Aprender novas técnicas de fūinjutsu poderia, por vezes, ser entediante. Shigaraki sentava-se sobre a mesma árvore em que treinara outrora, notando que com pouco tempo, aquele local havia se tornado a sua terceira ou quarta casa. Antes vinha a sua própria, logo depois a de sua companheira, o templo, e em conseguinte, o campo de treinamento. Ainda assim, no presente momento, ansiava curiosamente pela nova habilidade apresentada por Michelin, que hoje, não utilizava quaisquer roupas de monge.

— Enquanto mantiver nessa empreitada de negar o seu clã, precisará compreender que a sua perícia em fórmulas de selamento devem ser bem utilizadas. — o homem dizia, abrindo um rolo de pergaminho para desenhar alguns pássaros com grandes pincéis de tintas, dos quais voavam por uma distância considerável, e logo após desapareciam. Um deles ficou ante o ombro do moreno.

— Como essa técnica se chama? — questionou, e o homem sorriu de canto ao notar seu interesse. Certo, os gostos de Shigaraki recaíam imediatamente sobre coisas excêntricas, e aquilo realmente lhe animava, muito mais do que habilidades genéricas, como as de naturezas básicas de chakra – elementais –.

— Chōjū Giga. — comprimiu os lábios. — Um estilo de luta em que se utiliza de habilidades naturais em ninjutsu para transferir chakra ao pincel, criando desenhos que obtém vida própria. Gostaria que o treinasse, existe uma técnica em específico que será de seu agrado.

— Hm. — ponderou, suspirando em seguida. — Certo. Apenas não me atrapalhe. — respondeu ao monge, pegando os diversos utensílios para iniciar o treinamento.

Rolos de pergaminhos, tintas e livros foram jogados ao chão, onde Shigaraki se sentou. Aproveitava para priorizar a leitura de um livro alugado da biblioteca de Konoha, intencionando maior conhecimento sobre o ninjutsu; uma forma de amplificar sua simplória sabedoria de Genin. Dedicou alguns minutos ao primeiro ato, em seguida, praticando a técnica desejada. Bebeu o pouco líquido que continha no vidro à cintura, e nas primeiras tentativas executou o desenho de um pássaro.

A ave de pequeno porte abriu suas asas, voando pela ambientação, embora fosse desfeita rapidamente. O moreno pôs uma das mãos no queixo, deduzindo que, caso conseguisse perpassar fluxos de chakra de maior qualidade, a técnica poderia ser mais eficiente. Desenhou, desta vez, ratos, incitando técnicas de rastreamento. Priorizando a concentração, as pinturas possuíam maior durabilidade, apesar de, ao final, não serem tão úteis. Por fim, Shigaraki pintou uma grandiosa ave, de certo majestosa, utilizando o pouco de tinta que restava na paleta.

O grandioso animal retirou-se do pergaminho, batendo suas asas para empurrar, convenientemente, a maior parte dos objetos que o circundavam. Shigaraki entreabriu os lábios, aproximando-se da pintura, para posteriormente alocar-se nas costas do animal. Razoavelmente abaixado, ordenou que a criatura levantasse vôo, rodando ao redor do campo de treinamento por uma considerável quantidade de tempo, antes de simplesmente pousar, e a pintura ser desfeita.

Renji quedou os ombros, razoavelmente satisfeito. Uma etapa havia sido concluída. Ainda assim, a técnica principal não havia sido dominada: O poderoso fūinjutsu supracitado. De certo, a prática ficaria para outra hora, porque no instante, apenas ansiava por café e uma cama quente.