Meu olhar vagava, passando do topo às margens do papel áspero pelo tempo, procurando respostas nas entrelinhas de um livro velho e desgastado. Afinal, o que eu procurava? Estava há tanto tempo deliberando sobre assuntos do mundo shonobi que já tinha me perdido em meus próprios pensamentos. Algumas questões a respeito dessa vida me assolam, e com pais extremamente ausentes, só tinha duas pessoas para recorrer: Ayase e Araragi. Entretanto, não vejo ambos faz alguns dias, devem estar ocupados e por conta disso encontro-me nessa solidão melancólica.

Após desistir daquele objeto obsoleto, lanço-o para o lado com um semblante de desprezo, levantando-me no momento posterior a ação com o intuito de pegar um pouco de ar. Caminhava tranquilamente até avistar, de não muito longe, minha mãe. Já seria a segunda vez que a encontro em casa em um horário desses, o que já está me causando estranhamento. Desta vez, não escondi minha feição interrogativa.

— Mãe? — Interpelei.

— Filha, trago uma correspondência para você. — Chegou perto com uma carta em mãos, aproximando o papel, e junto esboçava um pacato sorriso.

— Ahn? —

Peguei a carta, sem delongas para abri-la. Meus olhos acenderam um reflexo repentino ao ler a mensagem contida. Com letras aparentemente escritas às pressas a próprio punho, trazia um pedido de ajuda, contemplada pelo selo oficial de Konoha. E de alguma forma, minha mãe não estava surpresa, pelo contrário, a mulher trouxe sua mão até meu queixo e completou sua ação com as seguintes palavras:

— Vá, isso lhe trará forças. Estarei te esperando, e quando retornar, vou contar uma história para você. — Junto a um tom extremamente calmo, tocou minha testa com seus lábios e saiu de cena.

Por um breve momento permaneci estática, raciocinando todas as informações adquiridas. A última frase de minha mãe ficou em segundo plano, dando margem apenas para me deixar mais confusa. Dedilhei a carta, guardando-a de volta ao envelope, estando com ela em minha posse. Corri para o quarto, onde me muni com minhas roupas e equipamentos. Não podia também esquecer de alguns doces para saciar o meu vício, dos quais um já estaria em minha boca.

Por fim, segui rumo aos grandes portões da vila, travando uma jornada ao País das Ondas.

Considerações:

Sayuri HP: 250 | CH: 275 | ST: 0/3