Tendo como a maior referência geográfica ser situada ao norte de Hi no Kuni, Oto no Kuni acabou por ganhar até que uma certa relevância diplomática recentemente. Ainda existe um grandíssimo caminho para o país chegar ao mesmo patamar que às cinco grandes nações, mas graças a liderança do Shodaime Otokage existe um futuro promissor para aquele país, e a população cogita que, existe sim, um caminho para que aquela nação se torne uma sexta grande nação ou até ter reconhecimento mundial de suas forças em um futuro breve graças à liderança do tão forte Shodaime Otokage.

Sendo relacionada bastante com o Som, Otogakure no Sato faz jus a sua referência. Ela é uma vila bastante harmoniosa, e com bastante frequência escutasse sons, seja da natureza local, da população ou até dos grandes artistas que enxergam em Otogakure um local de orgulho para dizer que aquele país é a sua grande casa. Entretanto, como toda nação emergente, ainda existiam, mesmo que com uma frequência menor que antigamente, o temor de alguma grande guerra ou uma gigantesca invasão, e quando esse sentimento vem à tona, a tão animada região, acaba por se tornar o oposto do que seu nome significa:

Silêncio.

Poderia com quase absoluta certeza dizer que essa seria uma das grandes sensações que Nara Meiko estava tendo naquele início de tarde em Otogakure no Sato. Nada de relevante ou impactante tinha ocorrido, nenhuma notícia, mas naquela tarde em questão tudo estava silencioso demais para Oto no Kuni. Entretanto, tirando esse silêncio, tudo estava normal, o gélido inverno estava ali, com temperaturas baixíssimas como todo inverno daquela região, as pessoas, bastante agasalhadas, andavam pelas ruas com simpáticos passos calmos, e entre conversas formais a população falava bastante que deveriam ir até Gyokuza, para oferecer ao seu líder chá quente para o líder não se adoecer durante esse gélido inverno.

Um sentimento de gratidão era o que a população tinha por seu líder, para a própria população era difícil de explicar o porque esse sentimento, visto que, o Shodaime Otokage não era uma pessoa que mostrava tantos sentimentos perante e para sua população, mas o povo via que, em meio de friezas, indiferenças, apatias e atitudes questionáveis, o Shodaime Otokage era o tão respeitado Shodaime Otokage de Otogakure no Sato, o mais forte, a maior referência daquela região, aquele homem era o tão frio julgador conhecido e reverenciado por ser o Lawliet Hawk, o Juiz do Submundo. Tudo tinha para a população não ter tamanho sentimento por seu líder, mas a Nação tinha uma característica em comum que o líder também possuía: ambos tinham atitudes questionáveis, mas a atitude questionável da população era que, mesmo com tantas coisas para fazer com que o líder não fosse bem visto, a população tinha uma boa visão pelo mesmo. Se esse sentimento era difícil de explicar até entre a própria população, imagina para quem era de fora daquele contexto.

E lá próximo ao portão de Otogakure no Sato, a poucos metros da entrada da vila oculta, estava uma figura sentada em um dos bancos formados por uma junção de pedras antigas, bancos que eram frequentes ver alguém ali descansando ou esperando alguém, mas naquele início de tarde tão gélido, apenas aquela pessoa estava presente naquele local. Estava esperando algo, mas o que?

Não sabia de fato o que era, apenas sabia que tinha uma mulher jovem, de pele branca e altura mediana, de longos cabelos, de uma cor verde que muito se assemelhava a musgo, penteados em um longo rabo de cavalo. Suas roupas eram diferentes dos ninjas comuns, não tinha nenhuma bandana aparente, e ela vestia uma blusa branca de lã, uma jaqueta vermelha, calças azuladas e sapatos brancos fechados. Nada indicava que era de Otogakure no Sato, mas seus verdes olhos eram vagos, possuía uma expressão apática e em suas mãos tinha uma bengala.

Aquela estranha presença tinha algum tempo que estava ali, pacientemente esperando enquanto agarrava sua bengala. Enquanto esperava, dentro da vila um jovem corria apressado com uma bolsa grande nas costas, ele era adolescente, moreno alto, bonito e sensual talvez ele fosse a solução do seu problema, possuía o físico malhado, e olhos de íris azuladas que transpareciam determinação. Aquele jovem era de Otogakure no Sato, era até que conhecido por muitos, ele era Moji Rinko, um dos carteiros que frequentemente entregavam cartas ou mensagens para os habitantes daquela vila.

Moji Rinko corria pelas vielas de Otogakure no Sato, procurando por uma ninja, chamada Nara Meiko, para entregar duas missões dadas por superiores. O carteiro, ético como sempre fora, em nenhum momento abrira as cartas, então entregaria tudo com o conteúdo lacrado, apenas diria o que fora ordenado pelos superiores que seria: “Informações sobre essas missões são: estão esperando por você, vá logo para próximo ao portão! Leve o que for necessário! Em caso de perigo maior, volte para vila! Reporte tudo! E cuide muito bem de Gaka-sama!”.

Moji Rinko entregaria tudo para Nara Meiko, e continuaria correndo para suas outras entregas, deixando a genin com duas missões e alguém esperando por ela próximo ao portão.

Considerações:

— MAS O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?!

Em meio de desesperados gritos que pareciam não acreditar no que estavam vendo, uma imensa e chama estava consumindo aquilo que a pouco tempo seria uma simples carroça carregada de repolhos e diversos outros legumes.

Como se estivesse sem controle e espalhando tão facilmente, as chamas cada vez mais aumentavam, e agora iam sutilmente indo para árvores próximas. Já o que deveria ser o transporte de materiais, era atualmente apenas brasas e combustível para as tão desesperadoras chamas.

Os gritos não paravam, e assim como o desespero, apenas aumentavam. O autor dos gritos era um comerciante que já deveria ter se aposentado e tendo uma vida de descanso após anos e anos de árduo trabalho, mas os tempos ficavam cada vez mais difíceis e cogitar uma aposentadoria para alguém daquela idade poderia ser o correto, mas olhando sua classe social e perguntando como que ele iria sobreviver, não tinha como implorar para ele se aposentar. O ancião que sempre possuía um semblante calmo, agora demonstrava um misto de raiva e de frustação olhando para o autor das chamas, que estava o deixando sem um futuro certo.

— VAMOS JOJO, É PERIGOSO FICAR AQUI!

Uma garotinha de curtos cabelos púrpuras gritava, puxando um dos braços do ancião. A pequenina parecia não entender o apreço que Jojo tinha por suas coisas, nem o desespero que ele estava sentindo por perder tudo que possuía de mercadorias. Entretanto, aquilo não era nenhum assalto, era nenhuma vingança, não sabia o porquê, mas não era apenas a carroça que tinha sido afetada.

Estavam todos ali próximos a pequena Vila dos Pelicanos. O fogo já se espalhava e começava a pegar algumas pequenas tendas que estavam sem ninguém lá dentro, pois todos tinham fugido quando o ataque começou a poucos minutos. A pequenina tentava puxar o ancião, mas ele parecia não ter olhos e nem que cogitar que talvez sua vida pudesse entrar em perigo.

— Porque você aceita as coisas tão facilmente? Porque você simplesmente não luta pelos seus direitos? Apenas irá concordar e aceitar passivamente que a vida é injusta? — O autor das chamas então parava o seu ataque.


A estressada genin com a mesma velocidade que teve para chegar ao local proposto, acabara reconhecendo o ser que estava envolvido na missão. Sua apresentação dera um leve tom de vida aquele semblante da mulher de cabelos esmeralda, mas fora tão leve e breve que a genin ainda estava terminando sua apresentação e o tom sem vida voltara a dominar as expressões.

— Ninjas e suas formalidades... — A mulher dizia com uma voz sem vida enquanto dava um olhar vago direcionado ao horizonte. — Iremos até Yama no Kuni, fica a oeste do País do Som. — Dizia enquanto tirava um pergaminho do bolso e deixava a mão esticada segurando o pergaminho esperando que fosse pegue, e como se Nara Meiko fosse uma serviçal, a mulher nem olhava em sua direção, como se a presença da ninja fosse algo irrelevante. — Nara Meiko... Gaka... Você irá me escoltar, eu irei te guiar... Ironias a parte, será demorado, então iremos, não é?

A mulher tão sem vida então se levantara, lentamente do banco, se apoiando tão fortemente que deixava a bengala um pouco trêmula. Demorou alguns segundos para ela se estabilizar. Após isso, como se fosse uma brincadeira de criança, ela começou a bater a bengala em diversos cantos, e assim como seu olhar vago, ela começou a andar sem rumo, tateando com a bengala, como se não se importasse com a presença da genin, ou simplesmente não visse a ninja.

O pergaminho mostraria todas as coordenadas precisas para a ninja do som. De onde estava para a fronteira era apenas seguir a oeste adentrando por uma floresta de árvores grossas e pequenos animais. O caminho pela floresta seria uma trilha até que larga, e o cheiro amadeirado era bastante agradável. Até que tinha uma grande árvore no meio da trilha com duas placas apontando uma bifurcação.

Direita ou Esquerda, o mapa diria que ambas as opções se juntariam em alguns quilômetros, mas a da direita passaria pela Vila dos Pelicanos e a da esquerda passaria pela Vila dos Alfaiates, e como uma boa bifurcação, sempre temos uma boa escolha.

Considerações:

Música

Entre as surpresas que apareciam durante a missão, era notório que aquela mulher não precisava de um ninja somente para sua proteção, mas para locomoção. Ao longo dos poucos passos os questionamentos da impaciente protagonista acabaram sendo confirmados sem ao menos ter uma resposta verbal. Como dizem, ações valem mais que mil palavras.

O caminho poderia ser bastante demorado, mas o fato da Nara não ter largado aquela deficiente a mercê da morte, além de ter pego pelo braço, facilitou bastante a viagem, todas as possíveis dificuldades que teria caso apenas acompanhasse a distância foram simplesmente anuladas por seu gesto de gentileza. Uma experiência estranha? Sim, era bem diferente viajar usando a própria voz como um mapa, e tendo que segurar alguém mais firmemente quando o terreno ficava mais escorregadio ou quando o relevo ficava íngreme.

Quando chegaram até a grande árvore, nossa protagonista pouco perdeu tempo, levando-as para a Vila dos Pelicanos, mas nem sabia para o que de fato ela estava levando aquela mulher. Com o andar da viagem, a mulher começou a fungar e deu uma parada, até que continuou. Estava tudo aparentemente normal, aquele cheiro amadeirado bastante forte, alguns pássaros que cantarolavam, até que o cheiro aos poucos fora mudando, uma essência de madeira queimada, uma grande fumaça estavam a frente. Quando menos perceberam, estavam ambas na entrada do furacão: estavam ali aonde deveria ser a Vila dos Pelicanos.

Uma pequenina vila circundada por árvores cujas espessuras eram tão grossas que quase formava um grande paredão ambiental que isolava a vila. Uma vila pequenina, cujo raio era de 50 metros, nela existiam duas fileiras de tendas: a da direita com três tendas, e possuindo uma grande árvore entre o grande paredão e a tenda do meio; além da fileira da esquerda que possuía apenas duas tendas, que eram separadas por duas grandes árvores. Todo o paredão de árvores do lado direito estava pegando fogo, além de todas as três distintas árvores perto das tendas, e somente a tenda central da fileira da direita que estava intacta.

No centro de tudo isso, uma grande fogueira do que antes deveria ser uma grande carroça e na esquerda tinha duas figuras: a de uma criança de longos cabelos púrpuras e um ancião com um chapéu de palha. Infelizmente, essas duas figuras estavam próximas das duas grandes árvores que permeavam a fileira de tendas do lado esquerdo. E essas duas grandes árvores estavam se rachando aos poucos e um som como se fossem logo mais, logo menos, despencar.

Próximo a única tenda intacta, especificamente entre a carroça e a tenda, estava um alto homem, de longos cabelos negros que chegavam até a cintura. Trajado de um longo manto negro, com pequenos detalhes na cor branca. Tudo nele aparentava seriedade, vestimentas, expressões, seus firmes olhos negros, apenas um mero detalhe que se tornava paradoxal: uma máscara de dormir. Acima de sua testa estava uma máscara de pano negra, que possuía orelhas de gato, dois olhos redondos brancos desenhados, e bigodes brancos de gato, e incrivelmente, até dentinhos de gato feitos de algodão.

A pequenina garota púrpura gritava e tentava puxar o ancião, mas não tinha sucesso e o tempo estava se esgotando, saiu um ruído imenso das árvores e elas começavam a se balançar e em poucas dezenas de segundos iriam cair na direção daquela simples dupla de aldeões. Para completar, a presença da dupla, era notada pelo homem. Nara Meiko tinha uma aparência bastante diferente e impactante, mas aqueles olhos negros estavam fixados na cega. — Gaka-sama, me desculpe por isso, mas é necessário. — O homem nem terminava de falar e já corria em direção a dupla enquanto fazia os selos manuais de tigre, carneiro, macaco, javali, cavalo e tigre. Fazia em uma velocidade incrível, que mal dava tempo de reação. — Katon: Gōkakyū no Jutsu — e ali, um pouco mais do que cinco metros de distância uma grande bola de fogo era expelida de sua boca indo em direção a genin dos cabelos rósea.

Eram muitos problemas ao mesmo tempo. A grande bola de fogo vinha na direção da protagonista, e também da cega. Se aquilo era um sequestro, ele pretenderia levar Gaka independente do estado que ela ficasse. Em meio de muitas dúvidas e problemas, será que nossa tão estressada e jovem protagonista iria enxergar um meio de resolver todos os problemas, ou seria que nem Gaka, uma cega que não enxerga.

Considerações:

Música

Parafraseando um apresentador televisivo de um programa dominical, podemos dizer que realmente a situação de nossa querida Nara Meiko estava deveras complicada, merecia muito mais do que um simples “Se vira nos trinta”, merecia o próprio Fausto Silva versão NPC para estar presente naquele momento e dizer em um tom de bastante medo e desespero um: “Tá pegando fogo bicho!”. Infelizmente, ficaremos somente nesse devaneio o qual não mudaria muito o rumo da história.

Logo, logo as árvores iriam despencar e tinha um homem utilizando um grandioso cuspe de fogo em sua direção, a adolescente estava em uma sinuca de bico, tinha a cega a proteger, e mais dois, realmente, impossível... Quem sabe? Ela desviou muito bem utilizando Shunshin no Jutsu, levando a cega que em uma expressão de terror, não entendia absolutamente nada do que tinha ocorrido, mas tinha concordado balançando a cabeça quando a ninja dos cabelos roseados disse para ficar naquele canto.

Sua estratégia de fazer um henge para se assemelhar a um animal felino fora bastante duvidosa, afinal, o homem tinha acabado de tentar incinerar ambas, era o que muitos pensariam, mas nessa ocasião ocorreu o inesperado.

— CALMA TÁ TUDO BEM! — Ele corria para Nara Meiko, como se tivesse acabado de ferir algo que não deveria ter ferido, e a menina agiu. Guarda baixa? Não existia guarda nenhuma por parte do homem, era estranho os motivos daquele inimigo, mas a ninja parecia ter atingido em um ponto bastante fraco.

Ela desfez seu henge, e em pouquíssimo tempo o homem percebera como fora feito de idiota por uma simples adolescente. Seu semblante de preocupação, passou para de nojo e depois para de raiva em questões de milésimos de segundos, mas isso não fora o suficiente para ele desviar do ataque com kunai de Meiko, apenas tivera um pouco de reação e conseguira fazer com que fosse atingido na clavícula de peito esquerdo, e caíra sem mais nenhum movimento.

As árvores então começaram a cair, mas a menina era rápida, utilizando seu Kagezukami no Jutsu para entrar em contato com o ancião e a garotinha, e conseguiu salvar ambos de um desastre iminente. Eles não entendiam como foram salvos, mas tinham uma eterna gratidão por causa disso.

Entretanto, apenas um detalhe saíra despercebido, eram tantas coisas para se fazer, que ela não percebera que enquanto salvava aquela dupla, o homem que conseguira desviar do golpe fatal estava se arrastando lentamente em direção à cega. Ele estava portando uma kunai em sua mão direita, estava indo lentamente, à 2 metros exatos da mulher. Ele aparentemente estava acabado, mas ainda conseguia se rastejar enquanto dizia:

— Você precisa vir... Gaka-sama... Temos que fazer... A revolução... Tudo... Está... Perdido...

Iria dizer que a mulher olhava com medo, mas ela era cega, então... Ela estava aparentemente apavorada, tinha noção que o homem estava vindo, mas não possuía em mãos a sua bengala.

Considerações:

O homem se rastejava em direção à Gaka, mas ele já estava totalmente acabado, somente existia uma grande determinação para cumprir um dever maior. Qual seria?! O que seria essa revolução?! O porque ele queria tanto Gaka?! Seriam prováveis perguntas, que no meio do caminho, ficariam sem respostas, ou será que não?! Gaka, uma famosa artista cega de um país vizinho, porque ela estava em Otogakure no Sato, porque tinha gente em Otogakure no Sato querendo aquela pobre cega?!

Não importava, ele estava já praticamente acabado, rastejando indo atrás de Gaka, como se Gaka fosse mudar o destino dele. A Nara então rapidamente e violentamente com uma kunai degolou o homem. Ceifando-lhe a vida, e seus ideais. Jojo e a menina estavam salvos, assim como Gaka, ambos decidiram por ir à Otogakure e chamar por alguma ajuda para controlar o fogo, já a Nara completaria sua missão escoltando Gaka.



Com isso, dou por encerrado as missões dadas! Fora um prazer imenso, agradeço! See ya!!!

Considerações: