Cansaço, mas não apenas isso. Tudo parecia perder o sentido em minha vida. As cores agora viravam nada além de um gélido cinza. Não sabia explicar bem o motivo daquilo estar acontecendo. Sempre fui muito enérgico, sempre gostei de treinar e tornar minha vila mais forte. Entretanto, nada disso parecia fazer mais sentido. Parado de frente à janela fechada de meu quarto, observava as nuvens esparsas, a névoa engolindo o vilarejo e o frio atingindo os cidadãos. Estávamos todos acostumados com aquilo. Levantei da cadeira num único movimento, tentando, à todo momento, encontrar alguma coisa para aniquilar todo o ócio. Pensamentos já não eram mais o bastante, eu precisava de algo substancial, palpável. Andei à cozinha e me servi de um bom chá e algumas sobras de guloseimas do dia anterior.
Fui breve. Saí da casa com o mesmo intuito. Andei às ruas, escutei as vozes conversativas e observei a movimentação. Nada daquilo me animava. O tempo passou daquela maneira e eu pude notar o olhar de alguém. Não sabia ao certo definir quem seria aquele me lançando o tenebroso olhar, mas era capaz de esfriar o meu corpo de um modo que o frio intenso de Kiri nunca fizera antes. Minha cabeça se moveu de um lado ao outro, buscando aquele(a) capaz de gerar tamanho medo a partir de um olhar. Meu coração pulsou forte, como nunca antes. Em uma volta, vi uma estranha silhueta trajando longas vestes dos pés à cabeça. Olhar em seus olhos foi como ver a minha morte.
Minhas pernas tremidas tomaram fôlego e me fizeram correr em disparada, indo em sua direção. O estranho também correu, porém fugindo de mim. Nossa corrida nos levou ao lado de fora do vilarejo, próximo à rios e envolto de uma densa névoa. Pude sentir sua aproximação rápida. Quando próximo, o vi retirar uma lâmina da cintura e tentar me acertar. Eu era rápido o suficiente para desviar, e não apenas aquilo, também fui capaz de cercá-lo com movimentação. Lutamos enquanto eu apenas desviava de sua espada, tentava entender o motivo daquilo estar acontecendo, antes mesmo de tomar a atitude de atacar. Falei, perguntei, esperneei e não fui respondido. Ele simplesmente estava fechado para o exterior, focando-se somente na luta.
Fiz o mesmo. A luta não durou muito tempo. Logo, com força e velocidade superiores, fui capaz de superá-lo. Quando retirei o capuz cobrindo parte de seu rosto, existia um estranho detalhe não percebido por mim anteriormente, sua boca fora completamente costurada. Prendi o homem e o levei à Mizukage. Ela chamou outros superiores e eles não chegaram à nenhuma conclusão, não faziam ideia de quem se tratava ou os motivos dele estar ali. Sem conclusões, a líder exigiu à mim que investigasse este caso. Meu desânimo parecia ter se extinguido completamente quando escutei a voz daquela mulher. Admirava sem precedentes todos os meus superiores, embora não os bajulasse.
Voltei ao centro de Kiri, procurando aqueles se trajando de forma igual ou que possuíssem o mesmo olhar daquele homem. Nada encontrei. Resolvi sair dos limites da vila, indo aos seus arredores. A densa névoa impedia meu campo de visão, contudo não inibia meus outros sentidos, estes capazes de identificar qualquer movimentação por mais rasteira que fosse. Enquanto andava, pude captar alguma movimentação. Era meu dever averiguá-la. Ao chegar próximo, pude sentir aquilo também vindo em minha direção. Um, dois, três, quatro, cinco... Cinco homens no total. Corriam, todos, intrepidamente em minha direção. Pude escutar o soar das lâminas metálicas enquanto eram desembainhadas. Todos atacaram simultaneamente, fazendo-me dar um salto com o máximo de minha força para escapar daqueles ataques.
Algumas acrobacias para trás e havia escapado completamente daquela investida. Hora de lutar no limite entre a vida e a morte. Meu coração palpitou de emoção, talvez eu fosse capaz de defender minha amada vila daqueles invasores. No entanto, eu estava em desvantagem numérica e, além disso, enfrentaria inimigos armados com espadas com as mãos livres. Apesar do fator risco de vida, um ótimo treinamento se apresentava diante de mim. Os inimigos avançaram uma segunda vez, ainda mais rápidos desta vez, com velocidade aproximada à minha para ser mais preciso. Era difícil desviar de tantas lâminas ao mesmo tempo. Inteligência não era minha melhor qualidade, não seria possível depender de uma estratégia bem elaborada.
Minha situação ia de mal a pior a cada momento. O suor escorria pelo corpo, frio, enquanto desviava de seus ataques selvagens. Me sentia pressionado. Corria de um lado ao outro em desespero, sendo, pouco a pouco, encurralado por aqueles adversários. Disparei Kunais e Shurikens em vão, pois eles eram bem versados na arte da espada, defendendo-se facilmente de todos os meus projéteis. As opções iam, aos poucos, se esgotando. E de mim era exigido cada vez mais. Enfrentava grande estresse, princípios de cansaço e risco real de morte. Nenhuma missão ou batalha haviam me testado tanto em toda a minha breve vida.
A desistência já passava pela minha cabeça, enquanto apenas desviava de suas espadas. Algumas vezes fui acertado, mas nada grave, apenas pequenos cortes semelhantes aos de quando somos arranhados por animais de pequeno porte. O limite de tempo onde poderia lutar já havia se esgotado há algum tempo. A única coisa ainda me mantendo de pé era minha grande vontade de viver, além de minha devoção incrível à Kiri. Enquanto corria e desviava, resolvi separá-los de um à um, até que pudesse lutar no mano-a-mano.
Minha estranha estratégia funcionara. Eles pareciam perdidos no meio de tanta ação e acabaram não me vendo escapar pela tangente. Um deles, contudo, me seguiu e eu consegui abatê-lo. Fiz isso contra os próximos quatro até restar apenas um. Meu corpo, já exausto, parecia não ter mais energias para sequer se mexer. O inimigo, no entanto, ainda se movia como de costume. Para vencê-lo, não poderia usar métodos tradicionais. Se aproximou em fúria, provavelmente afim de vingar seus companheiros, usando-me do resto de força restante, acertei o chão com força. O terreno tornou-se acidentado, fazendo o tal inimigo perder a aderência e, respectivamente, o equilíbrio. Aproveitei a chance e rasguei seu pescoço com uma Kunai.
Dali, à meu corpo, restava apenas desmaiar. Acordei alguns dias depois, deitado numa cama de hospital. Vesti minhas roupas e voltei à minha casa. Vigor recuperado, sentido da vida recuperado e muito mais forte que antes.
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