Era uma noite fria em Kumogakure, temperatura de quinze graus, quase ninguém estava acordado. A dádiva do descanso não era algo comum entre os ninjas, ficavam de prontidão para manter a segurança de todos. E, naquela mesma vila onde tudo poderia ser seguro, um desaparecimento misterioso havia acontecido. Uma jovem da família Kobayashi tinha sumido depois de dizer aos pais que iria dormir em sua residência própria, nenhum dos dois ficaram preocupados já que a filha tinha seus dezenove anos de idade.

Sumire, a tal jovem desaparecida, estaria possivelmente em casa: o interior da residência estava destruído, um longo rastro de sangue como se a provável vítima tivesse sido arrastada até a porta. Alguns móveis revirados e objetos quebrados. Tudo indicava um possível sequestro. Peritos analisavam o lugar enquanto chunins fechavam a área. Duas pessoas eram designadas para a missão de busca; Zulo, um jounin experimente e respeitado que também é líder de seu clã. O segundo a ser chamado era Takeshi Aoki, um tokujo promissor da vila de Kumo. Zulo era o primeiro a chegar no local.

Quando viu a casa o jounin suspeitou do que poderia estar acontecendo —— isso não pode ser bom, talvez tenhamos apenas algumas horas para encontrar essa menina —— concluía após ver as manchas de sangue. Aproveitou o momento para reclamar de uma dor na região lombar e fez isso mais vezes a ponto de irritar alguns dos shinobis presentes. Os pais da menina estavam prontos para testemunhar e ajudar na investigação, só queriam o melhor para a sua filha.

Adendos:

Não demoraram para encontrar Takeshi, o que de fato era uma boa notícia. O rapaz, esperto como é, foi até o local onde se mostrou de prontidão para realizar o trabalho —— sim senhor —— respondeu um dos chunins após liberar o acesso para o tokubetsu, um deles estava admirado, afinal o nome de Takeshi era conhecido dentro da vila incluindo alguns de seus feitos. Quando adentrou na residencia viu tudo o que Zulo também observou, a conclusão poderia ser até a mesma: Sumire estava em perigo.

O jounin percebeu a chegada do garoto e abriu um sorriso, estendeu sua mão para um breve cumprimento —— oh, eu acho que já ouvi falar de você, obrigado por ter vindo —— logo após sua fala seu semblante mudou drasticamente. Zulo poderia ser velho mas também era um dos ninjas mais experientes dentro da vila de Kumogakure, olhou para a trilha de sangue mais uma vez e proferiu —— Takeshi-kun, não acha que tem algo estranho nessa cena? Pode ser coisa da minha cabeça mas... —— antes de terminar sua frase era interrompido por um grito estridente do lado de fora da casa.

—— Deixem-me entrar, minha paciência já se esgotou! Eu quero entrar! —— A voz do pai da garota, Komuro Kobayashi, podia ser reconhecida pelo jounin que foi até a saída conversar com ele —— então é você Komuro —— o homem reconheceu a face daquele que já foi seu capitão quando ainda agia como um shinobi —— taichou, você? —— Disse abismado, não esperava encontrar Zulo ali.  

—— Você está velho, em? Hahaha —— brincou Zulo que já voltava a ter uma expressão amistosa —— escute, Komuro, você me conhece e sabe que irei fazer de tudo para resgatar a sua filha. No momento estou fazendo o trabalho de reconhecimento e estou tendo ajuda de um cara muito mais forte do que eu, confie em mim tudo bem? —— suas palavras acalmaram o pai de Sumire que apenas concordou com um balançar da cabeça. Zulo, observador como é, notou que a mãe da garota estava em silêncio.

—— Olá Mari —— disse se aproximando —— eu não preciso dizer nada além do que eu já disse ao Komuro —— a mulher também concordou. A confiança no jounin parecia ser extrema e depois da pequena conversa o homem voltou para dentro. E quando adentrou notou que o piso de madeira do quarto rangia sem parar, pisou três vezes no mesmo lugar para ter certeza e então olhou para Takeshi —— pode tentar abrir isso aqui? Tenho uma dor imensa nas costas que eu não aguento me abaixar hahahahah —— reclamou com uma risada.

Adendos:

"Esse garoto é esperto" refletia Zulo enquanto escutava as perguntas de Takeshi, o jonin fez questão de expressar um sorriso por um tempo médio e então respondeu —— ele era um ninja mas largou a vida shinobi para cuidar da família depois que um dos nossos morreu em seus braços —— disse já sem o sorriso e demonstrando pesar —— é difícil imaginar que eles tenham algum inimigo mas seria bom investigar, certo? —— Nesse momento Zulo se afastou um pouco e conversou com um dos chunins que faziam guarda. A ordem foi para que o chunin avaliasse o histórico da família tentando achar uma possível rixa e inimigos em potencial.

Enquanto isso Takeshi poderia observar um pequeno caderno... um diário protegido por um plástico. Se o tokubetsu tirasse ele de dentro do pequeno buraco poderia ler na primeira página um relato que seria de suma importância na investigação "mais uma vez ele veio até aqui, me bateu até ficar satisfeito, não podia fazer nada além de aceitar. Minha mãe não sabe de nada, será que isso vai durar até a hora da minha morte?" Aoki poderia notar também marcas de gotículas de água, provavelmente de lágrimas, nas folhas de papel. O diário teria mais coisas do tipo, afirmando um sofrimento intenso que Sumire supostamente vivia.

Adendos:

—— Eu só vi Sumire uma vez —— disse Zulo após as indagações direcionadas à ele —— é difícil de acreditar que o pai dela tenha feito algo —— suspirou fundo e olhou para o homem —— mas sabe, Takeshi-kun, não podemos duvidar de nada nesse mundo, não é? —— Zulo virou-se em direção aos pais da garota novamente enquanto proferia —— tente achar mais alguma coisa nesse lugar, já sabemos o que vai acontecer em primeira mão, vou pedir a prisão dele se não achar seus argumentos tão convincentes —— fez questão de pegar o diário e acenou como se estivesse liberando o tokujo para realizar os afazeres pedidos.

—— Komuro, rápido, venha até aqui —— Zulo preferiu ter a conversa com o pai da garota longe da mãe dela, sabia que a senhora Kobayashi poderia se machucar fácil então foi empático naquele momento —— capitão? Acharam algo da Sumire? —— Indagou o homem preocupado, mas Komuro poderia perceber o semblante de Zulo e não se sentiu nada confortável —— o que é isso? Pode me responder? —— Zulo apresentou o diário ao seu antigo subordinado, que também estava surpreso.

—— Isso... não pode ser. Eu não fiz nada com ela! —— O grito assustou a todos no local entretanto Zulo manteve a calma. Komuro era um antigo ninja do nível chunin então ele sabia o quão óbvio aquilo estava —— eu acredito em você, todavia você sabe como o protocolo é. Essa é a única prova e você é o primeiro suspeito, se o garoto achar mais alguma coisa que ligue você à esse caso terei que te prender —— Komuro começou a chorar, incessantemente até que sua mulher foi acalmá-lo. O homem preferiu não contar nada do que foi conversado.

Dentro da casa a perícia achou uma roupa, rasgada, levaram até Takeshi que poderia pedir a opinião de Zulo. O caso estava começando a ter seus pontos ligados.

Adendos:

Zulo recebeu a camisa rasgada pouco tempo depois de sua conversa com Komuro, o mesmo havia identificado a camisa como a de um homem, não só pelo tamanho mas pela cor - ele tinha uma camisa quase igual só que de outra cor - e então caminhou novamente até os pais da garota interrompendo qualquer respostas que dariam para Takeshi —— desculpe Takeshi-kun, preciso de respostas para uma pergunta fundamental. Algum de vocês reconhece essa camisa? —— Indagou, o semblante do jounin só se fechava quando falava sério.

Miriam ficava espantada, assim como seu marido, a mulher olhou diretamente para ele com a mão na boca e não demorou para apontar o seu marido com o dedo indicador —— é a camisa do Komuro, eu mesmo comprei ela, não acredito... —— nenhuma outra hipótese se passava pela cabeça da mulher. Seu raciocínio estava afetado, começou a chorar e não sabia o que fazer. Zulo, por outro lado, sabia as atitudes que teria de tomar naquela situação —— Komuro Kobayashi, você está preso, não tem direito à nada além de três conversas. Se confessar o crime será julgado por uma côrte pública —— o homem não falou nada, também estava em choque.

Dois chunins, imediatamente, apareceram e levaram o homem para a cadeia e a última coisa que Zulo escutou dele foi "sou inocente". Zulo tocou o braço de Miriam, agora já apresentava um semblante mais triste e tentou confortar a mulher —— farei de tudo para achar sua filha —— e então se virou para Takeshi —— tire dois dias de folga, o interrogatório ainda não permite sua participação mas te manterei avisado sobre o que aconteceu lá. Sua ajuda foi de grande valia, obrigado —— e então, após dar um passo, sumiu diante da vista de todos.

A mulher também se virou, acreditava em Zulo mas ainda lacrimejava.

Adendos:

 —— Você sabe como eu faço as coisas, Kobayashi, diga-me onde está a sua filha —— Zulo, acompanhado por dois chunnins e o interrogado, estava dentro de uma sala oval, não tinha muitos detalhes: parede cinza, um espelho negro que dava visão à apenas quem estava do lado de fora. Komuro ainda estava afetado seu único pensamento era "por quê?" Ele mal conseguia falar e a única coisa que disse, com um semblante horrível e olhos lacrimejando —— sou inocente! —— Seu grito fez com que o jounin tocasse sua região lombar —— sabe, estou sentindo uma dor perturbadora, vou aliviar isso —— inflou seu chakra ao máximo. Os chunins mal conseguiam se mexer ou ouvir nada, totalmente paralisados, mas Komuro estava bem e já controlado. O mesmo já tinha se habituado à essa técnica de Zulo.

—— Komuro, eu acredito em você, terei de provar sua inocência mas até lá estarei contra você e à favor da vila —— Kobayashi apenas assentiu. A perícia estava cuidando da parte técnica tentando encontrar mais coisas que ligavam o homem ao sumiço de sua filha. Komuro ficou com a parte burocrática e cuidou dos relatórios, escrevendo tudo o que havia acontecido até agora "merda, esse caso é difícil, o quê eu faço?" olhou para os lados, na esquerda viu um móvel grande e o encarou por momento, na direita um pequeno relógio que não poderia ser notado se a visão do homem não fosse de encontro ao objeto.

—— Puta merda —— a resposta chegou até Zulo. Deveria encarar o caso com outra visão e trabalhar em mais hipóteses. Saiu em disparada atrás de pistas. Enquanto isso, no dia seguinte, Takeshi estava pronto - mesmo que um pouco entediado - para treinar. A arte da espada era algo que apenas alguns dominavam, e ele estava pronto para adquiri-la. No alto de uma montanha Kowai treinava e por sorte Takeshi caminhava em sua direção.

Adendos:

 —— Faça como quiser —— respondeu a mulher voltando ao seu treinamento. A presença de Takeshi pouco importava para ela, até que olhou para ele por cima dos ombros "que patético" e então resolveu se intrometer no treino do garoto —— até uma formiga manejaria uma espada melhor que você. É melhor treinar outra coisa, garoto, isso não é para alguém do seu nível —— suas palavras poderiam soar de certa forma grosseiras mas era tudo apenas um teste. Takeshi precisaria resistir à provocação e se aproveitar da situação para pedir ajuda.

Adendos:

 A expressão de Kowai não mudou, estava indiferente mesmo à reação do garoto não sendo a melhor, para ela aquilo tudo era apenas perda de tempo —— você acha que uma formiga não empunha uma espada? É por isso que não sabe o que está fazendo, garoto —— seu olhar mostrava seriedade, colocou esquerda sob a bainha de sua espada —— vou te explicar o motivo de ter te reduzido à menos que um inseto —— e então fez o seu movimento. Não era como se Takeshi não conseguisse acompanhar com os seus olho... era exatamente isso o que ela queria.

A imagem da mesma sacando sua espada e fazendo um semicírculo no ar que refratava a luz dava a impressão de que sua imagem se repetia várias vezes - uma técnica criada para ludibriar técnicas oculares - o avanço foi inesperado e apenas o traje foi atingido. A jonin não precisou de muito para não ferir o colega de vila, sua experiência com a espada poderia ser uma das melhores de Kumo —— sennen goroshi —— após suas palavras os cortes abriram os espaços atingidos pela espada como se tivesse ocorrido uma explosão

—— Treinei por dois anos para conseguir fazer um protótipo desse movimento —— suspirou enquanto se virava para Takeshi e fitou —— as formigas se defendem com seu ferrão e liberam um tipo de ácido, não é mortal se for atingido apenas por uma mas se um grupo grande te atacar é capaz de você morrer, entendeu? Uma formiga pode ser minúscula e você pode pisar nela e mesmo assim pode aprender com os seus mecanismos de defesa. É um prazer ensinar o que eu sei para alguém, todavia, terá de se dedicar para receber o título de perito em Kenjutsu —— suas palavras expressavam severidade. Esperava que Takeshi estivesse pronto.  

Adendos:

 —— Descanse seu corpo por hoje, amanhã o treinamento será pesado —— disse Kowai se retirando do lugar rapidamente. A escolha de ir embora ou continuar treinando seria do tokujo e o que ele fizesse geraria consequências.

Adendos:

 Kowai já estava lá, a mulher respirava em posição de lótus e com os olhos fechados, percebeu a presença de Takeshi quase que instantaneamente. Um sorriso se projetou no canto de seu rosto e rapidamente se levantou —— então você veio, formiga-kun —— virou-se para o tokujo e andou até sua direção, parou quando ficou há dois metros de distância, seu olhar já estava sério. Posicionou sua mão sob a bainha de sua espada e com um movimento rápido a mesma retirou a espada e a colocou novamente em seu lugar. O ataque foi desferido em direção a sua esquerda, Takeshi poderia ver uma grande rocha ser cortada ao meio mas o espaço do corte não media nem mesmo dez centímetros.

—— Faça igual ——.

Adendos:

 A mulher suspirou, sabia que ele tinha progredi - mesmo que em pouco tempo - mas faltava algo, olhou diretamente para Takeshi e respondeu —— você tem que lidar com a espada a seu próprio modo —— explicou —— eu tenho o meu e você agora tem o seu —— apontou para cima, concentrando chakra na ponta do dedo indicador e formando uma pequena lâmina de cinco centímetros. Novamente a mulher apontou para a sua esquerda e então liberou o chakra cortando uma boa parte do solo —— com o tempo você vai ser capaz de fazer isso também —— soltou uma risada debochada mas curta.

—— Sabe, você já não é mais uma formiga então deve entender uma coisa, a sua espada tem que ser uma extensão do seu corpo. Treine o manejamento dela imitando meus movimentos —— sabe-se lá como mas a mulher tirou uma espada de madeira de seus trajes. Começou a fazer movimentos simples para que o garoto imitasse perfeitamente e logo após progrediu, movimentando também seus pés para guiar os movimentos superiores.

Logo Takeshi dominaria a arte.

Adendos:

Kowai via a dedicação do garoto "em pouco tempo ele conseguiu realizar um movimento que eu demorei meses para fazer e, claro que tem um futuro mas precisa ser polido antes, claro que terei de ajudá-lo com isso". E então, os movimentos repetidos, foram feitos. Não precisavam ser da mesma forma que a jounin - afinal sua postura era de alguém que já treinava com a espada há anos - ele apenas precisava tentar continuar com os movimentos.  

—— Pare, eu sei onde você está tendo dificuldade, me escute com atenção —— imediatamente a mulher cessou seus movimentos. O suor surgindo em sua testa e depois escorrendo pela sua face era notável, não demonstrava fadiga alguma e tinha um sorriso no canto do rosto —— você se preocupa em comandar a espada, não é assim que se faz, isso é uma tolice. Afinal, você mexe sua cabeça, seus braços, suas pernas e qualquer parte do seu corpo através de um comando do seu cérebro não é? Óbvio que não irá se adaptar em pouco tempo mas pode conseguir se iniciar na arte. Tenho de admitir formiga, se você se empenhar pode me superar algum dia —— admitiu. Sabia que aquela confissão poderia inspirar o garoto.

—— Treine algumas horas sozinho, estarei meditando ali perto do que sobrou daquela rocha que cortamos —— decretou enquanto se movia.

Adendos:

Não era necessária tanta dedicação. O garoto dominou a arte. Era óbvio que a ajuda de Kowai fez toda diferença e acelerou o processo de evolução —— você não precisa fazer mais coisas, formiga, terá de batalhar comigo como um desafio final —— disse sorrindo. A mulher ia continuar seu discurso até perceber um falcão se aproximar dela com uma mensagem amarrada em sua pata esquerda. Após abrir a mensagem resolveu ler seu conteúdo.

"Takeshi-kun, precisarei de você logo cedo, por favor trate de estar pronto". A mensagem não tinha remetente mas a moça deduzia que Takeshi iria saber de onde vinha. Andou até o garoto e lhe entregou o papel —— bom, nosso combate fica para depois, não ache que não dominou a arte da espada. Posso lhe considerar um perito com grande facilidade. Até mais formiga —— e então desapareceu em um fumo branco.

Adendos:

Zulo nos últimos dias ficou ocupado. Fez o trabalho burocrático praticamente sozinho e, não queria envolver mais ninguém naquilo, o homem suspeitava de algo que não poderia falar. No primeiro dia ele foi atrás de testemunhas porém ninguém soube do paradeiro da garota ou viu ela sendo levada. Estava muito estranho. Um confronto daquela magnitude não ter sido notado por ninguém? O jonin se perguntou se aquilo poderia ser mesmo verdade.

O trabalho de um ninja é acreditar nas provas e seguir o padrão de julgamento que é necessário. Não envolver o pessoal com o emocional. Era diferente para ele, via seu protegido ser acusado de algo que não entrava em sua mente. Qual seria o motivo do crime? Não sabia. Tinha um corpo? Não. Provar um assassinato era difícil - ainda mais quando você não crê muito nas evidências - mesmo assim como um ninja deveria fazer o seu trabalho. No final do primeiro dia o mesmo já sabia o que teria que fazer; não agir como um ninja.

—— Dane-se —— disse quando acordou. A cadeira foi sua cama e a madeira onde apoiava sua cabeça foi seu travesseiro. No segundo dia o homem iria agir por conta própria. O quartel general pensaria que o mesmo estava fazendo seu trabalho e registrando tudo o que soubesse. Zulo foi esperto o suficiente para ludibriar os seus próximos, uma das características mais marcantes dele. Resolveu voltar na cena do crime e perguntar novamente aos vizinhos. As perguntas foram diferentes dessa vez: você sabe se ela estava sozinha na última vez que a viu? Ela entrava sozinha em casa? Não tinha relações com ninguém.

As respostas eram vagas mas conclusivas. Não existia ninguém. Até que um raio de esperança surgiu "havia uma pessoa com ela uma vez, se não me engano é o doutor Kimio que mora há quatro quadras daqui". Zulo expressou o maior sorriso que pôde agradecendo a senhora que havia respondido o que ele queria ouvir. Tinha um segundo suspeito. Tratou de ir na casa do indivíduo sozinho, estava sem sua bandana mas ainda sim usaria o título de jonin como investigador e estava pronto para bombardear o tal doutor de perguntas.

Kimio não estava em casa. Bateu na porta, esperneou, gritou e novamente bateu na porta. Não tinha resposta. Zulo resolveu abrir a porta e o fez de maneira que ninguém notasse sua entrada. A primeira coisa que pôde notar foi o cheiro; era maravilhoso. A casa estava totalmente limpa. Realmente não havia ninguém ali mas uma peça feminina foi encontrada. Será? Talvez. Talvez aquela peça de roupa pertence à Sumire. A menina desaparecida que estava apenas estendendo o caso.

—— preciso dele —— Zulo não queria entretanto era necessário. Escreveu para o garoto se aprontar que no dia seguinte os dois iriam sair em uma missão ilícita. Takeshi deveria estar pronto. O ponto de encontro seria na frente da casa de Sumire. Zulo iria aproveitar para descansar em sua casa, dessa vez um repouso de verdade, até o próximo dia chegar.

Adendos: