yondaime, que rolou para longe.

Quando o Arauto da Fênix se levantou, Aberforth moveu-se em uma velocidade absurda e chegou perto o suficiente para dar um chute em suas costas, o lançando como uma flecha contra a parede, quebrando-a. Nate caiu no chão, e no meio do trajeto, o seu elmo saiu da sua cabeça. Sua identidade rapidamente foi exposta para a platéia, que ficou chocada com a presença do homem cuja história havia sido escrita em Eichenwalde muito antes de se tornar um dos que acabaram com os planos de Azshara na Lua. Até mesmo o Gladiador Dourado ficou em choque ao perceber contra quem estava lutando, parando a 30 metros de distância. Nathaniel se levantou lentamente, percebendo que o seu plano de permanecer em segredo caiu por terra, olhando para a platéia, que a encarava com atenção, causando um silêncio que se tornava cada vez mais ensurdecedor. Ele então ergueu a Seigi no Hanma, e todos poderiam finalmente perceber que aquela arma era diferente de todas as outras.

— É ASSIM QUE EICHENWALDE TRATA OS SEUS HERÓIS!?
— Nathaniel-sama, é uma honra lutar contra ao senhor. Eu sinto muito ter que fazer isso, mas eu não tenho escolha. — Abeforth retirou o seu capacete, revelando ser um jovem loiro, de cabelo um pouco mais curto, falando com o Yondaime com respeito.
— Todos nós temos escolha, Aberforth.
— Não, nós não temos, Nathaniel-sama. Nenhum de nós aqui temos… — antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, ele sentiu uma dor na boca, levando a mão até ela, fechando os olhos de tanta dor que sentia. Naquele momento, o elfo entendeu tudo.
— Não se preocupe… Eu irei consertar as coisas.

Nathaniel e Aberforth, obrigados pelas circunstâncias, partiram um contra o outro, e continuaram com a luta intensa, com o elfo atacando mais do que se defendendo. Seus golpes em rápidos, enquanto ele buscava por uma forma de encontrar alguma falha em sua proteção. Foi assim que criou um plano em sua mente: diminuiu a velocidade dos seus golpes, para assim dar uma brecha para um ataque do Gladiador Dourado. Ele então executou um golpe contra o Grey que deu um salto no ar e uma cambalhota para frente com toda a sua velocidade, parando atrás do adversário e dando uma fatiada com o canto da mão no lado do seu pescoço, quase na sua nuca, desmaiando o inimigo, o assistindo cair no chão, para espanto da multidão ao redor.

— O VENCEDOR: NATHANIEL GREY! — o jovem apresentador bradou, causando uma grande euforia na platéia, que pulava e comemorava a vitória do Yondaime. O mesmo se mantinha parado, com o corpo virado na frente da platéia, esperando que algo acontecesse ali. De repente, diversos soldados com armaduras douradas sairam de vários lados, no total de 16, cercando o elfo, mantendo as suas espadas empunhadas. Segundos depois, os portões da arena se abriram, e Hikari Uther, acompanhado de Oberon Grey e do apresentador da arena, sairam de lá, caminhando e ficando a 10 metros do elfo. Nathaniel ficou encarando-os até que o líder de Solaris se manifestou.
— Você não o matou, então o acordo não vale.
— Você não especificou que eu deveria matá-lo, somente vencê-lo. Nesse momento, ele está incapacitado de lutar, e não poderá lutar durante o resto do dia. Você me deve um pedido… Ou não é capaz de honrar com a sua palavra? — encarou-o na frente dos seus guerreiros.
— O garoto tem razão, Uther, e você não poderá fazer nada contra ele agora. Todos sabem a sua identidade. — os dois homens ficaram se olhando, até que Uther o encarou.
— O que você deseja? — olhou diretamente para Nathaniel.
— Eu e você lutaremos, até a morte, agora mesmo. Quem vencer terá o destino do outro na mão. — sua proposta fez com que Uther desse uma gargalhada.
— Pois eu aceito o seu desafio. Anuncie imediatamente! — um sorriso maligno surgiu.
— SENHORAS E SENHORES, UMA GRANDE BATALHA ACONTECERÁ AGORA! DE UM LADO, NOSSO LÍDER HIKARI UTHER, E DO OUTRO, O YONDAIME HOKAGE… NATHANIEL GREY! — suas palavras fizeram com que a platéia fosse ao delírio.
— Bom, se é assim… — Oberon caminhou até o sobrinho, virando-o de costas e realizando selos manuais, ativando um selamento que tinha em suas costas, causando uma profunda dor no corpo do Yondaime, alarmando a platéia. Em poucos segundos, a dor desapareceu.
— Que porra é essa? — olhou diretamente para Oberon.
— Você pode me agradecer depois. — encarou o sobrinho, depois virou o seu rosto para o “aliado”.
— Nathaniel-dono! — o Grey ouviu a voz da bijuu de duas caudas de repente, o deixando surpreso.
— Matatabi!?
— Matatabi? O que está acontecendo? — Uther ficou nervoso.
— Antes de você começar a selar o meu sobrinho, eu tomei a liberdade de colocar um Fuuinjutsu: Kai em suas costas, algo que você não percebeu. No fim, você é só um amador na arte do selamento. — ele olhou de forma vitoriosa para o Uther. — Agora Nathaniel está livre, em posse de todas as suas técnicas, e você aceitou o desafio dele. É mais difícil quando tem que lutar contra alguém que realmente pode se defender, não é?

Oberon, o apresentador da arena e os soldados se retiraram da arena enquanto Nathaniel se levantava, podendo sentir a sua força renovada, enquanto carregavam Abeforth com eles. Ele olhou diretamente para Uther, que já não estava mais tão seguro de sua capacidade. Por outro lado, Nate não conseguia entender tamanha benevolência da parte do seu tio, que o ajudou quando poderia simplesmente matá-lo. Escolheu então focar no momento presente, ficando a uma distância de vinte metros do seu adversário.

— Esse é o problema de se envolver com certos tipos. Alguns são como serpentes: você nunca sabe quando deles vão morder a sua mão. — ele manteve a postura séria contra o inimigo. — Você não passa de um covarde de merda que precisa manter todo mundo sob o seu controle. Eu não imaginava quanto tempo conseguiria sair dessa, mas para a minha surpresa, meu tio enganou a você também. E agora, ele vai executar o resto do seu plano, enquanto você cai diante do meu martelo, e quando eu terminar com você, irei buscar por Reina e a levarei de volta para Konoha.
— Seu verme… Não subestime a minha força! — ele rangeu os dentes de raiva, e então deu um rugido, fazendo o seu corpo brilhar em uma centelha dourada. — Vocês elfos são dignos de pena. Quando eu terminar com você, irei acabar com o seu tio também.
— Nathaniel-dono… Eu quero vingança contra esse homem. Me deixe lutar ao seu lado.
— Vamos nessa.

Nathaniel rapidamente moveu-se contra o inimigo, e então as suas armas colidiram uma com a outra, numa demonstração da sua verdadeira força. Olhava para os olhos de Uther, desejando a sua morte mais do que qualquer outra coisa. Num movimento rápido, o elfo realizou um giro rápido com a sua mão, entrelaçando ambos os braços, acertando uma cabeçada no nariz do Hikari, que cambaleava para trás. Com a sua espada, o loiro tentou fez vários cortes no ar, mas Nate desviava de todas elas, dando passos para trás e se mantendo longe dos golpes, para a irritação do adversário, conseguindo interpretar os seus gritos a cada golpe errado como frustração.

— Agora eu entendo porque estava me selando e impedindo que eu usasse corretamente o meu chakra, mas ainda assim é frustrante ver o quão fraco você é. — o Grey liberou o seu chakra ao redor do seu corpo para que a sua velocidade aumentasse ainda mais, uma técnica básica usada em variadas situações. Com o Shunshin ativado, ele moveu-se cinco metros para perto de Uther, dando um giro no ar e acertando um chute na sua canela, seguido de um soco no seu estômago com a mão direita, roubando-lhe o ar por alguns segundos. Agarrou então em sua armadura e o levantou no ar, jogando-o contra o solo, causando uma grande cratera. — Eu entendo que esteja ansiosa, Matatabi, mas eu quero ver até onde ele vai. Eu prometo a você que chegará o seu momento de brilhar. — garantiu o elfo.

Nathaniel se manteve na frente do adversário, encarando-o como se ele não fosse nada. Mantinha a sua cara fechada, aguardando pelo instante em que ele se levantaria, assistindo-o erguer-se com dificuldade, murmurando algumas palavras. “Não me subestime”, foi o que leu saindo dos seus lábios, mas imediatamente o Grey acertou um chute na lateral do seu tronco, chutando-o com toda a força para o outro lado da arena, abrindo um grande buraco na parede, tal como os seus lacaios fizeram com os gladiadores, inclusive com ele mesmo. Uther saiu de lá enfurecido, espumando de raiva, e então naquele momento o elfo percebeu que finalmente teria um pouco de ação.

— Eu disse… Pra não me subestimar. — ele causou uma explosão de chakra que se espalhou pela arena, causando uma sensação estranha no corpo do elfo, que conseguiu sentir a intenção assassina do inimigo, fazendo o seu corpo tremer levemente. De repente, linhas de chakra passearam pela do loiro, até que o seu corpo inteiro foi tomada por uma energia de cor semelhante ao do Sol, enquanto sua pele ficava escura. Aquilo mantinha Nathaniel em alerta, e por um momento, Uther conseguiu a atenção do Grey, aparecendo em seu pescoço e o agarrando pelo pescoço, o lançando contra o solo, causando uma grande cratera ali e levantando poeira para o ar. — Morra, seu elfo desgraçado!

Ele então começou a golpear Nathaniel com socos potentes, atingindo o seu peitoral primeiro, fazendo o Grey cuspir sangue, depois atingiu o seu rosto, causando-lhe mais danos. O medo da morte fazia o corpo do Yondaime enrijecer, porém, encontrou força para sair daquele transe ao imaginar o que seria feito com Reina caso o seu marido vencesse, e o destino de Konoha que acabaria em uma grande guerra, caso ele não retornasse para casa, tal como a queda dos Greys rebeldes. “Chegou a hora, Matatabi”, disse em sua mente, e então buscou pelo chakra da bijuu de duas caudas, adicionando a sua reserva de chakra, no instante em que Uther banhava a mão direita com chakra de cor dourada, pronto para executar o golpe final.

O corpo inteiro do elfo sofreu uma grande mutação, com um chakra azulado flamejante tomando conta dele, além de orelhas de gato na sua cabeça. Sua força e a sua velocidade aumentavam exponencialmente, tal como o seu reflexo, permitindo que Nate segurasse um soco de Uther no meio de sua trajetória contra o seu rosto. Um sorriso apareceu no rosto do Hokage, que olhou diretamente para os olhos do inimigo, na certeza de que ele estava vendo a sua face ensanguentada, porém pronto para a guerra. “Morra você!” foi o que sussurrou, juntando ar em seu pulmão e condensando-o com o seu chakra, manipulando o elemento fogo e cuspindo uma rajada flamejante de cor azulada contra a sua face, afastando o inimigo que dava passos para trás com a cara toda queimada.

— Meu plano era muito diferente do que eu tinha em mente, mas as vezes, a chave do sucesso de um plano não somente é a capacidade de prever os movimentos do seu oponente, mas talvez… Um pouco de sorte. — sorriu ao encará-lo de joelhos, até que o fogo se transformou em fumaça.
— GUARDAS, SE APROXIMEM! — ordenou, e de repente todos os guardas com armaduras douradas cercaram o elfo, todos mantendo uma distância de vinte metros. — MATEM-NO IMEDIATAMENTE! Essa luta está cancelada! — todos os homens com armaduras douradas sacaram as suas espadas.
— Mais guardas que você mantém na sua coleira? Isso é patético, mas vindo de um cara como você, não dá pra esperar muita coisa. Magnus estava certo sobre você.
— MAGNUS NÃO SABE DE NADA, E VOCÊ É UM COISA RUIM DE SILVERMOON! Eu não lhe devo nenhum tipo de promessa, porque os Greys não tem honra! E esses não estão comigo por conta do meu controle, mas por lealdade a mim e a minha ideologia. Você não conseguirá convencê-los com palavras bonitas e gestos nobres.
— Por mim, tudo bem… Eu não vejo problema em ser temido.

A postura de Uther de clamar por seus soldados em um momento em que seria obrigado a cumprir com a sua palavra em aceitar a morte reforçava a sua covardia, mas a decisão de permanecer ali e lutar até o final passava o mesmo efeito. Nathaniel não tinha mais medo da morte do que qualquer outra pessoa, mas tinha capacidade o suficiente para lidar com quaisquer situações. Por isso, jogou o martelo para o alto, o assistindo girar no ar algumas vezes, unindo as suas mãos em um único selo, manifestando uma energia de coloração bordô que se misturava chama flamejante ao seu redor, invocando uma fênix da mesma cor que ganhava o céu, num espetáculo que chocava a todos presentes, que estavam prestes a ter uma demonstração do verdadeiro poder de Nathaniel Grey.

Quando os guerreiros com armadura dourada se aproximaram de todos os lados, objetivando executá-lo com golpes fatais, o elfo agarrou o seu martelo e passou entre eles como uma flecha, tornando-se um borrão azulado que os seus olhos não conseguiam captar, tomando uma distância de 40 metros, deslizando os pés e a mão direita na areia. No próximo movimento, Nathaniel correu até os guerreiros que estavam contra ele, contabilizando um total de 12, sendo mais rápido que eles (42m/s), atingindo-os em suas cabeças ou em seus troncos com toda a força, causando-lhes danos permanentes que os levariam ao óbito rapidamente. Assim que terminou com a sua saraivada de golpes, o elfo parou na frente de Uther, que estava de joelhos no chão.

— E pensar que eu poderia ter facilitado as coisas, mas algo de mim me dizia que valeria a pena aceitar o desafio de lutar com tantas restrições… Mas eu guardei o melhor para você, Uther… — ele se aproximou do homem, segurando em sua cabeça e o fazendo olhar nos olhos. De repente, aquele homem sentiria toda a intenção assassina que emanava de Nathaniel naquele momento, a imagem da Matatabi caminhando em sua direção com sede de sangue, fazendo com que Uther soltasse um grito de pânico, suas pernas ficando bambas, mal conseguindo se manter de joelhos. Sabia que, a partir daquele instante, a vida do Hikari pertencia a ele.
— Vo-vo-você é um monstro… — sua voz saia fraca, com dificuldade em completar sua sentença, na medida em que Nate o encarava com desprezo, vendo ele revelar a sua fraqueza.
— Eu sou… Mas você também é. — olhou para ele com os olhos semicerrados.
— Eu só queria poder espalhar a minha ideologia pelo mundo, mudar a vida das pessoas. Eu achei que estava indo bem…
— Porque a única pessoa que realmente se beneficiou com a sua ideologia é você. Mas não se preocupe, assim como você, sua filosofia também irá sucumbir. — e num único golpe, usando toda a sua força, Nathaniel golpeou a cabeça de Uther com o martelo, que teve uma parte do seu cérebro explodido, fazendo com que sangue espirrasse de sua cabeça.

O elfo ficou contemplando aquela cena por alguns segundos, desativando as suas técnicas especiais, até que Hikari Reina surgiu na arena, saltando do camarote até o local, correndo até Nate e o abraçando com força, saudosa com a sua presença e grata por tê-la libertado de todas as amarras que ela havia colocado sobre ele. Uma dúzia de guardas se aproximaram do local de repente, e cercaram os dois, portando lanças e escudos, mas antes que pudessem fazer alguma coisa, um grande número de homens entraram na arena, agora já não mais sob o controle de um tirano. Sem opções, os homens que eram leais a Uther entregaram as suas armas, sendo presos quase que imediatamente.

— Que bom que isso acabou. Quando as notícias da morte de Uther chegarem até a capital de Eichenwalde, os soldados dele terão que escolher entre se renderem ou morrerem tentando preservar um legado inútil. Como você veio parar aqui? — a moça loira, um pouco mais velha do que quando Nathaniel a viu pela última vez, ficou encarando-o e percebeu que ele temia falar alguma coisa que poderia lhe infringir grande dor. — Não se preocupe, agora que ele está morto, as técnicas de maldição dele não funcionam mais. — encarou o corpo caído do falecido marido com desprezo.
— Seu pai me enviou aqui com uma carta, uma que eu não estou em posse nesse momento, mas ele disse que precisa que volte para Konoha imediatamente. Parece que a situação de sua família em Konoha não está muito boa, assim como a minha como Hokage. Imagino que saiba onde estão as minhas vestes e equipamentos.

[...] Cinco minutos depois, Nathaniel estava com o seu traje habitual dentro do escritório do castelo onde Reina vivia, colocando também as suas espadas em suas respectivas bainhas, depois colocando os pesos de treinamento em seus pés, podendo assim controlar a sua própria velocidade. Enquanto isso, Reina lia o pergaminho que o seu pai havia enviado para ela bastante emocionada, uma que não tinha sido incinerada por Uther como creu que aconteceria. O elfo puxou um cigarro do seu bolso e se colocou a fumar um pouco, finalmente podendo saciar aquele momento, observando a loira por um momento.

— Precisamos partir imediatamente.
— Eu concordo, mas antes preciso resolver algumas pendências. Você, por um acaso, poderia me arranjar um pergaminho e um pouco de tinta?

Algumas horas depois de finalmente cumprir a sua missão, Nathaniel saiu do castelo onde Reina morava para partir para as ruas do distrito de Solaris, assistindo alguns homens sendo carregados em algemas por homens com armaduras com o brasão de Eichenwalde. Entre eles, Urakin, que passou ao seu lado e o cumprimentou com um aceno de cabeça. Alguns adolescentes puxavam as pernas do cadáver de Uther por uma corda, arrastando ele pela rua enquanto uma multidão de curiosos ficavam olhando e até mesmo cuspiam em seu corpo. “Que fim melancólico”, pensou o elfo, enquanto fumava o seu cigarro. Parou então em um bar, pedindo por uma caneca de chopp e ficando na frente do balcão. Minutos depois, um homem de cabelo branco e pele alva surgiu, com suas orelhas pontudas e uma postura sombria, sentando ao seu lado.

— Missão cumprida, não é? Você realmente tem talento para a coisa, Nathaniel. — elogiou o tio de forma sincera, bebendo a sua própria caneca. — O lado bom é que, dessa vez, você teve a minha ajuda no momento mais crítico. Você sabe bem que não venceria se não fosse por mim, não é? Eu cumpri com a minha parte do acordo, e ainda adicionei um bônus. — Nate olhou para o tio em silêncio, o observando pedir pelo pagamento de seu trato. Sem muita demora, o Hokage colocou a mão em seu bolso de cartas e retirou um pergaminho dele, colocando em cima da mesa próximo do tio, voltando a fumar o seu cigarro e observando o garçom colocar a caneca de chopp na sua frente, no mesmo instante em que o tio lia o pergaminho e ficando surpreso com o conhecimento adquirido. — Tão simples, tão técnico… É realmente impressionante. Agora poderei acessar o verdadeiro poder dos Greys. O que Erasmus dirá quando ele souber o que fez? — enrolou o pergaminho, olhando para o sobrinho tomar uma caneca inteira de chopp em poucos goles, ficando assustado. — Você fuma igual ao seu pai, e bebe igual a sua mãe.
— Seu sentimento de nostalgia é dispensável, Oberon. O motivo pelo qual não estamos lutando nesse exato momento é porque finalizamos uma negociação, mas nada foi perdoado. Dar a você a oportunidade de aprender o conhecimento dos Greys parece loucura, e soará como uma quando Erasmus e os outros souberem, mas para você, soa como uma grande oportunidade. — virou-se para ele, o encarando nos olhos. — A oportunidade de entender o que você fez com aqueles que amavam você. — voltou então a focar em seu cigarro, mantendo um silêncio que apavorava o próprio tio.
— Até breve, Nathaniel. — Oberon se levantou e foi embora, deixando o rapaz sozinho, mas não sem lhe dar um recado. — Eu não estarei perto de você todas as vezes que tentarem selar você. Não seja descuidado. — falou já na porta do bar, saindo.

Depois de cumprir com a sua parte no acordo, Nathaniel ignorou toda a ocupação que acontecia naquele momento e retornou para o castelo de Reina, sendo recebido pelos seus empregados e indo até a varanda de sua sala de estar, olhando para a cidade de Solaris junto com a loira, que contemplava todo aquele ambiente. Haviam muitas coisas que deveriam conversar, mas por um momento, apreciaram o silêncio, enquanto algo grandioso acontecia nas ruas.

— Quando eu vim morar com Uther aqui, eu achei que começaria uma nova vida, uma vida mais tranquila. O Uther sempre foi um pouco ciumento, principalmente com você, mas parecia bem tranquilo, até que viemos morar aqui, e ele queria vigiar cada passo que eu dava, cada palavra que eu dizia, e tudo o que eu fazia. No começo, nós conseguimos nos manter bem, mas depois de um tempo, ele começou a ser mais possessivo, principalmente quando eu engravidei. Um dia, nós tivemos uma briga, e ele ficou mais agressivo… Ele me empurrou na parede, e me chutou. Quando eu acordei, eu tinha perdido minha criança, e mal pude falar o motivo por isso. Ele me selou de todas as formas possíveis, para que eu não saísse de perto dele, para que eu não falasse sobre o que ele fez comigo. — ela dizia com lágrimas nos olhos, enxugando-as, enquanto Nate respirava fundo, compadecendo-se do sofrimento que ela, uma mulher que sempre admirou por sua força e determinação, havia passado com o seu falecido marido. — Você salvou a minha vida, Nate, e por causa disso, eu serei eternamente grata.
— Eu só fiz o meu trabalho, esperando que um dia você me ajude a salvar a minha também, e a de Konoha. O que me fez lembrar de uma coisa. — Nathaniel fez selos manuais rápidos com a mão direita, e então conjurou um selo em sua mão esquerda, aplicando o Fuuinjutsu: Kai no lado direito do seu pescoço como uma medida de precaução, seguindo assim o conselho do seu tio. — Mais uma tatuagem para a minha coleção. Devemos ir embora agora. — falou a última frase em voz baixa.
— Eu nunca pensei que seria tão fácil deixar tudo para trás, agora eu vejo… Que esse aqui nunca foi o meu lugar.
— Eu sei… Hora de partirmos.