Ichigo
Genin

Aniversário (ライフコブラ)
As gotas de chuva misturavam-se ao líquido escarlate naquela noite tempestuosa. —— Onde eu estou? —— Tudo era preto e branco, como se nada naquele lugar possuísse vida: árvores, água, pedras e até mesmo os corpos que flutuavam e se dispersavam lentamente ao meu redor. A única cor no que parecia ser aquela realidade distorcida era o vermelho do sangue daqueles todos que caíram ao meu redor, enquanto eu permanecia de joelhos entre eles, talvez esperando a minha vez, ou talvez absorvendo toda a culpa por não tê-los protegido: eu não sabia o que estava acontecendo, apenas tinha ciência de que estava ali. Mas onde era ali?
Eu conseguia sentir o sangue escorrer pelos meus dedos e pingar naquele pequeno lago, mas nem mesmo todos os meus esforços eram capazes de tirar aquele líquido de minhas mãos: era como se eu estivesse para sempre carregando comigo a morte deles. Levantei-me em pé, ouvindo o ressoar da chuva nas paredes do que parecia ser uma caverna. A água vermelha formava uma espécie de córrego que prosseguia pelo longo e estreito corredor em direção a uma saída, que também não possuía vida: tudo lá fora era preto e branco. O caminho era obstruído por um número quase infinito de corpos empilhados, todos imóveis e sem quaisquer tipo de ferimento de batalha. Em um momento de desespero e dúvida, coloquei minha mão sobre o ombro de um deles e o arrastei, na expectativa de conseguir identificar seu rosto.
Contudo, o que eu observei não era um rosto humano. Não, na verdade, não era nada. Onde outrora costumava jazer dois olhos, um nariz e uma boca, agora residia um enorme buraco do mais puro negro: o vazio em pessoa me encarava com todos os seus segredos e mistérios lentamente penetrando minha pequena mente. Meus pés cambalearam e eu pude sentir o suor frio escorrer espinha abaixo —— era um terror inexplicavelmente real — ao mesmo tempo em que eu passei a correr em passos largos para longe dali, tropeçando em cada vez mais daqueles corpos não-humanos, preenchidos e recheados com o absoluto nada.
A corrida de alguns metros em direção a saída pareceu durar algumas horas dentro da minha perspectiva, mas eu finalmente alcancei-a. Todavia, lá fora parecia ser tão opressor quanto o lado de dentro da caverna: as árvores balançavam com o forte vento que soprava por aquela região, enquanto o som do que pareciam ser macacos ecoava por entre os troncos e vales dali. O recinto também não estava a salvo dos recheados por nada: corpos inertes espalhavam-se pelo chão, relevo e alguns até mesmo permaneciam pendurados de ponta cabeça nos galhos das árvores: todos dessa vez voltados para mim, com sua face vazia me encarando. Vire-me de costas em uma reação quase instintiva para voltar ao interior da caverna, mas para meu espanto, ela já não estava mais lá.
Onde outrora encontrava-se uma caverna repleta de corpos e sangue, agora existia apenas uma única figura enegrecida que me observava estática, segurando em sua mão direita uma espada curta. —— Quem é você? —— Indaguei para em seguida engolir em seco conforme aquele ser calmamente andava em minha direção. —— Você não sabe onde eu estou... —— Ele deixou a lâmina da espada recair sob o chão, emitindo um som de arrastar incômodo aos ouvidos. —— Eu fui perdido e você nunca me encontrou... —— Ele passou a circular ao meu redor: não existia nada em seu rosto, era apenas algo negro e repleto de nada. —— Onde eu estou, Kai?
Sua face enegrecida então tomou a forma de um largo sorriso de orelha a orelha, repleto de dentes afiados que me encaravam a apenas alguns centímetros de distância. O vento se tornava cada vez mais forte e o som dos macacos nas árvores se intensificava cada vez mais, como se uma tempestade estivesse prestes a aterrizar exatamente ali. Sem compreender absolutamente nada da magnitude daquela situação, encarei a figura. —— Pai?
O conjunto de três letras foi o suficiente para desmoronar com toda aquela realidade. A criatura recuou em desespero, como se tivesse sido apunhalada na região abdominal, enquanto todas as árvores que circundavam aquela clareira de repente passaram a desmoronar em sequência, uma por uma. A figura emitiu um ensurdecedor rugido e arremessou sua espada em minha direção, atravessando minha mão esquerda como se fosse um pedaço de papel machê. Não senti dor alguma: apenas olhei para o alto e observei as árvores caírem em cima de mim, trazendo consigo minha eminente —— porém já aguardada —— morte.
De repente eu estava deitado sobre os lençóis da minha cama, encarando o teto lentamente dar espaço para a luz que adentrava pela janela. Fora tudo um terrível pesadelo? Sentei-me no colchão, ainda suando frio e sem compreender absolutamente nada do que diabos eu havia sonhado. Voltei meus olhos para um calendário de papel pendurado na parede próxima da saída do quarto, e então me dei por conta: hoje seria o dia do seu aniversário, se ele não tivesse desaparecido naquele dia. Me senti aliviado, porém triste ao mesmo tempo: eu não estava de fato preso em uma realidade alternativa onde tudo era esquisito, mas eu também estava preso nessa realidade, onde o papai desapareceu na invasão do Yonbi à vila e nunca mais foi visto. Não saber seu paradeiro —— se havia morrido ou fugido —— talvez fosse a pior sensação que eu podia ter.
Chacoalhei a cabeça, tentando mandar para longe todos aqueles pensamentos depressivos que aos poucos me corroíam por dentro. Eu tinha que me levantar e esquecer daquilo, logo o restaurante ia abrir e eu precisava ajudar a mamãe a preparar os pedidos. Ergui-me da cama e fui em direção ao banheiro para realizar a rotina diária de escovar os dentes, lavar o rosto e as mãos. —— Kai! O café tá na mesa, se apressa! —— Exclamou uma voz feminina vinda da sala: era melhor eu fazer tudo rapidamente antes de tomar alguma bronca da minha velha. —— To indo, mãe! —— Gritei de volta, levando a água da torneira ao meu rosto. Foi então que eu observei a palma da minha mão esquerda, e percebi que nela jazia a cicatriz de um corte de espada.
- Considerações:
- • Aparência de Kai | Vestimentas
• Hakko Chakura To está embainhada na minha cintura.
• Bandana da vila pendurada na cintura, também por debaixo da capa.
- Utilizado:
- Hip-Pouch:
- • Kunais [06]
• Shurikens [05]
• Kibaku Fuuda [08] (Ocupa 2 espaços)
• 10 metros de de fios de aço (Ocupa 1 espaço)
• Hikaridama [02]
• Kemuridama [02]
• Hyōrōgan [02]
• Zōketsugan [02]
HP: 575— 575 CH: 575— 575 ST: 00— 05
![[Fillers] As Crônicas do Hatake Nbf0RTh](https://i.imgur.com/Nbf0RTh.png)
"Eles são capazes de trapacear, roubar, bater na esposa, deixar morrer de fome a velha vovozinha ou matar a machadadas uma raposa pega numa armadilha. Por isso aos homens agrada inventar monstros e monstruosidades: sentem-se menos monstruosos.”
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