Faz pouco tempo que saí daqui e já tive que retornar haha, cômico. Mas dessa vez venho como Genin, como quem vai inspirar a próxima geração. E nada como um dia quentinho como esse para inspirar alguém. Obviamente eu trouxa um pedregulho de tamanho mediano do meu local de treino favorito, um rochedo no campo de treinamento da vila. Se tenho que inspirar crianças, nada melhor que chocá-las, mostrando alguém muito melhor que elas e forçando-as a evoluir.

 - Sensei! - Digo - Quanto tempo não de te vejo!
 - Olá! Andou treinando? Vejo que está mais fortinho.
 - Claro que sim! Tenho que continuar evoluindo. Afinal, qual seu nome? Esqueci de perguntar da última vez.
 - Me chamo Chiharu, mas pode continuar me chamando de Sensei. Ok estudantes, sentem-se. Está na hora de assistir a apresentação do seu Senpai!

 Vejo aquelas crianças sentadas, algumas me olhando com interesse e espanto; outras, estão ali só por obrigação, enxergam isso apenas como uma atividade tediosa da Academia.

 - O que é essencial para se tornar um Shinobi? - pergunto pra elas.
 - Ninjutsu! - Uma diz.
 - Saber agir furtivamente. - Outra arrisca.
 - Talento! - Enfatiza mais uma.
 - Nada disso! Disciplina, disciplina e disciplina. É tudo que você precisa pra se tornar um Shinobi! Você poder não ter "talento", ou o que quer que isso signifique, você pode não saber Ninjutsu, nem agir furtivamente. Se você estudar, se esforçar mais que todo mundo, aceitar a dor e a solidão do caminho Shinobi inteiramente, você já é um.
 - Mas é impossível se tornar um Shinobi sem saber Ninjutsu! -  diz a primeira criança a falar (tudo bem que não sou muito mais velho que eles, mas ainda sou seu Senpai).
 - Errado! - Respondo - Eu não sei um Ninjutsu e ainda consigo lidar com todos vocês sem suar. Não sei desfazer um Genjutsu e ainda sou um Genin. Não estou dizendo pra vocês não treinarem essas áreas, treinem! Mas se, como eu, vocês não conseguirem evoluir muito nelas, mesmo estudando mais que todo mundo, acham algo que vocês conseguem aprender melhor primeiro. Vou provar pra vocês que não é necessário Ninjutsu ou talento. Venham todos, vou derrotar todos vocês. Se alguém conseguir me acertar um golpe, ou me derrubar, eu volto pra academia. Quem eu acertar ou derrubar está fora de combate.

  O Sensei faz sinal afirmativo com a cabeça e se afasta, ele vai apenas vigiar de longe para que nada saia do controle. Dou tempo para as crianças se prepararem. Várias delas vem pra cima de mim ao mesmo tempo, com movimentos toscos de Taijutsu. Simplesmente pulo na árvore e me seguro por um braço. Não vou simplesmente derrotá-las, tenho que mostrar a diferença entre nós. Uma criança consegue escalar a árvore infundindo Chakra nos pés, esse é mais habilidoso que os demais. Tenta me dar um soco, mas simplesmente desvio e, com um chute, o derrubo da árvore. Uma criança mais afastada taca uma Shuriken. A pego no ar, a criança simplesmente não tinha força o suficiente pra manusear bem essa arma. A devolvo, cortando uma ponta do cabelo da menina. A menina desaba e desiste, percebendo a diferença entre nós. Por fim, vejo aquela criança que idealiza o Ninjutsu, salto da árvore e vou para o lado dela. A golpeio como quem não quer nada. Ela utiliza um Jutsu de Substituição.A criança espera atrás de mim, esperando me atingir. Dou uma rasteira para trás e o derrubo (até parece que truques assim vão funcionar comigo). Depois disso volto e termino de arremessar todas as crianças no chão, uma de cada vez.

 - Viu? Pra quê Ninjutsu? - digo limpando as mãos.

 Espero pacientemente para terminar a palestra enquanto Chiharu Sensei organiza novamente as crianças e checa se elas estão bem. Nenhuma se machucou gravemente, no máximo estão sentindo um pouco de dor. E pra terminar, sem falar nada, me aproximo do pedregulho que trouxe e o destruo com um soco bem forte. Isso me cansou bastante, mas vale a pena mostrar pra essas crianças o fruto do meu trabalho.

- Viu? Isso chama disciplina. - digo.

Após isso vou embora, nem me despeço do Sensei, ele sabe que isso é apenas uma forma de causar impacto, não vai se incomodar. E assim acabo minha missão, motivar os estudantes a se tornarem grandes Ninjas. O que motiva melhor que a derrota, a vergonha ou a admiração? Acho que fui bem efetivo.