Mesmo iluminado pelo escarlate os céus, Kaido nunca deixou de praticar seus disparos, utilizando o qualquer objeto ou material solido que servisse facilmente de alvo. Desta vez, parava alguns metros de uma pequena mureta de madeira, e ali seu tempo passava, entre um arremesso e outro, levava as mãos até o bolso de sua vestimenta e retirava um pirulito açucarado, levando-o até os lábios para que o derretimento do açúcar ajudasse a saciar seu vicio pela doçura da guloseima. Já estava cansado daquele luar e dos boatos que corriam Iwagakure tornarem o dia a dia mais tedioso. Estava cansado do terror atrelado a lua consumir a vida das pessoas ao seu redor, ficava irritado somente de imaginar a possibilidade daquilo nunca mais deixar os céus. Se pudesse, a lua seria o alvo de suas kunais, até que ela se partisse ao meio. Recolheu as armas arremessadas na mureta de madeira, apontando uma das laminas kunai para o céu, especificamente para a rocha vermelha. — Sua sorte é estar ai em cima como a covarde que é. Enquanto a estrela está aqui em baixo... sua medrosa! — Finalizou elevando o tom de voz. Ao mesmo tempo, a bravata do Genin foi ouvida por um dos mensageiros enviados para distribuir missoes internas em Iwagakure no Sato, que esperou o jovem terminar seu discurso para chama-lo. — Shiin Kaido? — A voz calma do mensageiro fez o Genin se virar, ainda com suas kunais em mãos. Ao ver a bandana de Iwagakure e seu uniforme, rapidamente as guardou em seus lugares nas bolsas de armas que carregava consigo. — Quem quer saber? — Ríspido como sempre, respondeu ao mensageiro, que abaixou a cabeça escondendo o riso. Mas ele logo voltou a olhar o Genin com seriedade. — Você foi escalado para vigiar a prisão. — O homem levantou sua destra, carregando um pergaminho que se soltou e se abriu, mostrando as informações. Kaido leu rapidamente e suspirou, balançando a cabeça negativamente. — Certo, não tenho nada melhor para fazer nessa merda mesmo... eu posso bater nos presos? — Riu, esbanjando um sorriso de canto. Seguiu o mensageiro, que se manteve calado durante o trajeto, até a prisão. Alguns guardas esperavam a chegada do Genin na porta do local e, portando o pergaminho do mensageiro, Kaido se apresentou aos homens. — Yo, vim vigiar os ratos... — Levantou o pergaminho para os guardas.