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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 25 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
Wolf#9564
Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
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Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
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Havilliard
Havilliard#3423
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Filler
SUPERE SEUS MEDOS



Você não pode ser refém deles







A última ocorrência fez com que meu pai passasse mais tempo em estado de alerta, sempre de sobreaviso e, consequentemente, mais tempo longe de casa. Agora, só o vejo quando sento à mesa para tomar café e ele já está saindo para o trabalho ou quando ele chega, já tarde da noite, exaurido a ponto de ter forças apenas de ir para o quarto dormir. Foi complicado o processo: no começo, eu fiquei chateado e um pouco decepcionado, mas com o passar dos dias, já estava achando normal. Mamãe tomava conta de Asami e eu passava uma boa parte do meu tempo em casa, lendo. Numa das poucas vezes que eu e meu pai nos falamos desde o sequestro, ele me disse que iria suspender missões para ninjas mais inexperientes até que a poeira baixasse e me pediu para tomar conta da casa; assim o fazia.
  Eu ficava boa parte do tempo lendo livros que meu pai lia quando mais jovem. Estratégias de combate, sobre ninjutsus, genjutsus, estilos de luta, taijutsus; o velho não era apenas excelente em combate na prática, mas era um gênio na teoria também. Apesar de livros bastante aprofundados no assunto, não eram um tipo de leitura que me intrigava tanto, diferentemente dos pergaminhos de técnicas que ele tinha guardado em seu quarto — o qual fiz questão de pegar emprestado sem pedir hehe. Neles continham desde os jutsus mais básicos usados pelos ninjas de Konoha até as técnicas mais poderosas. Técnicas de fogo, técnicas de água, de vento, trovão e também de terra. Tinha de tudo, um pouco! Era o tipo de leitura que realmente me prendia.
  O dia estava bonito, apesar de umas formações mais pesadas estarem se aproximando a oeste, algumas brisas mais geladas faziam-se presentes, mas não deixava de ser um belo dia para treinar. Eu, mamãe e Asami saímos logo depois do papai para irmos até um local aonde ele mesmo costumava treinar na sua infância — pelo menos, era o que contava a minha coroa. Eu havia conversado com ela sobre as leituras que andei fazendo e ela me contou que poderia me ensinar algumas coisas, afinal, não só era uma Sarutobi como uma ninja de nível jounin, mesmo passando a maior parte do tempo cuidando das tarefas caseiras.
  Num vasto campo de grama com uma porção de água, algumas árvores e três tocos de madeira, eu e as mulheres de minha vida estávamos: a mais nova sentada e apoiada no tronco de uma enorme planta, curtindo o frescor da sombra e a mais velha — bem mais velha — botando a mão na massa junto comigo. Eu sabia que ela era uma das kunoichi de alta classe da vila, só não sabia que era realmente tão talentosa. Acostumado a vê-la com panelas e cuidando da pequenina, olhar para ela em um colete verde — comum aos chunins ou shinobis mais antigos de Konoha — e seus trajes de quando exercia plenamente a função de jounin é bem estranho e, ao mesmo tempo, incrível! Tendo minha caçula como espectadora, ficamos naquele lugar até dar a hora do almoço, que foi quando voltamos para casa. Bastou um bom banho quente, barriga cheia e eu estava mais do que pronto para tirar um bom cochilo.
  Deitado em minha cama, a situação só piorava. O tempo se fechou e logo já ia caindo a chuva. Não fechei a cortina para entrar um pouco de claridade, mas com o escuro do céu nebuloso, meio dia parecia final de tarde. As gotas escorrendo em minha janela, o som da chuva estalando lá fora, o conforto da minha cama, meu rosto repousado sobre um macio travesseiro e meu estado de exaustão foram uma combinação perfeita para me apagar. Tudo tão rápido que foi se como eu tivesse sido desconectado da tomada, como se eu tivesse sido nocauteado.


(...)




PARTE I
RAPTADO



Local e hora desconhecidos
  Abro meus olhos, mas não vejo a luz; a escuridão continua reinando e algo me aperta os olhos. Não sinto o conforto da minha cama — aliás, não sinto conforto algum: aonde quer que eu esteja deitado, estava balançando. Minhas mãos e meus braços pareciam estar amarrados, alguma coisa os apertava. Eu podia ouvir cascos batendo contra o chão e sentir que estava em movimento, o que explica o balanço. Eu estava numa carroça? Eu procurei manter a calma a todo momento, mas não era tão fácil assim. Em casa eu tinha certeza que não estava, a pergunta que me inquietava mais era, simplesmente, como eu havia ido parar ali? Estaria eu tendo algum tipo de pesadelo? Não, pouco provável. Tudo ali era real até demais. O som inquietante daquele galopar era como se tivessem cavalos muito perto de mim.
  Onde eu estou? O que está acontecendo aqui?! — me indagava, na segurança dos meus pensamentos.
  Era tudo muito estranho, arrisco dizer que até assustador.
  ── Esse é mesmo o filho de Sarutobi Takumo mesmo, ãh? ── uma voz dizia.
  ── Com certeza, sim.
  ── Bom, como ele virá atrás de nós se ele não sabe para onde estamos indo, ãh?
  ── Nós só estamos cumprindo ordens, o chefe deve ter tudo sob controle.
  Duas vozes diferentes. Ambas masculinas e eu não sou capaz de reconhecer nenhuma. Falavam do meu pai e, pelo contexto que pude captar, eu havia sido sequestrado e era tudo parte de um plano para pegarem o velho. Assim como aquele cara quis chamar a atenção do coroa sequestrando a imigrante de Amegakure, eles estão atacando pessoas mais vulneráveis para tentar surpreendê-lo. Covardes malditos!
  ── Vocês estão falando alto demais, vão acordar o pobrezinho. ── uma terceira voz proferiu, desta vez, era uma mulher.
  Estavam de olho em mim e não apenas jogando conversa fora. Droga! Não evitei e engoli seco, tamanho era meu nervosismo. Havia caído a ficha, eu não estava sonhando. E, pelo visto, a mulher tinha moral no meio daquele bando, já que não ouvi mais nenhum chiado desde que ela, indiretamente, ordenou que ficassem calados. Foi quando aquela sensação estranha de estar sendo observado me bateu. Se eu já estava desconfortável antes, agora então, nem se fala.
  Estava tudo quieto e calmo demais. Eu podia contar as passadas dos animais de tão silencioso que havia ficado ali. Minha respiração parecia absurdamente barulhenta, temia que fosse chamar a atenção, mas o que eu poderia fazer? Parar de respirar? Não, não posso simplesmente ficar parado aqui. Tentei mover minhas mãos, mas estavam muito bem amarradas. Mas que droga!
  Senti o suave toque de uma mão macia em minha testa. Acariciou-me o cabelo, passando os dedos por entre os fios e, nesse momento, eu trinquei. Fiquei tão sem reação que até para respirar estava complicado. A tensão se elevou em mim, senti minhas mãos começando a formigar, um frio na minha barriga se espalhou por todo o corpo; suei frio. A mão tocou meus olhos e levantou o que me tapava a visão. Uma forte luz ofuscou minha vista por uns segundos — já era dia. Pouco a pouco, piscando meus olhos vez ou outra, pude ver mais claramente. Primeiro uns borrões e, então, estes foram tomando formas, silhuetas. Por fim, o rosto delicado de uma bela mulher de pele alva e crinas rosadas era o que se revelava; uma beleza estonteante. Encantadora, mas eu sabia que era inimiga.
  ── Já acordou, minha florzinha de cerejeira? ── perguntou calma e com um sorriso cínico.
  Maldita! Eu mal conseguia considerar falar de tão nervoso. Minhas íris deslocaram; procurei olhar ao redor e analisar melhor o cenário: eu estava deitado numa superfície de madeira, sem cobertura. Pelo balançar, eu pude imaginar que fosse uma carroça, mas agora tinha certeza. Meu semblante era o de alguém que não só havia visto um fantasma como estava de frente pra ele, cara a cara. Fitei-a com certo pavor mesclado à raiva de não poder reagir. Pude apenas ficar como espectador quando vi seu rosto se aproximar do meu. Seus lábios tocaram minha bochecha carinhosamente e, então, subitamente, minhas pálpebras pesaram. Lentamente, se fechavam, extinguindo a imagem da mulher.
  ── Não se preocupe, ainda temos estrada pela frente. Durma bem tranquilo.
  Desgraçada!


(...)




PARTE II
TERROR



  Abro os meus olhos e não vejo a luz, mais uma vez. Maldição! Apaguei de tal modo que nem mesmo sonhei. Sentia desta vez o conforto de uma cama e, diferente de antes, não sentia nada tampando minha visão. Pouco a pouco fui me acostumando com o breu e enxergando um pouco melhor. Deitado de lado, pude perceber que minhas mãos ainda estavam amarradas para trás de meu corpo com uma corda, tal como meus braços, com uma outra me amarrando na altura do peitoral; me soltar seria uma tarefa complicada. Meus lábios estavam cobertos, portanto, nem mesmo fazer barulho eu podia — não com a minha voz. Estava em um pesadelo que estava se tornando cada vez mais difícil de acordar.
  Sentei-me na cama e olhei bem ao meu redor. Um quarto escuro: havia apenas a cama e uma porta mais a frente. Eu, amarrado e amordaçado, estava me sentindo um animal numa jaula. Era difícil respirar apenas pelo nariz, não pude evitar ofegar. Aquele lugar escuro, fechado, era como se as trevas começassem a me assombrar. As paredes estavam rindo da minha cara, demônios ocultos nas sombras se juntavam a elas para tirar sarro. Uma arritmia respiratória e um descompasso cardíaco se uniram à grande festa — era dia de infernizar a minha vida! Por que tudo aquilo estava acontecendo?! Por quê?! Maldição! Maldição! Seria mesmo realidade ou eu estava ficando louco?! É, deve ser isso, estou enlouquecendo. Só pode... Não! Não posso perder o foco, não posso ficar me lamentando e nem perder a compostura! Eu não posso ceder tão fácil!
  Respirei fundo, fechei meus olhos; prendi o ar. Por fim, fui soltando aos poucos pelas narinas. Eu precisava me acalmar, precisava pensar de cabeça fria. Dependendo do horário, meus pais já deram falta de mim. Devem estar preocupados, desesperados, assim como eu. Minha ansiedade em retornar, quiçá, é a mesma que eles tem de me ver voltar — eles e a Asami. Preciso sair daqui e rápido, mas tenho que bolar um plano por etapas e, antes de tudo, preciso me soltar. Olhei em volta buscando algo afiado jogado, mas fui completamente infeliz. Era apenas eu, aquelas malditas paredes de pedra, uma porta e um gordo roncando do outro lado... Espera! Tem alguém do lado de fora! Certamente é meu inimigo, mas eu sei exatamente o que fazer!
  Já havia passado do tempo de agir.
  Irei mostrar o porquê de não se poder mexer com um Sarutobi.
  Meus pés tocaram o chão: eu me ergui. Corri em direção à porta e saltei, projetando meu ombro contra a mesma. Um estrondo e eu quebrava a calmaria: o desgraçado do outro lado se mexeu — estava apoiado, afinal. Afastei-me e repeti a ação; mais uma investida com meu corpo contra a porta e foi suficiente para fazer o homem, resmungando, se levantar. Posicionei-me ao lado da porta, apenas esperando o inútil entrar distraído.
  A porta foi aberta — para fora — e a luz penetrou o quarto. Pude ver claramente a careca de um homem olhando em volta, coçando sua vista, buscando enxergar em meio a escuridão. Projetei meu chakra em sua direção através do solo, como se fossem finas cordas de aço invisíveis. Foi o tempo de ele virar o rosto; olhou para o lado e pode me observar encarando-o. Boca coberta, braços amarrados, mas um semblante incrivelmente brando. Eu o fitava serenamente e o estúpido espremeu um pouco a vista buscando entender o que estava diante de seus olhos. Quando se deu conta, era tarde; eu já caminhava, lentamente, em sua direção e ele já estava preso em minha técnica. Kanashibari no Jutsu, ele não moveria um dedo sequer. Nada foi dito, ele permaneceu imóvel, como se tivesse criado raízes naquele chão sem vida. Seu rosto traduzia o medo e a incompreensão, a tensão de quem defronta o desconhecido e testemunha sua força. Neste momento, eu estava cerca de trinta centímetros distante. Bastava. Eu saí, soberano, e, com o pé direito, empurrei a porta de volta para sua posição original e o coloquei em meu pesadelo.


PARTE III
SUPERAÇÃO



  Livre, em parte, eu via algo além de apenas sombras. Do lado de fora, diante de mim, um extenso corredor muito semelhante ao daquele lugar em que fui resgatar a mulher da Vila Oculta da Chuva. Seria o mesmo? Impossível, se aquela sequestradora de cabelo rosa me disse que a viagem era longa, não havia como eu estar naquele lugar — afinal, pude chegar lá a pé em questão de minutos. A semelhança é gritante. Não podia ficar muito tempo pensando, era tempo de agir! Meu corpo inclinou-se para frente e meus pés se moveram para dar o sustento. Por vezes, eu tentava mastigar o maldito pano que cobria minha boca, buscando ao menos fazer com que parasse de tapar esta minha outra via respiratória. Era uma tarefa complicada correr e respirar apenas pelo nariz, portanto evitava fazer grande esforço. Não correria em minha velocidade máxima o tempo inteiro, o desgaste acabaria por ser maior se assim o fizesse.
  Aqueles corredores eram intermináveis; eu não via nada além de tochas iluminando. Nenhuma porta, nenhuma luz ao fundo. Me restava apenas a trotar, já que não poderia me afobar mais ou acabaria sem ar. Meus olhos estavam atentos a tudo o tempo inteiro, não poderia ser pego de novo por qualquer tipo de surpresa. Mas do jeito que as coisas iam, eu estava quase implorando por algo diferente. Mesmo o som dos meus próprios passos começava a me deixar um tanto irritado — era só o que eu ouvia! Estava tornando-se incomodo e muito! Depois de um tempo, finalmente ouvi algumas vozes. Eu não compreendia bem o que diziam, mas me davam uma certeza: estava no caminho certo. Por um momento, achei que estava seguindo o caminho errado ou estava em algum tipo de armadilha. Mas, se haviam vozes à frente, uma coisa era certa: esse lugar não é tão bem planejado.
  As vozes ficavam cada vez mais altas e os diálogos cada vez mais nítidos. Eu pude identificar uma conversa alheia pouco depois da próxima curva. Esgueirei meu corpo com cuidado contra a parede e, com muita cautela, busquei espiar o que acontecia mais à frente. Pude observar dois homens de portes físicos muito avantajados, cerca de cento e noventa centímetros cada, ambos escorados contra as paredes daquele lugar. Um deles tinha um cabelo ralo e de cor escura com uma vasta barba combinando; seu parceiro tinha apenas um tufo de cabelo loiro e bigode da mesma cor — um tanto ridícula a aparência dele. Os dois vestiam regatas pretas e calças de cor clara com sandálias pretas complementando.
  ── O que você acha que o chefe quer com o pirralho, ãh? ── perguntou o mais calvo, que parecia mais estúpido.
  ── Não sei, Kinkiu, mas o chefe tem tudo sob controle. ── respondeu mais ríspido que o outro.
  ── Ora, Ginkiu, você sempre diz a mesma coisa, ãh?
  ── Talvez porque eu não saiba de tudo, "ãh"?! ── alterou-se, desencostando da parede.
  ── Então, você quer briga, ãh?! ── agiu da mesma forma.
  Ambos sacaram punhais e os posicionaram contra o queixo de seus opostos. Os dois ficaram lá se encarando, com a testa de um contra a testa do outro, na iminência de uma se engalfinharem e nem sequer cogitaram olhar para o lado — sorte a minha. Me recolhi e apoiei a cabeça contra a parede. Eram ridículos, mas eram obstáculos. Porcaria! Eu tinha que pensar em um jeito de passar por eles, mas seria bem difícil. Sem mencionar que, se eu conseguisse, com as mãos e braços amarrados seria uma tarefa bem complicada continuar a fuga. Minha única saída seria conseguir que eles cortassem as cordas e na conversa isso não aconteceria. Era uma tarefa complicada, eu sei, mas ficar parado aqui não me ajudará em nada.
  Dois passos firmes adiante eu dei e me postei frente aos homens, que continuavam em seu desentendimento.
  Imbecis... — só tinha à meus pensamentos.
  Corri na direção deles, talvez assim notassem minha presença.
  ── Ginkiu...!── deu certo!
  ── É o pirralho!
  Os dois voltaram suas faces para mim e, logo então, seus corpos. Seus movimentos eram lentos, podia deduzi-los com muita facilidade. Não seria uma tarefa tão árdua assim usar a arma deles para meu benefício. Meus passos não cessaram, muito pelo contrário, eu acelerei. Antes, estava a quinze metros dos trogloditas. Com a minha velocidade máxima, pouco menos de um segundo se passou e eu já estava entre os dois.
  Vou mostrar para eles que o “pirralho” não é um pirralho qualquer!
  Os dois portavam seus armamentos na mão direita e efetuaram movimentos de cima para baixo. Nada pensado e, muito menos, nada sincronizado. Eles atacaram sem estratégia, foi pura força bruta e eu tiraria proveito desse descuido deles. Meus olhos miravam o homem de bigode, analisavam o padrão de seu movimento e a trajetória de seu punhal. Seria tudo questão de reflexo, tudo numa fração de segundos. Dei um passo suave para mais próximo dele quando seu punho estava à altura da minha cabeça, posicionando meu peitoral mais perto da lâmina.
  Meu sangue jorrou de leve e marcou a arma e meus problemas tornaram-se maiores. Uma das cordas estava arrebentada.
  Um pequeno corte superficial perto do meu ombro, um rasgado em minha camisa, mas nada grave. Ainda tinha plenas condições de lutar, mas o único movimento minhas pernas me permitiriam fazer seria o de recuar. Afastei-me vinte metros dos inimigos, mas foi só. Diante de meus olhos, via os dois vindo em minha direção como touros enfurecidos. Meu coração acelerava, o corpo começava a formigar, as injeções de adrenalina eram absurdas, mas eu não conseguia me mover.
   Meu sangue, meu próprio sangue...!
  Recebi o soco frontal dos dois na altura do meu peito, mas nem a dor era suficiente para eu me mover. Aquela guerra mental era perturbadora, se eu não fizesse alguma coisa eu iria morrer ali mesmo!
  Mamãe...
  Minha mente projetava uma imagem dela bem na minha frente.
  Papai...
  Eu também podia vê-lo enquanto meu corpo se chocava contra o chão e meus ouvidos atentavam para os passos pesados do inimigo.
  Asami...
  Eu não posso morrer aqui! Eu preciso voltar para a Vila! Um jounin de Konoha não pode morrer de forma tão patética! Meus pais estão me esperando, minha irmã está me esperando, ainda tenho uma missão dentro da vila.
  Eu ainda vou me tornar Hokage!
  A adrenalina me eletrocutou como se pusesse um garfo na tomada. Podia sentir meus dedos e movê-los. Movi o corpo de forma brusca recolhendo o quadril ao jogar os joelhos para próximos da cabeça e depois para frente. Com o peso do corpo projetado a frente, consegui me levantar e ver que cinco metros me separavam dos dois gigantes. Parti em direção aos mesmos, desaparecendo diante de seus olhos e reaparecendo a frente deles muito menos de um segundo. Em um deles, acertei um chute entre as pernas. Espantado, o outro reagira atacando como antes: de cima para baixo. Era o momento perfeito para me virar e o deixar arrebentare a corda que falta, é claro, se ele fosse minha única preocupação. Virei-me de costas para o bigodudo e mirei o homem com mais barba. Seu movimento seria um pouco mais demorado, tão logo, eu teria segundos para me livrar daquela situação.
  Estiquei um pouco meus punhos para trás, no exato momento em que a lâmina do tal do Kinkiu estaria subindo. Meu coração palpitava, o nervosismo era grande. As chances de eu ser cortado novamente eram reais — e minhas expectativas eram corretas. Senti uma ardência nas mãos e, juntamente, a sensação de liberdade; minhas mãos estavam finalmente soltas! O que se chamava Ginkiu já estava com seu braço direito sendo projetado contra meu corpo, com seu punho vindo em forma de um soco, enfurecido pelo chute que levou. Se aquilo me pegasse, certamente eu estaria bem encrencado — ou morto! Mas, não sou um jounin de Konoha à toa! Lancei meu corpo para o lado que eles bloqueavam passagem e, com a minha velocidade, consegui afastar-me três metros deles.
Um estrondo enorme ecoou quando o homem esmurrou a parede. Ofegando, mas não exaurido, eu não perderia tempo. Destapei minha boca; minhas mãos desenharam selos. Cobra, cordeiro, macaco, javali, cavalo, tigre; tomei uma respiração profunda. Puxei o ar até que meus pulmões estivessem cheios de ar e minhas bochechas inflassem. Soltei tudo o que estava acumulado em meu peito de forma brusca e, quando entrou em contato com a atmosfera exterior novamente, tomou a forma de uma enorme bola de fogo.
  ── Katon: Goukakyuu no Jutsu! ── vociferei.
  Aquele lugar retinha oxigênio suficiente para manter as chamas das tochas, portanto, o fogo da minha técnica só iria se dissipar quando encontrasse as paredes. Usei chakra para criar uma esfera grande o suficiente para atingir os dois ao mesmo tempo — fora o fato de que já estavam muito próximos. À queima roupa como projetei meu ninjutsu e com a lentidão dos oponentes, escapar seria impossível. E eu não podia simplesmente dar as costas para eles depois do ataque, eles tinham algo que me interessava.
  Caminhei em direção a seus corpos abatidos, repletos de queimaduras de grau elevado. Suas roupas foram tão prejudicadas quanto suas peles, mas ainda assim respiravam e confesso que vê-los vivos foi um alívio. Fui direto ao que eu estava em busca: suas bolsas de equipamentos. Eu havia sido sequestrado em meu leito, então não tinha nenhum armamento comigo, nem mesmo minhas sandálias calçavam meus pés. Fui cauteloso para não queimar minhas mãos. Abri rapidamente a bolsa de um deles e verifiquei se estava completa — e estava. A desatei de sua cintura e a pus debaixo do meu braço destro antes de retomar à minha fuga.


A DAMA E O SARUTOBI


  Minhas passadas eram largas na busca pela saída daquele lugar. Já não aguentava ficar ali nem mais um segundo. Ofegava pois já fazia um tempo que estava me deslocando, mesmo depois de ter derrotado os dois brutamontes e roubado uma das bolsas de equipamento. O suor quente corria pelos cantos de minha face, meus olhos rubros me preveniam de quaisquer surpresas que eu pudesse encontrar à minha frente. Já estava à cerca de dez minutos correndo. E então, minhas íris viram a claridade. Um sorriso esboçou em meu rosto; eu estava livre! Meus pais certamente estavam morrendo de preocupação, Asami eu tenho certeza que também está desesperada — deve estar aos prantos, coitadinha. Eu só conseguia pensar no reencontro com todos, não ligava muito para nada que havia acontecido.
  Excelente, consegui sair! ── vibrei.
  O tempo fora daquele lugar revelava um fim de tarde ── por quanto tempo eu teria ficado preso? Não interessava, eu tinha que fugir daquele lugar e logo. Diante dos meus olhos, uma floresta vasta, com um belo verde predominante, árvores altas e pétalas de rosa caindo do céu como chuva... Espera, pétalas de rosa? Minhas íris não me enganaram: havia chakra naquelas flores. De imediato, cessei meus movimentos e dei dois passos para trás. Meu cenho semicerrou-se, minha expressão não era tão branda. Estava um pouco aflito, admito. Seria aquilo algum tipo de armadilha? Em um lugar totalmente estranho, com pessoas que nunca vi na vida, não sabia o que esperar. Nada jogava ao meu lado e meus olhos são meu único trunfo.
  O perigo se aproxima.
  Das pétalas, um caule e uma mulher.
  Aquele cabelo rosa, aquela pele branca; a mulher que me apagou com um beijo surgia bem diante dos meus olhos. Um chicote de cor verde e com espinhos se desdobrava em contra a minha índole. Projetei meu corpo suavemente para a esquerda e observei aquela arma se esticar por completo. Se estendeu exatos três metros e, então, foi rapidamente recolhido. Voltei meu olhar para a sequestradora, que ocupava sua mão destra com o cabo do chicote.
  ── Ora, ora, conseguiu se soltar. ── ela disse, formando um selo com a mão livre ── Vamos ver do que o filho de Sarutobi Takumo é capaz, afinal.
  As pétalas começaram a girar em pleno ar e, na face da moça, um sorriso que não transmitia alegria — havia malícia. As rotações ficavam cada vez mais intensas e mais velozes. Certamente, iria ser lançadas contra mim e eram muitas, eu não poderia ficar parado. À meros três metros dela, eu seria um alvo fácil de ser pego se nada fizesse. Mas, não somente poderia desviar, eu preciso bolar uma estratégia de contra ataque imediato — e esta era um tanto óbvia. Projéteis, chicote. Certamente, o estilo de luta desta mulher se resume à ataques de média ou longa distância. Eu tenho a cartada certeira para essa kunoichi.
  Hora de tirar aquele sorrisinho da cara dela!
  Minha velocidade seria fundamental na execução do plano. Um segundo era mais que o suficiente para eu conseguir agir. E, então, as rosas começaram a dança, mas seria eu o condutor.
  Meu semblante abrandou-se. Minhas pernas me levaram para a zona de segurança: bem na frente da inimiga. Minha mão livre havia sacado uma kemuridama, esta que projetei contra o solo, fazendo-a explodir e levantar uma cortina de fumo. A reação natural foi exatamente o que aconteceu ali. Ela saltou para trás, buscando ter sua visão de volta e aplicar seu estilo de luta. Apenas o previsto, mas eu não a deixaria ficar parada. Rato, tigre, cachorro, touro, coelho, tigre; larguei a bolsa no chão, uni minhas mãos fazendo selos em velocidade, respirei fundo e, enfim, soprei. Eu não sabia exatamente aonde ela estava, mas eu atiraria de forma a limitar sua fuga.
  ── Katon: Housenka no Jutsu!
  Dez bolas de fogo de cinquenta centímetros foram lançadas contra a antagonista e cada uma delas escondia uma shuriken. Meus tiros foram dados de forma dispersa de modo a restringir os movimentos da presa. Três pelo alto, três pelo centro e quatro pelas laterais — duas à direita e duas à esquerda. Propagavam-se numa formação em que cada grupamento estava afastado três metros de cada um. Ela esgueirou-se para a esquerda, buscando abrigo por entre as árvores. Uma delas acertou seu ombro canhoto e a outra raspou seu braço. Seu sangue jorrou com um raso corte e a outra, que a atingiu de fato, fazia escorrer da perfuração.
  ── Filho da puta!
  Ela sabia que não poderia fazer jutsus com aquele ombro ferido. Surpreendeu-me ela por a mão direita na arma em chamas para desvincá-la de sua carne. Do buraco que formou-se em seu traje, ela terminou de rasgar para evitar que o fogo se alastrasse. Mas, eu queria mais. Apenas aquilo, não era suficiente. Meu andar era vagaroso para fora daquela cortina de fumaça. Eu larguei a bolsa de equipamentos, trazendo comigo apenas as cinco kunais, as kibaku fuudas, o fio de aço e a bomba de luz. No rosto dela, não mais havia um sorriso e sim sua expressão mais raivosa; no meu rosto, a serenidade e o tom ameaçador que o vermelho trazia.
  ── Seu maldito! ── ela urrava ── Meu quimono era novo!
  Nem um pio eu dei. Ela poderia estar prestes a perder a vida e preocupava-se com a roupa.
  As pétalas dela não me seriam mais um problema, à menos que ela abdicasse do seu chicote. Num estado de fúria, ela correu em minha direção como um peixe nadando para dentro da boca de um tubarão. Seu braço balançava o chicote. Eu tinha quatro armas em minha mão direita e uma amarrada ao fio de aço na mão esquerda. A bomba de luz eu segurava na mão canhota, esperando a hora certa de usar.
  A mulher havia se afastado sete metros de mim e encurtava essa distância. Eu, primeiro, arremessei as kunais com um movimento brusco do braço direito e o óbvio aconteceu — ela as bloqueou com um movimento do chicote. Moveu aquele caule da direita para a esquerda e não deu chance para o meu sucesso. Eu não esperei muito mais, apanhei a pequena esfera com os dedos que estavam agora livres e a joguei para a pobre caça morder a isca. Seu ódio era tão explicito em seu semblante que ela sequer pensou e bateu no objeto com sua arma.
  Xeque...
  Uma forte luz branca era emitida bem diante dos olhos dela. Sua correria cessou e o mesmo estava para acontecer com sua vida. Segurando o fio com a mão esquerda e a kunai com a direita, eu arremessei de um modo que envolveria que o fio envolveria o corpo dela com todos os seus dez metros de extensão. Assim como eu estava, ela não iria conseguir mover os braços, estes estariam bem presos juntos ao seu corpo. Assim como foi comigo, ela seria pega de surpresa. Eu pus a ponta do fio em minha boca.
  Mate!
  Cobra, dragão, coelho e tigre. Meus dedos uniram-se de quatro maneiras diferentes para desenhar os ins. Meu pulmão encheu-se de ar novamente, mas desta vez, eu puxei com ainda mais vontade. A linha estava entre os meus dentes, eu não a soltaria de maneira alguma. O sopro foi como um grito de um guerreiro que clama sua vitória, foi o reflexo da ódio que eu sentia pelo que fizeram comigo. Me afastaram da minha família, me trancaram num maldito lugar escuro. Era o momento do acerto de contas. As chamas que saiam da minha boca percorriam toda a fiação em direção à arma branca em sua ponta. A minha adversária estava amarrada com as linhas dispostas à frente de seu busto.
  ── Katon: Ryuuka no Jutsu! ── bradei, vibrante.
  Estas eram as últimas palavras que ela ouviria naquele. Era eu o único espectador para contemplar a explosão que se sucedeu. Dei um pequeno salto para trás e cobri meus olhos com o antebraço quando o corpo dela foi teve as queimaduras mais intensas com as labaredas dançando através da linha como um cabo conduz a eletricidade. Um corpo que ainda respirava, mas repleto de ferimentos causados pelas fora o que restou. Olhava aquela cena com minha respiração ofegante. Apoiei minhas mãos nos joelhos e reclinei minhas costas para frente. O suor me escorria a face e pingava ao chão. Estava exausto, mas estava mais liberto que nunca, mas ainda precisava voltar pra casa.


PARTE IV
RETORNO



Konohagakure no Sato, cedo pela manhã
  Meus pés arrastavam meu corpo, o sangue em minhas mãos e meu ombro havia secado; minha aparência não era nada boa. A viagem havia sido muito longa, não fiz nenhum longo descanso, apenas parava para respirar e cochilar vez ou outra. Estava no País do Som, num dos demais esconderijos de um dos maiores criminosos que o mundo ninja já viu, a viagem de volta para o País do Fogo não demorava e eu insisti em não parar. Minha teimosia me deixou no estado em que estava: olheiras, respiração ofegante, suado. Cada passo era uma luta.
  O astro-rei ainda raiava meio tímido quando bate na porta da minha casa.
  ── Jiro!
  Fui recebido com um caloroso abraço da minha mãe. Logo veio Asami junto, as duas desabavam em lágrimas. Eu me esforçava para manter os olhos abertos e, ao mesmo tempo, para apertar as duas num único abraço. Eu não tinha mais forças, havia chegado ao estado de exaustão. Eu apoiei minha cabeça no ombro da mamãe e minhas pálpebras foram pesando. Ah, não importa. Eu preciso de um descanso. Depois eu conto tudo o que aconteceu para o papai e pra minha velha também. No momento, o calor dos braços de um abraço das moças que mais amo era tudo o que eu queria — faltava só o velho. Meus pulmões pediam arrego, meu coração sossegava, meus não queria sequer mais tocar o chão. Eu voltei.


HP: 630/800 // CH: 1052/1100 // ST: 02/07


BOLSA DE EQUIPAMENTOS:
Jutsus Utilizados:
Considerações:

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f // g.f // b // t // i // m.i
Nero.
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Gestão de Fichas : https://www.narutorpgakatsuki.net/t69232-gestao-de-ficha-jiro
Rocky
Shugonin Jūnishi
[Filler 2.0] Jiro Tumblr_pse1kamKGv1w7ua6go1_100
[Filler 2.0] Jiro Tumblr_pse1kamKGv1w7ua6go1_100
Filler aprovado, defeito superado. +200 status.

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[Filler 2.0] Jiro Original
Rocky
Ficha de Personagem : https://www.narutorpgakatsuki.net/t65854-ivar#480928
Design visual (Estrutura, Imagens e Vídeos) por Dorian Havilliard. Códigos por Akeido