wisdom path.

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Convidado

27/8/2017, 12:29

Após uma breve caminhada pode atingir o terreno além da área delimitada pelos portões de sua vila, encontrando repouso numa pedra e assentando-se sobre ela, com ambas as pernas cruzadas, na espera do conhecimento.

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Convidado

27/8/2017, 12:40

Estava um clima ameno, poderia-se dizer melancólico, porém, ali no meio de penhascos - que a primeira vista parecia morto - florescia a vida em toda a sua magnitude. Ali, no meio das rochas, um eremita meditava de acordo com as ordens naturais, seguindo o rumo do vento e da vontade dá água, ele dançava mentalmente juntos com os pássaros que descansavam em sua cabeça, partilhando ali uma família dessas aves. Algo, porém, tirou a atenção do eremita, que levantou sua cabeça e observou a figura mórbida de um idoso, ele levantou-se e foi até o senhor e, ali, como que manifestasse uma aura misteriosa. Virou-se para o velho, em uma pergunta - que soava facilmente como uma ordem - Quer sentir o mundo? - estendeu a mão ao mesmo disposto a ensina-lo tudo o que sabia.

Convidado

27/8/2017, 13:00

A presença do velho homem, ainda que não fosse velho o suficiente para ser chamado de idoso, atraíra sem tardar um espectador. O eremita aproximava-se enquanto sua boca proferia algumas palavras, as quais eram captadas pelo Tsuchikage no mesmo momento, o que fez ele se inclinar na direção daquela visita.

—— Apenas esse mundo não me satisfaria —— respondeu ——, mas aceito e o agradeço o que tem a me oferecer.

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27/8/2017, 13:06

Guiou o homem até uma pequena gruta que havia muitos metros antes da beira daquele penhasco, caminhou até chegar na beira de uma cachoeira também pequena, mas de beleza imensurável. Sentou-se no solo em posição de lótus

- Sabe meditar? Já fez isso alguma vez? Sente-se e mostre-me.

Convidado

27/8/2017, 13:29

O rumo daquele encontro inesperado logo desviou-se de um caminho tortuoso e tomou uma estrada perfeitamente plana e reta, os homens que eram desconhecidos um para o outro logo se tornaram aprendiz e mestre. Palavra alguma sucedeu as anteriores, apenas o caminhar conciso de um eremita e seu aprendiz inquieto, que estaria disposto a qualquer coisa, não importando quão cruel ou desproporcional a sua recompensa, para atingir seus objetivos, para alcançar o conhecimento e o poder necessário.

Eu fiquei parado um bom tempo. Segui-o com os olhos que tinha e antes que pudesse perceber, ficara para trás. Suas palavras me acalmavam, mesmo não sendo esta sua intenção. O que almejo não pode ser alcançado estando nas costas de outra pessoa. Precisava de um caminho, precisava trilha-lo, mas ele deveria ser próprio; não poderia seguir pelo mesmo que ninguém mais.

Depois de se abaixar e adotar a posição da lótus, típica na meditação, o eremita deixou escapar algumas palavras. Eu faria algo similar, já que ele estava disposto a me treinar. Desobedecer? Nem passou pela minha cabeça. Uma leve observada no seu corpo, a estrutura de seus músculos e a posição de suas articulações. Mesmo não tendo feito aquilo outrora, eu poderia imitá-lo.

Acontece que, a minha posição distanciava-se um pouco da que o meu mestre executava. Possuía outro nome, significado, mas o propósito era o mesmo. Abaixando-me com as pernas cruzadas, sentei-me. A coluna reta, os pés firmes e os joelhos apoiados no chão. Por fim, formei a mudra cósmica com as mãos e estabilizei minha respiração. Acho que foi meio instintivo, mas quando o fiz, meus olhos já se encontravam fechados. Isso era tão relaxante assim? E graças a posição Birmanesa, privei-me de qualquer dor. O êxtase quase me desviou do meu real objetivo, e por fim, quebrei as barreiras de minha própria timidez, alvejando meu mestre com palavras singelas.

—— Está feito, mestre... —— o pequeno aguardo posterior indicava que eu deveria adicionar algo a mais em minha fala. Afinal, eu nem sabia o nome dele, e por tanto, somente chamá-lo de mestre me trazia certo desconforto. —— ... eremita-san? —— concluí, envergonhando-me por dentro e esperando não ser julgado pela falta de conhecimento. Ele parecia ser um homem bastante apegado ao lugar, e Kumo não era tão grande assim. Eu deveria conhecê-lo?

O vento soprava suavemente e eu pude ouvir o som da água corrente. A beleza da cachoeira pode ser apreciada com outros sentidos além da visão. Perguntei-me interiormente o quão interessante aquilo poderia ser, e por quê esperei tanto tempo para presenciar algo assim. Mais um pouco e eu me tornaria um druida.

—— Mestre, diga-me. É possível nos comunicarmos com a natureza? —— a dúvida ingênua pairou pelo ar. Fui tão direto e sem segundas intenções que nem mesmo o som audível de minha voz quebraria nosso estado espírito atual, a menos que ele ordenasse. Por mais que não soubesse o que estava fazendo, sabia que o estava sentindo.

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27/8/2017, 13:30

- Nomes não importam, meu jovem, apenas a natureza. Um pássaro não é um pássaro por o chamarmos assim. um leopardo não é chamado assim pela natureza. Uma árvore não tem esse nome por que a natureza definiu. Nomenclaturas são apenas uma forma de nos distanciar da natureza. Aqui, neste momento, não somos ninjas, não somos mestre e aprendiz, não somos o velho e o jovem. Aqui somos a natureza. Somos parte dela. Somos ela em um todo. Nós estamos em constante contato e, por consequência, comunicação com a natureza, mas há muito tempo atrás aprendemos a usar nossos sentidos para realizar algum feito próprio por algum motivo egoísta, mentindo que era apenas pela nossa sobrevivência. A natureza fala conosco a cada segundo de nossas vidas, mas decidimos ignorar, isso se tornou automático. O vento comunica conosco quando trás aromas diferenciados, nos avisando do que está ao nosso redor. A água se comunica conosco indicando onde se encontra o elemento principal para a existência humana. Você consegue sentir? Esta paz? Esta quietude em sua alma? Isso é a natureza. Neste momento há diversos sons ao nosso redor, assim como diversas presenças vivas. Se você conseguiu chegar até o ponto da quietude, então será capaz de se concentrar a ponto de ouvir e sentir a vida ao seu redor, como essas duas flores azuis que estão ao seu lado, ou então este pássaro que acabou de passar sobre nossas cabeças. Para entender a natureza você precisa se tornar a natureza. Ouça com atenção, o que a água te diz? O que há além das moléculas que a formam? Ouça o que ela carrega, ouça a vida que ela mantém em seu interior. E o vento? O que ele está lhe dizendo? O que a terra que nos cerca está te dizendo? Ela também gera e mantém a vida. Sinta e começará a compreender a natureza.

Convidado

27/8/2017, 13:32

Ingênuo. Aprendi com uma enxurrada de palavras sinceras e precisas. Se estava determinado a aprender, deveria no mínimo escutá-lo bem. O velho e o jovem. Pois bem, gravei aquilo na minha mente por breves segundos, antes de por-me em um estado calmo, de corpo e espírito. Relaxei todos os músculos e sequer ousei abrir minha boca para questionar o velho.

Tive certeza que não era o único a se sentir completamente abençoado por aquela brisa batendo em nossas costas, de leve, mostrando-se sempre presente. Absorvendo o pouco de ar que pude, respirei calmamente. Me perguntei se essa sensação era constantemente apreciada pelo mestre como era por mim agora. Um pouco de disciplina, um pouco de paciência. Era só sentar ali e reconhecer o que perpetuamente existiu: a natureza.

Uma atmosfera simbólica, embora não utilizei meus olhos para observar nada ao meu redor. Os ouvidos determinaram a posição do homem, das árvores e de mim mesmo. Parecia que eu tinha obtido um novo poder auditivo, mas não passou de uma concentração pertinente. Mesmo sendo pessimista em diversas ocasiões, fiquei orgulhoso comigo mesmo, só por me esforçar o suficiente.

Havia algo que eu queria? Buscava? Ao invés de me confundir com coisas do tipo, mesmo que involuntariamente viriam em minha mente, pensei: o momento era tudo. O futuro é inexorável. Limpar a mente e relaxar o corpo era tudo que eu buscava naquele momento. Obcecado com o fato de poder ouvir aguçadamente tudo o que me cercava, passei a sentir e buscar significado naqueles sons. Eles tinham um propósito? É claro que sim. Nada era em vão.

Acho que no final, a compreensão que busquei e que ele me dizia era aquilo. Sentia cada partícula de energia adentrando meu corpo, mesmo aquilo não mudando significativamente nada, eu me sentia mais leve. Como se estivesse rejuvenescendo gradativamente, ou apenas estivesse libertando um peso enorme que habitava no meu subconsciente? Sempre seríamos parte dela, a natureza, afinal. Ela nos compreendia, e eu a compreendia, eu a sentia. Era tudo que nós precisávamos. Só estar ali, e saber que ela também estava.

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27/8/2017, 13:34

Ficou muito bom, pode continuar com essa postura mesmo, pode começar a sentir as primeiras energias, como se as estivesse absorvendo. Pode assumir o controle do npc se achar necessário.

Convidado

27/8/2017, 13:35

As primeiras sensações que pude desfrutar simulavam uma transcendência espiritual; não era só como se minha alma fosse tocada por um bem maior, e sim, que eu estivesse me tornando este bem maior. A absorção da natureza circundante não parecia ter um sentido no começo, mas logo pude perceber sua influência no meu corpo e também, mente. Tudo parecia tão pacífico, era como se uma parte de mim que há muito havia se perdido retornasse. E com tudo junto, as peças ligadas, senti-me mais vivo do que nunca. E tudo isso somente por respirar e não mover um músculo; os benefícios da meditação, se pudesse opinar.

Do tempo que fiquei ali, a única vez que o presenciei passar foi quando realmente pensei no assunto, no caso, agora. E perdido nesses pensamentos triviais, não notei que a energia começava a transborda, e se tornava algo visível; assim que eu parei para observar, é claro. Virei um pouco e me deparei com o eremita sentado com a mesma calma de outrora. Ele não movera um músculo, parecia ter se tornado a própria natureza. Não estava e estava ali, ao mesmo tempo. Quis chamá-lo, quis me gabar do processo, mas acabei por não o fazer.

Por fim, suspirei leve. Por mais que não pudesse parecer, aquilo era um pouco complicado, mas relaxante. Estava confiante e com certeza poderia fazê-lo várias e várias vezes sem nunca perder o gosto e a sensação que tive hoje.

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27/8/2017, 13:35

O eremita parecia a própria personificação da natureza, sentia a energia cercar seu corpo e preencher sua essência, desde seus veias até seus pensamentos. Apesar de seu suposto estado de transe era possível sentir e perceber cada gesto que o jovem fazia. Estava impressionado com a capacidade do aprendiz em sentir a energia natural, alguns ninjas tentam isso por anos, talvez até durante toda sua vida, e ainda assim não conseguem. Algumas crianças nasceram para realmente fazer a diferença.

- Não perca a concentração, o trabalho não está feito. Você sente a energia da natureza, você pode absorvê-la de forma simples e básica, mas este não é nem o começo. Um momento de descontração e tudo estará perdido. Agora vem a parte final. Toda essa energia, você precisa canalizá-la em seu interior, você precisa dominá-la. É como comprar uma comida. Você compra, você obtém a refeição, e então você precisa ingerir e fazê-la se tornar parte de você, pois ela vai repor suas energias, ela vai te dar a força para continuar vivendo. Absorva-a e a espalhe em seu corpo. Torne-se a natureza. Para saber se você conseguiu é fácil, os pássaros pousarão sob seu corpo como se fossem atraídos.

Convidado

27/8/2017, 13:36

O chakra que circundava o meu corpo transcendia-me. Os sentidos foram,aos poucos, instintivamente, se desligando - mas não tornando-se necessariamente inutilizáveis. Uma aura invisível suspendeu-se sobre minha pele; eu a sentia, mas não a via. Entretanto, conseguia encher de maneira simplória e direta, tudo ao meu redor, mesmo de olhos fechados. Uma sinergia abrupta, uma sensação inesperada e cativante. Algo que me consumia, algo que outrora não pude perceber sua presença. Senti-me vívido. Como um poço sem fim, a água continuava seu fluxo constante. A energia, em sua vez, seguia um rumo similar. Acordando-me do transe de meus sentidos, ouvi um pequeno assobio de uma ave; um passarinho pousara inofensivamente em meu ombro. Era como se eu fosse uma árvore. A natureza em si.

E com tudo interligado, só me restava me juntar. Aceitei-a como deveria de ser. Levantei. Como previsto, a energia continuava em seu ápice. Mesmo que não fosse algo totalmente lógico, a realidade era o que era. —— Está feito, velho. —— foram minhas últimas palavras. Esbocei um belo sorriso antes de dirigir meu corpo ao horizonte.

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27/8/2017, 13:37

Treino finalizado.

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