REPULSA
Genin

ACID TRIP
A noite era densa. Ventava muito e nuvens cobriam as duas luas. Pássaros negros rasgavam o céu em um incessante crocitar. Trovões retumbam e, de repente, a chuva. Do lado de dentro, um grito:
— Está vivo!
O ácido borbulhava dentro do recipiente, suas cores oscilantes. Hisoka observa curioso aquilo que era feito por Hoshido, prestando atenção aos mínimos detalhes e fazendo anotações enquanto sua mentora explicava como tinha chegado àquele resultado.
Escreveu os compostos químicos necessários, as plantas que poderiam substituí-los e a ação produzida por ele. Esse ácido em questão era fraco como agente corrosivo — conseguia destruir certos tipos de papel, mas nada além disso —, mas forte como alucinógeno; e justamente por isso fora colocado junto das substâncias soníferas em seu grosso livro de capa preta. E, sim, era grosso. Com divisórias para diferentes tipos de compostos, instruções sobre a produção de cada um deles e belas ilustrações manuais de plantas e de como deveriam parecer os resultados finais das receitas, aquele diário era cheio de conteúdo teórico, e seu tamanho refletia isso.
Havia, porém, um problema: apesar de todo seu conhecimento científico, o garoto nunca tivera a chance de aplicar seus conhecimentos. Hoshido o ajudava com Ninjutsu e até com suas corridas, mas nunca com trabalhos manuais como aquele ou mesmo Taijutsu. Ele sempre deixava aquilo passar batido, mas havia algo de especial naquela noite, e o clima parecia propício. Ele pediu:
— Posso tocar?
Quando a mestre assentiu, ele prosseguiu, seguindo com a mão pálida até o recipiente. Estava próximo a encostá-la no líquido quando a mulher deu um tapa em sua mão, fazendo com que ele levasse um susto.
— Não assim.
— Então como? — perguntou o aprendiz.
Ela ficou em silêncio, deixando que ele pensasse. Normalmente a relação deles era muito mais afetuosa — um destaque na vida do ninja, tão fechado para amizades —, porém a moça mostrava um semblante muito mais sério naquele momento. Mais tarde ele entenderia que ela estava prestes a ir embora e por isso todo aquele ar solene, mas durante aquela noite Hisoka só conseguia pensar que estava a decepcionando ao ser tão pouco cuidadoso.
Tentando melhorar a situação, ele resolve utilizar suas habilidades com Suiton para manipular o líquido. A mestra não pareceu satisfeita, mas mostrou como deveria ser feito. Concentrou chakra ao redor de suas mãos, como se formasse uma luva, e então manipulou o ácido sem queimar-se ao tocar nele, fazendo isso através de um fluxo de energia que saía diretamente de sua mão. Era uma boa estratégia? Sim, mas o jovem shinobi não via a vantagem disso sobre o seu método. Ainda assim, não questionou e anotou a técnica em seu livro, logo tentando reproduzí-la.
Depois de uma breve dificuldade inicial, o rapaz conseguiu controlar o seu chakra daquela forma, conseguindo “tocar” o ácido sem mesmo que ele molhasse sua mão. Mas não era o suficiente. Ele queria aprender a fazer aquele ácido, e não apenas aprender como manipulá-lo.
— Eu posso preparar um desses agora? — perguntou, deixando de lado o recipiente já pronto.
— Pode. Você já tem as instruções anotadas, não tem? — ela respondeu, ainda séria.
— Tenho.
A partir daí, voltaram a ficar em silêncio por um bom tempo.
Hisoka se levantou e seguiu pelo “laboratório” do pai, onde ele e Momo trabalhavam naquele tipo de composto. O ambiente estava iluminado por velas e os potes nas prateleiras refletiam a luz alaranjada delas, todos cheios com os mais diferentes produtos. Algumas das prateleira tinha ervas medicinais, de cheiro bom e chás agradáveis, mas outras tinham pós e pílulas, remédios desenvolvidos no laboratório das mais variadas cores e para as mais diferentes funções. As demais eram cheias de itens suspeitos, alguns até mesmo supersticiosos: havia amuletos de boa sorte, estranhos solventes, olhos de animais, flores roxas, uma espécie de farinha preta... Era um ambiente cheio de informação e até mesmo confuso em sua organização, mas com o tempo o garoto se acostumava com toda aquela bagunça e aprendia a lidar com elas.
Ele pegou todos os potes que continham os ingredientes necessários e, junto deles, um recipiente para sua criação. Colocou ingrediente sobre ingrediente, os vendo borbulhar, crescer e evaporar enquanto formavam o ácido. As cores ficavam cada vez mais brilhantes, e o líquido se mexia de um lado para o outro conforme as reações eram desencadeadas.
Dia após dia, mesmo após o sumiço de Ashido, Hisoka treinava, empenhado em obter conhecimento sobre ácidos e toxinas. Experimentava diferentes compostos todos os dias, testava todos os seus ácidos em pequenos ratos azarados e experimentava ele mesmo dos venenos, colocando sua resistência toxicológica à prova. Nem sempre era lindo: às vezes as cobaias fugiam, os vidros quebravam, o ácido corroía um pouco da mesa. Às vezes os ingredientes faltavam, suas mãos se machucavam, o ácido falhava. Mas a cada sucesso, do lado de dentro um grito:
— Está vivo!
824 palavras
Treinamento Conhecimentos Toxicológicos (1)
▴
[MF]//[B]//[MS]//[CJ]//[C]
[MF]//[B]//[MS]//[CJ]//[C]
Hoje à(s) 13:56Baldur
» [Banco] Angell Hyuuga Hattori
Hoje à(s) 13:56Angell
» Lista e Organização de Vilarejos
Hoje à(s) 13:54SayoriYaminate12
» Lista e Organização de Clãs
Hoje à(s) 13:53SayoriYaminate12
» [Moradia (Premium) - Somewhere Over There] Angell Hyuuga Hattori
Hoje à(s) 13:51Angell
» [Cena - Solo] Tempestade de Raios
Hoje à(s) 13:02mthcamargo
» [Ficha] Megumi Fushiguro
Hoje à(s) 12:44Ange
» [Ato] Evolução Transcendente!
Hoje à(s) 11:25Hikaro
» [Quest] Sombras da Aldeia - Senju Isirus
Hoje à(s) 08:53sinhorelli
» CENA - SOLO | mutação é a chave para nossa evolução
Hoje à(s) 08:22Bahko
» [RANK D] Patrulha Externa
Hoje à(s) 08:20Bahko
» 07. Solicitações de Avaliação
Hoje à(s) 08:18Bahko