Sua estatura era maior. Calculei imediatamente que suas capacidades físicas fossem superior. Tentei bolar algum plano, criar alguma estratégia, algo em que minha mente pudesse se agarrar para conseguir prosseguir lutando. Eu teria que agir, e rápido. Mas o vento bateu tão forte que foi capaz de balançar minha própria sanidade. Afinal, aquela não era a brisa comum de um dia ensolarado, e sim a massa de ar deslocada pelo seu movimento brusco contra mim. Rápido não seria suficiente, portanto.
O primeiro soco foi como se uma rocha esmagasse meu estômago. Perguntei-me, rapidamente, o porquê de não ter cuspido sangue. Porém, não continuei com aquela discussão mental, até porque não podia, e empurrei meu adversário de maneira completamente desesperada. Eu precisava me afastar, para pensar, para respirar, para sobreviver.
Arfei o mais rápido que pude. Respiração, preciso controlar a respiração. Tinha lido aquilo em algum lugar. Sem saber muito como agir, fi-lo, e apenas esperei que algo acontecesse. Não ignorava a dor, mas de fato consegui sentir melhor o movimento do meu corpo, como se o ar em menor quantidade fosse capaz de se organizar de maneira mais produtiva dentro do meu pulmão.
Meu adversário não permitiu que meu fôlego voltasse completamente, mas também cometeu um erro padrão, atacando-me de maneira semelhante a de outrora. Eu já sabia o que ele faria e, portanto, sabia exatamente o que tinha que fazer… Mas como? Joguei todo meu peso para o lado na esperança de conseguir uma evasiva eficaz. Mas definitivamente essa não era a melhor forma. Apesar do punho não ter me encostado, seu ombro empurrou-se contra o meu com força suficiente para me fazer rolar no chão, conseguindo alguns arranhões não desejados.
Levantei-me, mas dessa vez não arfei. Respiração. Lembrei-me quase que inconsciente, e pratiquei de maneira involuntária. Parece que alguma coisa tinha aprendido. Mas ainda faltava outra: Como vou fazer para desviar? Eu teria que aprender na prática, porque novamente meu inimigo vinha até mim. Analisei sua postura, e desta vez estava diferente. Um soco? Um chute? Um taijutsu estranho? Pressionei a única coisa com que contava, pense!
Dessa vez, antes de jogar meu peso, eu ajustei minha base. Minhas pernas travaram, e só parte do meu corpo se deslocou, fazendo que com que a voadora inimiga passasse num longo espaço vazio que minha esquiva tinha deixado. Eu realmente fiz isso? Anotei aquilo mentalmente. Formar a base, deslocar o peso. Eu era um completo fracasso se tratando de taijutsu, porém, eu contava com algo que nenhum lutador convencional possuía: Inteligência.
Esse processo continuou por mais duas vezes antes que eu pudesse tentar um ataque. Fiz da maneira que tracei antes, formando a base e deslocando meu peso. Para minha surpresa, ou não, meu adversário também sabia desviar, fazendo algo semelhante a mim. Meu corpo voou através do nada e eu novamente cai no chão. Aquele movimento era pra defensiva, para ofensiva eu precisava de uma pequena modificação. Ajustar a base no final.
Outra coisa aprendida. Mas nem tudo, afinal. Meu adversário correu de maneira mais eficiente e gritou algo não tão estranho, suficiente para me precaver do seu movimento. Era uma rasteira, eu só tinha que me mover para trás. Não sei exatamente o motivo, mas desta vez não fui capaz desviar como tinha feito anteriormente. Ele bateu na parte lateral do meu pé, ceifando-me o equilíbrio. Meu corpo girou levemente enquanto caía, e ele rodopiou de novo, acertando-me um chute lateral na parte do abdômen.
Parecia ser algum tipo de taijutsu, que eu não fazia ideia de como reproduzir e, aparentemente, como defender. Muito embora, aquilo havia me despertado uma estratégia bastante grosseira, que poderia dar certo, ou mais provável que não. Mas, o que eu tinha a perder? A primeira parte do plano se baseava naquele grito que o adversário pronunciou, e que me alertou exatamente sobre o que iria fazer. Apesar de eu não poder necessariamente gritar, eu poderia esboçar uma falsa ofensiva, tentando enganar a defensiva do adversário. Assim o fiz: Corri com a mão erguida quase que o tempo todo, chegando a balançá-la para aumentar seu enfoque. Próximo suficiente, ameacei um soco de maneira cruzada. Meu oponente fez exatamente o que fora planejado, antes que minha investida fizesse realmente algum efeito, ele já estava se abaixando para desviar. Nesse exato momento meu corpo alterou sua postura, tomando agora o impulso necessário para uma joelhada atrapalhada, porém não menos potente.
Pegou em cheio. Ele tonteou para trás e pareceu o momento certo para eu atacar. Desgraçado, pensei antes de desmaiar.
[...]
Acordei alguns minutos depois com uma dor de cabeça bastante contundente. Após tomar um pouco de água, e recuperar a sanidade, estava na hora do meu costumeiro massacre mental: Eu tinha que ter prestado atenção. Como pude ser tão burro, e cair no meu próprio truque? Ele havia usado a mesma tática sórdida que eu, fingindo uma falsa ação, fingindo que estava tonto. No momento da minha investida oportuna, eu que fui atacado, e meu corpo não resistiu.
Pude perceber algumas conversas, e também algumas risadas, mas bem menos do que eu supus. Parecia que, apesar de toda minha inabilidade, eu tinha mostrado algo que pudesse me orgulhar. Amenizou parte da minha culpa, suficiente para eu conseguir levantar a cabeça e retornar ao final da fila.
O resto de treino foi um exercício de observação e aprendizagem. A cada aperto de dor que minha cabeça ainda produzia, eu redobrava o afinco com que assistia a cada shinobi que batalhava. Estudar posicionamento, traçar objetivos, prever movimentos, agir com calma, deslocamentos necessários, aceitar a falha, balanço do corpo, disposição dos pés, colocacão dos membros... Eu parecia, se não realmente fosse, um alienado vidrado em sabe-se lá o que. O respeito que conquistei outrora se desfazia em toda aquela estranheza.
Antes que pudesse realmente perceber, eu estava no começo da fila novamente. Por fim, o instrutor orientou para que nos cumprimentássemos, decretando assim o final de treinamento.
[...]
Cheguei em casa, enfim. Mais forte ou não, agora eu só precisava descansar.
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