Ao despertar pela manhã, um longo e sofrido suspiro deixou meu corpo assim que meus olhos se abriram. Em meu colo, um pergaminho fechado com uma fita vermelha de Iwagakure aguardava ser aberto para me passar uma nova missão. Com muito custo, o tomei em minhas mãos, puxando a fita para desenrolar sua amarra, deixando que o papel deslizasse e se estendesse por inteiro. Segundo as instruções escritas, eu estava sendo solicitado em uma das fazendas nos arredores do vilarejo, que passava por dificuldades para manter a plantação segura de animais selvagens. Por mais fácil que a missão parecesse, qualquer motivo para deixar a minha cama era suficiente para me irritar. Minha motivação para deixá-la me esperava na cozinha. Minha refeições não eram as mais saudáveis que um ninja poderia fazer, e apesar disso meu físico continuava impecável. Tomei um gole de refrigerante e um pão com creme doce antes de sair para a fazenda.

Com a devida permissão para deixar o vilarejo, acelerei meus passos para ser o mais breve possível em chegar ao local, já visando um retorno rápido para casa. A entrada da fazenda era um pouco distante da Pedra, já que tanto o solo, como o clima, não eram fáceis de se explorar. A fazenda ficava em um local específico e estudado para extrair o melhor dos minerais do solo, mas também um dos locais mais movimentados pela fauna da região, que competia espaço com o homem e por conta disso viviam em um conflito. O porteiro da fazenda já esperava a minha chegada, e ele mesmo me guiava até o campo onde, segundo ele, um grupo de coelhos selvagens surgia à noite para atacar a plantação, e ninguém conseguia capturá-los. — Mas que bos… droga, eu vou ter que ficar aqui até anoitecer? Por que ninguém explicou isso… QUE CHATOOOOO! — Reclamei internamente, devorando algumas balas.

Esperei sentado, na própria guarda da fazenda, observando as nuvens e tentando desvendar seus formatos. A noite finalmente caiu e fui até meu posto, parado na plantação, em silêncio, tentando detectar os sons nos arredores. Não demorou para que pequenos ruídos fossem ouvidos no meio de algumas folhagens. Me aproximei, mas minha falta de cuidado foi o suficiente para que o eco de meus passos alertasse dois coelhos, que corriam e se escondiam. Precisei esperar novamente, ouvindo uma série de barulhos. Respirei fundo, deixando que o frio tomasse conta do ambiente, enquanto minhas mãos formavam selos. A partir da umidade fria do ar, agulhas de gelo foram criadas e disparadas na direção dos barulhos, que paravam no mesmo instante. Assim que chequei, os coelhos estavam atingidos, mas por sorte não em partes vitais, apenas incapacitados. Ao perceber a movimentação e o frio, o guarda se aproximou com uma lanterna, observando o resultado da minha caçada. — Eram esses aí mesmo! Agora eles e o grupo não vão mais voltar. Muito bem, garoto! Aqui, leve isso para comprovar a missão. — Me entregou um certificado que autenticava a conclusão da missão. Após levá-lo ao quartel, retornei para casa descansar.