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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
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Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
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Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
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Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
Akeido#1291
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Havilliard
Havilliard#3423
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Convidado
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Um relâmpago iluminou a noite.

A Princesa dos cabelos dourados estacionou na linha das árvores, onde o terreno era barrento e terminava numa enorme muralha de pedra. Na escuridão da noite, seus olhos firmar-se-iam na imagem de duas sentinelas, com o uniforme militar de Konohagakure e a bandana prateada com o emblema da folha marcado à ferro no protetor. Descansavam como estátuas, com o peito estufado, a expressão endurecida e hastes de ferro em punho. Tinham a incumbência de guardar o Portão Sul durante a madrugada inteira, sem render-se para o sono, para a fome ou para necessidades mundanas. Quando seus olhos encontraram-se com a figura de Mordred, não reconheceram-na de imediato e inseguros pelo período tardio em que a viajante se apresentava, ergueram suas lanças e apontaram-na para o seu coração, como um primeiro aviso para que tivesse prudência.

—— Nem mais um passo! —— Declarou a Sentinela maior, provavelmente a mais velha pelo tom ríspido e de poucas palavras.

—— Vocês reencontram sua chefe depois de tanto tempo e é assim que a recebem? Sério, Varna? —— Deixando a penumbra das árvores, a Uchiha deu um passo a frente e foi banhada pelo brilho prateado da lua, revelando a sua identidade para os guardas. Reconhecera a mais velha, Varna, também conhecida como a Flecha Prateada, o Às da arquearia dentro do exército da folha. Tolo era o homem que entrava em sua linha de disparo e muito poucos eram os que sobreviviam para relatar a experiência. Diziam que jamais errara um tiro e Mordred perguntou-se porque escolhera a lança em vez do arco.

—— Perdoe-nos pelos péssimos modos, Mordred-sama. Como bem sabe, as recentes invasões jashinistas colocaram todos em alerta máximo. Não podemos simplesmente abrir passagem para qualquer visitante. —— Varna explicou-se com as maçãs da bochecha avermelhadas, notavelmente envergonhada pelo ocorrido. Sua perícia na arquearia era imensurável, mas igualmente volumosa era a sua timidez.

—— Tudo bem, eu estava brincando. E então, posso entrar ou preciso de algum tipo de permissão? Bem, bom trabalho! —— Questionou com um sorriso travesso, percebendo que aqueles que outrora eram seus subordinados descansavam as armas e abriam passagem para que adentrasse ao vilarejo. Seus olhos esverdeados vislumbravam o ranger das portas gigantes e conforme eram empurradas, seu campo de visão dilatou-se indefinidamente através dos becos e favelas do interior de Konohagakure no Sato, iluminados por Selene e pelos postes de iluminação. A heroína limpou as botas e entrou, sentindo o portão fechar-se bem atrás de si com um baque abrupto.

—— Será que Hip-chan está no gabinete a essa hora? —— Ponderou.


Mordred; 3275/3275; 5250/5250; 500/500; 000/400;  500/500; 00/14;
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Regresso..  




Em silêncio, atravessei cada um dos arredores de Konoha com um pesado fardo em meu coração. Não me dirigi em nenhum momento para a sede do clã Senju e nem ao menos cogitei em passar por ali; não queria que os mesmos vissem o meu estado.. “Eu estou péssima..” Imaginei. Aos poucos.. Eu me conscientizava que algo havia acontecido comigo durante aquele tempo. Grave o suficiente para que eu estivesse sob o vilarejo, com uma aparência incrivelmente.. Diferente. Eu não estava em posse dos meus melhores detalhes. Minhas vestes estavam todas borradas de sujeira, assim como meus braços e aparentemente até o meu protetor de testa estava um tanto quanto manchado. Nenhuma dessas características passou desapercebida pelas pessoas que cruzaram comigo sob as ruas da área ao leste de Konohagakure, que dava acesso aos campos de treinamentos em geral. Todas me encaravam, evidenciando o quão maltrapilha eu estava ao percorrer por ali. “Quanto tempo.. Se passou.. Depois de tudo?” Meus olhos guardavam a tormenta dos borrões incrustados nas minhas sobrancelhas. Enxergar o mundo afora da floresta se tornou tanto uma surpresa quanto uma sensação ruim. Todas aquelas pessoas me olhando e notando o quão eu estava desajeitada sob a luz do luar – mas não por minha própria vontade. Algo havia acontecido.. Desde que eu havia saído do campo de treinamento. Uma sensação de medo. Misturada com o temor. Desorientei-me.. E mesmo assim, tinha a sensação que tudo acabara de acontecer. Ikkido havia acabado de tocar os meus braços e de me aconselhar aquelas palavras. Eu havia acabado de ultrapassar as barreiras limítrofes das áreas florestais de Konohagakure e regressado para a vila.. Mas porque então eu tinha todos aqueles amontoados de manchas vermelhas sob o meu corpo em pequenos fragmentos e uma espécime de andar desalbardo em uma oscilação com o pé esquerdo, como se eu tivesse o torcido em alguma oportunidade? O dia havia se tornado regido sob a escuridão em questão de minutos.. Ou eu estive presa durante todo aquele tempo..?

Mais adiante, me coexistia a visão de uma expressão conhecida, até mesmo para os olhos de uma Gennin comum como eu. Alguns homens do lado interno do Portão Sul de Konoha eram familiares. Mas não por eu ter algum grau de proximidade com os envolvidos ou algum laço de amizade. Meu pai é um exímio homem que comumente conversara com o baixo estafe do vilarejo, até mesmo os responsáveis pela segurança dos nossos portões, das quais apesar do seu grau modesto dentro da nossa sociedade, ainda assim não deveriam ser desmerecidos e menosprezados pela sua posição hierárquica. Meu patriarca decerto me fizera ouvir variadas conversas dele com alguns destes, embora geralmente curtas, ao longo do tempo, sob o Portão Sul de Konoha. Á àquela hora da noite, entornando-me sob o próprio portão, escorando-me sob qualquer apoio material que eu conseguisse, eu me aproximava. Os portões pareciam ter acabado de serem abertos, e dentre eles uma presença visivelmente tão intensa quanto á que eu havia sentido anteriormente quebrara toda a minha estrutura. Eu tremulava mais uma vez, enquanto meu corpo se ensandecia de uma ausência completa de noção da realidade, aos poucos. Parecia que eu estava eternamente congelada naquela sensação de medo. Eu aos poucos me coloquei bem próxima sob as guarnições que inevitavelmente residiam ali. Escorei-me sob a borda de madeira e solucei várias vezes, sem esboçar no entanto o choro infantil anteriormente dado. Mas proferi intensamente aos homens ali presentes, rearranjando forças da onde eu não sabia de onde vinham.  

– Nos ajudem.. Por favor.. É tudo que eu peço. – Clamei pela ajuda de quaisquer um dos homens da guarnição ali. Solucei-me num par de sensações gélidas sob meu corpo, naquela fria noite. – Fomos atacados.. Vocês.. Precisam.. Nos ajudar.. – Pedira aos rostos das quais eu tinha algum grau de assimilação. A penugem enegrecida tomava os arredores e encobria o céu de Konohagakure naquela noite. Aos poucos me segurei sob a borda da madeira da parede e meu corpo aos poucos fora descendo, calmamente. Pensativa a respeito de tudo que aconteceu. E definitivamente ainda com algum transtorno de tudo aquilo.

Para compreender o comportamento geral da personagem até aqui, clique em "Comportamento - Naomi" para maior discernimento.

 
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De repente, um burburinho na portaria sobressaltou a princesa. Ela olhou por cima dos ombros, com aquele par de olhos esmeraldinos que brilhavam como pedras preciosas na penumbra da noite. Era uma pequena andarilha se arrastando sobre a muralha de pedra, de longos cabelos castanhos e olhos tão sombrios quanto a noite, com o semblante cinzento e cansado. A Pendragon procedeu à procura de companheiros e quaisquer responsáveis nos arredores, mas sem sucesso, quase confundiu a mocinha com um viajante assaltado não fosse o metal prateado com a estigma da folha talhada. Uma kunoichi da folha, respondeu para si mesma. A pequena jorrou uma voz vazia e seca, clamando por socorro, e o pedido atingiu o coração da heroína como uma flecha de prata. Seu semblante incrédulo murchou e moldar-se-ia numa expressão preocupada e tensa. —— Varna! Precisamos de um médico! — Ela gritou à sentinela. Ajoelhou-se tangenciando a jovem enferma e tocou o centro das suas costas, calmamente mantendo pressão para que lhe incentivasse a respirar.

—— Está tudo bem, é só um ataque de ansiedade que já vai passar. —— Precisava pacificar o espírito da donzela e lhe resgatar de volta à realidade; não estava manchada de sangue e pela expressão no semblante, ponderou que estivesse a beira de um ataque de pânico. Descansada sobre um único joelho, seu rosto abaixou-se na mesma altura da garota, de forma que pudessem dialogar com mais privacidade, mas manteve poucos centímetros de distância para que não se sentisse sufocada ou encurralada. —— O que te incomoda? —— Mordred era sucinta com suas palavras e demasiadamente segura, com vocábulos entonados na mais pura calmaria. Era suposto que esperasse por um estímulo da menina para que continuasse e permanecendo ao seu lado, certificaria-se que estivesse respirando adequadamente para que seu cérebro fosse adequadamente bombeado e dessa maneira reencaixa-se o que estivesse caótico na sua psique. Empurrando o portão e correndo em disparada, Varna, a Flecha Prateada, acenou positivamente para Mordred e despachou-se para o interior do vilarejo, buscando por uma figura de autoridade que pudesse ajudar-lhes naquele problema.

—— Eu me chamo Mordred, e você, como se chama?

Mordred; 3275/3275; 5250/5250; 500/500; 000/400;  500/500; 00/14;
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Respiro


Uma boa parte de mim se portara parcialmente consciente; a outra parte no entanto ainda estava tentando estabilizar-se. Haviam acontecido vários eventos desde então que haviam me removido do meu estado natural. Sentada sob a perspectiva da borda de madeira (em alguma parte do lado interno do portão) eu descansara depois de uma longa caminhada até atingir as principais ameias de segurança da aldeia. Exausta, porém finalmente feliz por estar dentro de Konohagakure. Não me esforcei continuamente para que eu avisasse os outros Shinobis em torno dali. Só de ter chegado a aquele ponto, era gratificante poder retornar para a aldeia depois de tudo. Meus olhos estavam caídos, quebradiços pela metade, quase se entregando a dormência e ao cansaço. Quando decaí sob o chão, ouvi alguns chamados e a aproximação de uma presença loira que me despertara – com o mesmo sentimento traduzido anteriormente da sensação anterior. Senti uma leve pressão sob as minhas costas, ao passo que aquilo me acordara definitivamente e me afastara da sonolência física depois de tudo.

Uma voz aguda o suficiente fez questão de me salientar que aquilo que eu estava sentindo era um ataque de ansiedade. “Será que..” Cogitei que todos aqueles acontecimentos tivessem sua veracidade contestada, mas não.. “Não é possível que isso tudo tenha..” Uma sensação de tosse se deu no meio da minha garganta, um pouco ressecada de alguma forma. Não me lembrara da última vez que havia ingerido água; na verdade não me lembrara nem da última vez de ter me alimentado primordialmente. Meus olhos arregalaram-se com o retorno da sensação, mas o rosto da figura loira parecia se assimilar a algo comum dentro da aldeia.. Um semblante razoavelmente semelhante se perpetuara na minha própria mente entrelaçada em algumas histerias pessoais. A forma como a mulher se posicionou afavelmente para me ajudar me causou uma leve intuição dela pertencer ao corpo superior de ninjas do vilarejo, até por estar próxima ali. Mesmo não conhecendo nenhum dos oficiais, ao menos estar próxima a eles me assegurava a garantia de que eram figuras rigorosamente confiáveis. Logo depois de tomar-lhe os devidos ares, eu arqueava meu rosto para a mulher que transparecera um ar de menina se bem analisada mais calmamente. Seus olhos mergulhados numa coloração turquesa se configuravam como notáveis o suficiente no meio da condensação do negrume ao nosso redor, com os mesmos se destacando naquela fatídica noite quente.

– Eu.. Estava com um grupo de Gennin’s, quando fomos surpreendidos por um grupo de mulheres. Elas.. – Balançara a cabeça nesse exato momento. Todos os seus rostos eram invariavelmente fixados na minha memória; só de lembra-los me causava uma erupção de calafrios. – Elas simplesmente.. Estavam lá. Nos atacaram. Eu.. Não sei porque fizeram isso.. – Me deparava com um questionamento ecoado internamente de mim.. Do porque havia acontecido aquilo. Minha cabeça se mexia, inegavelmente relutante com o fato daquele sentimento negativo me corroer. Ao passo que eu simplesmente demorei para que eu conseguisse.. Identificar a simples pergunta que ela me fizera. E então eu pude notar que eu estava totalmente acuada, afundada na minha própria precipitação e um tanto quanto afobada ainda. E então equiparar-me que ela tinha indagado sobre o meu nome. Eu tomei um ar. Finalmente mais calma.

– Naomi. Naomi Senju. – Dava uma entonação maior ao meu sobrenome. Nunca me preocupara em dizer sob qual clã eu pertencia, e em algumas oportunidades até mesmo evitara; mas os eventos da floresta haviam.. Modificado a minha forma de enxergar a minha própria família. E de me orgulhar sobre carregar comigo as raízes da Vontade do Fogo. Ikkido não poderia ser uma simples ilusão, uma miragem; ele era real. E ele renovara todas as minhas esperanças sob o mundo a minha volta. Sentada sob o chão, mais mediante a uma calmaria que me tranquilizara.. Eu olho para os Shinobis se movimentando. Sabia que provavelmente acontecia um exame Chuunin em nossa vila, naquele momento, pelos cartazes afora. Mas certos assuntos não poderiam ser esquecidos. – Avisem a Nanadaime Hokage que.. Existem ninjas de outras vilas em Konoha.. E mandem alguém atrás dos outros Gennins.. -- Tentara transmitir aquela mensagem com um pesar. “Eu nunca tinha visto.. Shinobis com tamanha força em toda a minha vida.” Minha face se relutava, inconscientemente me reprovando por dentro.. De ter sido incapaz e de ter os abandonado. Minha mente estava tão submersa naquilo, que eu havia me esquecido de retornar a pergunta sob a pergunta da mulher. Na minha visão, ela era tal qual os residentes ali, uma superior de Konohagakure. Mas seu rosto.. Era um pouco familiar. Me causava estranheza ao focar em seus olhos hibridamente esverdeados.


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Franzindo a sobrancelha com a narrativa da menina, um pensamento tortuoso foi concebido em sua mente: um destacamento religioso estacionado no País do Fogo ou uma trupe de ninjas fugitivos tencionando uma invasão?  Mordred estremeceu como se tivesse sido varrida por um vento frio; ela sentia a algidez do medo desatando sua calmaria e fustigando a sua coragem. De repente, a Pendragon viu que, no cenário ilustrado pela desolada Naomi, uma pequena frase fez com que afastasse o eco daqueles pensamentos e introduzisse um novo ponto de vista: a menina parecia desidratada e completamente deslocada, como se tivesse sobrevivido por um milagre num ambiente inóspito e com escassez de comida. Nesse sentido, por quanto tempo Naomi Senju estivera desaparecida? A Princesa arqueou uma sobrancelha e pensamentos indignos perturbaram-na. Essa menina é uma sobrevivente do ataque de Yamiko? De certo que não, passou-se muito tempo, como ela sobreviveria todo esse tempo sozinha dentro da floresta? Ponderou em pensamentos, escondendo no semblante de calmaria e modéstia a sua suspeita mais perigosa. No entanto, suas perguntas foram solucionadas através do seu próprio conhecimento: seu próprio corpo era sustentado pela energia vital dos Senju, portanto não era insensato que admitisse que talvez, hipoteticamente falando, a jovem detivesse uma parcela dos poderes da sua família despertada no seu ser. Mordred engoliu em seco e novamente, estremeceu.

—— Poderemos ir juntas para o gabinete do Hokage para conversarmos com ele sobre o ocorrido, mas primeiro você tem que comer alguma coisa. Seus amigos provavelmente diriam o mesmo, independente da circunstância. Se você conseguiu escapar, significa que eles confiaram a você uma missão: pedir ajuda e relatar o ocorrido às autoridades. Você respeitará o desejo deles ou se permitirá cair na linha de chegada? —— A medida em que tentava convencer Naomi com palavras suaves de que ela deveria sim preservar a própria vida em prol da sua missão, a espadachim escarlate esperava desatar aos poucos o sentimento de culpa e a síndrome do sobrevivente que provavelmente foram incorporadas a sua psique. Estivesse correto o seu raciocínio ou não, era alta a possibilidade de que os rapazes estivessem todos mortos ou mesmo fossem levados sob custódia como uma forma de objeto de troca entre o governo da folha e os incursores; essa era a realidade que futuramente a jovem teria que conhecer, mas naquele momento, enquanto completamente desnorteada e temerosa, uma atitude gentil e uma omissão eram pecados perdoáveis.

—— Você consegue caminhar sozinha? Eu posso te carregar nas costas, se for necessário. Primeiro iremos no Ichiraku Ramen que, se não me falha a memória, fica no caminho para o Gabinete de Hipátia-san. Depois disso, seguiremos até o Gabinete e você contará tudo o que me contou diretamente para a Hokage, sim? —— Seus pensamentos envenenaram o seu âmago e esperava que realmente estivesse errada, que Naomi Senju tivesse sido atacada por outros shinobi e que seus amigos estivessem vivos. Na hipótese de que realmente estivesse correta, ela própria assumiria a punição direcionada a irmã mais nova, certa de que com isso talvez pudesse finalmente oferecer à Yamiko o recomeço que sempre almejara. —— A propósito, eu sou a Sandaime Hokage. —— Contou-lhe com um tom de voz cotidiano e comum, como se aquela notícia fosse apenas mais um comentário passivo a ser ignorado. Caso a Senju optasse por subir em suas costas, levaria-a até o lugar designado onde poderiam comer livremente, ou simplesmente seguiriam juntas através de Konohagakure, tal como havia solicitado.

Mordred; 3275/3275; 5250/5250; 500/500; 000/400; 500/500; 00/14;
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Sandaime.. Hokage?


Meu rosto se desenhou com um tom de dúvida, em meio a variados pensamentos que ainda precisavam ser elucidados. Ao ponto que me fez com que eu não pairasse meu próprio raciocínio e simplesmente tivesse tomado o nome da mulher a minha frente como comum por alguns instantes. “Mas, Mordred..” Me concentrei a pensar nesse instante, sabendo que eu havia ouvido anteriormente aquele nome. No entanto, a consternação e o desarranjo mental da qual eu me recuperava não me permitiram um melhor esclarecimento. Sua voz se tornou um ponto agudo do meu discernimento, enquanto que mais calma e recuperada, eu cravara minhas pupilas sobre o rosto da Pendragon. Meu corpo em si não se banhava de nenhum traço de ferimento, apesar dos mares de borralhos presentes em minhas vestimentas. Ouvi sua voz e me concentrei num sorriso apenas. – Sim. Vou fazer com que tudo isso tenha valido a pena. – Não iria me conceder a nenhum grande sacrilégio. Precisava me alimentar, me fortalecer. A sensação de consternação só não era maior do que o anseio de alimentar-se. Todas as pendências seriam resolvidas no futuro. Inclusive o meu retorno ao meu próprio clã. Imaginara como estaria o meu próprio pai, a essa altura um homem um tanto quanto protetor com sua única filha. E minha própria mãe, que tanto me estimulara a seguir os meus próprios sonhos como Kunoichi. Com toda certeza, eles estariam aflitos com o meu desaparecimento. Me perguntara também dos pais e familiares dos outros Gennin’s. Se estariam tão aflitos quanto os meus. Não era devota, mas rezara para que todos tivessem conseguido retornar para o vilarejo. A mulher me perguntara se eu conseguiria caminhar sozinha. Eu olhava-a e aos poucos me levantara, ainda meio desequilibrada com as minhas próprias forças. Havia alguma espécie de torção no meu joelho.

– É.. Não tanto quanto eu gostaria de conseguir.. – Assumia minha própria condicional. A olhava, a observar sua forma caridosa de auxílio ao próximo, sendo que decerto não me conhecia previamente. Quando ouvi de sua própria boca, no entanto, que a mulher da qual se apresentara ali se portava como a Sandaime Hokage, meu rosto em si se volteou para o lado. “Não. Não creio.” Ponderei para mim mesma, certa de que.. Não era possível que houvessem outros Hokage’s vivos. Em uma das raras oportunidades que havia visto um, sob o encontro de Senju Albus na sede do nosso clã, quando ainda era uma criança imatura e inconsciente do universo ao nosso redor, meu pai me dissera que podia-se contar nos dedos de uma só mão quantos ex-Kage’s ainda estavam vivos. No entanto, o fato de permanecer-se ali, ter se apresentado com um nome familiar sonoramente e principalmente estar em Konohagakure com o provável consentimento dos responsáveis pela guarda me fizeram acreditar firmemente de que.. Ela era sim, a Sandaime. Eu ficara pasma naquele exato momento.

– Sim.. O Ichiraku Ramen ainda aberto.. Podemos ir até lá. -- No entanto, eu me consolidara na dúvida de pedir por auxílio ou não. Se tratara de uma antiga Kage de minha própria aldeia. – Me desculpe, pelo atrevimento.. E obrigada.. Por me ajudar. – A olhei naquele momento com timidez contido em meu rosto. Assim que respondido o meu questionamento e se de fato eu tivesse a permissão, eu subi nas costas da Sandaime Hokage, preparada para que alçássemos a ida para o Ichiraku. Na perspectiva dos Shinobis próximos, provavelmente desaparecemos em questão de segundos.

[...]

Havíamos passado pelo Ichiraku, que por sinal funcionara não só no período matutino e do entardecer, mas também no vespertino. Encarecidamente eu estava um pouco embaraçosa por ter que pedir para que a Shinobi mais velha me carregasse, mas no entanto não houve opções para o meu estado físico. Assim que chegamos sob o estabelecimento, nos servimos. Mordred me pareceu um tanto com fome também embora não ao mesmo nível que a minha fome, e sua pesada indumentária me fez pensar que ela estava em viagem, mas apenas cogitei comigo mesma. Não queria me tornar repetitiva e agradecê-la constantemente por conta do que havia feito. Apenas requeri ao dono, o gentil e afável Teuchi, um homem da qual eu estava habituada com a face, que colocasse toda a nossa alimentação na conta de minha família. Era o mínimo que eu poderia fazer por quem havia me ajudado, e atos costumavam ser mais significativos do que palavras. A maior parte do tempo eu me lancei num silêncio, apesar de tê-la perguntado sobre como estava o ramen, se ela estava no portão há muito tempo e outros adendos. Depois de terminada nossa refeição, agradeci a Teuchi pela hospitalidade e nos lançamos novamente ás ruas de Konohagakure, sob o pesar da escuridão ainda, para o gabinete da Hokage.

[...]

– Sandaime Hokage.. – Entonei um tom vago, sem querer assimilar um sinal de desrespeito e chama-la pelo nome, enquanto nos direcionávamos para o gabinete da Nanadaime. – Não sei quais motivos te trouxeram a Konohagakure.. Mas muito obrigada por estar aqui. – Nosso caminho se configurava facilmente para mim, dado que ao menos dentro da área interna do vilarejo, eu mantinha-me numa completa compreensão. – Eu vi que haviam alguns cartazes a respeito de um exame Chuunin.. Talvez a Hokage possa estar envolvida. – Considerei a hipótese, mas não afirmei com verdade absoluta. Era necessário conferir-se realmente a localização da líder da nossa aldeia e deixa-la informada sobre os eventuais acontecimentos. No entanto, ainda olhara para a mulher a minha frente, ressabiada. Não duvidava do seu verdadeiro status e da sua posição, mas.. Ainda assim, estava admirada. Haviam muitas lendas sobre ela. E vê-la em carne e osso parecia ser uma hipótese irreal, ainda mais por transparecer uma completa desproporção uma simples Gennin como eu, estar mediante a uma figura tão notória e respeitável não só pela minha própria vila, como também o mundo afora. “Mas eu pensei que ela.. Fosse um pouco mais alta, como falam nas histórias..” Guardei o meu pensamento para mim, diante daquela ida ao gabinete.  

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Naomi
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As asas batiam contra o vento provocando um som abafado e poderoso. Cada movimento fazia com que a pequena garota contrastada pelas enormes asas alcançasse alturas maiores, porém a gravidade puxava-na novamente para baixo, fazendo assim a manutenção de uma altura constante, pelo menos até sobrevoar algumas dezenas de metros acima da cabeça da dupla que andava em direção contrária ao portão. Para onde vão? Pensava, imaginando os motivos de Mordred ter retornado à Konoha. As alternativas eram poucas: Teria ela encontrado sua irmã? Ou, desejaria tratar sobre a aliança? Ponderava, em sua viagem nas alturas. Os ventos colidiam com seu rosto e faziam seu cabelo balançar de modo inadimplente, bagunçando-o o bastante para que sentisse um tênue incômodo em dialogar com tal faceta. Ao chegar, os artifícios angelicais empurrariam o ar numa direção propícia para a aterrissagem, trazendo seu corpo lentamente ao solo até que seus pés fizessem o apoio. Feito isso, as recolheria, desfazendo-as em gelo.

Trouxe a destra nos cabelos mais próximos da nuca, puxando-os para que ficassem escorridos por seu ombro contornando o pescoço e tapando o peito direito. Ajustava também as suas vestes que sofreram com o intemperismo causado pelas correntes de ar, que são devidamente mais intensas conforme a altitude for maior. Fez todos as adaptações em um relance de dois segundos, apenas para melhorar o semblante de sua pessoa. Caminhou então cerca de cinco passos, olhando na face de Mordred e depois na da garota que a acompanhava, e não sentiu nada além de preocupação para com o aspecto em que ela estava. O que houve com ela? Parece ter vindo de um longo combate. E ela é... Senju Naomi. ── Com licença, Mordred-san. Como está? Encontrou Yamiko-san? ── Embora proferiu, seu corpo virava-se a jovem genin que ali estava, num estado físico de aflição ── Naomi-chan? Aconteceu alguma coisa? ── Retornaria à postura anterior, virada para ambas as kunoichis, assim que obtivesse uma resposta da genin. Fazia isso de modo quase inconsciente, devido o estranhamento da situação, embora mantinha a tranquilidade estampada em sua face. Hipátia passou a ser assim em todas as situações, depois de passar a treinar o controle de suas emoções com jogos altamente emocionantes, mas aquilo não significava que não estivesse inquieta.

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Com um sorriso de satisfação estampado no rosto, a princesa dos fios dourados espreguiçou-se no assento de madeira e bateu com a tigela de ramen completamente limpa no balcão em que estavam sentadas. Seus lábios permaneciam quentes por causa do caldo e a comida era suavemente processada pelo seu sistema digestório. Contrariando a filha da floresta, ela correu com a mão destra ao bolso, ocultando da faceta da menina um movimento ligeiro de tomar para si um punhado de moedas e pagar uma parcela significativa da comida, de maneira que quando o garçom trouxera a comanda, simplesmente havia descontado o que já havia sido pago pela kunoichi. Mordred era orgulhosa e não se aproveitaria de uma moça que a poucos momentos atrás rastejava em desespero, faminta e assustada na penumbra da noite. Ela permaneceu em silêncio sobre aquilo e deu uma piscadela para que o responsável pelo restaurante tornasse aquilo um segredo entre eles. Uma mentirinha não faria mal a ninguém. Terminada a refeição, ela fez uma prece silenciosa aos deuses primordiais e com um giro, colocou-se em marcha, certamente acompanhada por Naomi, até o exterior daquele sítio. Uma bela refeição com uma bela companhia, uma combinação que quase serviria como soro de amnésia para que esquecesse dos problemas. Quase. Yamiko Ishikawa era uma criminosa dentro dos limites de Konohagakure no Sato e a princesa estremeceu somente de pensar em como explicaria para Hipatia que sua irmã era uma assassina, mesmo que aparentemente em legítima defesa.

E surpreendentemente seus passos findaram a poucos centímetros do restaurante, diante da faceta da própria Sombra da Folha. Mordred engoliu em seco e o nó em sua garganta desatou-se; o destino era incrivelmente preciso e igualmente irônico. Mesmo que estivesse ali para propor um tratado de paz e auxílio entre os vilarejos, também tinha a incumbência moral de contar à Hipátia sobre Yamiko. Naquele momento, entretanto, era sensato que se calasse e apenas desse um sorriso com um aceno positivo da cabeça para a Hokage, informando que a primeira pessoa com quem deveria conversar era Naomi Senju. —— Muitas coisas aconteceram, mas primeiro essa menina precisa falar com você. É importante. —— Assegurou-lhe.

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Dores da Memória

Me julguei inapropriadamente descrente de tudo o que acontecia aos poucos, apesar de mais calma. Meu último passo no entanto fora de pensar sobre o que eu diria para a Hokage. Não deveriam ser palavras de uma garota assustada, preenchida por um vazio insustentável. Talvez tivessem que serem assimiladas da melhor forma. Era notório que o acontecimento da qual eu tivera chance de visualizar não era comum, ainda mais dentro de ambiente num vilarejo como Konoha. No entanto, me mantive compenetrada em proferir apenas o que eu havia presenciado. Sem teorizar ou suspeitar-se de nenhum ato da qual eu não teria visto com meus próprios olhos. Decerto não era a forma da qual os valores da minha família compactuavam. Contudo, o encontro com a Nanadaime se tornara mais rápido do que eu pudera sequer esperar. Sob um consciente e ágil voo eu conseguira ver a mesma se apresentar tão logo mais aos meus olhos em instantes após nos dirigirmos ao seu gabinete. Sob um calado pesar em meus olhos e um cumprimento de deferência a figura sob minha face, eu hesitei logo após ouvir Mordred me permitir uma fala mais abrangente. Com toda severidade possível, fruto da seriedade herdada pelo meu pai, eu ponderei por alguns segundos o que eu deveria dizer, não me atendo a nenhum afrouxo ou revestimento nas palavras.
 
– Nanadaime, espero que não esteja ocupada demais, mas o que tenho a dizer é importante. – Transmiti meus olhares para os lados opostos por garantia apenas. Confesso admitir me sentir um pouco desajeitada sob falar em via pública do que aconteceu. Tampouco deixei que isso me impedisse no final. – Eu estava num grupo de Gennin’s, estávamos num treino sob o campo de treinamento um tanto quanto afastado daqui.. Quando fomos atacados. – Mas era uma completa incerteza sobre quem estava liderando aquele ataque. No entanto, resolvi não levantar falsas afirmações. – Primeiramente, surgiu uma figura que se portou como conhecida de um dos Gennin’s que estava treinando com a gente. Se colocou como uma Jounin de Konoha. Mas.. Não me parecia amigável. Havia chegado silenciosamente, observando a todos nós. – Meus olhos se sobressaíram, enquanto eu lembrei da cena do menino chamando-lhe. – Ela tinha uma espécie de ocultação na chuva.. Das quais conseguimos, com os olhos púrpuros de Katara, enxergar que havia-se pessoas a mais no local. – Apenas remeti ao que havia ouvido. Todos aqueles acontecimentos estavam bem nítidos na minha memória. Quase como se tivessem acontecido quase agora. Era estranho pois.. Pareciam as minhas únicas memórias a dias. – Depois, surgiu uma mulher. Era.. Alta. Seus cabelos eram castanhos. Ela.. Tinha uma garrafa de bebida em sua mão, muito nitidamente. – Dava detalhes e a descrição do que eu exatamente vi. Não me colocaria na posição de relatar algo que fosse uma inverdade. – Logo depois, começaram a discutir-se entre si.. A contestar a própria presença dentre o local. Era como se as duas.. De fato não se conhecessem, e nem sequer estariam juntas. E não esperassem que a outra estivessem ali. – Essa era a minha visão do que tudo acontecera. E talvez.. Também me atendo-se aos valores da minha própria família. – E naquela altura.. Eu só queria que os outros se afastassem e corrêssemos para longe dali. Shiro, Katara, Kuroku. Eram estes os que estavam comigo. Eu não sabia quem eram as duas. Mas pressentia que iria acontecer um combate ali. E eu.. E eles.. – Respirei profundamente. Era uma sensação pesada saber e atestar que eu era obsoleta a isso, e que não podia salvar nenhum dos outros. – Eu os chamei. Mas eles resistiram. E foi quando a terceira mulher chegou. Eu.. Não sou sensitiva. E nem ao menos consigo assimilar energias. Mas.. Ela era forte demais para que enfrentássemos. E eu lembro que.. Ela chamou a mulher de cabelos castanhos de Yumi. – Todas aquelas memórias se refletiam cada vez mais e mais, dentro da minha mente. Eu não havia esquecido de nada. Aquilo tudo.. Se revirava mais e mais na minha memória. Até que o soluço, causado pela dor, apareceu. – E depois disso.. Eu só vi a primeira mulher sendo dilacerada. E logo depois, um dos gennins que estava comigo atacando a que apareceu. Eu sabia que não éramos capazes ali. Eu pedi.. Para que eles viessem comigo. Eu.. – Meu rosto se balançava em meio a aquela negação. Ter os abandonado me causou uma sensação horrível depois. – Eu fugi. Fugi para a floresta. Fugi depois de ver Katara sendo atacada por cristais. Eu pedi para que eles viessem comigo.. Eu.. – E no momento a seguir, meu punho se cerrava. Não sentia necessidade de contar mais nada. Mas apenas de perguntar. A Hokage poderia saber de alguma coisa. – Por favor, me diga que alguém antes de mim conseguiu chegar aqui. Me diga que Konoha já sabia de tudo isso. Me diga que alguém sobreviveu. – Balancei meu rosto. Mais uma vez. “Não chore. Você já é madura o suficiente para não sentir dores por isso. Não chore.” Eu apenas esperei que alguma das duas Kunoichi’s atestasse uma opinião ou até mesmo que Hipátia respondesse o que eu havia perguntado.
 
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Ouvia mirando o canto de seus olhos na loira, e logo redirecionou as pupilas trazendo-as novamente às da Senju. Encarava suas expressões de modo minucioso, visando tentar identificar que emoção ela transferia ao diálogo. Notaria o desconforto, apresentado de modo assomado à aparência de cansaço da garota. Era impossível para Hipátia desconfiar de suas palavras, cada uma proferida soava como um harmônico vibrando seus tímpanos, provocando uma tensão no ambiente que, pareceu mover sua mão de modo inconsciente, trazendo a ponta de seu polegar direito até a boca. Mordia-o enquanto ouvia o restante do monólogo, e não ousou intervir. Sua atenção aficionada carecia de tentar esconder-se. Yumi? Essa com certeza é a amiga de Yamiko, que encontrou-se ao lado dela quando conversamos no bar. E a descrição... bate com a aparência da Ishikawa. Não restam dúvidas agora. Quando obteve a certeza, trouxe de novo as pupilas no canto de seus olhos na rota dos vetores luminescentes à princesa de Loucis. Nisso, percebeu que estava mordendo seu dedo e então o retirou, ponderando também na possibilidade de seu olhar estar recobrando explicações da irmã da assassina, mas não evitou de fazê-lo. Havia mesmo de ter as explicações. Era a responsável pela integridade dos ninjas que viviam naquele ambiente, e se eles haviam morrido, certamente Hipátia falhou com sua missão de protegê-los. Se fosse alta o suficiente, apoiaria sua mão direita na cabeça de Naomi num sinal que demonstrasse arrependimento, mas não era. Apenas acenou com a cabeça por ter entendido a história e rompeu o silêncio que manteve até agora, concedendo a permissão para Naomi ter algum descanso ── Desculpe. Sinta-se livre para ausentar-se de missões pelo tempo que julgar necessário, e se precisar de algo, pode me solicitar no gabinete ── Era sim comum que ninjas morressem, mas uma situação desproporcional como aquelas não deveria acontecer ── Ninguém mais chegou além de você ── Respondeu.

Enfrentar os fatos poderia ser difícil, mas ela preferia enfrentar a verdade como ela realmente é do que se apegar a falsas ilusões, e achava que todos ao seu redor deveriam fazer o mesmo. A governanta então cruzou os braços e ao invés de rebaixar o seus aspectos, ergueu-os, projetando agora seu corpo esguio redirecionando-o à Mordred. ── Creio que já sabe de quem ela falava... ── Disse. ── Prefere falar sobre isso no gabinete? ── Sugeria pensando que o diálogo poderia ser longo, então dava-lhe a liberdade para decidir. Numa negativa, acreditou que seus dizeres seriam ignorados dando a Uchiha a chance de continuar o diálogo a partir do ponto em que pararam, concedendo a visão de sua irmã à respeito dos pequenos ninjas que haviam morrido do modo brutal descrito pela Senju. A Hokage estava em débito com a jovem sobrevivente. Acreditava com base em suas experiencias, que ela deveria descansar em algum local apropriado, até conseguir novamente se reintegrar no mundo ninja e prosseguir em sua fabulosa jornada para desfrutar dos pequenos prazeres que o mundo ainda poderia lhe fornecer, deixando de lado esse episódio que poderia tê-la marcado assim como a morte dos pais marcou Hipátia. Faria então questão de dialogar com ela sempre que fosse-lhe oportuno, coisa que a sétima não obteve quando era apenas um rebento no início de uma pacata vida; na sua visão, as experiências pessoais passadas poderiam servir como base para tentar ajudar os que passavam por algo parecido. Mas agora, o que ela poderia fazer era continuar a conversa com a irmã de modo a chegarem num consenso, implicando em que novos episódios como esse não voltassem a ocorrer.

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E naquele momento um peso atacou o coração de Mordred. Dessa vez ela não respondeu. Não sorriu. Não fez nada. Respirou profundamente e assentiu positivamente para a comandante da folha. Suas memórias conceberam a imagem mental de Yamiko Ishikawa; a jovem magricela de seios fartos, os longos cabelos anormalmente arroxeados e o semblante ora cheio de energia e soberania, ora entristecido e desolado. Imaginou, por um momento, a irmã mais nova maculada de sangue, sentada sobre uma pilha de corpos em decomposição. Seus olhos cor de esmeralda simplesmente prendiam-se naquela imagem. Era uma possibilidade tão crível que era impossível que Naomi Senju se confundisse; a própria Ishikawa confessara seus crimes semanas atrás. Tudo o que via tornou-se cinzento e completamente dominado pela penumbra. Suas memórias imitaram um filme arranhado, com a imagem falhando e com sua estrutura entrando em completo colapso, com imagens contrapostas até o fatídico travamento. —— Sim, eu compreendo. —— Ela disse sem alegria alguma na voz, sem tristeza alguma, nada. Apenas jorrou uma voz vazia e seca. Sua expressão radiante transmutara-se num completo desanimo. Em seu âmago, culpa. A Pendragon era a protetora de uma assassina e guardiã de uma mulher que nem mesmo sabia onde estava no período da ocorrência. Doía-lhe o peito com o sentimento de impotência.

—— Sim, podemos conversar no gabinete, Hip-chan. Eu asseguro-lhe que nenhuma atitude da minha... irmã, passará em branco. —— Disse, entregando um olhar determinado à Hokage. Tudo ficou em um silêncio pesado, ela ergueu um pouco a cabeça e viu no céu as luas gêmeas. Por muito tempo Konohagakure foi como uma filha para a princesa estrangeira; protegera e zelara pela paz dentro da filha como se fosse uma nascida do fogo. Conquistou com muito suor e trabalho duro o apoio e a fé daquele povo acorrentado pelos preconceitos do Nidaime Hokage; era incoerente que simplesmente pedisse que se silenciasse e esquecesse do que a Ishikawa havia feito. Mordred findou uma pequena caminhada até prostrar-se diante da Hokage. —— Eu assumo toda a responsabilidade pelos atos de Ishikawa Yamiko.

E a partir dali, partiriam para o gabinete, onde poderiam conversar mais a respeito daquilo e também sobre seus planos de união.

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Eu simplesmente respirei. Puxei um ar intenso advindo dos meus próprios pulmões depois que contara toda aquela saga para as duas. Relembrara cada momento, cada detalhe. Nunca havia me prendido tanto a uma única memória, mas aquelas pareciam fixar-se sob mim tal quase estivessem aprisionadas. Contidas em fragmentos, preparadas para que se constituíssem sob trechos dolorosos a cada momento que eu voltasse a toca-los. A voz de Hipátia me contornou a perspectiva sobre eu me ausentar da função como Shinobi por conta daqueles eventos. Meus olhos se abaixaram. A resposta que se acompanhou foi destrutiva para mim, uma simples garota a iniciar-se como Kunoichi. Nenhum deles havia voltado.

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“Eu.. Entendo a sua dor agora, Ikkido-sama.” A fraqueza, a incapacidade de não conseguir proteger a si mesmo dos atos de outros. O diálogo de Hipátia com Mordred me chamou atenção. Como se a loira soubesse de quem eu estava falando, especificamente. A proposta do gabinete só me tencionou a retornar com a mesma hipótese. Até que a conclusão se deu rapidamente. A mulher estava se referindo à sua própria irmã. Demorei alguns segundos para compreender e encaixar as peças no quebra-cabeças, quando disse sob sua própria irmã. “Entendo.. Então.. Ela é familiar da mulher de cabelos negros..” Presumi. Me silenciei a princípio. Não havia porque toma-la como inimiga ou desafeto. A menina que anteriormente estava naquele campo de treinamento provavelmente faria isso. Mas a conversa com Ikkido fez com que eu mudasse a minha mentalidade. E entendesse que não éramos culpados pelos atos de nossos familiares e das pessoas que nos rodeavam. Uma parte de mim morria ali, silenciosamente. A menina chorosa e que se lamentara por não ter salvado seus companheiros gritava por estar deixando de existir. E dava abertura para a Kunoichi que tinha um dever a cumprir.

– Estou disponível para o que necessitar de mim, e também para acompanha-los. Eu estou bem. – Me dirigia à Yuki. Me levantava. E os acompanharia para o gabinete se caso fosse consentido. As manchas em minhas vestimentas não seriam um impeditivo. Silenciosa, os acompanharia.


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Compreendia que deveria haver algum afeto demasiado entre as duas irmãs para que Mordred assumisse toda a responsabilidade. No entanto, não desejava uma vingança, Hipátia não era assim. Buscaria firmar algum acordo com as duas, de modo que encerrasse de uma vez estes conflitos desnecessários. Virou-se na direção da rua em que seguiria até chegar no gabinete, caminhando ao lado da Uchiha. ── Naomi-san, é seu direito obter essas informações tendo em vista que seus amigos morreram nessa batalha, mas se não quiser nos acompanhar tudo bem. ── Explicou, e independentemente da resposta da garota, prosseguiria. Concebia ali a permissão para que ela optasse se desejaria entender o que houve no evento em questão, por considerar que poderia ser uma tortura deixa-la alheia dessa conversa nessa altura do campeonato.

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