Schroeber

Um dom desperdiçado?
O dia começa calmo como sempre, pessoas passando na rua, crianças correndo e brincando, e até mesmo os pássaros pareciam estar em um loop eterno. E dessa rotina todos somos vitimas. Mas nem sempre rotina é um indicador de normalidade. Afinal coveiros passam seus dias enterrando e desenterrando pessoas, lixeiros passam os seus recolhendo lixo, ninjas passam seus dias arriscando suas vidas pela aldeia, e para nenhum deles o trabalho do outro seria considerado normal. E seguindo nesse contexto, as mesmas crianças mencionadas anteriormente não achariam as atividades praticadas pelo jovem Kyo, de 6 anos, normais. Filho de pais burgueses ele sempre teve uma vida boa, seus pais sempre puderam dar tudo o que quisesse e mesmo assim o garoto cresceu de uma maneira totalmente anormal, não bastasse os seus sintomas de sociopatia, aos quatro anos de idade também descobriram que ele de alguma maneira possuía o kekkei genkai que muito poucos outros ninjas já haviam presenciado, e muito menos possuído, Bakuton. Esse kekkei genkai não era bem visto por ninguém, ele antes só havia sido usado para destruição, seus usuários sempre foram usados como armas. Foi quando ele tinha quatro anos que esse “dom” se manifestou, quando o garoto explodiu seu cachorro de estimação. O que mais chocou os seus pais foi o fato de que quando acharam o garoto, coberto de sangue, cena que deixaria qualquer um horrorizado, ele estava rindo. Era isso que mais os preocupava, que se alguém descobrisse o dom do garoto, ele próprio não se oporia a ideia de ser usado como uma arma, eles então proibiram o garoto de usar seu kekkei genkai novamente. Mas o garoto não pretendia parar, afinal aquilo para ele era apenas mais uma forma de diversão, a mais divertida que conhecia, aliás.
Depois de alguns anos, o garoto parecia ter melhorado psicologicamente, agora já apresentava alguma habilidade social e não aparentava ser violento. Mas o garoto só era assim porque conseguiu conciliar o uso de seu kekkei genkai a seu auto controle, ele o usava como uma válvula de escape. Sempre que se sentia triste, reprimido, entediado ou enfurecido ele simplesmente saia a caça de coisas para explodir. É claro que com aquela idade seu talento era bem limitado, não conseguiria causar grande estrago a seres grandes. Ele costumava ir a floresta, testar seus poderes em troncos de árvores, e quando conseguia capturar alguns, em pequenos pássaros. Depois de muito tempo seguindo a rotina ele simplesmente não conseguia mais diversão naquilo, era como se seu brinquedo favorito tivesse quebrado, como se seu único lazer tivesse acabado. Então ele viu um estudante certo dia treinando na floresta, ele estava socando algumas árvores e treinando arremesso de kunais e shurikens, atividades de Kyo desconhecia. Então ele percebeu naquela hora que para se divertir de novo ele precisava aumentar seus poderes, alcançar outro patamar, para que pudesse voltar a sentir aquela emoção que outrora sentia. E o único meio para chegar nesse resultado era treinando.
Kyo se aproxima do garoto. – “Oi. O que você tá fazendo?” - perguntou ao garoto que estava ofegante depois de tanto treinar. – “Eu estou treinando, preciso ficar mais forte para passar na academia e ajudar a aldeia” – tal motivação era rara de ser vista em alguém da sua idade, e para ser honesto, em qualquer ninja nos dias de hoje. – “Ajudar a vila?” – é claro que o conceito de ajudar alguém, e ainda mais se esforçar para isso, estava fora do alcance de Kyo. – “É, eu preciso ficar forte para proteger a vila e todos que moram aqui, inclusive você”. – Kyo o olhou com enorme estranheza, não parecia ter entendido o que o garoto havia falado. – “Me proteger? Mas você nem me conhece”. – “Eu não preciso, essa é a função dos ninjas. Nós lutamos e até mesmo nos sacrificamos por nossa vila e por todos nela, conhecendo ou não. Eu sei, pode soar estranho, mas é nisso que eu acredito. Meu pai for um ninja e ele morreu pela aldeia, eu devo a ele. Vou seguir os seus passos e quem sabe algum dia eu consiga ser um ninja tão bom quanto ele”. – era algo tocante de se dizer, qualquer um naquela situação teria ficado comovido com aquelas palavras. Mas Kyo simplesmente não conseguia entender, o conceito de se sacrificar por algo que não tem valor para você, por algo o qual você não precisa, soava loucura. – “Eu vou ser um ninja. Vou ser tão forte quanto você jamais imaginaria ser, e sabe mais o que? Eu não vou dar minha vida por ninguém. Sabe por quê? Porque a minha vida vale mais. Porque eu não fiquei forte à toa, meu trabalho não será jogado fora. Você pode ficar aí com suas ilusões, a força que eu obterei será usada da maneira que me convir”. – as palavras do garoto chocaram o estudante que estava treinando. Como alguém tão novo conseguia ser tão frio? Como alguém que deveria ser puro e sensível ao sofrimento dos outros conseguiria ser tão insensível? – “Então me prove, se você está tão certo que será muito maior que eu com seus objetivos egoístas, me derrote. Prove que o egoísmo supera a fraternidade e bondade”. – “Está bem então”. Logo após dizer tais palavras Kyo disparava contra o oponente, tentando dar-lhe um soco no nariz. Mas Kyo não tinha nenhum conhecimento sobre batalhas. Era fraco e nunca tinha lutado antes. O garoto rapidamente desvia e lhe acerta com um chute na boca. Kyo cai no chão, sorri. Ele não acreditava que um molenga com palavras de amizade e fraternidade pudesse o derrotar, e ele não aceitaria de jeito nenhum se acontecesse. Partiu novamente para cima do garoto, o garoto novamente desviou facilmente do seu golpe e o derrubou. E assim, inúmeras outras vezes. Era como se essa batalha tivesse acabado assim que Kyo tivesse aceitado o desafio e o seu oponente estava apenas a brincar com ele. O garoto então se sobrepõe a Kyo e levanta sua mão como se ameaçasse soca-lo. – “Vamos desista. Você não tem a mínima chance contra mim” – ao ouvir essas palavras Kyo então perde a cabeça. Kyo bota ambas as mãos no peito de seu oponente, logo em seguida causando pequenas explosões, que empurram ele para longe, a dor era como se tivesse sido socado com muita força. Kyo parte para cima dele, dando vários golpes em seu dorso com as palmas das mãos, a cada golpe uma pequena explosão. Depois de alguns golpes o garoto já estava caído, seu sangue escorria pela boca e nariz. – “Como? Você é tão fraco, como conseguiu me derrotar? Que truque foi esse?” – “É simples, a vida não é justa, uma vida não é igual a outra. O peso de nada é igual, nada tem a mesma importância. Você sabe por quê eu serei mais forte do que você jamais imaginou? Aposto que não. Bom, eu também não. E adivinha? Isso não importa! Nada importa”! – afirmou Kyo antes de se pôr a rir. Kyo então se recompõe e ruma para casa. – “Você não pode me deixar aqui”! – escuta o grito vindo de suas costas. – “Sim, eu posso. Não sou eu o benfeitor aqui, lembra?”.
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