Decidido a melhorar seu controle sobre o elemento Vento, Tobirama aproveita uma bela folga para estudar e praticar. Quanto mais ele entendia aquela Natureza Elemental, maior era a a vontade de utilizar o máximo do seu potencial. Assim, o Kazekage solicitou a entrega de um antigo livro em seu gabinete, um manuscrito antigo chamado “O Filho do Vento", a obra máxima que descrevia os processos que um antigo shinobi vivenciou para alcançar um alto nível com o elemento.

O pedido de Tobirama foi atendido, e no final daquela tarde o livro estava sobre sua mesa.

No dia seguinte, Tobirama passou a maior parte do tempo devorando o conhecimento contido nas paginas do manuscrito, repetindo trechos em voz alta e até mesmo fazendo diversas anotações para fixar o conteúdo em seu cérebro. O Kazekage já tinha o hábito de estudar sobre ninshu, e por isso não encontrou dificuldades para absorver os ensinamentos descritos.

A riqueza de detalhes do livro era esplendorosa, e mesmo sendo antigo o conteúdo, era impressionante o quanto parecia ser atual diante dos métodos modernos adotados na nova Era. Tobirama mal podia esperar para colocar em prática o que estava lendo. Por isso, no dia seguinte ele acordou bem cedo e procurou um lugar calmo para praticar.

Em meio a um amplo campo de treinamento, Tobirama se posicionou no centro e sentou-se em posição de lotus. O Uchiha começou a recordar sobre os ensinamentos do manuscrito, acessando os fundamentos aprendidos em sua memória.

De acordo com o que foi lido, um mestre elemental é alguém capaz de levantar grandes ventanias sem a necessidade de selos manuais, tampouco precisaria utilizar de algum jutsu específico para causar um grande impacto através de manipulações feitas com o chakra.

Até aquele momento, Tobirama era capaz de criar pequenas correntes de ar, razoavelmente agressivas e impactantes, mas nada próximo do que seria possível para um mestre do elemento vento.

Em seu íntimo, Tobirama saberia reconhecer quando alcançasse o sucesso na evolução.

Assim, o Kazekage começa a praticar suas manipulações tentando reunir uma maior quantidade de ar, criando correntes maiores e volumosas, e lançando-as contra rochas que estavam dispostas no centro do campo de treinamento.

Seu resultado começou a ficar melhor quando percebeu que o segredo não estava no emprego de chakra usado, mas sim em sua capacidade de mesclar o ar ambiente com pouco chakra para criar efeitos maiores. Aquele era o ponto de partida perfeito para avançar.

Depois de muita prática e aprimoramento no controle de maiores volumes, Tobirama precisava avançar em dois quesitos... o primeiro era controlar a grande massa de ar sem direciona-la com as mãos, pois um mestre elemental só precisa da força da mente e do chakra para guiar o elemento; o segundo quesito era aumentar a força da ventania, agitando as massas de ar com mais afinco.

Para manipular o vento sem o uso das mãos, Tobirama começou a concentrar o chakra enquanto mentalizava todo o processo em silêncio. O Uchiha reparou que a sua afinidade com o elemento permitia o chakra de natureza Fuuton fluir com naturalidade, mas a falta de selos manuais precisava ser compensada com uma concentração acima do normal para que pudesse ser exteriorizado e tomar forma.

Inicialmente, Tobirama se limitou a imaginar os selos de mão enquanto emanava chakra da mesma forma, como se estivesse realizando os passos normais para uma manipulação avançada. Isso foi efetivo, mas ainda faltava alguma coisa.

O Kazekage então passou a perceber as movimentações energéticas atingidas em cada selo de mão, tentando traduzi-las em ritmos e frequências que com a prática passaram a se tornar intuitivas em sua mente, como um simples canção. Assim, aos poucos as manipulações puderam ser feitas apenas com o direcionamento de pensamentos em sinergia com as emanações de chakra que ele produzia.

Por fim, restava ao Uchiha aumentar a força daquelas manipulações. Isso foi possível ao organizar o fluxo de forma consciente, pois uma frequência de chakra desordenada acabava por sabotar o processo devido às oscilações desnecessárias. Tobirama atingiu este nível ao meditar e sentir como o chakra fluia, acompanhando todo o processo desde a sua concentração até o destino final de expulsão da energia. Visualizar o trajeto mentalmente o permitiu entender as falhas, desatar nós e alcançar uma emanação homogênea com picos controlados de acordo com a sua vontade. O chakra Fūton fluia “liso", sem interferências, e logo Tobirama estava partindo rochas inteiras com suas manipulações cada vez mais elaboradas.

O aprendizado continuou durante uma semana, pois Tobirama fazia questão de voltar ao treinamento todos os dias para praticar exaustivamente, e com persistência aqueles fundamentos se tornaram tão naturais quanto um simples caminhar.