Urameshi
Chūnin

Despertara de maneira súbita. O frio surrupiou-lhe enquanto deitada sobre o barro. Perguntava-se até quando levaria aquela vida, pensando ter sido amaldiçoada pelos deuses. Há muito não comia e, por isso, mal suportava o próprio peso, muito embora subnutrida. As pernas tremiam ao menor dos esforços, uma vez que os músculos estavam atrofiados. Revirou os olhos e tornou a tentar novamente dormir, porém foi incapaz. A sede e a fome assolavam seu espírito, caçando-lhe o direito ao repouso do olhar. Foi naquele dia de frio infernal em que conheceu seu salvador. O homem perambulava pelos arredores do País do Relâmpago sem grandes pretensões. Era alguém de idade elevada, calvo, barrigudo e de barba alva longa, alcançando a porção inferior do pescoço. Suas passadas eram curtas e ele estava sempre atento ao caminho - um velho habito de um shinobi experiente -, tanto que foi certeiro em notar a pequenina e frágil criança de ventre no solo, aparentemente abatida. Correu, estendendo seus braços em socorro à vítima. A ergueu lentamente, até que pudesse se manter apoiada sob os membros inferiores. - Você está bem? - questionou o ninja assustado. A pequenina abriu a boca, suplicando água. A energia era insuficiente mesmo para uma prática simples como a da fala. Apercebido da sua fraqueza, agiu. Retirou das costas uma garrafa produzida em couro sintético e maleável. A segurou com ambas as mãos e lentamente despejou o líquido na boca da enferma. Teve o devido cuidado ao fazê-lo, temendo afogá-la. Deu-lhe o tempo que fosse necessário até que finalmente amaabientada novamente a realidade. Sacou das vestes algumas barras de cereais. A nutriu e saciou sua sede. A órfã apagou em seguida, finalmente pôde descansar. Suas costas encontrariam o chão se o velho não fosse rápido em segurá-la. Apoiou-a em suas costas, passando os braços através do trapézio, encaixando o avariado corpo sobre as vértebras da coluna. Carregou-a naquela posição por uma curta viagem. Se instalou numa estalagem conhecida, cujo proprietário servira-lhe como companheiro durante décadas durante a vida atribulada de shinobi.
Perguntado acerca daquela a quem carregava, respondeu: - É minha filha. - dizendo isso com um sorriso magnânimo. Aquilo era impossível e o velho sabia bem disso, afinal nascera estéreo, incapaz de gerar qualquer prole. Apesar disso, naquele momento tudo o que parecia importar era a guarda daquela pequenina e indefesa criança. Sobretudo por descobrir que era, ela, completamente desprovida de visão. No seu quarto, repousou-a sobre a cama, assistindo-a dormir ao seu lado, sentado numa pequena cadeira incapaz de acomodar o grande porte do homem. Seus olhos brilharam contemplando a bela cena de sono da criança, fechando somente quando Morfeu o colocou a dormir. Foi acordado pelo som de algo caindo no chão. Era a criança, chorosa, atormentada pela imagem das chamas do fatídico dia da morte dos seus parentes. - Menina, você está bem? – questionou o velho, correndo em seu auxílio. – Papai... Mamãe... – gritou desesperada, revivendo os momentos de terror. O idoso abraçou a pequeno, envolvendo-a nos seus braços. Ela estava traumatizada pelo horror que fora seu passado. Horas foram dispendidas até que retornasse ao seu estado natural, respirando com imensa dificuldade. – Não tema, pardalzinho. Eu estou aqui. Meu nome é Muto. E o seu? – dialogou calmamente. – Sou Galatea. – respondeu temerária. – Este é um belo nome, pequenina. Diga-me, Galatea, o que acha de vir a minha casa e comer um pouco? – perguntou sorrindo, emanando simpatia sem igual. A criança relutou, no entanto acabou por aceitar a proposta balançando a cabeça timidamente. O dia estava claro e a janela aberta aquecia a bela cena entre dois completamente desconhecidos. O velho agarrou-lhe pelo braço e a levou consigo rumo aos arredores de Kumogakure. Lugar onde residia solitariamente. Durante toda a viagem conversaram, conhecendo melhor um ao outro. Galatea já era uma astuta e prodigiosa criança, sendo capaz de conversar perfeitamente com seu companheiro, embora houvesse dispare diferença de idade.
Alcançaram o destino dias mais tarde. Era a primeira vez em anos em que se alimentava com regularidade, recuperando boa parte da sua forma física, conseguindo inclusive correr pequenas metragens. Fora guiada, por todo o caminho, pelo homem. Em sua residência, tratou de cuidar dela como se cuidasse de um filho seu. Deu banho, alimentou e cuidou dos seus cabelos. - Galatea, o que você gostaria de ser? – perguntou um dia enquanto comiam à mesa. – Eu acho que quero ser uma kunoichi. Quem sabe eu possa até mesmo ser uma das mais fortes... – respondeu em um tom firme. O idoso gargalhou, não acreditando que a pequenina falava com seriedade. Ela, por outro lado, manteve a seriedade enquanto cerrava a face. Naquele instante ele deu conta do fogo que corria nos olhos acinzentados dela. – Você tem certeza disso, menina? – buscou certificar-se. - Sim, Muto. Eu tenho a mais absoluta certeza. Mesmo que agora eu seja cega, vou provar com minhas próprias forças que estão todos errados. Vou provar que não só me tornarei uma poderosa kunoichi, bem como serei a maior espadachim de todo o mundo ninja. – declarou se empolgando. O ancião se manteve boquiaberto ante os dizeres proferidos pela garota. - Glorioso! Você é uma menina de fibra, Galatea. Está decidido. Eu mesmo vou treiná-la. – disse tomado pela vibração. – Você está pronta? Prometo que a ajudarei a se tornar a maior espadachim de todo o mundo. – garantiu. Tomados pela emoção, finalizaram a refeição e foram ao quintal. – A senhora não pode perder um segundo sequer, Galatea. Terá de correr o triplo, ou melhor, quíntuplo, caso queira acompanhar os de mesma idade que conseguem enxergar. – informou. – Eu não recuarei, não importando qual seja o desafio. – rebateu de maneira afiada.
E assim Galatea, a menina sem qualquer perspectiva de futuro, tornara-se parte de um plano maior orquestrado pelo ancião, Muto, afim de forjá-la numa combatente de aço. Entretanto, fazê-lo colocaria à prova toda a sua noção de ensino e instrução. Inicialmente deveria encontrar uma forma de contornar o maior de todos os problemas: a debilidade visual. Decidiu, ao custo de muito pensar, que a melhor das opções seria apostar na audição da discípula. Treinar seus ouvidos ao ponto deles suprirem, ou pelo menos em parte, a ausência da visão.
Seus métodos eram muito pouco ortodoxos e por conta deles se tornara conhecido por todo o vilarejo. Aplicou, sobre a menina, um regime intenso de treinamento. Do tipo que mesmo adultos eram incapazes de realizar. No sangue da menina parecia correr fibra de herói, de gente brava, já que ela fora plenamente capaz perante a dificultosa rotina. Suas horas de sono contabilizavam pouquíssimas. Não obstante, era submetida a um estresse continuo de todas as ordens, habituando-se a conviver com a deficiência e com ela aprender a lidar com qualquer que fosse a ocasião. Correram as semanas e os meses, muito embora na cabeça dela parecesse ter passado um longo e exaustivo ano. Adaptou-se ao regime militar de treinamento, compreendendo a rigidez e dificuldade que dele decorria. Entretanto, fora também por sua culpa que havia se tornado alguém capaz de ingressar na academia ninja mesmo que completamente desprovida de visão. Aos onze anos completos, após uma longa jornada ao lado do seu guardião a quem agora reconhecia o papel paternal, ingressou na academia. Era o primeiro passo dado na direção de concretização dos seus objetivos.
Nos primeiros dias rotineiros foi que começou a compreender a razão de todo aquele treinamento passado pelo seu pai, no qual desenvolvera ouvidos suficientemente apurados afim de compreender o mundo. Suas notas eram sempre as mais altas dentre todas. Mesmo entre as turmas avançadas, não havia ninguém que pudesse se comparar a Galatea. Nela residia habilidades diversas nos mais variados campos ninjas, concentrando o que existia de melhor em cada um deles. Nada passava desapercebido de sua aguçada audição, sendo ela capaz, por si só, evitar qualquer problema de grande extensão. Em simulações de combate, ou mesmo em exercícios de grupo nas selvas, não havia melhor sentido afim de lhe resguardar o desempenho perfeito em todas elas. Foi assim que sua deficiência se transformou na sua lança mais afiada. Tudo isso graças a Muto e seu intensivo regime de treinamentos. Formou-se na academia ninja anos mais tarde, tendo sido a aluna com as melhores notas e maiores honrarias dentre todas. Àquela altura, já havia se transformado em alguém introspectiva e séria, completamente destoante da viva criança que fora um dia. Agora, todos os seus dias eram em prol de um único propósito: ser a maior espadachim do mundo ninja e combater o máximo possível para poder se aperfeiçoar ao máximo.
Filler + Audição aguçada (1)Perguntado acerca daquela a quem carregava, respondeu: - É minha filha. - dizendo isso com um sorriso magnânimo. Aquilo era impossível e o velho sabia bem disso, afinal nascera estéreo, incapaz de gerar qualquer prole. Apesar disso, naquele momento tudo o que parecia importar era a guarda daquela pequenina e indefesa criança. Sobretudo por descobrir que era, ela, completamente desprovida de visão. No seu quarto, repousou-a sobre a cama, assistindo-a dormir ao seu lado, sentado numa pequena cadeira incapaz de acomodar o grande porte do homem. Seus olhos brilharam contemplando a bela cena de sono da criança, fechando somente quando Morfeu o colocou a dormir. Foi acordado pelo som de algo caindo no chão. Era a criança, chorosa, atormentada pela imagem das chamas do fatídico dia da morte dos seus parentes. - Menina, você está bem? – questionou o velho, correndo em seu auxílio. – Papai... Mamãe... – gritou desesperada, revivendo os momentos de terror. O idoso abraçou a pequeno, envolvendo-a nos seus braços. Ela estava traumatizada pelo horror que fora seu passado. Horas foram dispendidas até que retornasse ao seu estado natural, respirando com imensa dificuldade. – Não tema, pardalzinho. Eu estou aqui. Meu nome é Muto. E o seu? – dialogou calmamente. – Sou Galatea. – respondeu temerária. – Este é um belo nome, pequenina. Diga-me, Galatea, o que acha de vir a minha casa e comer um pouco? – perguntou sorrindo, emanando simpatia sem igual. A criança relutou, no entanto acabou por aceitar a proposta balançando a cabeça timidamente. O dia estava claro e a janela aberta aquecia a bela cena entre dois completamente desconhecidos. O velho agarrou-lhe pelo braço e a levou consigo rumo aos arredores de Kumogakure. Lugar onde residia solitariamente. Durante toda a viagem conversaram, conhecendo melhor um ao outro. Galatea já era uma astuta e prodigiosa criança, sendo capaz de conversar perfeitamente com seu companheiro, embora houvesse dispare diferença de idade.
Alcançaram o destino dias mais tarde. Era a primeira vez em anos em que se alimentava com regularidade, recuperando boa parte da sua forma física, conseguindo inclusive correr pequenas metragens. Fora guiada, por todo o caminho, pelo homem. Em sua residência, tratou de cuidar dela como se cuidasse de um filho seu. Deu banho, alimentou e cuidou dos seus cabelos. - Galatea, o que você gostaria de ser? – perguntou um dia enquanto comiam à mesa. – Eu acho que quero ser uma kunoichi. Quem sabe eu possa até mesmo ser uma das mais fortes... – respondeu em um tom firme. O idoso gargalhou, não acreditando que a pequenina falava com seriedade. Ela, por outro lado, manteve a seriedade enquanto cerrava a face. Naquele instante ele deu conta do fogo que corria nos olhos acinzentados dela. – Você tem certeza disso, menina? – buscou certificar-se. - Sim, Muto. Eu tenho a mais absoluta certeza. Mesmo que agora eu seja cega, vou provar com minhas próprias forças que estão todos errados. Vou provar que não só me tornarei uma poderosa kunoichi, bem como serei a maior espadachim de todo o mundo ninja. – declarou se empolgando. O ancião se manteve boquiaberto ante os dizeres proferidos pela garota. - Glorioso! Você é uma menina de fibra, Galatea. Está decidido. Eu mesmo vou treiná-la. – disse tomado pela vibração. – Você está pronta? Prometo que a ajudarei a se tornar a maior espadachim de todo o mundo. – garantiu. Tomados pela emoção, finalizaram a refeição e foram ao quintal. – A senhora não pode perder um segundo sequer, Galatea. Terá de correr o triplo, ou melhor, quíntuplo, caso queira acompanhar os de mesma idade que conseguem enxergar. – informou. – Eu não recuarei, não importando qual seja o desafio. – rebateu de maneira afiada.
E assim Galatea, a menina sem qualquer perspectiva de futuro, tornara-se parte de um plano maior orquestrado pelo ancião, Muto, afim de forjá-la numa combatente de aço. Entretanto, fazê-lo colocaria à prova toda a sua noção de ensino e instrução. Inicialmente deveria encontrar uma forma de contornar o maior de todos os problemas: a debilidade visual. Decidiu, ao custo de muito pensar, que a melhor das opções seria apostar na audição da discípula. Treinar seus ouvidos ao ponto deles suprirem, ou pelo menos em parte, a ausência da visão.
Seus métodos eram muito pouco ortodoxos e por conta deles se tornara conhecido por todo o vilarejo. Aplicou, sobre a menina, um regime intenso de treinamento. Do tipo que mesmo adultos eram incapazes de realizar. No sangue da menina parecia correr fibra de herói, de gente brava, já que ela fora plenamente capaz perante a dificultosa rotina. Suas horas de sono contabilizavam pouquíssimas. Não obstante, era submetida a um estresse continuo de todas as ordens, habituando-se a conviver com a deficiência e com ela aprender a lidar com qualquer que fosse a ocasião. Correram as semanas e os meses, muito embora na cabeça dela parecesse ter passado um longo e exaustivo ano. Adaptou-se ao regime militar de treinamento, compreendendo a rigidez e dificuldade que dele decorria. Entretanto, fora também por sua culpa que havia se tornado alguém capaz de ingressar na academia ninja mesmo que completamente desprovida de visão. Aos onze anos completos, após uma longa jornada ao lado do seu guardião a quem agora reconhecia o papel paternal, ingressou na academia. Era o primeiro passo dado na direção de concretização dos seus objetivos.
Nos primeiros dias rotineiros foi que começou a compreender a razão de todo aquele treinamento passado pelo seu pai, no qual desenvolvera ouvidos suficientemente apurados afim de compreender o mundo. Suas notas eram sempre as mais altas dentre todas. Mesmo entre as turmas avançadas, não havia ninguém que pudesse se comparar a Galatea. Nela residia habilidades diversas nos mais variados campos ninjas, concentrando o que existia de melhor em cada um deles. Nada passava desapercebido de sua aguçada audição, sendo ela capaz, por si só, evitar qualquer problema de grande extensão. Em simulações de combate, ou mesmo em exercícios de grupo nas selvas, não havia melhor sentido afim de lhe resguardar o desempenho perfeito em todas elas. Foi assim que sua deficiência se transformou na sua lança mais afiada. Tudo isso graças a Muto e seu intensivo regime de treinamentos. Formou-se na academia ninja anos mais tarde, tendo sido a aluna com as melhores notas e maiores honrarias dentre todas. Àquela altura, já havia se transformado em alguém introspectiva e séria, completamente destoante da viva criança que fora um dia. Agora, todos os seus dias eram em prol de um único propósito: ser a maior espadachim do mundo ninja e combater o máximo possível para poder se aperfeiçoar ao máximo.
Hoje à(s) 10:08Ange
» [CI] Akachi
Hoje à(s) 08:14vieno
» [CRIAÇÃO DE HABILIDADES] KINUI
Hoje à(s) 07:25vieno
» 07. Solicitações de Avaliação
Hoje à(s) 03:06Aru
» [ Filler de timeskip ] Paz e suor
Hoje à(s) 03:03Aru
» [Gestão de Ficha] - Tatsuo H.
Hoje à(s) 00:45Tatsuo H
» [Treino] Eu mesma
Hoje à(s) 00:18Skywalker
» [Filler de Timeskip] Sabaku no Tatsuo.
Hoje à(s) 00:13Skywalker
» [Sharingan nv3 + Shukaku]O Colecionador e a Besta da Areia!
Hoje à(s) 00:09Skywalker
» [Cena] — Cry of A Restless Soul
Hoje à(s) 00:09Akachi
» |Filler de Timeskip| - Novos Tempos
Ontem à(s) 22:38Indra
» [GF] Jyu Viole Grace
Ontem à(s) 22:33Hikaro